Os negros no período colonial e imperial

1438 palavras 6 páginas
Trabalho de Antropologia e História do Direito –
Tema: Os negros no período colonial e imperial;

O inferno dos africanos
Sobre os escravos africanos foram projetadas imagens bem mais negativas do que a escravidão referenciada aos indígenas. A África é tida,à época, como o lugar do pecado, das trevas e da infidelidade. Ao contrário do que se pensava dos ameríndios, não haveria nenhuma vinculação dos negros da Guiné, como eram conhecidos, com o paraíso terrestre (como era conhecida de início a América). As origens bíblicas destes estariam ligadas a duas maldições, ambas posteriores ao pecado original. Eles seriam descendentes de Caim, aquele que por inveja matou seu irmão Abel, e traziam na pele a cor negra, marca do sinal imposto por
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E carregavam a discriminação na denominação mulato: derivado de mula, animal resultante do cruzamento entre cavalo e jumenta, ou entre égua e jumento. Para os africanos, os mulatos livres, por não serem escravos, não pertenciam completamente à dureza de seu meio social.
O espaço reservado ao mestiço, e ao mulato livre em especial, era, portanto, o da marginalidade. Menos controlados pelas regras do engenho e das lavouras exportadoras, aos mulatos eram destinados serviços esporádicos ou a condição de agregados dos grandes senhores. Suas vidas eram marcadas por certa autonomia: caçavam índios no sertão, tocavam tropas de animais, capturavam e puniam escravos fugidos e rebeldes, procuravam minas metais preciosos. Pra muitos dos brancos, que também desfrutavam dos prazeres coloniais, os mulatos viviam na colônia o seu paraíso possível.
As formas de Resistência do escravo africano
Apesar de todas as condições desfavoráveis e dos discursos legitimadores da escravidão, os negros cativos não deixaram de apresentar formas de resistência à sua situação: promoviam sabotagens no processo de produção do açúcar; organizavam fugas coletivas ou individuais; assassinavam senhores e feitores; suicidavam-se e geravam revoltas nas plantations e povoações. Além disso, muitos sentiam o banzo, uma atitude apática, de recolhimento, que os tornava ineficazes para os trabalhos requeridos. Deprimidos, muitos definhavam até a morte.
Outra forma de resistência foi a preservação das crenças e

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