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Estudantes do Lubango |
Regulares |
38 |
0 |
0 |
0 |
38 |
% |
100 |
0 |
0 |
0 |
100 |
|
Estudantes do Huambo |
Regulares |
19 |
1 |
2 |
2 |
24 |
% |
79,17 |
4,17 |
8,33 |
8,33 |
100 |
|
Pós-laboral |
22 |
1 |
2 |
2 |
27 |
|
% |
81,5 |
3,7 |
7,4 |
7,4 |
100 |
|
Total (Huambo) |
Estudantes |
41 |
2 |
4 |
4 |
51 |
% |
80,4 |
4 |
7,8 |
7,8 |
100 |
|
Total (Parcial) |
Regulares |
57 |
1 |
2 |
2 |
62 |
Pós-laboral |
22 |
1 |
2 |
2 |
27 |
|
Total (Geral) |
Estudantes |
79 |
2 |
4 |
4 |
89 |
% |
88,76 |
2,24 |
4,5 |
4,5 |
100 |
|
Proporções p<0,05 |
Nunca Quase nunca p = 0,0003 |
|||||
Nunca Quase todas as aulas p = 0,0000 |
||||||
Nunca Todas as aulas p = 0,0000 |
Através da questão relacionada aos resultados obtidos através do inquérito aplicados aos estudantes, verificou-se que a maioria dos estudantes do regime regular do ISCED do Lubango obteve maior valor, com 97,4%. Na análise geral e segundo a tabela 44, 62,92% do total de estudantes entrevistados reconheceram que as peças anatómicas nunca foram empregues na ilustração das aulas de Anatomia e Fisiologia Humanas.
Na análise estatística da questão referente a "utilização de peças anatómicas" observou-se que houve diferença significativa entre a variável nunca em relação às demais variáveis utilizadas, com 62,92% (p<0,05).
Tabela 44. Frequência na utilização de peças anatómicas. |
||||||
Questão |
Com que Frequência o(a) seu(sua) professor(a) empregava Peças Anatómicas? |
|||||
Respostas |
|
Nunca |
Quase nunca |
Quase todas as aulas |
Todas as aulas |
Total |
Estudantes do Lubango |
Regulares |
37 |
1 |
0 |
0 |
38 |
% |
97,4 |
2,6 |
0 |
0 |
100 |
|
Estudantes do Huambo |
Regulares |
4 |
2 |
16 |
2 |
24 |
% |
16,6 |
8,3 |
66,8 |
8,3 |
100 |
|
Pós-laboral |
15 |
1 |
6 |
5 |
27 |
|
% |
55,6 |
3,7 |
22,2 |
18,5 |
100 |
|
Total (Huambo) |
Estudantes |
19 |
3 |
22 |
7 |
51 |
% |
37,3 |
5,9 |
43,1 |
13,7 |
100 |
|
Total (Parcial) |
Regulares |
41 |
3 |
16 |
2 |
62 |
Pós-laboral |
15 |
1 |
6 |
5 |
27 |
|
Total (Geral) |
Estudantes |
56 |
4 |
22 |
7 |
89 |
% |
62,92 |
4,49 |
24,72 |
7,87 |
100 |
|
Proporções p<0,05 |
Nunca Quase nunca p = 0,012 |
|||||
Nunca Quase todas as aulas p = 0,002 |
||||||
Nunca Todas as aulas p = 0,004 |
2.3. Análise dos resultados do inquérito aplicado aos docentes
Os resultados obtidos por intermédio de um questionário por inquérito aplicado aos docentes de Anatomia e Fisiologia Humanas do 2.º ano da especialidade de Biologia dos ISCED do Lubango e do Huambo, permitiu efectuar a seguinte análise:
A docente do ISCED do Huambo reconheceu que não relacionou os componentes de objectos e fenómenos, não orientou trabalhos de projectos, não efectuou nenhum trabalho experimental, não utilizou tecnologia de informação e comunicação nem empregou mapas de conceitos, mas utilizou com pouca frequência a análise e discussão de textos sobre regulação de funções no homem, a motivação dos estudantes, a resolução de problemas, a concretização da aprendizagem e o diagnóstico das causas das dificuldades. Entretanto, utilizou com muita frequência a selecção de aspectos relevantes aos diferentes temas, os trabalhos de grupo e a avaliação contínua.
Em relação ao aproveitamento dos estudantes, o docente do ISCED do Lubango referiu que foi regular, enquanto que a do ISCED do Huambo considerou ter sido bom.
2.4. Análise dos resultados das entrevistas aplicadas aos docentes
Nesta parte da investigação feita aos ISCED do Lubango e do Huambo relativamente ao processo de ensino e aprendizagem da disciplina de Anatomia e Fisiologia Humanas, foram entrevistados os seus respectivos docentes dos quais se obteve as seguintes opiniões:
Ambos consideraram que o número de aulas por semana não é suficiente, tendo adiantado que em anos anteriores a disciplina possuía 4 horas tendo sido reduzida para 3 horas por semana, prejudicando a acção lectiva nesta disciplina.
Em termos de meios de ensino, os docentes em questão reconheceram que utilizaram mapas em quase todas as aulas, nunca empregaram maquetas, o quadro foi usado em quase todas as aulas (pelo docente do ISCED do Lubango) e em todas as aulas (pela docente do ISCED do Huambo), e ilustrações como recurso às aulas de formação e desenvolvimento de conceitos sobre regulação das funções no homem foram empregues em quase todas as aulas pelos dois referidos docentes.
O ensino e a aprendizagem são tão antigos quanto a própria humanidade. Nas tribos primitivas os filhos aprendiam com os pais a atender as suas necessidades, a superar as dificuldades do clima e a desenvolver-se na arte da caça. No decorrer da história da humanidade, o ensino e a aprendizagem foram adquirindo cada vez maior importância. Por isso, com o passar do tempo, muitas pessoas começaram a se dedicar exclusivamente a tarefas relacionadas com o ensino. Também surgiram as escolas que são instituições voltadas para essas tarefas. As questões sobre educação exigem uma atitude de constante abertura para novas reflexões (Piletti, 2004).
Considera-se evidente esta ideia do autor já que sempre houve a necessidade de se transmitir conhecimentos, hábitos e habilidades à cada geração para que esta fosse capaz de garantir a sua existência, em que inicialmente esta função era realizada pelos familiares mais velhos e mais tarde surgiram as instituições escolares.
De acordo com Laeng (1973), ensinar e aprender são como as duas faces de uma mesma moeda. A didáctica não pode tratar do ensino por parte do professor, sem considerar simultaneamente a aprendizagem, por parte do aluno. A didáctica é o estudo da situação instrucional, isto é, do processo de ensino e aprendizagem, e nesse sentido ela enfatiza a relação professor-aluno.
De igual forma é de corroborar com a opinião deste autor pois deve-se sempre criar condições que beneficiem a actividade do docente na transmissão do conteúdo assim como da actividade dos estudantes no seu processo de construção do conhecimento, relacionado obviamente com os diferentes métodos, meios didácticos, entre outros, de formas a garantir óptimos resultados.
Para Piletti (2004) o ensino visa a aprendizagem. A aprendizagem é um fenómeno, um processo bastante complexo. A aprendizagem não é apenas um processo de aquisição de conhecimentos, conteúdos ou informações. As informações são importantes, mas precisam passar por um processamento muito complexo, a fim de se tornarem significativas para as vidas das pessoas. Todas as informações, todos os dados da experiência devem ser trabalhados, de maneira consciente e crítica, por quem o recebe.
É de concordar com o referido autor, pois que o processo de aquisição dos diferentes conteúdos proporcionados a cada estudante é desenvolvido num ambiente onde se encontram vários factores que podem ser desfavoráveis e, neste caso, eles devem ultrapassá-los, com a ajuda do docente da disciplina, e poder apreender de uma forma significativa os conteúdos, o que quer dizer que estes devem ser interessantes para a vida do estudante, que possa, particularmente, ser utilizada na prática.
Coincidindo com a opinião de Schmitz (1982, p. 53) pode-se descrever a aprendizagem como sendo "um processo de aquisição e assimilação, mais ou menos consciente, de novos padrões e novas formas de perceber, ser, pensar e agir".
Isto é bem mais do que aprender uma informação. "Pode-se saber tudo a respeito de dentes: a sua estrutura, a causa de suas cáries e suas moléstias e, ainda assim, nada disso alterar a conduta prática na vida" (Piletti, 2004, p. 32).
Tendo em conta o que Piletti (2004) afirma e corroborando com Schmitz (1982) é que há muita gente, particularmente os estudantes de Biologia, que sabe como os dentes são constituídos e como se contrai as várias doenças dentárias mas, no entanto, não altera a sua conduta o que faz com que seja necessário maior engajamento dos docentes de Anatomia e Fisiologia Humanas no sentido de diminuir a referida moléstia.
Segundo Vygotsky (1987) o sujeito do conhecimento não é apenas passivo, regulado por forças externas que o vão moldando, não é somente activo, regulado por forças internas, ele é interactivo.
De acordo com a afirmação deste autor, depreende-se que cada estudante em determinados momentos de uma aula pode manter-se passivo, regulado pela acção do professor na explanação do conteúdo e a correspondente utilização dos meios de ensino, mas também activo relacionado com as actividades mentais que deverá empreender no processo de compreensão significativa do conteúdo.
Segundo Castanho (2004), para o entendimento do trabalho do professor vem de uma noção também assumida claramente a partir de uma prática: a de que o tempo é uma das grandes categorias pelas quais se pode compreender esse trabalho, talvez a mais importante de todas. O método de elaboração do conhecimento prevê a polivalência do tempo, que é um tempo físico, mas é também um tempo psíquico e social, porque o método é o conteúdo do ensino, em movimento. E o movimento remete à noção de tempo. Os conceitos básicos implicados nessa noção são conceitos da ciência, da lógica e da consciência. Há também o tempo matemático, que é uma abstracção. Alguns autores dizem que o tempo não existe, a não ser como representação da consciência humana, individual e social. Mas o facto é que os diversos tempos se inter-relacionam e o trabalho do professor se efectiva em todas essas dimensões.
É de concordar com o autor devido ao facto de que na execução de uma aula deve-se ter constantemente presente o facto de que um dos factores fundamentais é o tempo lectivo, o que significa que para se cumprir as actividades em sala de aula o professor deve gerir de maneira satisfatória as diferentes tarefas a que se propôs realizar sem diminuir a qualidade de ensino.
Na interacção verbal docente-estudante, ocupa um papel importante no processo educativo, a destreza do docente em manejar adequadamente as perguntas. Com muita razão se tem dito que só quem sabe perguntar sabe ensinar (Rojas, 1961).
Somos da mesma opinião deste autor pelo facto de que maioritariamente as aulas têm sido expositivas, muita vezes sem a respectiva ilustração, dificultado a compreensão, e em relação as perguntas a serem feitas ao estudante devem ser bem estruturadas para evitar ambiguidades que possam prejudicar na sua resposta.
É de corroborar igualmente com Libâneo (2003, pp. 1 e 2), quando afirma que "o ensino universitário precisa hoje de ajudar o aluno a desenvolver habilidades de pensamento e identificar procedimentos necessários para aprender. A metodologia de ensino, na verdade, não diz respeito unicamente às técnicas de ensino, o uso do vídeo, do trabalho em grupo, da aula expositiva. Metodologia é como ajudar o aluno a pensar com os instrumentos conceituais e os processos de investigação da ciência que se ensina". Na realidade não se deve unicamente transmitir os conhecimentos ao estudante, deve-se também proporcionar capacidades para que ele possa buscar por si só os diferentes conteúdos que lhe sejam necessários na vida como estudante e como profissional.
De acordo com Perrenoud (2002), a necessidade do desenvolvimento de práticas reflexivas por parte do professor permite que este possa propiciar o desenvolvimento de competências nos seus alunos. Trabalhar com aprendizagem envolve um contínuo movimento de reflexão, um reajuste quotidiano. Para que se possa ensinar os alunos, precisa-se rever os próprios modos de aprender de cada um, o modo de construir a experiência.
Em relação a esta afirmação é de concordar que realmente o professor deve proporcionar momentos de reflexão para desenvolver competências nos alunos. Para tal, o professor deve ter em conta as características individuais dos seus alunos, pois que os modos de construção do saber e de apreensão das habilidades é diferente para cada um.
Castanho (2004) afirmou que o trabalho docente, que muitas vezes pode parecer relativamente fácil porque é encarado como uma oportunidade de comunicar aos outros os diferentes conhecimentos e experiências, merece séria revisão quando se dá conta de que hoje a qualidade da formação do profissional exige muito mais dos alunos que apenas uma reprodução das informações que eles recebem em aula. Para elevar o nível de qualidade do ensino de graduação exige que os alunos aprendam a reconstruir o conhecimento, a descobrir um significado pessoal e próprio para o que estão a aprender, a relacionar novas informações com o conhecimento que já possuem, com as novas exigências do exercício de sua profissão, com as necessidades actuais da sociedade onde irão trabalhar.
Concorda-se com a opinião deste autor na medida em que o trabalho do professor não se resume naquilo que ele efectua durante a realização da aula, pois ele deverá preparar previamente o conteúdo à transmitir, os métodos à empregar, os meios de ensino adequados ao conteúdo, os procedimentos didácticos e as diferentes tarefas de ensino a desenvolver. Quando se trata de uma instituição de formação de formadores a exigência é maior em que o professor deverá incentivar os estudantes na busca contínua dos conhecimentos para elevação da qualidade de ensino.
De acordo com o autor Castanho (2004), esse conceito de aula universitária faz com que ela transcenda o seu espaço corriqueiro de acontecer só na universidade. Onde quer que possa haver uma aprendizagem significativa buscando atingir intencionalmente objectivos definidos aí encontramos uma "aula universitária". Assim, tão importante como a sala de aula onde se ministram aulas teóricas na universidade e os laboratórios onde se realizam as aulas práticas são os demais locais onde, por exemplo, se realizam as actividades profissionais daquele estudante: empresas, fábricas, escolas, posto de saúde, hospital, fórum, escritórios de advocacia e de administração de empresas, casas de detenção, plantações, hortas, pomares, instituições públicas e particulares, laboratórios de informática, bibliotecas, centros de informação, exploração da Internet, congressos, seminários, simpósios nacionais e internacionais, pois em todos eles se pode aprender significativamente o exercício competente e cidadão de uma profissão. Além disso, esses "novos" espaços de aula, porque envolvem a realidade profissional do professor e do aluno, são muito mais motivadores para a aprendizagem, muito mais instigantes para o exercício da docência. Trata-se de situações reais que são complexas, exigem interacção de teoria e prática, são cheios de imprevistos, exigem inter-relação de disciplinas e especialidades, desenvolvimento de competências e habilidades profissionais, bem como atitudes de ética, política e cidadania. E por essa mesma razão são preferíveis aos espaços tradicionais de aula. Essa mudança de conceito de "aula universitária" é fundamental para se melhorar a qualidade de formação profissional dos nossos alunos.
É óbvio o que o referido autor afirma, pois que uma aula universitária não se deve restringir às actividades que se realizam dentro da sala ou laboratórios da própria instituição, mas deve ser mais extensivo, ou seja, deve relacionar-se com as instituições afins que estejam de acordo com o conteúdo ou com o perfil de formação, pois são mais motivantes e proporcionam melhor qualidade de ensino promovendo a qualidade.
Segundo Araújo (2000), perante os grandes avanços tecnológicos na área da informática, principalmente no desenvolvimento de softwares voltados para a educação, aliado à diminuição dos custos de aquisição de um microcomputador, afirmam que o aprendizado da Anatomia Humana pode ser grandemente facilitado com o auxílio de sistemas multimídia em CD-ROM.
Realmente o processo de ensino-aprendizagem da Anatomia e Fisiologia Humanas ficou facilitado pelo facto da inclusão no ensino de meios informáticos que permitem elevar o nível de transmissão e aquisição dos conhecimentos pois, nesta disciplina o estudante deve visualizar, caracterizar, comparar os diferentes objectos e fenómenos do organismo do homem. O desenvolvimento de softwares sobre o conteúdo permite que tanto o professor como o estudante possam realizar uma série de experiências que seriam deveras difíceis realizar de forma natural, podendo mesmo constar em CD-ROM facilitando ainda mais o processo.
A utilização dos programas de computador permitem simular e visualizar os processos fisiológicos que não podem ser reproduzidos em condições usuais em laboratórios durante o processo de ensino, permitem que cada estudante trabalhe de forma independente e em seu próprio passo, e ainda a revisão em qualquer estágio e a repetição de partes críticas da experiência (Makarchuk, 2002).
Concorda-se com o que foi afirmado por este autor porque de facto os programas de computador permitem que o estudante observe como se desenrola cada processo fisiológico no interior do organismo humano muitos dos quais não sendo possível realizar-se no laboratório principalmente por inexistência de material apropriado, ou pela sua complexidade. Inclusivamente permite que cada estudante realize de forma individual as diferentes experiências permitindo mesmo que se repitam partes mais complicadas do processo até que o conteúdo aprendido esteja consolidado, proporcionando um melhor desempenho de cada um dos intervenientes do processo de ensino.
Os programas de multimídia permitem combinar o uso de textos, figuras de alta qualidade, vídeos, som e perguntas de auto-avaliação, possibilitando aos estudantes utilizá-los de acordo com seu ritmo particular de aprendizagem (Fornaziero, 2003).
É perfeitamente aceitável o que este autor afirma porque com a utilização de programas de computador em que estejam associados os textos, as figuras, vídeos e até perguntas de auto-avaliação permitem que cada estudante tenha a sua disposição suficiente material que possa utilizar no processo de formação e desenvolvimento dos diferentes conceitos, possibilitando que ele controle a sua própria assimilação através das questões nele existentes.
De acordo com Basso (1998), esse avanço tecnológico, já disponível em considerável parcela das instituições de ensino acredita-se haver possibilidades de mudanças das práticas pedagógicas em sala de aula, visto que a tecnologia já está inserida no dia-a-dia dos estudantes e que o processo de ensino-aprendizagem deve ser condizente com a realidade que o aluno vivencia no seu quotidiano. Este processo deve ser largamente discutido entre os professores, para que propostas pedagógicas coerentes sejam aplicadas em seu desempenho em sala de aula, apreciando as diferentes personalidades de cada um.
Tendo em conta o que este autor considera, é verdade que o avanço das diferentes tecnologias pode criar condições favoráveis para que o ensino em sala de aulas seja mais motivante essencialmente para o estudante, o que pode permitir melhor desempenho e excelentes resultados, a assimilação seria substancial.
A popularização da informática, o advento das grandes redes telemáticas, entre outras inovações das últimas décadas, especialmente no campo das novas tecnologias da informação e da comunicação (NTIC) revestem-se de um potencial educativo e instrucional que exige um enorme esforço dos teóricos para com uma reconceitualização do campo da Tecnologia Educacional (Machado, 2006).
De acordo com este autor, a implementação da informática permitiu que as actividades pedagógicas sofressem um grande impulso facilitando o processo de ensino por parte do docente e a aprendizagem por parte dos estudantes o que faz com que o desempenho se tornasse mais satisfatório, permitindo maior aproveitamento.
Segundo Magalhães (2001), cabe ao professor, mais do que transmitir o saber, articular experiências em que o aluno reflicta sobre as relações com o mundo e o conhecimento, assumindo o papel activo no processo de ensino-aprendizagem que, por sua vez, deverá abordar o indivíduo como um todo e não apenas como um talento a ser desenvolvido. O desafio está, portanto, na incorporação de novas tecnologias a novos processos de aprendizagem que dão oportunidade ao estudante actividades que exijam não apenas o seu investimento intelectual, mas também emocional, sensitivo, intuitivo, estético, etc. tentando não simplesmente desenvolver habilidades mas o indivíduo em sua totalidade.
Concorda-se com este autor pois que de facto o professor deve estar interessado na formação plena do estudante; não deve estar somente interessado em relação aos conhecimentos à transmitir mas inclusivamente nas questões relacionadas com as experiências da vida, as suas emoções, a estética, as habilidades, etc., ou seja, deve estar interessado na formação plena da personalidade do estudante.
A introdução da Realidade Virtual na educação demonstra um novo paradigma que relata uma educação de forma dinâmica, criativa, colocando o aluno no centro dos processos de aprendizagem e buscando uma formação de um ser crítico, independente e construtor de seu conhecimento. As novas tecnologias permitem a interactividade, a participação, a intervenção, a bidireccionalidade e a multidisciplinaridade. Ampliam a sensorialidade e rompem com a linearidade e também com a separação emissor/receptor. É importante estar-se atento para essa nova tendência, para esse novo receptor e suas necessidades, pois assim poderemos moldar a educação de forma substancial nesse novo modelo do processo ensino-aprendizagem, e fazer da sala de aula um espaço diversificado e não de uniformidade, de rotina. A criação de um ambiente artificial para aprendizagem seria uma forma apropriada para aquisição do conhecimento. A artificialidade ajuda na concentração do conteúdo a ser ensinado; as relações com o exterior conferem veracidade às propostas e geram possibilidades de troca (Braga, 2001).
De facto esta afirmação corresponde com a realidade, pois que esta questão relaciona-se com a utilização do computador em sala de aula em que cada estudante tem acesso directo com o conteúdo em que pode visualizar todos os aspectos do conteúdo. Permite que não seja um ensino unidireccional em que o professor seja o único a se referir ao conteúdo, mas sim bidireccional e interactivo o que permite que cada estudante seja responsável ou mesmo co-responsável na construção do seu conhecimento. Não obstante não substituir na íntegra, no caso do estudo da Anatomia e Fisiologia Humanas o estudo através de cadáveres, a utilização da realidade virtual permitiu implementar uma nova dinâmica no processo docente-educativo, facilitando-o.
Segundo Perrenoud et al. (2002), é no momento da acção educacional que se expressa a sabedoria do educador por meio da transformação de seu conhecimento em prática.
É evidente o que este autor afirma na medida em que na fase de implementação da sua aula é que podemos verificar a destreza do professor em colocar em prática todos os conhecimentos adquiridos, no intuito de garantir que os seus estudantes compreendam o conteúdo e tenham um óptimo desempenho.
Segundo Vallinoto et al. (2004), em Anatomia Humana o estudante deve: 1) conhecer macroscopicamente as estruturas do corpo; 2) obter um conhecimento tridimensional dos órgãos; 3) entender os aspectos mais relevantes de cada estrutura; 4) compreender as conexões existentes entre órgãos diferentes e suas relações mútuas. Para atingir esses objectivos, é indispensável a familiaridade com os órgãos e sistemas, a qual somente o manuseio e a visualização directa, no momento das diversas actividades podem possibilitar.
De igual modo corrobora-se com o que este autor afirma pelo facto de que em Anatomia Humana para que se cumpra os objectivos propostos é fundamental que cada estudante visualize, manuseie, analise, compare os diferentes órgãos e sistemas, para ter um conhecimento mais completo sobre eles. Este pressuposto permitirá que o estudante tenha um melhor aproveitamento e com maior eficiência poderá utilizar na vida prática os conhecimentos e habilidades adquiridos.
De acordo com Freitas (2002), é de fundamental importância que os programas de formação de professores estejam preocupados com dois tipos de desenvolvimento intelectual: a) conteúdo individual competências e atributos baseados em tarefas; b) elementos mais gerais de competência intelectual e desempenho relacionados à consciência pessoal, consciência de si, consciência do objectivo educacional.
É certo o que este autor afirma pois que um dos aspectos primordiais que se deve ter sempre presente, no processo de formação de professores, são as tarefas de ensino que corresponde com as diferentes competências que dever-se-á incutir a cada estudante, para que possa utilizar na sua actividade profissional. Outro aspecto a considerar está relacionado com a consciência do estudante em relação ao objectivo da sua formação para o ensino, pois também é importante trabalhar a competência intelectual do estudante em relação ao seu desempenho, a sua consciência e aos seus objectivos.
Conclusão
Na generalidade as tarefas empregues com maior frequência foram a exposição e a motivação e, particularmente, as novas tecnologias de informação e comunicação assim como as actividades de laboratório nunca foram utilizados nas aulas de Anatomia e Fisiologia Humanas, o que se pode deduzir que os resultados poderiam ter sido melhores caso se utilizasse, na transmissão dos conhecimentos, de meios modernos. Neste capítulo, também se elaborou uma discussão sobre pontos de vista de vários autores em relação ao processo de ensino-aprendizagem.
As actividades realizadas em torno deste trabalho, referente ao sistema de tarefas como meio para a formação e desenvolvimento dos conceitos relacionados com a regulação das funções no programa de Anatomia e Fisiologia Humanas da especialidade de Biologia dos ISCED, permitiram concluir o seguinte:
Tendo em consideração as conclusões apresentadas neste trabalho se recomenda o seguinte:
1. Que sejam criadas condições materiais adequadas, nas instituições de ensino superior, para melhoria do processo de ensino-aprendizagem;
2. Que se capacite os docentes de Anatomia e Fisiologia Humanas para que possam utilizar convenientemente as novas tecnologias de informação e comunicação na sua actividade docente;
3. Que este trabalho seja submetido aos docentes de Anatomia e Fisiologia Humanas dos ISCED do Lubango e do Huambo com o propósito de se implementar a proposta metodológica apresentada.
Anexo I
UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
LUBANGO
MESTRADO EM ENSINO DAS CIÊNCIAS
O inquérito que se segue destina-se a recolher dados para a elaboração de um trabalho sobre "O Sistema de Tarefas como meio para formação e desenvolvimento dos conceitos sobre a regulação das funções no programa de Anatomia e Fisiologia Humanas da especialidade de Biologia nos ISCED" que se pretende levar a efeito no âmbito do mestrado em Ensino de Ciências, opção Biologia, ministrado pelo Instituto Superior de Ciências da Educação do Lubango, da Universidade Agostinho Neto.
Solicita-se a melhor colaboração, agradecendo, pois, que responda à todas as questões de forma objectiva e com sinceridade.
Obrigado
I IDENTIFICAÇÃO |
Idade _____ anos Sexo: M F
Ano (escolaridade) ______ Localidade: __________________
II AQUISIÇÃO DOS CONTEÚDOS |
Sim
Pouco
Não
Porquê?_________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
- Objectivos: Sim Não
- Conteúdos: Sim Não
1 |
2 |
3 |
4 |
||||
a) Definição de objectivos dos conteúdos |
|||||||
b) Nível de aprendizagem associado às aulas teóricas |
|||||||
c) Nível de aprendizagem associado às aulas práticas |
|||||||
d) Nível de aprendizagem associado às aulas teórico-práticas |
|||||||
e) Nível de aprendizagem associado às aulas laboratoriais |
|||||||
f) Adequação das cargas horárias às matérias ensinadas |
|||||||
g) Apoio a alunos com dificuldades de aprendizagem |
|||||||
h) Resolução de problemas em tempo útil |
|||||||
i) Componente laboratorial da disciplina |
|||||||
j) Qualidade do (s) docente (s) |
III NÍVEL DE COMPETÊNCIAS ADQUIRIDAS |
1 |
2 |
3 |
4 |
||||
a) Capacidade de pensar logicamente, ponderar as evidências, avaliar criticamente as ideias e os factos |
|||||||
b) Capacidade de utilização de sistemas de informação (para aquisição de dados) |
|||||||
c) Capacidade de procurar e adquirir de forma independente uma atitude de aprendizagem |
|||||||
IV OPINIÃO SOBRE A UTILIZAÇÃO DAS TAREFAS DE ENSINO |
1 |
2 |
3 |
|||
a) Observação de objectos e fenómenos relacionado ao conteúdo |
|||||
b) Análise e discussão de textos sobre regulação de funções no homem |
|||||
c) Relação dos componentes de objectos e fenómenos |
|||||
d) Selecção de aspectos relevantes do conteúdo |
|||||
e) Motivação dos estudantes (manter as emoções sob controle) |
|||||
f) Realização de trabalhos de grupo (ensino por pesquisa) |
|||||
g) Resolução de problemas |
|||||
h) Realização de trabalhos de projectos (ensino por pesquisa) |
|||||
i) Realização de trabalhos experimentais |
|||||
j) Utilização de tecnologia de informação e comunicação |
|||||
k) Utilização de mapas de conceitos |
|||||
l) Concretização da aprendizagem (exemplos) |
|||||
m) Uso da avaliação contínua |
V NÍVEL DE DEDICAÇÃO DO(S) SEU(S) PROFESSOR(ES) |
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
E os pontos fracos:
__________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Muito obrigado pela colaboração.
Anexo II
UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
LUBANGO
MESTRADO EM ENSINO DAS CIÊNCIAS
O inquérito que se segue destina-se a recolher dados para a elaboração de um trabalho sobre "O Sistema de Tarefas como meio para formação e desenvolvimento dos conceitos sobre a regulação das funções no programa de Anatomia e Fisiologia Humanas da especialidade de Biologia nos ISCED" que se pretende levar a efeito no âmbito do mestrado em Ensino de Ciências, opção Biologia, ministrado pelo Instituto Superior de Ciências da Educação do Lubango, da Universidade Agostinho Neto.
Solicita-se a melhor colaboração, agradecendo, pois, que responda à todas as questões de forma objectiva e com sinceridade.
Obrigado
I IDENTIFICAÇÃO |
Bacharelato Licenciatura Mestrado Doutorado
Se sim, por favor especifique o curso: ___________________________
II NÍVEL DE CONHECIMENTOS SOBRE A TEMÁTICA |
Sim Não
Se não, porquê? _________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
III NÍVEL DE UTILIZAÇÃO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO ENSINO |
Sim Não
Porquê? _____________________________________________________
_______________________________________________________
Se sim, utiliza-as para:
Motivar os alunos
Apoiar na apresentação dos conteúdos
Mostrar exemplos
Levar a cabo trabalhos práticos com os estudantes
Fornecer informações adicionais
Colocar os conteúdos da disciplina à disposição dos estudantes
Permitir o esclarecimento de dúvidas "on line"
Outros: Quais? ___________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
__________________________________________________
Todos os estudantes têm acesso ao conteúdo da disciplina
A comunicação torna-se mais expedita
Poder acelerar o ritmo das aulas
Poder aprofundar as perguntas nas aulas
"Despejar menos matéria" nas aulas
Nunca utilizou
Melhoria das notas dos estudantes
Estudantes mais interessados nos assuntos
Aumento percentual na assistência às aulas
Outro(s): Especifique: _____________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
IV NÍVEL DE UTILIZAÇÃO DE MEIOS DE ENSINO |
Nunca |
Quase nunca |
Quase todas as aulas |
Todas as aulas |
||
1 |
2 |
3 |
4 |
||
Transparências |
|||||
Diapositivos |
|||||
Quadro e giz (ou marcador) |
|||||
Apresentação em PowerPoint |
|||||
Software específico |
|||||
Projecção de filmes |
|||||
Outro(s) (especifique) |
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