Debate teórico dos novos movimentos sociais
1. O debate europeu dos Novos Movimentos Sociais
Três foram as principais vertentes teóricas que permeavam o campo de reflexões sobre os “NMS”: a) uma primeira teoria, conhecida como “acionalista”, cujas abordagens enfatizam os novos movimentos sociais organizados em torno das questões da esfera da reprodução, como as da cultura e da identidade, em detrimento da ênfase nas relações de produção e da configuração das classes sócias; b) uma segunda vertente, pós-moderna, que inspirada e influenciada na teoria acionalista, desenvolveu-se no contexto da hegemonia neoliberal, do pensamento único, renunciado à perspectiva de totalidade, da luta de classes e da revolução; c) uma terceira, baseada na tradição marxista, com ênfase nas estruturas econômicas, nas classes sociais e nos conflitos sociais. 2.1 O debate dos “NMS”: a teoria acionalista
As análises “acionalistas” têm como referência emblemática o “Maio francês”: as lutas e revoltas de estudantes e outros grupos sociais, organizadas e desenvolvidas por fora e com independência do Estado, de sindicatos e de partidos políticos. As manifestações, sem identidade aparente de classe, e sem apoio tanto do PCF e reprimidas pelo governo, constituíram referência singular, teórica, ideológica, e política dos pensadores “acionalistas”.
Os “acionalistas” rejeitavam e se distanciava tanto dos processos vinculados ao bloco capitalista quanto dos identificados ao bloco