Laudo do tat
Para tentar apreender, mesmo que transitoriamente, a processualidade que a transdisciplinaridade propaga, pode-se trabalhar com a cartografia, método proposto por Deleuze e Guattari, utilizado em pesquisas de campo voltadas para o estudo da subjetividade (Kastrup, 2007; Kirst, Giacomel, Ribeiro, Costa, & andreoli, 2003). A cartografia se apresenta como valiosa ferramenta de investigação, exatamente para abarcar a complexidade, zona de indeterminação que a acompanha, colocando problemas, investigando o coletivo de forças em cada situação, esforçando-se para não se curvar aos dogmas reducionistas. Contudo, mais do que procedimentos metodológicos delimitados, a cartografia é um modo de conceber a …exibir mais conteúdo…
a subjetividade é constituída por múltiplas linhas e planos de forças que atuam ao mesmo tempo: linhas duras, que detêm a divisão binária de sexo, profissão, camada social, e que sempre classificam, sobrecodificam os sujeitos; e linhas flexíveis, que possibilitam o afetamento da subjetividade e criam zonas de indeterminação, permitindo-lhe agenciar. Esse afetamento da subjetividade pelo que não é ela, pelas relações efetuadas, pela intersecção com o “fora”, forma um agenciamento.
Quando isso ocorre, linhas de fuga são construídas, convergindo em processos que trazem o novo. Esses processos são sempre coletivos, conectando-se ao que está aquém e além do sujeito e construindo novos territórios existenciais (deleuze & Parnet, 1998).
Na leitura esquizoanalítica, essa é a dinâmica dos processos de subjetivação . Os deslocamentos da subjetividade se dão a partir do “fora”, portador de forças estranhas que pedem uma decifração ao desestabilizar
o território existencial conhecido. Essas forças, quando
entram em contato com a subjetividade, aumentam
a impressão de estranheza do mundo e conduzem a
rupturas de sentido. de acordo com Rolnik (1999), as
rupturas de sentido ocorrem quando a subjetividade é
lançada na processualidade da vida e se vê forçada a
trilhar novos caminhos via agenciamentos maquínicos,
produtivos, a habitar novas formas de viver. Esse é o
movimento próprio da vida,