A iconografia e e família medieval
A indivisão patrimonial foi substituída, a partir de então, pelo direito de progenitura, quando ao filho mais velho é devida a herança ou patrimônio, aumentando a autoridade paterna e mantendo a integridade do patrimônio. Na Idade Média, o sentimento de linhagem era o único sentimento de caráter familiar conhecido. Esse sentimento de linhagem estendeu-se aos laços de sangue sem levar em conta os valores nascidos da coabitação e da intimidade que caracterizariam o sentimento de família. Uma diferença importante é de que na Idade Média não existia o princípio moderno de santificação da vida leiga (já que na Idade Média o sentimento de linhagem estava ligado à honra, solidariedade entre membros e não era um sentimento religioso). Por isso, a necessidade de uma aproximação do sentimento de família a uma devoção ou a uma religiosidade não diretamente relacionada a uma vocação religiosa. Como citou o autor, “para que uma instituição natural tão ligada à carne como a família se tornasse objeto de uma devoção, essa reabilitação leiga era necessária”. Nessa perspectiva, o sentimento de família seguiu paralelo à promoção religiosa do leigo, diferentemente do que ocorria com a vocação religiosa na Idade Média. A iconografia dos séculos XVI e XVII foi de extrema importância, pois nos permitiu verificar o surgimento