Enviado por Cristiane do Prado
A pesquisa busca verificar a existência ou não de coerência entre foto e texto (matéria jornalística) nos jornais Diário Catarinense e Sul Brasil. Para isso, foram realizadas análises de conteúdo entre foto e texto nos dois jornais. Além disso, entrevistou-se alguns leitores desses veículos para conhecer a opinião deles sobre o tema central desta pesquisa. A finalidade foi saber e compreender cada informação adquirida e constatada, procurou-se relacionar e interpretar teoricamente e empiricamente os dados coletados.
Palavras-chave: Coerência, fotografia e texto.
A fotografia por seu caráter polissêmico, especialmente dentro do jornalismo impresso, precisa do texto verbal para lhe dar suporte, caso contrário a foto jornalística se tornaria ambígua e cheia de significações. O que restringe as diferentes leituras do texto visual pelo leitor é o texto verbal através do título, da legenda e da própria reportagem de um determinado acontecimento. A fotografia, dentro deste contexto, retrata o "real" o que, de acordo com Barthes (1985, p.135), é "um certificado de presença", ou seja, o jornal, o fotógrafo, o repórter estiveram ali trazendo ao público o fato tal qual aconteceu.
Para Bahia (apud Bresson 1990, p.127) a reportagem fotográfica consiste em conseguir captar em uma só imagem o essencial da cena. É a sua finalidade principal, "[...] a narrativa visual encontra no jornalismo o lugar mais favorável para expressar toda sua significação. A reportagem fotográfica expõe os aspectos de um problema, fixa um fato, recolhe impressões".
Além disso, uma "boa" fotografia de imprensa, diferentemente das outras fotos, deve conter elementos que permitam reconhecer nela e através dela, as informações presentes na reportagem, com técnica, arte e informação jornalística, levando o leitor/receptor a perceber a ligação entre a foto e o texto.
Com base neste raciocínio, pesquisou-se através da análise de dois jornais impressos, o jornal Diário Catarinense, de circulação estadual, e do jornal Sul Brasil, de circulação local, como ocorre a relação foto/texto e se existe coerência entre estes dois recursos em ambos os jornais.
Para a comprovação desse objetivo julgou-se necessário trabalhar o referencial teórico com os autores que tratam do tema. Tratou-se sobre a fotografia, história do fotojornalismo, profissional de imprensa, recursos jornalísticos, informatização, coerência entre foto e texto no jornal impresso, recepção, espaço ocupado no jornal e análise e interpretação dos dados.
Além da pesquisa bibliográfica, buscou-se através de entrevistas com os receptores, de ambos os jornais, conhecer a receptividade do leitor perante o conteúdo jornalístico e se ele percebe e analisa a existência ou não de coerência entre foto/texto no jornal impresso.
Foi realizada também uma análise de conteúdo e quantitativa nos jornais Diário Catarinense (páginas 05) e Sul Brasil (páginas 03) para verificar a existência ou não de coerência entre foto e texto.
Já como informações complementares, pesquisou-se o espaço destinado para os recursos: foto, texto, charge, infográfico e publicidade numa página inteira do jornal, em todas as páginas ímpares, de ambos os jornais pesquisados. Além disso, procurou-se conhecer qual o maior espaço ocupado entre foto e texto numa reportagem/notícia. Esses dados complementares resultaram numa análise quantitativa.
A finalidade desta pesquisa foi estudar a existência ou não de coerência entre foto/texto no jornal impresso. Como objeto de estudo, foram usados os jornais Diário Catarinense, com 745 assinantes em Chapecó e o Sul Brasil, com 5.100 assinantes nessa mesma cidade.
A escolha destes veículos partiu da necessidade em ter um trabalho sobre o tema, tanto em um jornal local, quanto em um estadual. Estes jornais foram selecionados por terem realidades diferentes (econômica e estruturalmente) porém com um público leitor em comum. Para fundamentar o trabalho, buscou-se o embasamento bibliográfico, documental e de campo.
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