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A seguir vamos apresentar as opiniões dos inquiridos sobre os motivos impeditivos da participação nas reuniões organizadas pela escola.
As famílias, como educadores dos filhos, são implicadas na gestão da escola para acompanhar a vida escolar dos filhos. No entanto, por razões diversas nem sempre isso acontece. Na tabela a seguir podemos analisar algumas respostas mais relevantes dadas pelos inquiridos.
Tabela 8. Os motivos da fraca frequência nas reuniões
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Na sua opinião, quais são os motivos que dificultam a participação das famílias nas reuniões organizadas pela escola? |
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Envolvidos |
Pouca tradição |
Horários das reuniões não correspondem |
Falta de tempo e disponibilidade |
Falta de interesse |
Não sabem como intervir |
Total |
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Professores |
5 (7%) |
6 (8.3%) |
10 (13.8%) |
8 (11.1%) |
11(15.2%) |
40(55.5%) |
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Famílias |
3 (4.1%) |
9(12.5%) |
6 (8.3%) |
4 (5.5%) |
8 (11.1%) |
30(40%) |
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Director Int |
1(1.3%) |
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2 (2.7%) |
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Adjunta ped |
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1(1.3%) |
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Total |
9 (12.5%) |
15 (20.8%) |
16 (22.2%) |
13 (18%) |
19(26.3%) |
72 (100%) |
Fonte: autor do trabalho
Conforme os resultados apresentados na tabela 8, observamos que há uma grande discrepância entre as respostas dadas pelos professores e as famílias. Dos 72 (100%) envolvidos, 19 (26.3%) mostram que as famílias não sabem como participar da gestão da escola. Nesta resposta, o número dos professore que confirmou isso é maior em relação ao das famílias. Na mesma pergunta, 16 (22,2%), resultado das opiniões de 6 (8.3%) famílias e 10 (13.8%) professores, acham que a razão da não participação em reuniões é falta de tempo ou disponibilidade. Neste aspecto vimos que há uma divergência significativa de opinião entre os envolvidos. Na mesma ordem de ideias, 8 (11.1%) professores, 4 (5.5%) famílias e o adjunto pedagógico (1.3%), totalizando13 (18%) informantes, indicam que existe um desinteresse da parte das famílias pela vida escolar dos filhos.
Quanto às respostas relacionadas ao horário de funcionamento da escola, 9 (12.5%) famílias mostram que esta é a razão principal que impede as famílias a participar das reuniões da escola, e 6 (8.3%) professores têm a mesma opinião. Um outro elemento que os informantes sublinharam é a falta da tradição na participação da gestão da escola. Trata-se de uma opinião revelada por 9 (12.5%) informantes, dos quais, 5 (7%) professores, 3 (4.1%) famílias e o director interino (1.3%). Assim, em relação aos motivos que dificultam a contribuição da família na gestão da escola, vimos que muitos inquiridos mostram que o horário das reuniões não é produto do consenso família-escola. Isto significa que a escola não tem em conta os horários das famílias, e as famílias, além de serem educadoras e membros efectivos da comunidade escolar, têm tarefas extra-escolares, isto é, desempenham outras tarefas na sociedade, como pais de famílias, profissionais, empregados, etc, não sendo, por isso, aconselhável que as submeta a tempo inteiro no programa da escola. Aliás, deve perceber-se que a escola é um braço das famílias e não o contrário.
A escola, de forma geral, organiza as reuniões dependendo do seu critério. Neste aspecto, BARBOSA apud LIMA (1998:75) observa que "os horários destinados às reuniões de tomada de decisão são estabelecidos em função da disponibilidade dos grupos privilegiados ou daqueles com maior poder". Por outras palavras, o que é importante não é a disponibilidade das famílias, mas sim, daqueles que têm poder de decisão, que são, o director e a sua comitiva. Deste modo, a presença das famílias ou a sua ausência não muda em nada sobre a decisão a tomar, o que não acontece no caso contrário. A família não tem poder de decisão na escola na ausência do gestor.
Uma escola aberta deve adaptar os horários das reuniões tendo em conta o tempo disponível das famílias. Para isso, precisa de uma planificação dos horários em conjunto para a colaboração e combinação de tempos disponíveis e favoráveis para ambas as partes.
Numa outra perspectiva, podemos considerar que nem sempre a culpa recai à escola que não planifica as reuniões tendo em conta o tempo disponível das famílias. Acontece também que muitas famílias não se preocupam, mesmo tendo o tempo disponível, a associar-se ao programa da escola. Por isso, STERN (2007:116) observa que "as dificuldades dos pais em participar da vida da escola podem ser o resultado de suas próprias experiências negativas com as escolas em que estudaram ou nas quais seus filhos estudam". Deste modo, a questão de horários que as famílias defendem como sendo motivo da sua não-participação nas reuniões não tem muita relevância, dado que, as mesmas famílias que não têm tempo para reuniões, quando há situação que envolve o seu filho de forma particular, apresentam-se na escola. Assim, a questão do horário é uma questão a considerar com reserva. Talvez apontar naquilo que Stern observou, isto é, relacionar a sua falta de tempo com as experiências anteriormente vividas.
Um outro grupo dos inquiridos mostra que não sabem como intervir nos assuntos que se trata nas reuniões. Na nossa visão, embora o argumento "não sabe intervir" seja válido para os que a defendam, para nós, achamos que este argumento não tem sentido dado que os assuntos que se tratam nas reuniões constituem o que se vive no nosso dia-a-dia. Nas reuniões, não se tratam assuntos tipicamente científicos, a não ser que haja assuntos especiais que necessitam da presença dos peritos em determinada matéria. Assim, a questão não é de não saber como fazer, mas sim, é a falta de vontade. No entanto, pode acontecer que uma família tenha um complexo de inferioridade, sobretudo na área da formação escolar/académica, ou seja, tímido de natureza. Neste caso, pode ter receio de ficar ao lado daqueles que têm uma base académica.
Uma professora de profissão, Raquel, faz-nos ver que a dificuldade do pai para vir à escola (nas reuniões, etc.) é o excesso de trabalho e a falta de clareza sobre aquilo que ele vai fazer, como ele pode contribuir (RAQUEL apud PARO, 2011:202). Talvez nos associemos àqueles que defendem que não têm tradição de participar nas reuniões ou intervir na vida escolar dos filhos. Esta posição justifica-se, porque há muitos anos, a escola foi considerada como propriedade dos professores e ninguém mais podia se envolver nela. Assim, as famílias deixavam toda a responsabilidade às escolas e só esperavam o produto final. Mas, hoje em dia, a moeda já mudou a face: são todos que devem se envolver na educação das crianças. A autora afirma ainda que a escola tem que ser suficientemente aberta e clara com os pais para que eles saibam que podem fazer críticas e dar sugestões à vontade, sem que isto traga consequências nefastas (IBIDEM). Assim, a responsabilidade é da escola. Ela deve conscientizar as famílias a estar sempre presente na escola quando houver reuniões ou outros encontros organizados como forma de contribuir na gestão da escola.
Categoria – "Importância/vantagens da contribuição da família na gestão da escola"
Nesta categoria queríamos saber se a contribuição da família na gestão da escola é sempre positiva. Nas respostas dadas, os informantes não deixaram de referir o quão importante é a contribuição da família na gestão da escola, embora um ou outro inquirido tenha uma visão negativa sobre o aspecto.
Dos 72 (100%) informantes, 67 (93%) inquiridos opinaram que a contribuição da família é sempre positiva. Dos 5 que responderam negativamente, 2 disseram que confiar nas famílias é dar espaço para elas ingerirem-se na vida da escola onde não têm conhecimento de como funcionam as coisas. 2 outros mostraram que, se as famílias trabalharem na escola, qual será o trabalho da escola? A escola deve fazer o seu trabalho e a família fica com o seu trabalho, e que, a presença da família na escola sempre cria problemas; e um mostrou que as famílias podem fazer a sua contribuição de longe para evitar confrontos que sempre existiram entre as duas entidades quando trabalham juntas, sobretudo, quando a família quer ingerir-se na gestão financeira da escola. Na mesma ordem de ideias, PARO (2011: 213) diz que "uma outra questão importante a considerar é o risco que se corre de os pais ou familiares, ao pretenderem ajudar na escola, acabarem atrapalhando o trabalho do professor, por lhes faltar conhecimento pedagógico". Este autor quer mostrar que existem áreas em que só os professores têm direito e que as famílias não têm direito. Isso significa que as famílias não podiam se envolver na gestão da escola porque é uma área reservada.
Abordando o assunto na mesma perspectiva, MATOS (1994) observou que,
alguns docentes desconfiam das vantagens da participação das famílias na vida escolar; outros professores temem que a participação das famílias dificulte o funcionamento das escolas e ameace o seu estatuto profissional, obrigando-os a exercer funções adicionais; muitos docentes receiam que o envolvimento dos pais lhes tire poder e seja uma forma de controlo e fiscalização.
Em suma, para os 5 referenciados, a contribuição da família na escola nem sempre é positiva, dados os perigos que podem surgir neste processo de contribuição.
Quanto às opiniões dos inquiridos com visão positiva da contribuição da família, vejamos a tabela a seguir.
Tabela 9. Importância/vantagens da contribuição da família na gestão da escola
Qual é a importância ou vantagens encontram na contribuição da família na gestão da escola? |
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Envolvido |
Favorece o desempenho/sucesso escolar dos alunos |
Melhora a relação entre família e escola |
Facilita o processo de tomada de decisões |
Ajuda as famílias a conhecer a realidade escolar |
Ajuda a família a ter consciência dos seus deveres |
Total |
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Professores |
14 (19.4%) |
8(11.1%) |
9(12.5%) |
6(8.3%) |
3(4.1%) |
40(55.5%) |
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Famílias |
11(15.2%) |
7(9.7%) |
3(4.1%) |
3(4.1%) |
6(8.3%) |
30(41.6%) |
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Director Int |
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1(1.3%) |
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|
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1(1.3%) |
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Adjunto P. |
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|
1(1.3%) |
1(1.3%) |
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Total |
25(34.7%) |
16(22.2%) |
12(16.6%) |
9(12.5%) |
10(13.8%) |
72(100%) |
Fonte: autor do trabalho
Os dados recolhidos indicam que, 25 (34.7%) informantes, resultado das opiniões de 14 (19.4%) professores e 11 (15.2%) famílias, defendem que a contribuição da família na gestão da escola favorece o desempenho escolar dos alunos, ou seja, incentiva os alunos a dedicar-se muito nos estudos; 8(11.1%) professores, 7 (9.7%) famílias e o director interino (1.3%), totalizando 16 (22.2%) informantes, revelam que a contribuição da família melhora a relação entre família e escola; 9 (12.5%) professores e 3 (4.1%) famílias, totalizando 12 (16.6%) informantes, mostram que as famílias, na gestão, facilitam o processo de tomada de decisões; 9 (12.5%) informantes, resultado das opiniões de 6 (8.3%) professores e 3 (4.1%) famílias, dizem que ajudam às famílias a conhecer a realidade escolar; e 10 (13.8%) inquiridos, dos quais 3 (4.1%) professores, 6 (8.3%) famílias e o adjunto pedagógico (1.3%) advogam que as famílias na gestão da escola ajudam as famílias a ter consciência dos seus deveres parentais.
Os dados, de facto, indicam que a contribuição ou participação da família na gestão da escola é sempre importante. Segundo os inquiridos, esta participação favorece o desempenho da parte dos alunos e professores, ou seja, esta contribuição é considerada como incentivo ou motivação que impele os alunos a aumentarem ainda mais a sua dedicação ao trabalho escolar. A contribuição das famílias melhora a relação entre escola e família. Isto significa que, entre famílias e escola, cria-se um clima de amizade, de confiança e de responsabilidade partilhada; já não serão duas entidades a trabalhar de forma separada, mas sim, duas que unem esforços para alcançar os mesmos objectivos.
Na mesma perspectiva, vimos que a contribuição da família na gestão da escola melhora a maneira de proceder em termos de tomada de decisões. Neste aspecto, MONTANDON & PERRENOUD (2001: 24) advogam que a contribuição da família proporciona vantagens, pois pode melhorar a qualidade das decisões, permitir a troca e partilha de informações, para além de a confrontação aumentar a coordenação, a eficácia das decisões e a qualidade dos serviços. Deste modo, aceitar gerir a escola junto com as famílias é admitir que elas fazem parte na tomada de decisões. Assim, a tomada de decisões feita após análise da situação junto com as famílias culmina numa boa decisão, onde todos são implicados e assumem as consequências resultantes da decisão. Em outros termos, uma decisão tomada em conjunto tem peso maior do que a tomada pela escola sozinha. Por isso, a escola precisa abrir e trazer para dentro dela os vários intervenientes do processo educativo para que os interesses comuns sejam partilhados de uma forma interativa (FORMOZINHO apud IBRAIMO & MACHADO, 2014:2).
A contribuição da família ajuda também a mesma a conhecer a realidade escolar. Para conhecer a realidade da escola precisa que a pessoa esteja dentro, ou por outra, conviver, partilhar e empenhar algumas funções nela. Assim, contribuindo com ideias, opiniões, etc. ajuda a família a conhecer ainda mais a realidade da escola. É desta forma que a família pode recuperar os seus direitos fundamentais como família.
De acordo com MARQUES (2001), o envolvimento dos pais também aumenta a motivação dos alunos pelo estudo, ajuda a que os pais compreendam melhor o esforço dos professores, melhora a imagem social da escola, reforça o prestígio profissional dos professores. Afastar-se da gestão da escola, seria para a família, desconhecer os seus deveres e direitos. Assim, as famílias terão que ter consciência da sua responsabilidade e dever de se envolver na gestão da escola. Olhando para os valores, tais como apresentados na tabela, podemos afirmar que são as famílias que dão grande importância à sua contribuição na gestão, mostrando que esta contribuição favorece o sucesso escolar e melhora também as relações com a escola. Isso quer dizer que só quando as relações são melhores é que os alunos podem ter um bom aproveitamento escolar.
Categoria – "Estratégia para incentivar a família a contribuir na gestão da escola"
A contribuição da família na gestão da escola é importante, mas, nem sempre se materializa. A tabela 10, em análise neste trabalho, faz referência a estratégias que os informantes acharam importantes para incentivar as famílias a contribuírem na gestão da escola.
Tabela 10. Estratégia para incentivar a família a contribuir na gestão da escola
Que estratégia considera importantes para incentivar a contribuição da família na gestão da escola? |
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Professores |
Famílias |
Director Int. |
Adjunto P. |
Total |
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Envolver as famílias na tomada de decisões |
3 (4.1%) |
2 (2.7%) |
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5(6.9%) |
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Confiar as famílias tarefas ou responsabilidade |
10 (13.8%) |
11(15.2%) |
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1(1.3%) |
22 (30.5%) |
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Promover formação e capacitação das famílias |
16(22.2%) |
11(15.2%) |
1(1.3%) |
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28 (38.8%) |
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Promover o diálogo |
2(2.7%) |
1(1.3%) |
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3(4.1%) |
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Participar na elaboração do projecto educativo |
6(8.3%) |
4(5.5%) |
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10(13.8%) |
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Tomar parte nos órgãos da gestão da escola |
3(4.1%) |
1(1.3%) |
|
|
4(5.5%) |
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Total |
40(55.5%) |
30(41.6%) |
1(1.3%) |
1(1.3%) |
72(100%) |
Fonte: autor do trabalho
Os dados fornecidos pelos informantes apresentam uma hierarquia das prioridades em estratégias. 28 (38.8%) informantes, resultado das ideias de 16 (22.2%) professores, 11 (15.2%) famílias e o adjunto pedagógico (1.3%), consideram que uma boa estratégia seria a formação/educação e capacitação das famílias. 22 (30.5%) informantes, resultado das afirmações de 10 (13.8%) professores, 11 (15.2%) famílias e do director interino (1.3%) da escola, acham que uma boa estratégia seria confiar às famílias tarefas ou responsabilidade na escola; 10(13.8%) informantes, resultado dos pensamentos de 6 (8.3%) professores e 4 (5.5%) famílias, mostram que seria melhor incluir as famílias na elaboração do projecto educativo; 3 (4.1%) professores e 2 (2.7%) famílias, totalizando 5 (6.9%) informantes, confirmam que envolver as famílias na tomada de decisões é uma boa estratégia para incentivar as famílias a dar a sua contribuição na gestão da escola. 4(5.5%) informantes, resultado das opiniões de 3 (4.1%) professores e uma (1.3%) família, garantem que o melhor seria conceder às famílias alguns assentos nos órgãos da escola; e por fim, 3 (4.1%) inquiridos, entre os quais temos 2 (2.7%) professores e uma (1.3%) família, dizem que promover o diálogo transparente entre a família e escola seria uma boa estratégia.
Como constatamos, os agentes da educação deram as suas opiniões acerca das estratégias para atrair as famílias a participar na gestão da escola. De facto, precisa da esperteza dos gestores da escola pensar sobre o que fazer para que as famílias se envolvam muito na gestão. O que é interessante é que, os resultados fornecidos ao longo da pesquisa mostraram que muitas famílias reconhecem que não sabem como se envolver na gestão da escola. Por esta razão, vimos que nas opiniões sobre as estratégias, quase a metade dos professores e a metade das famílias questionadas, propõem que haja a educação ou capacitação para famílias de modo a adquirir experiência em matéria de envolvimento na gestão da escola.
A formação ou capacitação das famílias deve ter como principais objectivos estimular a participação das famílias no processo de ensino e aprendizagem, informar e orientar sobre o desenvolvimento intelectual e social das crianças, tentar reabilitar famílias com problemas e fomentar a aprendizagem (LIMA, 2002:125).
Contudo, esta formação não pode ser limitada às famílias apenas, mas sim, a toda a comunidade escolar: famílias, professores e gestores precisam de formação ou capacitação.
Um outro elemento tem a ver com as tarefas a confiar às famílias. Uma vez responsabilizar nalgumas tarefas a famílias, achamos que elas poderão prestar serviço com dedicação. Na mesma ordem de ideais, Rocha mostra que a participação dos pais na vida da escola é um exercício de democracia, pois, ao atribuir-lhes uma quota-parte de responsabilidade na gestão escolar, contribuem para a renovação do espaço público da educação (ROCHA, 2005:142 ). Nestas tarefas, as famílias irão entrar em contacto com a realidade da escola e assim, poderão bem ajudar, seja com os seus conselhos, seja com as suas opiniões. Portanto, responsabilizar as famílias nas tarefas seria uma boa estratégia. Um outro aspecto a considerar é que as famílias, tal como os professores, não se preocuparam muito com a sua participação nos órgãos da escola, nem na promoção do diálogo entre os pares. Isto significa que, o que é prioritário não é ser membro integrante dos conselhos, mas, sim, saber o que fazer nesse conselho. É a razão da formação das famílias.
Outras estratégias de aproximação da família na gestão da escola podem ser úteis. Assim, como cada família tem a sua realidade e cada escola vive a realidade em que está inserida, caberá a escola pensar no tipo de estratégia a usar para aproximar a todas as famílias a contribuírem na gestão da escola. Nesta perspectiva, vários estudos confirmaram que a iniciativa de aproximar as famílias na escola incumbe à escola por esta ter os modos para o fazer. No entanto, a escola pode ter a vontade de aproximar às famílias, mas se estas não tiverem vontade de responder, fica, a aproximação, sem efeito. Por isso, precisa mesmo da vontade de ambos os lados.
EPSTEIN apud LÓPEZ (2002:96) mostra que, "se pretendemos que as famílias se envolvam na vida escolar, então, as escolas devem desenvolver estratégias para comunicar efectivamente com as famílias, condição necessária para qualquer programa de envolvimento parental".
Para o autor, o envolvimento das famílias na gestão da escola exige da parte da escola a promoção das práticas ou atitudes que incentivem as famílias a se aproximarem da escola. Estas atitudes consistem no desenvolvimento das estratégias comunicativas para possibilitar as interacções entre elas. Assim, a comunicação é considerada como chave de todas as interacções. Só desta forma é que as famílias, junto com a escola, podem trabalhar.
Na opinião de Seeley, as visitas domiciliárias constituem uma forma prometedora de promover a colaboração e estabelecer parcerias duradouras entre a escola e a família (SEELEY apud REIS, 2008: 75). Seeley é da opinião que as visitas das famílias podem resolver o problema da contribuição da família na gestão escolar e reforçar os laços de parcerias. A ideia é relevante, mas, o autor não fala do tipo de escola que esta estratégia pode ser aplicada, e quem deverá disponibilizar-se em fazê-lo. Achamos que seria preferível organizar visitas, mas, tendo em conta a realidade que se vive nas escolas (existem escolas que têm mais de 3000 alunos). Nestas condições, a estratégia de visitas às famílias será de difícil implementação. Talvez criar algumas comissões de visitas que incluam as próprias famílias e coordenadas pelas equipes escolares. Esta poderá ser uma saída para este tipo de visitas.
O capítulo consagrado à apresentação, análise e interpretação dos dados forneceu-nos elementos que abriram a nossa visão sobre a contribuição da família na gestão da escola. A família tem direito e dever de contribuir na gestão da escola para acompanhar o desenvolvimento escolar dos mesmos. Tendo em conta as suas tarefas sociais, as famílias não podem permanecer a tempo pleno na escola, porém, devem dar a sua contribuição na gestão da escola a tempo plena. Isto significa que as famílias devem contribuir na gestão da escola através do conselho da escola, do conselho da turma, do conselho pedagógico, das organizações dos pais e/ou encarregados da educação, e outros conselhos ou associações que necessitam da sua presença. Portanto, a não contribuição das famílias na gestão da escola implica o insucesso do processo de ensino e aprendizagem. A contribuição das famílias pode ser feita de várias maneiras. Por isso, as modalidades de contribuição são várias para permitir que todas as famílias se envolvam na gestão da escola e contribuam de forma eficaz para maximizar o rendimento escolar dos seus filhos.
Ao término deste trabalho, é-nos permitido dizer que a contribuição da família na gestão da escola não é, para nós, um tema ou um capítulo ultrapassado e fechado. Trata-se de um tema actual e aberto para novas perspectivas, uma vez que a educação é um assunto de interesse comunitário. Na redacção deste trabalho, tivemos a consciência de que a temática da gestão escolar é exposta a várias interpretações, se consideramos o tipo de gestão escolar dominante nas instituições escolares. No entanto, foi para nós um desafio fazer uma reflexão sobre o tema.
O nosso trabalho tinha como objectivo principal, analisar os modos e as formas da contribuição da família na gestão da escola. Na base dos resultados obtidos na investigação e na análise feita, podemos concluir de maneira geral que a família contribui de forma reservada na gestão da escola dado que notou-se um desinteresse no modo de acompanhar a vida escolar dos filhos. A sua contribuição ou participação é parcial, irregular e esporádica. Nisso associamos um desequilíbrio aparente da família nos órgãos de gestão escolar. Em outras palavras, existe uma diferença significativa entre a escola e a família, quanto à sua contribuição nos órgãos da gestão presentes na escola. Assim podemos traduzir a contribuição da família na gestão da escola como uma simples formalidade, dado que as decisões que de lá saem dependem da maioria, que é o sector docente e os gestores da instituição.
Apesar da pesquisa mostrar que a família deveria contribuir de diversas formas na gestão da escola, constatamos que não há concordância entre família e escola nos assuntos relacionados com a gestão de fundos, a tomada de decisões e órgãos de gestão. Constatamos também que há uma divergência quanto às áreas de actuação. As áreas onde as famílias preferem contribuir com prioridade não correspondem àquelas em que a escola quer que as famílias dêem a sua contribuição. Portanto, tendo em conta as referências legais citadas ao longo do trabalho, vimos que as famílias, como responsáveis naturais e legais dos filhos e da sua educação, têm direito e dever de contribuir na gestão da escola para acompanhar o desenvolvimento escolar dos mesmos. No entanto, notamos que há áreas importantes da gestão da escola onde a família não tem representação. Assim, a nossa opinião é que, mesmo que existam outras áreas da gestão que não tenham o suporte legal da contribuição da família, parece-nos que é importante que ao nível da escola se pense em criar este espaço.
O estudo mostra que a contribuição da família na gestão da escola pode ser feita de várias maneiras conforme as capacidades e disponibilidade de cada um e dos espaços que a escola oferece. Por isso, as modalidades de contribuição são várias para permitir que todas as famílias se envolvam na gestão da escola e contribuam de forma eficaz para maximizar o rendimento escolar dos seus filhos. Com estas conclusões, achamos que a pergunta inicial da pesquisa encontrou a sua resposta e os objectivos previstos foram alcançados.
A contribuição da família na gestão da escola é uma necessidade e, por isso, é importante e urgente para o sucesso do processo de ensino e aprendizagem. Cientes do seu papel, as famílias manifestaram, através das respostas ao inquérito, a sua vontade de assumir esta responsabilidade. No entanto, de forma concreta, esta contribuição parece estar aquém do que se pensa, apesar das teorias explanadas na revisão da literatura mostrarem esta importância.
As famílias mostraram a sua boa vontade de dar a sua contribuição em todos os órgãos da escola, como forma de acompanhar todo o desenrolar do processo educativo. No entanto, na base de resultados obtidos, notamos que há famílias que ainda se encontram na impossibilidade ou incapazes de contribuir na gestão escolar por motivos de indisponibilidade, de pouca tradição e dos horários de trabalho que não facilita. Estes motivos levaram-nos a concluir que há uma crescente demissão das responsabilidades da família e a delegação dos seus deveres à escola, ou seja, a escola continua a assumir as tarefas que tradicionalmente pertencem à família.
A contribuição da família na gestão da escola é indirecta, porque as famílias são representadas por um grupo que faz parte de alguns órgãos de gestão. No entanto, constatamos que, apesar de a família ser representada em alguns órgãos de tomada de decisão, a sua contribuição não é total, dado que a sua representação é fraca nestes órgãos da gestão da escola.
Consideramos que a escola devia ser um espaço aberto à família e onde todos os agentes educativos deviam trabalhar juntos para a construção dum projecto em comum, que é a educação dos educandos. A escola e a família, portanto, são dois ambientes fundamentais que garantem a cultura, a educação e os valores para a vida futura da criança. Para tal, é preciso que haja um trabalho conjunto, e que a família, de forma particular, contribua na gestão da escola para potencializar o processo educativo. Portanto, é necessário que todos os intervenientes deste processo educativo proporcionem condições aos educandos para que estes tenham um percurso educativo sucedido. Assim, a família deverá ser considerada como membro efectivo da escola, tomando parte nas decisão, pois, contribuindo na gestão da escola, é uma garantia para a qualidade das decisões, a eficiência dos serviços, e para o sucesso do processo de ensino e aprendizagem.
Vimos que a família é o protagonista da educação, e que o seu papel e a sua responsabilidade são insubstituíveis. Sendo assim, é através da sua contribuição nos conselhos da escola e na associação dos pais e encarregados de educação que poderá dar o seu contributo e ajudar a escola a alcançar os seus objectivos.
Esperamos que o presente trabalho não só contribua para o enriquecimento das teorias sobre a gestão da escola ou na prática colectiva da gestão da escola, mas também que ajude as escolas, no âmbito da gestão democrática, com a contribuição da família nesta gestão, considerando os aspectos de igualdade entre escola e família na tomada de decisões.
Achamos que a nossa pesquisa tem um impacto directo e significativo sobre a realidade do quotidiano escolar, na medida em que, não pode existir uma gestão democrática da escola que não seja aberta à família e que não tenha a sua contribuição. O trabalho mostra de forma concreta como é que a escola, no âmbito democrático, deve funcionar e como deve incentivar a família a contribuir na gestão. O trabalho tem também um impacto positivo sobre a vida dos agentes educativos, nos alunos, assim como na sociedade em geral, porque cada parte descobre o seu papel, as suas responsabilidades e a sua importância nesta nobre missão de educar.
Em última análise, consideramos que este trabalho pode ajudar a escola a olhar com objectividade a contribuição da família, afastando, desta forma, as antigas práticas que se limitavam a transmitir conhecimento aos educandos sem associar a sua família.
Optar pela política da gestão participativa é aceitar que haja sucesso no processo de ensino e aprendizagem. A gestão participativa estimula todos a se envolverem nas actividades da escola e, entretanto, diminua a possibilidade de conflitos entre escola e família. Nesta forma de trabalhar, os integrantes consideram-se membros da comunidade escolar e responsável pela educação dos filhos, e cria também o espírito de equipa entre os membros das duas entidades. Portanto, a contribuição da família na gestão da escola é um modelo de gestão favorável para nossa sociedade.
Admitimos que, além de ter a vontade de contribuir na gestão escolar, a família precisa de uma formação permanente para conhecer os seus direitos e deveres como representante dos educandos. Assim, considerando a preocupação da família e o seu desejo de contribuir na gestão da escola, vimos a necessidade da formação através da "escola de pais" ou "escola de famílias", como forma de dar satisfação à sua preocupação e habilitar todas as famílias a contribuírem na gestão escolar.
Proposta de acção para dinamizar a contribuição da família na gestão da escola
1. A criação da "escola de famílias" ou "escola de pais"
Tendo em conta as constatações feitas e a necessidade que se faz sentir na EPC 1º de Maio, e, cientes de que a realidade da EPC 1º de Maio pode ser idêntica a outras escolas, propomos a existência duma "escola de famílias" ou "escola de pais", uma estratégia já iniciada por Prado, como forma de capacitar a família a contribuir na gestão da escola. Esta escola será um espaço onde as famílias e educadores podem fazer a actualização da situação da escola e a reciclagem de conhecimentos que se pretendem para colaborar com os pais na tarefa educativa (PRADO apud REIS, 2008:78) .
A criação de uma "escola de famílias" ou "escola de pais" deverá ser organizada tendo em conta a disponibilidade e o tempo que as famílias têm, de modo que um grande número de famílias participe nos encontros que serão organizados pela comissão da escola de famílias.
A "escola de famílias" ou "escola de pais" consistirá em organizar sessões de palestras de formação com vários temas para despertar a atenção das famílias em aspectos relacionados com a responsabilidade da família na educação dos filhos, sobretudo da gestão partilhada da instituição escolar, da gestão do espaço, do acompanhamento dos filhos em casa, do comportamento, do abandono escolar, da relação família-escola, da saúde e alimentação infantil, etc.
As sessões poderão ser organizadas mensal ou trimestralmente, isto é, pelo menos três vezes por ano no final de cada trimestre (1º, 2º, 3º) com temas bem específicos. Os palestrantes serão escolhidos dentre os membros da comissão que será constituída para esta tarefa. Assim, poderão ser os professores ou famílias que serão escalados para a sessão.
Na nossa perspectiva, achamos que a "escola de famílias" ou "de pais" seja aberta a todos os agentes de educação, isto é, à comunidade, incluído os pais e/ou encarregados da educação desta escola, e outras famílias cujas crianças estudam noutros escolas, e também, os professores e todos os funcionários da escola poderão participar. Portanto, esta escola deverá ser muito abrangente e aberta para todos.
Acreditamos que a criação de "escola de famílias" ou "escola de pais" tenha impactos positivos sobre a gestão da escola, e que, a sua implementação ajude as famílias a reencontrar o verdadeiro e justo significado de si próprio como educadoras e pais, e leve as famílias a assumirem responsabilidade pela sua paternidade. Como já fizemos referência, as famílias podem não contribuir na gestão da escola por falta da informação. Com a criação da "escola de famílias" ou "escola de pais" temos a certeza de que terão informação suficiente para desempenhar o seu papel educador. Assim, irão assumir o seu direito e dever de acompanhar a vida escolar dos filhos.
Propomos também que a escola
2. Crie condições de modo que as famílias estejam representadas em todos os órgãos existentes na escola (Conselho da Escola, Conselho de Turma, Conselho Pedagógico) e noutras comissões tais como a comissão de assuntos financeiros, a comissão de planificação de actividades, a comissão para organização do currículo, etc.
3. Envolva a família nas actividades desenvolvidas na escola e responsabilize-a com algumas tarefas;
4. Diversifique as modalidades de contribuição na gestão da escola, tendo em conta as habilidades e/ou aptidões das famílias.
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Legislação
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________, Boletim da República: Decreto-Lei que aprova a Lei do Sistema Nacional de Educação e define os princípios fundamentais na sua aplicação. In Boletim da República, 4/83 de 23 de Maio de 1983
Questionário dirigido aos professores
Na sequência de um estudo para a dissertação final de mestrado em educação, com o tema: a contribuição da família na gestão da escola, importa auscultar os professores, de modo a compreender melhor esta contribuição dado que são eles que vivem nesta realidade no seu dia-a-dia. É neste âmbito que solicitamos a sua colaboração.
1. O (a) senhor (a) faz parte duma das associações da escola e/ou dos conselhos da escola?_____________________________________________
2. Existe alguma associação de pais e encarregados de educação na escola?
Sim _______
Não_______
O (a) senhor (a) tem participado nas reuniões organizadas pela associação? ____________________________________________
3. As famílias têm contribuído na gestão da escola?
Sim_____
Não____
Se sim, de que forma é feita esta contribuição ? quais são as modalidades ? _______________________________________________________
4. Em que actividades da escola devem as famílias participar?____________________________________________________________________
5. De que modo a escola favorece a contribuição da família na gestão escola?_____________________________________________
6. O (a) senhor (a) já participou nas reuniões de elaboração do projecto educativo e regulamento interno da escola?
Sim_______
Não_______
7. Quantas vezes por ano participaram nas reuniões para elaboração do projecto educativo?
1 a 2_________ 3 a 5_________ Mais de 5________
8. De que modo as famílias participam nos conselhos da escola ?
9. Qual é a importância/vantagens encontram na contribuição da família na gestão da escola?
10. Na sua opinião, quais os motivos que dificultam a participação da família na gestão da escola? (pode escolher 3 respostas)
Pouca tradição participativa |
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Horários das actividades/reuniões |
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Falta de tempo e disponibilidade |
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Falta de interesse pela vida escolar dos filhos/educandos |
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Não sabem como participar |
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11. Que estratégias consideram importantes para incentivar a contribuição da família na gestão da escola? (pode escolher 3 respostas)
Envolver a família na tomada de decisões. |
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Confiar-lhe certas tarefas e/ou responsabilidades |
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Promover formação e capacitação das famílias |
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Promover diálogo |
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Que participam na elaboração e implementação do projecto educativo |
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Tomar parte nos órgãos da gestão da escola |
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Outras.
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12. Na sua opinião, considera que a participação dos pais na elaboração do projecto educativo e/ou regulamento interno é sempre positiva? Ou não?
Muito obrigado pela sua colaboração!
Questionário dirigido ao Director e Adjunto Pedagógico
Na sequência de um estudo para a dissertação final de mestrado em educação, com o tema: a contribuição da família na gestão da escola, importa auscultar ao Director e Adjunto Pedagógico, de modo a compreender melhor esta contribuição dado que são eles que vivem nesta realidade no seu dia-a-dia. É neste âmbito que solicitamos a sua colaboração.
1. Na condição de director da escola ou adjunto pedagógico considera que a família pode contribuir eficazmente nas diferentes áreas da gestão da escola?
Sim
Não
2. Se sim, em que áreas a familiar pode contribuir eficazmente? Existe alguma associação de pais e encarregados da educação na escola?
Sim _______
Não_______
3. O senhor tem participado nas reuniões organizadas pela associação ? ?____________________________________________ Existem algumas actividades contempladas no projecto educativo que digam respeito à participação da família na gestão da escola?
Sim _______
Não _______
Se sim, quais são? __________________________________________________________
4. O (a) senhor (a) já participou nas reuniões de elaboração do projecto educativo e regulamento interno da escola?
Sim_______
Não_______
5. Quantas vezes por ano participaram nas reuniões convocadas pela escola?
1 a 2_________ 3 a 5_________ Mais de 5________
6. As famílias têm participado na gestão da escola?
Sim_____
Não____
Se sim, de que forma é feita esta participação? Quais são as modalidades? De que modo as famílias participam nos conselhos da escola? Em que actividades da escola devem as famílias participar?____________________________________________________________________ Que vantagens ou desvantagens encontra na participação dos pais na gestão da escola? Na sua opinião, considera que a participação dos pais é sempre positiva? Ou não ? Porque?_____________________________________________
7. Na sua opinião, quais os motivos que dificultam a participação da família na gestão da escola? (pode escolher 3 respostas)
Pouca tradição participativa |
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Horários das actividades/reuniões |
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Falta de confiança nos professores |
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Falta de interesse pela vida escolar dos filhos/educandos |
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Não sabem como participar |
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8. A participação da família nos conselhos da escola oferece uma dinâmica à escola? Qual é a tua opinião?__________________________________________________
9. Que estratégias consideram importantes para incentivar a contribuição da família na gestão da escola? (pode escolher 3 respostas)
Envolver a família na tomada de decisões. |
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Confiar-lhe certas tarefas e/ou responsabilidades |
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Promover formação e capacitação das famílias |
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Promover diálogo |
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Que participam na elaboração e implementação do projecto educativo |
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Tomar parte nos órgãos da gestão da escola |
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Outras.
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Muito obrigado pela sua colaboração!
Guião de Entrevista às famílias
Na sequência de um estudo para a dissertação final de mestrado em educação, com o tema: a contribuição da família na gestão da escola, importa auscultar as famílias, de modo a compreender melhor esta contribuição dado que são elas que vivem nesta realidade no seu dia-a-dia. É neste âmbito que solicitamos a sua colaboração.
1. As famílias têm contribuído na gestão da escola?
Sim_____
Não____
Se sim, de que forma é feita esta contribuição? Como considera a participação da família? é sempre positiva? Ou não? Porque?_____________________________________________ Em que actividades da escola devem as famílias participar?____________________________________________________________________ Existe alguma associação dos pais na escola do teu filho? O (a) senhor (a) tem participado nas reuniões organizadas pela associação? O (a) senhor (a) faz parte duma das associações da escola? Ou dos conselhos da escola? Se sim, qual?_______________________________________________ O (a) senhor já participou nas reuniões da elaboração do projecto educativo?
Sim_________
Não ________
2. Se ainda não participou. Quais são os motivos?
3. O (a) senhor (a) participa nos órgãos da gestão da escola?
4. Que estratégias consideram importantes para incentivar a contribuição da família na gestão da escola?
Envolver a família na tomada de decisões. |
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Confiar à família certas tarefas e/ou responsabilidades |
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Promover formação e capacitação das famílias |
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Promover diálogo |
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Que participam na elaboração e implementação do projecto educativo |
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Tomar parte nos órgãos da gestão da escola |
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Outras.
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Muito obrigado pela sua colaboração!
LISTA DE ABREVIATURAS
ADE – Apoio Directo às Escolas
APEE – Associação de Pais e Encarregados da Educação
CE – Conselho da Escola
CP – Conselho Pedagógico
CR –Constituição da República
CT – Conselho de Turma
EPC – Escola Primária Completa
EP1 – Escola Primária do primeiro grau
MACE – Manual de Apoio ao Conselho da Escola Primária
MEC – Ministério da Educação e Cultura
MINED – Ministério da Educação
MINEDH – Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano
PE – Projecto Educativo
PEA – Processo de Ensino e Aprendizagem
PEE – Plano Estratégico da Educação
RGEB – Regulamento Geral do Ensino Básico
SNE – Sistema Nacional de Educação
UP – Universidade Pedagógica
DEDICATÓRIA
À memória do meu pai,
À minha mãe, meus irmãos e meus familiares
AGRADECIMENTOS
A Deus,
À minha família religiosa pelo apoio prestado e aos amigos,
À minha supervisora, Prof. Dra. Crisalita Djeco Funes que me orientou com sabedoria, exigência e amizade,
À Escola Primária Completa 1º de Maio de Inhambane que me acolheu e mostrou a sua disponibilidade em fornecer dados para tornar possível este trabalho.
O meu muito obrigado meus irmãos.
Autor:
Cléophas Mudita Ilunga
freicleo[arroba]gmail.com
Mestrado em Educação/Administração e Gestão Escolar
Dissertação de Mestrado apresentado ao Departamento de Ciências de Educação e Psicologia, Delegação de Maxixe, para obtenção do grau académico de Mestrado em Educação com especialização em Administração e Gestão Escolar
Supervisora
Prof. Dra. Crisalita Djeco Funes
Universidade Pedagógica
Maxixe
2016
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