Resenha do livro descasos
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
THAYSE GONÇALVES MEDEIROS
“DESCASOS”
Palhoça
2011
A obra de Alexandra Lebelson Szafir consegue ser reveladora e comovente. Como o próprio título indica, as histórias tratam justamente dos descasos com aqueles menos favorecidos que, de alguma forma, vinculam-se ao sistema penal. Os quais não possuem condições financeiras de contratar um advogado, para defendê-los e fiscalizar a lei, e dependem de um defensor público/dativo. O que pode demorar dias ou meses para ocorrer, aumentando a angústia de quem se vê envolvido nessa situação. Ainda que saibamos que o sistema penitenciário possui irregularidades, ter conhecimento dos …exibir mais conteúdo…
Pode-se notar que ela sempre apreciou advogar e se preocupou em defender os menos favorecidos, e mesmo com essa doença, não desistiu da vida. Ao invés disso, escreveu essa obra e pôde transmitir seu conhecimento, dedicação e força de vontade a todos que a leram, ou até mesmo, àqueles que contaram sua história como um exemplo a ser seguido. “Descasos” possui vários fatos interessantes e não foi nada fácil escolher apenas um deles para elaborar uma resenha crítica. Entretanto, optei por escrever sobre o caso “Bandidos e homens de bem”. O caso trata de um juiz que ao interrogar um réu, acusado de furto, aproveita-se do seu cargo para humilhá-lo com base em uma “pesquisa científica”. O termo utilizado serviu para iludir o réu e deixá-lo sem contra argumentação, visto que era um senhor humilde e não possuía o conhecimento jurídico necessário para perceber que a afirmação era equivocada. O magistrado comparou a união estável do réu a tal “pesquisa”, afirmando que a maior parte dos bandidos são amasiados, e sendo assim, levaria isso em conta ao julgar o acusado. Além de utilizar-se de uma pesquisa provavelmente fictícia, o juiz ignorou a Constituição Federal, pois a união estável, de mais de vinte anos no caso do réu, é equiparada ao casamento. O magistrado é o responsável: pela aplicação da lei, levando em conta o bom senso; pela distribuição da justiça, ou seja, determina o futuro das pessoas