a querela dos universais

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A QUERELA DOS UNIVERSAIS
A querela dos universais ou disputa dos universais diz respeito a uma disputa sobre o status ontológico dos universais, que começou no século XI e esteve presente em toda a filosofia medieval. Essa querela teve início com um trecho da Isagoge, o único livro remanescente das obrasde Porfírio.
Porfírio (c232 – c305) foi um filósofo neoplatônico, editor das obras de Plotino. Sua obra Isagoge foi a única remanescente na modernidade. Nela, Porfírio pretende fazer uma introdução às Categorias de Aristóteles e, para isso, descreve cinco princípios filosóficos que apresentam umasubordinação lógica que parte dos mais gerais para os menos extensos. São eles: género, espécie, diferença, próprio e acidente. É digno de nota
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Contudo, a posição própria de Boecio, como um neoplatônico, é bem diferente. Suas respostassão as seguintes: 1) Os universais não são apenas concepções da mente, mas também realidadessubsistentes; 2) Como realidades, são incorpóreos, pois não têm matéria, nem existem em trêsdimensões; 3) Como incorpóreos, não subsistem nos corpos individuais, com exceção da mentedivina.
A concepção aristotélica de Boecio dominou o pensamento filosófico até os séculos XI a XII. Noséculo XI, surge a figura de Roscelino (1053 a 1123), que inaugura a primeira fase da querela dosuniversais.
O pensamento de Roscelino não é conhecido senão por uma carta escrita a Abelardo eatravés da menção de seus adversários, especialmente Anselmo, Abelardo e João de Salisbúria. Eledefende uma tese chamada vocalismo (um nominalismo em sua forma mais extrema, segundoAbbagnano), ou seja, que apenas objetos individuais existem e que as substâncias universais não passam de um sopro de voz (flatus vocis).
Opondo-se ao nominalismo de Roscelino, surge o pensamento de Guilherme de Champeaux(1070 a 1121). A principal fonte de sua doutrina é a polêmica travada com Abelardo. ParaGuilherme, o universal tem uma realidade substancial, que se encontra inteiramente nos indivíduos,que se multiplicam e diferem entre si pelos acidentes.
Essa concepção foi duramente criticada por Abelardo, que se

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