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O discurso religioso como instrumento de manipulação
Benedita de Cássia Durigan Piascitelli
Pesquisadora
Profª Drª Vanda Bartalini Baruffaldi
Orientadora

RESUMO
A linguagem é o instrumento graças ao qual o homem modela seu pensamento, sentimentos, emoções, esforços, vontade e atos, ou seja, é o instrumento por meio do qual ele influencia e é influenciado. Levando em conta que a língua, enquanto discurso, faz parte do contexto social que constitui o homem e sua história e, ainda, que o discurso tem sido sempre utilizado por líderes dos segmentos religiosos como instrumento de manipulação do comportamento humano, este trabalho pretende destacar os recursos linguísticos responsáveis pelo processo de persuasão do outro …exibir mais conteúdo…

Não encontramos o tipo polêmico no discurso religioso, haja vista não ser permitido ao ouvinte estabelecer diálogo com o sujeito do discurso nesse universo linguístico. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Após a revolução linguística provocada por Saussure, com sua dicotomia língua e fala, e a exclusão da fala do campo dos estudos linguísticos, Bakhtin formulou suas ideias sobre enunciação, situando a fala como um componente necessário para a compreensão de qualquer ato de comunicação verbal
(BRANDÃO, 1995). Segundo ele, em cada enunciação encontra-se um processo de interação verbal em que o interlocutor deixa de ser um elemento passivo na constituição do significado e o signo passa a ter outra concepção, deixando o

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aspecto sincrônico abstrato e passando a ser um signo dialético, dinâmico. A linguagem deve então ser encarada como o lugar em que a ideologia se manifesta.
Os estudiosos passam a buscar um significado da linguagem na instância do discurso, o que possibilita a articulação do linguístico com o extralinguístico, ou seja, dos processos ideológicos, da produção social. A linguagem é estudada em suas condições de produção, dando início à análise do discurso.
Nos anos 50 constituem-se duas posturas teóricas de análise de discurso: a americana, por Harris, que é entendida como extensão da linguística, e a europeia, com os trabalhos de Jakobson e Benveniste sobre a enunciação,