Explorações geográficas
GEOGRAFIA FIN-DE-SIÈCLE: O DISCURSO SOBRE A ORDEM ESPACIAL DO MUNDO E O FIM DAS ILUSÕES – PAULO CESAR DA COSTA GOMES. O FIM DAS ILUSÕES: A primeira grande ilusão perdida a ser assinalada é a da ciência de síntese. Os grandes pensadores dessa época preocupavam-se então em encontrar grandes matrizes que guiariam toda a reflexão, capazes de explicar o todo e a parte, o detalhe e o global, indo do simples ao complexo. As idéias primordiais que presidiam a ciência dessa época eram, pois, as de acumulação, de integração e de progresso contínuo. Este foi o momento em que …exibir mais conteúdo…
Interessante perceber é que os limites da diferenciação não são ai discutido, a unidade regional é um fato. A Geografia passa a se interessar pelo concreto e, emerge também deste processo a aversão à teoria. A Geografia é a ciência do empírico, e o geógrafo é um inventariante do visível. Descrever basta e descrever somente aquilo que aparece este kantismo empobrecido foram à base de uma geografia que nutria outra grande ilusão, a da forma como material explicativo em si mesmo. A Geografia enquanto ciência, só pode pensar os fenômenos que ocorrem no espaço utilizando-se de conceitos. A Geografia produzida a partir desta posição procurou dar um estatuto de verdade à simples constatação das diferenças morfológicas. Nesta constatação, nenhuma relativização era admitida, o real era aquilo que se apresenta. As “formas” são em grande parte produtos de nossa percepção histórica e social e dependem também dos instrumentos epistemológicos desenvolvidos para identificarmos. A Geografia se aproxima do senso comum, na medida em que nada mais a interessa senão o inventário descritivo. A ciência, nesse sentido, era vista como simples esforço de classificação. Esta “razão” classificatória, na Geografia, foi veículo para transformar as formas espaciais visíveis em um objeto de conhecimento em si mesmo. Tendo duas perspectivas: 1) Descrição minuciosa e exaustiva do único, do singular. A Geografia procurava se