ÉTICA FINALISTA
Bem ao abordar a ética de Aristóteles, são pontuadas as dificuldades de identificar o objeto de estudo na Ética a Nicômaco, ressaltando que a referida obra não constitui uma ética propriamente dita no que se refere a uma análise das virtudes ou uma doutrina do caráter humano. Nas suas palavras, diferentemente do que ocorre no caso da Fundamentação da metafísica dos costumes de Kant, não é de modo algum evidente do que propriamente trata a Ética a Nicômaco de Aristóteles. Já citei anteriormente que a expressão “ética”, que em …exibir mais conteúdo…
Segundo Aristóteles, a natureza é formada de tal modo que todas as coisas presentes nela, bem como ela própria, tendem a um fim, a um objetivo que lhe confere perfeição. E por essa perfeição o filósofo entende aquilo que é completo, quer dizer, aquilo que não remete a nenhum outro tipo de ordenamento e que não carece de complemento.
Em torno dessa questão da centralidade e ênfase do tema da finalidade na ética de Aristóteles, Philippe parte da ideia de que o pensador estagirita desenvolve uma filosofia humana em que a felicidade é o tema central, visto que ela é o centro unificador da natureza humana e de ordenamento frente à multiplicidade de fins que os seres humanos podem reconhecer e escolher. Da mesma maneira que Perini considera que a questão central da ética aristotélica seja voltada para a investigação de qual é o bem mais elevado que pode ser colocado como fim, aquilo para qual o ser humano foi feito. Tais interpretações apoiam-se no fato de que a teoria aristotélica sustenta um finalismo para a natureza, visto que na natureza tudo é criado com um propósito ou um objetivo definido e exato. No que se refere às coisas