A clinica fenomenologica-existencial e a ação terapêutica numa perspectiva histórica
Elaine Pessoa1
Luciane Rocha2
Faculdade de Ciências Humanas de Olinda3
RESUMO
O presente artigo aborda aquilo que a clínica da fenomenologia e a filosofia descreve acerca do conceito de existência, aqui definida como cuidado de si, culminando em método fenomenológico, onde definimos como estudo da consciência. Observa-se também as transformações sofridas pelo método fenomenológico para a análise da existência. E por fim, a extensão da análise existencial para a psicoterapia da clínica fenomenológica. Contrastamos ainda, as descrições do processo terapêutico existencial quanto às evidências empíricas, na qual a resistência tradicional ainda é …exibir mais conteúdo…
O fenômeno é o fato em movimento, é a passagem de um fato a outro, é o fato que se transforma em instante a instante (Janet, 1865, p. 56, tradução livre).
A definição de fenômeno que se aplica à fenomenologia, isto é, ao discurso, à descrição e à interpretação é esse movimento, esse fluxo, essa passagem que vai constituir o tempo da experiência para a consciência. Além disso o processo de subjetivação individual ocorre em um ambiente cultural circunscrito, produzido pelas relações sociais dos indivíduos de uma dada sociedade, argumenta-se sobre a intercomplementariedade dos conhecimentos da Sociologia, Antropologia e Psicologia. Contudo, as culturas e as formas de relação social têm uma história. Uma história que esclarece as condições de desenvolvimento dos significados das formas de relação social, econômicas e políticas. Sendo assim, todo contexto cultural, político, social e econômico no qual se constrói a subjetividade individual, para ser compreendido em qualquer dos seus momentos, requer a sua reconstrução histórica.
O empirismo radical de David Hume (1711-1776) e o idealismo de Immanuel Kant (1724-1804) nos falam que as implicações possíveis dessas doutrinas são os solipsismos, para os quais existem apenas o eu e suas