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Desse modo o paradoxo do ator se transforma em uma indagação histórica da expressão estética da emoção e seu impacto ou repercussão concreta nas diversas instâncias da vida social.
A psicologia ensina que a emoção durante a atuação teatral não constitue uma exceção em relação a todas as outras manifestações da vida cultural. Como todas as outras funções psicológicas "superiores", as emoções estéticoartísticas não podem ser investigadas em sua forma natural ou bruta, mas conforme a organização da biologia efetuada pelo psiquismo tipicamente humano.
No curso da vida social os sentimentos se desenvolvem e as conexões diretas ou "primitivas" (biológicas) se reorganizam e adquirem nova forma, novas combinações, imprimem características outras ao funcionamento mental que possuem regras próprias e interrelações muito particulares que envolvem as conexões com os movimentos corporais.
Estudar o modo como se organizam e se desenvolvem estas novas conexões dos afetos é o objeto da psicologia científica, e não as emoções tomadas isoladamente ( estéticamente), como se existissem a parte da vida mental (artísticamente).
Esse é o caminho para a solução do problema da psicologia da atuação. Toda forma teatral do atuante, as emoções que são expressas cenicamente resultam não como oriundas exclusivamente de suas vivências estéticas pessoais, mas como um fenômeno artístico que tem sentido e significados sociais concretos e que se encontram no limiar instável entre a psicologia e a ideologia.
BARBOSA, Ana Mae [Org] (1996) A imagem no ensino de arte. São Paulo: Perspectiva.
BOCK, Ana M. B. e outros (2001) Psicologias – uma introdução ao estudo da psicologia. São Paulo: Saraiva.
CAVALIERI, Arlete (1996) O inspetor geral de Gógol/Meyehold. São Paulo: Perspectiva.
JAPIASSU, Ricardo (2007) A linguagem teatral na escola: Pesquisa, docência e prática pedagógica. Sâo Paulo: Papirus.
JAPIASSU, Ricardo (2001) Metodologia do ensino de teatro. Sâo Paulo: Papirus.
JAPIASSU, Ricardo O. V. (2001) Criatividade, Criação e Apreciação Artísticas: a atividade criadora segundo Vygotsky In: VASCONSCELOS, Mário S. [Org.] Criatividade: Psicologia, Educação e conhecimento do novo. São Paulo: Moderna.
MARX, Karl (2005) Para a Crítica da Economia Política In: MALAGODI, Edgard [Trad.] Karl Marx – vida e Obra. São Paulo: Nova Cultural, Série Os Pensadores, p. 23-54.
RIPELLINO, Angelo Maria (1996) O truque e a alma. São Paulo: Perspectiva.
VAN DER VEER, René & VALSINER, Jaan (1996) Vygotsky: uma síntese. São Paulo: Loyola.
VIGOTSKII, L. S. (1982) La imaginación y el Arte em la infância – ensayo psicológico. Madrid: Akal,
VYGOTSKY, L. S. (1998) Psicologia da Arte. São Paulo: Martins Fontes.
VYGOTSKY, L. S. (1996) Teoria e método em Psicologia. São Paulo: Martins Fontes.
ZAKHAVA, Bóris (1933) Vakhtangov i ievó Studia. Moscou.
Autor:
Ricardo Ottoni Vaz Japiassu
[1] PESSOA, Fernando (2005) "O guardador de rebanhos" In Poesia completa de Albero Caeiro. S. Paulo: Schwarcz, estrofe segunda, p.19.
[2] ALEGRE, Manuel. (1999) "Senhora das tempestades" In: MARIA BETHÃNIA Diamante verdadeiro ao vivo - A força que nunca seca. Faixa 11.
[3] PESSOA, Fernando (2005) "Poemas inconjuntos" In Poesia completa de Albero Caeiro. S. Paulo: Schwarcz, estrofe segunda, p.123.
[4] PESSOA, Fernando (2005) "O guardador de Rebanhos"In Poesia completa de Albero Caeiro. S. Paulo: Schwarcz, estrofe XXIV, p.49.
[5] PESSOA, Fernando (2005) "O guardador de Rebanhos"In Poesia completa de Albero Caeiro. S. Paulo: Schwarcz, estrofe XXVII, p.52.
[6] BIBLIA SAGRADA. Salmos: Salmo 121.
[7] Espécie de cocar grande que pode emoldourar os ombros e a cabeça do usuário. Consultar iconografia de Clovis Irigaray. Particularmente acrílico sobre tela de 1997 da coleção de Sami Kassab "São Sebastião" e acrílico sobre tela de 1996 homônimo de coleção particular. In: BERTOLOTO, José Serafim (2001) Clóvis Irigaray: arte - memória - corpo. Cuiabá, p. 23 e 27.
[8] A festa Guarani ocorre de 6 a 9 de janeiro, todos os anos na sede do município de Itaparica. Há um documentário da TV Brasil intitulado "Os Guaranis" que fornece em parte informações sobre a mística guarani.
[9] Consultar imagens em museu de manto tupinambá adquirido por Maurício de Nassau levado para a europa.
[10] Cachimbo ainda hoje usado no cotidiano e em cerimônias do povo pataxó. Consultar BARON, Dan (2004) Alfabetização cultural: a luta íntima por uma nova humanidade. São Paulo: Alfarrabio, p. 293.
[11] Instumento musical feito com sementes dentro de uma cabaça e um cabo de madeira. Consultar BARON, Dan (2004) Alfabetização cultural: a luta íntima por uma nova humanidade. São Paulo: Alfarrabio, p. 311.
[12] Tomar como referência coreográfica os "ritos de passagem" das místicas do Teatro de Rua de Amir Haddad.
[13] CAETANO VELOSO (S/D) "Vamo Comer" . In: Caetano (CD) . Polygram/Philips, faixa 6.
[14] Traje de vaqueiro.
[15] MORAES, Vinicius (2003) "Soneto do amor total" In: Nova antologia poética, São Paulo:Schwartz, p.174.
[16] BROWN, Carlinhos (S/D) Oxumaré Loquerê Oxumaré in: CD SOARES, Elza. Do cócx até o pescoço. Faixa 8
[17]
[18] Professor titular da UNEB aposentado por invalidez qualificada. Doutor em Educação (psicologia e Educação) pela FE-USP, Mestre em Artes (Artes Cênicas) pela ECA-USP, Licenciado e bacharel em Teatro pela ET-UFBa. Autor de A linguagem teatral na escola: Pesquisa, docência e prática pedagógica (2007) e Metodologia do ensino de teatro (2001)publicados pela Papirus.
[19] é o caso, por exemplo, de Psicologia Pedagógica que tive oportunidade de cotejar suas versões em inglês (Educational Psycholgy de Robert Silverman publicada pela Saint Lucie Press)) e português (a comentada por Guillermo Blank com supervisão de Edival Teixeira publicada pela Artmed, e a de Paulo Bezerra pela Martins Fontes). Também Psicologia da Arte (o original em russo Mezhdunarodnaja Kniga e a tradução para o espanhol Psicologia Del Arte de Victoriano Imbert publicada pela Barral Editores de Barcelona, e ainda a para o português por Paulo Bezerra pela Martins Fontes). A genuína compreensão do documento de Vigotskii objeto da versão aqui apresentada, no meu entendimento, só pode ocorrer com o acesso a pelo menos estas duas obras dele. Quem puder examinar toda a sua produção literária inclusive o pouco conhecido documento traduzido para o espanhol VIGOTSKII, L. S. (1982) La imaginación y el Arte em la infância - ensayo psicológico. Madrid: Akal, certamente entenderá mais e melhor suas idéias adiante apresentadas.
[20] MARX, Karl (2005) Para a Crítica da Economia Política In: MALAGODI, Edgard [Trad.] Karl Marx - vida e Obra. São Paulo: Nova Cultural, Série Os Pensadores, p. 23-54.
[21] Um importante documento ricamente ilustrado sobre o assunto é do italiano RIPELLINO, Angelo Maria (1996) O truque e a alma. São Paulo: Perspectiva.
[22] Consultar BARBOSA, Ana Mae [Org] (1996) A imagem no ensino de arte. São Paulo: Perspectiva.
[23] Consultar sua Psicologia Pedagógica já oportunamente referenciada.
[24] Consultar as biografias deste autor particularmente VAN DER VEER, René & VALSINER, Jaan (1996) Vygotsky: uma síntese. São Paulo: Loyola.
[25] Vigotskii escreve o artigo em 1932 quando Stanislavskii havia publicado apenas A Preparação do Ator. Só posteriormente serão publicados A construção da Personagem, Stanislavskii ensaia Otelo e Minha vida na Arte.
[26] O Behaviourismo nasce com Watson e tornou-se importante por ter definido o fato psicológico, de modo concreto, a partir da noção de comportamento como desdobramento da Psicologia "sem alma" de Wundt: "é quando o conhecimento tido como científico passa então a ser aquele produzido em laboratórios". Consultar BOCK, Ana M. B. e outros (2001) Psicologias - uma introdução ao estudo da psicologia. São Paulo: Saraiva, Cap. 2, p.31-44, p. 43.
[27] O introspeccionismo foi o método inaugurado pelo alemão Wilhem Wundt (1832-1926)
[28] Vigotskii embora reconhecesse o valor da reflexologia advogava uma perspectiva mais abrangente da psicologia que reconhecesse a especificidade do funcionamento mental humano - que é radicalmente diferenciado do funcionamento no sistema nervoso central dos animais em geral. A diferença entre reação e reflexo na psicofisiologia é que a primeira diz respeito ás ações de um organismo vivo sem sistema nervoso em resposta aos estímulos do meio. Já os relfexos (objeto de interesse do behaviourismo) regulam o comportamento de organismos com sistema nervoso. Na época de Vigotskii a psicologia consignava os estudos laboratoriais dos seres humanos como reflexologia e designava o estudo das reações dos organismos vivos, com ou sem sistema nervoso, reatologia.
[29] Uma consulta a textos de Vygotsky que discutem a questão do método na Psicologia podem contribuir para entender-se o que ele está a dizer aqui. Em VYGOTSKY, L. S. (1996) Teoria e método em Psicologia. São Paulo: Martins Fontes, por exemplo, ele diz: "Do ponto de vista da psicologia [da atividade], a reflexologia representa outro ponto de vista, tão inaceitável quanto o da psicologia empírica. Se esta última estuda a psique sem comportamento, em sua versão isolada, abstrata e separada de tudo, a primeira procura ignorá-la e estuda o comportamento prescindindo dela... Limita o estudo do comportamento humano a seu aspecto biológico, ignorando o fator social. Estuda o homem somente no que se refere a sua pertença ao mundo geral dos organismos animais, a sua fisiologia, já que se trata de um mamífero." [Itálicas minhas], p. 51.
[30] Consultar VYGOTSKY, L. S. (1996) Teoria e método em Psicologia. São Paulo: Martins Fontes, p. 42: "O material da psicologia empírica, sempre tingido de uma tonalidade subjetiva e extraído, em todos os casos, do estreito poço da consciência individual, junto com seu método principal, que reconhece o caráter essencialmente subjetivo do conhecimento dos fenômenos psíquicos, mantem nossa ciência [a Psicologia] tão atada e limita tanto sua possibilidade que a condena, assim, á atomização da psique, a sua fragmentação em numerosos fenômenos, independentes uns dos outros, e a incapacidade de agrupá-los... O testemunho subjetivo sobre as próprias sensações nunca pode dar uma justificativa para suas explicações..."
[31] A transformação ou conversão do abstrato em concreto só é possível através do Método da Economia Política segundo a filosofia do Materialismo histórico-dialético como o próprio Marx adverte: "A população é uma abstração, se desprezamos, por exemplo, as classes que a compõem... O concreto é concreto porque é a síntese de muitas determinações, isto é, a unidade do diverso... O concreto aparece no pensamento como o processo da síntese, como resultado, não como ponto de partida, ainda que seja o ponto de partida efetivo e, portanto, o ponto de partida também da intuição e da representação... O método que consiste em elevar-se do abstrato ao concreto não é senão a maneira de proceder do pensamento para se apropriar do concreto, para reproduzí-lo como concreto pensado. Mas este não é de modo nenhum o processo da gênese do próprio concreto." [Negritos meus] Consultar MARX, Karl (2005) Para a Crítica da Economia Política In: MALAGODI, Edgard [Trad.] Karl Marx - vida e Obra. São Paulo: Nova Cultural, Série Os Pensadores, p. 23-54, p. 39-40.
[32] Consultar JAPIASSU, Ricardo O. V. (2001) Criatividade, Criação e Apreciação Artísticas: a atividade criadora segundo Vygotsky In: VASCONSCELOS, Mário S. [Org.] Criatividade: Psicologia, Educação e conhecimento do novo. São Paulo: Moderna, p.43-58.
[33] Veja-se a exposição que Vygotky faz da reação estética no nono capítulo em VYGOTSKY, L. S. (1998) Psicologia da Arte. São Paulo: Martins Fontes. Ali ele esclarece que a especificidade da reação estética está na retenção e no controle das manifestações exteriores das emoções. Também faz um outro comentário importante muito pertinente nos dias de hoje, ainda marcados pela intolerância á ousadia nas/das criações artísticas: "A representação de um assassinato não provoca absolutamente um assassinato. A representação do adultério não acarreta devassidão; as relações entre a arte e a vida são muito complexas, e do modo mais aproximado podem ser caracterizadas da maneira como se segue... a diferença entre a emoção real e a estética está em que esta não é refletida instantaneamente por nenhuma ação." p. 316. [Negritos meus]
[34] Aplaudidos durante a atuação teatral interrompendo o fluxo da ação dramática.
[35] A reflexologia é uma escola russa de neurofisiologia que investiga a atividade nervosa superior do ser humano e dos animais que foi liderada por Pavlov e deu origem ao behaveourismo norteamericano de Thorndike, Watson e Skinner.
[36] Hoje a psicologia sociohistórica formulada de modo inaugural por Vigotskii é consignada psicologia histórico-cultural da atividade/CHAT [Cultural Hiistorical Activity Theory] após as contribuições posteriores de Luria e Leontiev, seus discípulos e orientandos que a expandiram e ampliaram.
[37] A formação de sentimentos na performance teatral tem fundamento anímico conforme explicado por Vigotskii ao expor a Lei da Dupla Expressão dos Sentimentos e a Lei da Realidade dos Sentimentos no capítulo nono de sua Psicologia das Artes na qual apresenta a especificidade piscológica da reação estética: "há muito tempo os teóricos vêm distinguindo a reação estética...da reação comum no ato da percepção de um gosto, um cheiro ou uma cor agradáveis." Consultar VYGOTSKY, L. S. (1998) Psicologia da Arte. São Paulo: Martins Fontes, Cap. 9, p. 249-272, p.249.
[38] Como muito bem assinala Arlete Cavalieri ao discutir a poética cênica de Meyehold, encenador russo que influenciou fortemente a cena russa pré e pós-revolucionária e o contexto sociohistórico no qual Vigotskii insere seu pensamento sobre a atuação teatral: "A aproximação com o conceito brechtiano do 'distanciamento' (o efeito Verfemdung) não é casual. Também aqui a técnica da deformação joga em cena... tática brechtiana frente ao espectador tornando-lhe estranho o que é habitual...Victor Chklóvski, um dos mais significativos representantes do grupa da OPOIZ (Sociedade Para o Estudo da Linguagem Poética)... já havia descrito seu conceito do 'efeito de estanheza'(ostaniênie) [estranhamento] como o fundamento da percepção artística na necessidade de desautomatização da linguagem pelo introdução de algo estranho e inusitado... A poética cênica meyeholdiana, contrária ao postulado naturalista, baseia-se no critério da não coinscidência entre o significado e a coisa representada, o que implica basicamente uma poética anti-aristotélica, contrária á identificação do espectador com a cena e dirigida, isto sim, a um distanciamento reflexivo que permita fomentar o enriquecimento da própria sensibilidade e da consciência crítica e estética" Consultar CAVALIERI, Arlete (1996) O inspetor geral de Gógol/Meyehold. São Paulo: Perspectiva, p. 131-132. [Negritos meus]
[39] Aqui é importante chamar a atenção do leitor para como o estético (a sensibilidade) se diferencia do artístico (da forma de expressão da sensibilidade do criador). O estético está contido no artístico já o inverso concretiza-se através de uma relação cultural mais complexa: a "reação estética" em que a forma de expressão do criador e da criação artística afeta a sensibilidade do fruidor e apreciador de um modo "indireto", isto é, mediado pela cultura entre ambos.
[40] Ievguêni Bogratiónovictch Vakhtangov ator e encenador russo (1883-1922) formado pela Escola de Stanislavskii.
[41] Espetáculo baseado na ópera A Princesa Turandot de Carlo Gozzi encenado em 1922. Um detalhado relato inclusive incluíndo imagens do espetáculo encenado sob a coordenação de Vakhtangov - que veio a falecer poucos dias após a estréia - encontra-se em RIPELINNO, Angelo Maria (1996) Retrato de um Diretor-Hamlet In: O truque e a alma. S. Paulo: Perspectiva, Cap. 4, p. 191-250. Ali também encontram-se fragmentos de comentários elogiosos de Stanislavskii á montagem capitaneada por Vakhtangov.
[42] Vakhtangov, tendo sido prosélito e membro da "assembleia de crentes na religião de Stanislavskii" nas palavras de Mikhail Tchekov, migrou para o campo magnético da "meyerholdia" como afirma Ripellino: "Tendo partido das praias do naturalismo, Vakhtangov havia chegado a um teatro... alheio a intenções éticas e reprodutivas, que confiava na própria magia" RIPELINNO, Angelo Maria (1996) já citado na p. 225.
[43] Embora não se tenha conhecimento da existência de registros do espetáculo encenado por Vakhtangov "em movimento", através do documentário cinematográfico de suas aparesentações ou dos seus ensaios (making off), RIPELLINO descreve as ações cênicas nos auxiliando a ter uma idéia da forma artística das atuações teatrais nesta peça: "Ao sinal... os intérpretes precipitavam-se a apanhar os retalhos, para redeominhá-los como girândolas. Depois, presto prestíssimo [rapidíssimo], em ritmo de dança, maquiavam-se á vista do público e colocavam sobre os vestidos de gala aqueles fragmentos de tecidos berrantes, transformando-se nas personagens de Gozzi. O esvoaçar de tantos tecidos enchia o espaço cênico de volúveis composições coloridas, com efeitos de caleidoscópio, fazendo do espetáculo uma 'balada de trapos'" p. 215 na obra já referenciada.
[44] ZAKHAVA, Bóris (1933) Vakhtangov i ievó Studia [Vakhtangov e seu Estúdio].Moscou.
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