A África na sala de aula: visita à história contemporânea.
PREFÁCIO (Mia Couto)
“A África vive uma tripla condição restritiva: prisioneira de um passado inventado por outros, amarrada a um presente imposto pelo exterior e, ainda, refém de metas construídas por instituições internacionais que comandam a economia” (p. 11)
Mia Couto, atenta para as grandes problemáticas que o ensino de História da África vem sofrendo, primeiramente por ser uma história construídas por outros, que muitas vezes são completos estranhos, faz com que se crie um imaginário de que a identidade do povo africano esteja ligado a questão racial, levando até mesmo que os próprios africanos acreditem nisso e por isso se categorizem de forma …exibir mais conteúdo…
Eixo central: Analisar o papel das elites culturais dentro das questões políticas e identitárias (ideia de uma etnia africana).
É nesse grupo que teremos a história política e ideológica no continente.
- Quarto grupo: Capítulos 9 ao 13. Eixo central: Compreender como a elite africana incorpora o ideal de independência e sua modernização econômica, social e política.
CAPÍTULO 1: O OLHAR IMPERIAL E A INVENÇÃO DA ÁFRICA
Os erros na história do continente africano e sua gente, estão ligados a construção de um conhecimento que se inicia no século XVI, em que o racionalismo será método desenvolvido e consolidado na segunda metade do século XVIII e primeira metade do século XIX, e irá dominar o pensamento europeu, constituindo o “pensamento moderno”. Dessa forma, se formulará princípios políticos, éticos e morais, fundamentando o colonialismo na África. Esse “pensamento moderno”, influenciará até hoje, como podemos ver nas análises das ciências humanas, já que o conhecimento considerado legítimo, será apenas de pessoas julgadas capazes, e é a elas ficará atribuída a tarefa de formular uma nova visão de mundo. É o saber ocidental que irá construir a consciência planetária das visões de mundo. “[...] não é qualquer um que pode dizer a qualquer outro qualquer coisa em que lugar e em qualquer circunstância.” (CHAUÍ, 1982, p. 07)1. Todo o