A crise da psicologia clínica no mundo contemporâneo
The crisis of clinical psychology in today’s world
Marco Antônio PORTELA1
Resumo
O mundo contemporâneo determina novas formas de relação, que afetam a constituição da subjetividade e, por conseguinte, levam ao advento de um novo sujeito. Neste trabalho, fez-se uma análise a fim de compreender quem é o sujeito pós-moderno.
No estudo realizado acerca do percurso da psicologia clínica, concluiu-se que suas principais abordagens são individualistas, confirmando o paradigma dominante, ou seja, o paradigma da subjetividade, que levou à exacerbação do individualismo na
Pós-Modernidade. Procurou-se fazer uma análise da crise na clínica contemporânea, a fim de compreender suas causas e …exibir mais conteúdo…
Ou seja, tenta-se dizer coisas novas, utilizando uma linguagem velha.
Crise, neste contexto, refere-se à “quebra de uma concepção de mundo. O que na consciência coletiva era evidente, agora é posto em discussão” (Boff, 1996,
p.16). E qual é a concepção de mundo que se está pondo em xeque? No caso que interessa a este trabalho, tratase do paradigma individualista e da concepção construída e alimentada ao longo de séculos acerca do que é o sujeito e a subjetividade. O modelo de sociedade que os seres humanos projetaram para si, pelo menos nos últimos 400 anos, estão em crise. “Crise do nosso paradigma dominante, do nosso modelo de relações mais determinante, de nosso sentido de viver preponderante” (Boff, 1996, p.24).
M.A. PORTELA
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O tema da crise na Psicologia Clínica é extremamente atual, relevante e necessário. A modernidade tardia (Giddens, 2002) tem colocado em xeque esta área, com seu enfoque predominantemente subjetivo e individualista, o tempo todo. Correntes novas surgem, ou antigas ressurgem das cinzas a cada instante. Pichon-Rivière (1998, p.165) ressaltou como particularidade fundamental da psicologia social ser ela operativa e instrumental, “com características de uma interciência, cujo campo é abordado por uma multiplicidade interdisciplinar (epistemologia convergente) da qual deriva a multiplicidade das técnicas”. O conceito de