Metalinguagem
Maria Miranda Lopes*
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo descrever e analisar o uso da metalinguagem em Memórias Póstumas de Brás Cubas (1999) de Machado Assis, com o intuito de determinar a importância desse recurso na obra. Ou seja, analisar a metalinguagem como um mecanismo de produção de sentido na narrativa, revelando, por meio dela, as relações do narrador com o ato da escrita e com o leitor.
INTRODUÇÃO
A obra Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, foi publicada em 1881. O romance é narrado por Brás Cubas, que, após a morte, escreve suas memórias e conta a sua vida vazia, não tendo alcançado a fama e o poder que almejava, não formando uma família, enfim, contando suas não realizações. Brás Cubas relembra sua vida desde o nascimento até a sua morte e, paralelamente às suas lembranças, o leitor acompanha o processo de criação da sua obra memorial. Temos, então, uma narrativa que fala da sua própria produção, e isso se dá através do recurso metalinguístico. Metalinguagem, em seu sentido mais amplo, é a linguagem empregada para falar de si mesma. Importa, para essa análise, a metalinguagem em um sentido mais restrito, aquela presente em textos literários. O objetivo desse trabalho é descrever e analisar o uso da metalinguagem em Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), com o intuito de determinar a importância desse recurso na obra, o que significa analisar a metalinguagem