A importância do ensino de língua portuguesa para surdos como segunda língua e o desafio que este apresenta
Giovana Berbert Lucas¹
Introdução
O artigo em questão visa dar destaque à importância do ensino da língua portuguesa para surdos como segunda língua e ressaltar a dificuldade que o ensino apresenta, tanto para os alunos surdos quanto para os professores de língua portuguesa. Não raro, as pessoas se esquecem de que a Língua Brasileira de Sinais, doravante LIBRAS, não é o Português sinalizado, mas sim uma língua com estrutura própria. Logo, o ensino da Língua Portuguesa para surdos usuários da LIBRAS se configura como o ensino de uma segunda língua. Entendendo-se isso, é necessário pensar em pré-requisitos para esse ensino e …exibir mais conteúdo…
Logo, o surdo precisa primeiramente aprender uma língua para desenvolver o pensamento e “existir” e como bem colocou o filósofo grego Sócrates quando escreveu: “penso logo existo”. Essa primeira língua deveria ser preferencialmente uma língua visual, como a Língua de Sinais, posto que a língua portuguesa se desenvolve primeiro de maneira oral e depois como escrita e apresentaria maior dificuldade para as crianças surdas, que não tem memória auditiva.
CAPOVILLA (2000) também ressalta o papel da linguagem, como meio de comunicação, para o desenvolvimento humano em parâmetros sociais, humanos e intelectuais. É por meio da linguagem que o ser humano se relaciona com outras pessoas, troca experiências e planeja a direção de sua própria vida e da sua comunidade. Através da linguagem é possível reinventar o mundo cultural para além do aqui e agora, ou seja, a transmissão de experiências entre outras pessoas de outras épocas é viável, é por ela que a criança indaga o porquê de tudo a sua volta. É preciso haver uma base linguística compartilhada para que haja uma comunicação ampla e eficaz, onde se possa transmitir pensamentos, formar conhecimento de conceitos e resolver problemas.
LACERDA (2006) responsabiliza a linguagem pela regulação da atividade psíquica humana, pois é ela que permeia a estruturação dos processos cognitivos.
Segundo SKLIAR (1997, apud LORENZINI, 2004) há vários pressupostos a respeito de um