Comunicação humana
Diana Luz Pessoa de Barros
Quando um rio corta, corta-se de vez o discurso-rio de água que ele fazia; cortado, a água se quebra em pedaços, em poços de água, em água paralítica.
Em situação de poço, a água equivale a uma palavra em situação dicionária; isolada, estanque no poço dela mesma, e porque assim estanque, estancada; e mais: porque assim estancada, muda, e muda porque com nenhuma comunica, porque cortou-se a sintaxe desse rio, o fio de água por que ele discorria. O curso de um rio, seu discurso-rio, chega raramente a se reatar de vez; um rio precisa de muito fio de água para refazer o fio antigo que o fez.
Salvo a grandiloqüência de uma cheia lhe impondo interina outra linguagem, um rio …exibir mais conteúdo…
Antes da transmissão da mensagem situam-se as operações de codificação, com as quais se constrói a mensagem, e entre a recepção e o destino, as operações de decodificação, que permitem reconhecer e identificar os elementos constitutivos da
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mensagem. Os ruídos intervêm durante todo o percurso da informação e fazem diminuir a eficiência da comunicação. Ruídos são os diferentes elementos que interferem na comunicação. Podem ser físicos - barulhos, ruídos, problemas no canal de comunicação etc. -, psicológicos - desatenção, desinteresse - ou culturais - problemas de código ou de subcódigo, falta de conhecimentos ou de crenças em comum etc. Em outras palavras, nesse quadro teórico, a comunicação, se simplificarmos bastante, é entendida como transferência de mensagens, como a transmissão, de um emissor a um receptor, das mensagens organizadas segundo um código e transformadas em seqüências de sinais. Uma das preocupações desse modelo é, portanto, a de melhorar a transmissão dessa mensagem-sinal, dessa mensagem pensada principalmente no plano dos significantes (de sua expressão sensorial). Se pensarmos, porém, na comunicação entre seres humanos, mais especificamente na comunicação verbal, oral ou escrita, seremos obrigados a reconhecer que a
comunicação