FERREIRO, Emília. Reflexões sobre alfabetização. 12ª ed. São Paulo: Cortez, 1988. 104p.

A autora Emília Ferreiro no livro “Reflexões sobre Alfabetização” apresenta pesquisas realizadas por ela e seus colaboradores. A “psicogênese da escrita na criança”, foi o resultado dessa investigação que foi realizada com crianças mexicanas, argentinas e brasileiras. No decorrer deste livro a autora analisa o processo de alfabetização em três aspectos importantes:

[...] temos por um lado, o sistema de representação alfabética na linguagem, com suas características específicas; por outro lado, as concepções que tanto os que aprendem (as crianças) como os que ensinam (os professores) têm sobre este objeto (FERREIRO,1988, p.9).

Segundo a …exibir mais conteúdo…

A próxima etapa consiste numa “[...] busca difícil e muito elaborada de modos de diferenciação, que resultam ser interfigurais [...]” (FERREIRO,1988, p.24). Nessa fase a criança acrescenta novas letras, varia a quantidade de letras em cada palavra ou ainda alterna a disposição das mesmas.

Nesses dois primeiros períodos, o escrito não está regulado por diferenças ou semelhanças entre os significantes sonoros. É a atenção às propriedades sonoras do significante que marca o ingresso no terceiro grande período desta evolução. [...] (FERREIRO,1988, p.24). Juntamente com o conhecimento dos sons, as sílabas começam a fazer sentido à criança assim, segundo a autora, “inicia-se o período silábico”. Emília Ferreiro define essa etapa como:

[...] Esta hipótese silábica é da maior importância, por duas razões: permite obter um critério geral para regular as variações na quantidade de letras que devem ser escritas, e centra a atenção da criança nas variações sonoras entre as palavras. [...] (FERREIRO,1988, p.25).

É justamente essa variação sonora que produz nas crianças muitos “conflitos” ora ortográficos, ora fonéticos ou na silabação. São esses conflitos que marca um período o qual chamamos de silábico-alfabético, o qual conceitua a autora como

[...] a transição entre os esquemas prévios em via de serem abandonados e os esquemas futuros em via de serem construídos. [...] (FERREIRO,1988, p.27).

Emília Ferreiro