Pensando a revolução cubana
Rouquié ratifica essa perspectiva ao
apontar que a mudança consistiu tão somente na substituição de uma intervenção direta por uma indireta, pois as constabularies2 eram forças policiais que, ao serem treinadas, armadas e vestidas pelos Estados Unidos, eram mais fiéis a estes do que aos diversos e diferentes grupamentos nacionais (1985, p.147). Pode-se entender que essa ausência de mudanças mais profundas decorria da permanência de um mind set3 como elemento norteador da política externa dos Estados Unidos em relação ao mundo americano abaixo do Rio Grande. Ou seja, uma estrutura mental marcada pela “crença na inferioridade latino-americana” como “núcleo essencial da política dos Estados Unidos em relação à América Latina” e que orientava, em grande medida, a forma de agir deste país (SCHOULTZ, 1999, p.13). Considera-se o assalto ao quartel de Moncada (1953) como marco inicial do processo revolucionário cubano. Momento no qual a sociedade cubana ainda não estava de todo mobilizada em torno da derrubada de um velho e conhecido ditador – Fulgêncio Batista. O ataque a um dos principais arsenais de armas do Exército cubano acabou fracassando. Boa parte dos participantes,