O presente trabalho tem como objectivo o estudo do fenómeno do insucesso escolar que aflige muitos alunos portugueses e não só, pois é um problema generalizado, pelo menos ao nível dos países desenvolvidos, onde a escola massificada foi implementada.
O presente trabalho constitui o relatório final de Seminário em Geografia, tendo como objectivo o estudo do fenómeno do insucesso escolar que aflige muitos alunos portugueses e não só, pois é um problema generalizado, pelo menos ao nível dos países desenvolvidos, onde a escola massificada foi implementada.
Para tal, é necessário inserir o fenómeno do insucesso escolar no conjunto interdisciplinar que se dedica ao seu estudo, estando na encruzilhada da Psicologia Escolar, com a Sociologia da Educação, da Política Educativa, etc.
De facto, se as dificuldades na leitura constituem uma das maiores causas do insucesso escolar, este tem uma conotação mais sócio-pedagógica, dado que o aluno passa milhares de horas na escola, em grande parte o insucesso escolar identifica-se com o insucesso de toda a pessoa (aluno), dos pais e ainda dos professores e da instituição escolar e social. Trata-se de um fenómeno muito abrangente, generalizado e preocupante.
Assim, para se proceder ao estudo do insucesso será necessário que nos debrucemos sobre este fenómeno no seu conjunto, conhecendo, de forma sucinta as suas causas e consequências e as suas implicações no comportamento do aluno, por forma a, através de um estudo prático realizado no terreno, diga-se escola, podermos tirar as nossas próprias conclusões.
Muita produção científica se tem vindo a produzir nos últimos anos, principalmente devido ao agravamento da problemática do insucesso escolar em Portugal. No entanto aquilo que se escreve é por vezes contraditório e só um apurado sentido crítico consegue discernir as teses mais viáveis e com carácter de aplicabilidade. De facto foi necessária uma profunda pesquisa bibliográfica sobre esta temática para se poderem fundamentar os aspectos supracitados, de tal forma que iremos apresentar as nossas conclusões como fruto de uma colheita dos aspectos com fundamento negligenciando aqueles que estavam desprovidos de verdade, pois muito daquilo que se produziu ou já está ultrapassado e desactualizado, ou as opiniões são pouco conciliadoras.
Não deixamos de acrescentar, ainda a este respeito, que a produção cientifica no domínio do insucesso escolar é bastante recente, sendo a maioria a partir da segunda metade da década de 1970, pois anteriormente, o fenómeno do insucesso escolar não atingia as dimensões actuais, sendo considerado um fenómeno natural para o qual pouco havia a fazer, uma vez que a escola era o privilégio de poucos. Mas a partir do início da década de 1980 esta situação altera-se enormemente e, assim começa-se a estudar a sua problemática e vários autores cada vez mais vão propondo medidas de atenuar os efeitos dessa calamidade, ao mesmo tempo que apresentavam os factores explicativos.
Assim, quanto à organização do presente trabalho, além de procedermos ao devido enquadramento geográfico e institucional do estudo, começaremos por nos interrogar sobre o que é o insucesso escolar apresentando os sintomas de insucesso no aluno, identificaremos algumas causas do insucesso escolar, predizemos algumas consequências do insucesso escolar, faremos uma breve alusão ao problema nos diferentes níveis de ensino em Portugal. Não deixaremos de perspectivar actuações da escola tendo em vista lutar contra o insucesso escolar, sugerir tipos de actuações pedagógicas susceptíveis de minimizar o insucesso escolar, e ainda discutir actuações do professor passíveis de intervir no insucesso escolar, bem como da própria família, principalmente dos pais e encarregados de educação.
1 - Caracterização da freguesia de Taveiro
Taveiro é uma povoação muito antiga, pois o documento mais remoto que se conhece acerca desta freguesia é uma doação que os fâmulos de Deus, Bhata e Tranquilli, fizeram ao Convento do Lorvão no ano de 980. Doavam uma herdade que possuíam em Taveiro e de duas igrejas, sendo uma a S. Miguel e de S. Pedro na antiga vila de Tentúgal e a outra a de Santa Eulália na vila ao tempo designada por Arquânio e hoje se chama Arcos, que é a freguesia da sede do concelho de Anadia.
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