A construção científica
DEMO, PEDRO. INTRODUÇÃO Á METODOLOGIA DE CIÊNCIA / 2. ED. SÃO PAULO: ATLAS, 1987.
2.1 OBSERVAÇÕES INICIAIS
“Trataremos de alguns momentos importantes da construção cientifica, particularmente da demarcação cientifica, através da qual buscamos alguma forma de definir o que é ciência; [...] São inúmeras e inevitáveis as divergências, porque as ideologias por definição são diversificadas, múltiplas; são inevitáveis, porque as ciências sociais possuem ideologia no intimo.” (p.29)
“Não se pode, [...] emitir um conceito tranqüilo de ciência, como se fosse possível partir de algo evidente e inquestionável e chegar a algo também evidente e inquestionável. O que podemos fazer é apresentar uma proposta de definição de …exibir mais conteúdo…
[...]” (p.32)
“Pertence à sagacidade clássica da ideologia esconder-se atrás da linguagem científica, precisamente porque tal linguagem alcançou em nossa sociedade o valor de um mito indiscutível.” (p.32)
“O fenômeno ideológico precisa ser entendido á sombra da questão do poder e da desigualdade social. [...] O fenômeno do poder distingue-se, [...] pela característica de fugir à contestação, a fim de legitimar-se sem oposição. [...] O papel da ideologia é fundamentalmente de encobrir a tendência opressora do poder, vendendo-a como situação normal e desejável. [...] a ideologia é o disfarce inteligente do poder, que usa de todas as justificações possíveis, já conhecidas na historia. [...] É representação mental com vistas à justificação de posições vantajosas.” (pp.32-33)
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“A ciência não pode ser entendia apenas como combate à ideologia, na busca de sua eliminação. [...] O