Corpo, biologia e educação física
1935 palavras
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Os temas vida e natureza vêm sendo discutidos por teorias denominadas vitalismo e mecanicismo. Para a primeira teoria, os organismos vivos estão realmente vivos, animados, porém ela restringe a vida aos organismos biológicos, deixando o restante da natureza aos cuidados da física mecanicista. Já a segunda considera os organismos máquinas, governadas pelas leis gerais da natureza, referindo-se aos processos físico-químicos. Na tentativa de ultrapassar a controvérsia vitalismo-mecanicismo, surge na segunda metade do século xx abordagem sistêmica. Nessa nova versão da biologia, a natureza é novamente considerada viva, e passa-se a compreender que organismo e ambiente coexistem, transformando as concepções que acreditavam que os genes eram os únicos responsáveis pela formação do ser vivo. O conceito de vida que os biólogos Humberto Maturana e Francisco Varela propõem é um processo denominado autopoiese. Um organismo vivo, ou seja, autopoiético, é capaz de produzir as partes que o constitui, mantendo-as em ordem operacional por meio de renovação constante. Trabalhando com regras próprias, cria uma fronteira que, além de separá-lo do ambiente, permite troca de materiais com o meio circundante (Sahtouris, 1998). A teoria da autopoiese, capaz de proporcionar o estudo dos seres vivos com base em suas relações com o entomo, propõe o entrelaçamento entre as ações biológicas e os fenômenos sociais. A existência de cada organismo