Simmel: a cidade e o estrangeiro
Simmel: a cidade, o estrangeiro e suas contribuições para as relações internacionais
Entender três dimensões distintas – o indivíduo, a cidade e as relações internacionais – é uma pretensão arriscada, que talvez não caiba numa resenha, sobretudo quando a proposta é compreendê-las como elementos que coexistem. Antes de explanar as considerações a respeito desta perspectiva, é necessário, porém, refletir e levantar as principais contribuições de Georg Simmel, aqui apresentado por dois principais textos: “O estrangeiro” e “As grandes cidades e a vida do espírito”, trabalhados no primeiro módulo do curso de Sociologia III.
George Simmel, sociólogo alemão, foi um grande teórico do seu tempo, fazendo com que suas …exibir mais conteúdo…
Nota-se, assim, as noções de condição, significado e ação, o que representam a essência e a sutileza entre forma individual e as relações subjetivas do estrangeiro com os habitantes.
Para se realizar uma leitura mais eficaz que contemple a reflexão do texto, é importante destacar alguns conceitos trabalhados por Simmel. A ideia de “grupos sociais” emerge de uma significância entre os habitantes e o “outro”; ou seja, o estrangeiro só se situa nesta posição porque não pertence àquela realidade desde o início. Vale salientar que isto se constata quando o autor traz a percepção de que o estrangeiro introduz “qualidades no próprio grupo”, o que é relevante para se compreender os processos históricos e a formação – à nível macro – da pluralidade cultural das grandes cidades.
O papel que o sujeito estrangeiro incorpora está firmado, principalmente, em dois aspectos fundamentais: 1) na sua liberdade como viajante, no ir e vir que lhe direciona e o impulsiona a outro lugar – novo e estranho, tanto para ele, quanto para os que o percebem; 2) numa forma específica de interação que é, em suma, um fator-chave na relação entre proximidade e distância. Estes últimos legitimam os agrupamentos sociais e (re)significam suas