Aids no contexto hospitalar

4125 palavras 17 páginas
CienteFico. Ano IV, v. I, Salvador, janeiro-junho 2004

Aids no contexto hospitalar: Manejo Psicológico
Ana Paula Barreiros e Italany A. da Silva Barbosa1

Resumo
Nos últimos anos, a humanidade, cercada pela incredulidade, pelo medo, num misto de atitudes e comportamentos que revelam os mais variados preconceitos, vem convivendo cada vez mais com casos ligados à AIDS. Muitos ainda se surpreendem com a existência de uma doença infecto-contagiosa fatal num momento em que a civilização dispõe de remédios modernos e eficazes, vacinas, exames e cirurgias complexas. Durante muito tempo estas idéias cercaram a doença e o imaginário da população. Porém, somente agora é que se vem falando mais abertamente sobre trabalhos e pesquisas com
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Considera-se hoje comportamento de risco, ao invés de grupo de risco, designando pessoas cujos hábitos ou necessidades as expõem a maior risco de entrar em contato com o vírus.
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), desde o ano 2000, a incidência da AIDS vem crescendo principalmente na transmissão heterossexual, sendo que o número de mulheres infectadas aumentou significadamente. Em homens, homossexuais e bissexuais os casos, desde 1992, estabilizaram-se; já em receptores de transfusão de sangue, o número de casos novos está em declínio, porque as estratégias usadas para detecção de sangue contaminado estão mais avançadas, principalmente em países desenvolvidos.
A AIDS, por estar vinculada à idéia de morte e a comportamento de risco, como o uso de drogas injetáveis e o sexo inseguro, desencadeia na sociedade medo, discriminação e preconceito. Cassorla (1990) refere que o paciente com AIDS se sente marginalizado e estigmatizado pela sua condição; sente-se culpado pelo seu estado, pela doença, caso a tenha adquirido em virtude de suas próprias ações, avaliadas pelo seu próprio julgamento como socialmente condenáveis.
Com isso, muitas relações foram alteradas para os portadores e para aqueles que mantêm comportamento de risco, observando-se uma certa dificuldade em aceitar e compreender a doença, tanto por parte do paciente quanto pela parte dos familiares e amigos, tornando difícil a reintegração do paciente.

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