Família, afeto e lei: novos moldes de (en)laço

4970 palavras 20 páginas
Família, Afeto e Lei: novos moldes de (en)laço

1. Afeto, Lei e Família.
Clarissa Salazar2

Sempre gosto de começar agradecendo o convite que desde no ano passado já havia sido realizado para que participasse da 1ª jornada de Psicologia Jurídica, porém, em virtude das atribuições cotidianas de trabalho, não pude estar aqui. Este ano, o convite me foi feito com bastante antecedência, não havendo nenhuma possibilidade de ser negado. Começo com esse agradecimento e acredito ser pertinente assinalar a pergunta inicial que fiz a pessoa que se dirigia a mim para compor essa mesa: Você sabe que sou Psicanalista e falo desse lugar? Sim, me senti na obrigação de fazer essa pergunta, porque, uma vez falando do lugar da Psicanálise, acredito
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Quando na verdade, a função da família, está para além disto. Os afetos são o equivalente da energia psíquica, dos impulsos que afetam o organismo e se ligam a representações, a pessoas, objetos significativos. Transformam-se em sentimentos e dão um sentido às relações, e ainda influenciam nossa forma de interpretar o mundo. Assim, a par dos afetos, sabemos que por Freud, esses vão se impondo e sendo vivenciados no decorrer do desenvolvimento do sujeito e é por eles que passamos então a falar o L (maiúsculo) o sentido de Lei e conseqüentemente a função da paterna. Guyomard (2007) diferencia o L maiúsculo, do l minúsculo, no sentindo que: as leis (com l minúsculo) são uma maneira mais ou menos imposta de viver juntos. Logo são as leis sociais, morais, culturais ou até mesmo as jurídicas. Enquanto que a Lei (com L maiúsculo) é aquela que se refere a algo que define o humano. E ao apontar para isso, definir o humano, o autor concorda com Freud e posteriormente com Lacan, que para o individuo se tornar sujeito é necessário prioritariamente ter vivenciado e “resolvido” a sua conflitiva edípica, bem como a questão da metáfora paterna.

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Para o individuo se constituir como sujeito, ele precisa dar conta da sua travessia do complexo de Édipo e ter estruturado o L maiúsculo em sua realidade psíquica. É a partir do simbólico, portanto, que se pode fazer o diagnóstico diferencial estrutural por meio dos três modos de

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