Casos antiéticos
CONSEQÜÊNCIAS FÍSICAS
A ex-bancária carioca Viviane Silva Barros afirma que as constantes humilhações no trabalho fizeram com que engordasse 40 quilos
O assédio “descendente” (do superior hierárquico para baixo) é o mais comum, embora haja outros tipos – o que vem dos colegas, chamado “horizontal”, ou o isolamento de um chefe por seus subordinados. As vítimas também têm um perfil-padrão: mulheres são maioria, seguidas dos homossexuais. “Pessoas com doenças crônicas ou deficiências físicas também são alvo fácil, assim como funcionários acima do peso”, diz o advogado paulistano Luiz Carlos Moro, que tem se especializado em ações desse tipo, em especial entre funcionários públicos, de onde vem mais da metade dos casos. “A pressão é maior porque, ao contrário da iniciativa privada, não há como demitir”.
Cada caso é único, mas há características comuns à maioria. O começo tem ares de brincadeira. É o tempo das pequenas ironias e olhares sarcásticos. Possíveis reações são respondidas pelo agressor com o tradicional “era só uma brincadeira”. A vítima até se pergunta: será que eu não tenho senso de humor? A seguir, vem o isolamento. Não se retribuem cumprimentos, não há tempo para dar atenção àquele funcionário, não há espaço para ele nas reuniões e decisões. “A vítima se vê apequenada e questiona sua competência”, diz a médica Margarida Barreto, especialista no assunto e autora da tese de mestrado Uma Jornada de Humilhações, realizada nos anos 90, na Pontifícia
SÃO