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Objetivo desta pesquisa é analisar a importância da educação na vida do aluno, a partir do Ensino Clássico, partindo de metodologias e ensinamentos teóricos. Este trabalho, deverá construir a importância das "concepções entre a teoria e prática", sobre perspectivadas necessidades dos alunos que frequentam o Ensino Fundamental em nossas escolas regulares, narrar os fatos principais que podem estimular a educação de nosso país .
Essa analise se dispõe de três capítulos baseados, principalmente, sobre a perspectiva dos seguintes teóricos: Freire (1970), Saviani (1992), Mizukami (1986) e Gagliari (1998). O primeiro capítulo trata-se de exemplificar a abordagem do Ensino Tradicional, onde visa caracterizar relação professor – aluno , evidenciar sua predominância e metodologia.
No segundo capítulo, apontaremos concepções teóricas acerca da formação do professor, possíveis causas do Ensino Tradicional nas escolas regulares. Neste estudo, será apresentado algumas abordagens do uso das tecnologias e dificuldades para implementá-las no ambiente educacional. Apontando assim, desafios do educador na contemporaneidade.
No terceiro e último capítulo, reitero reflexões sobre cenário educacional, difíceis mudanças nesse ambiente, e será exposto entrevistas e pesquisa de campo no município de Japeri.
Tendo a preocupação de uma melhora e eficácia da educação brasileira em relação ao processo de ensino-aprendizagem, e contribuindo nas ações pedagógicas para possíveis transformações sociais.
Capítulo 1
Neste capítulo, faremos um levantamento acerca dos dados da educação, visando exemplificar a relação entre a teoria e pratica no ambiente educacional.
A educação vem, ao longo dos anos, sendo alvo de intensos debates e discussões. O Sistema de Ensino, diante dos dados revelados por pesquisas Nacionais (SAEB 2003, INAF 2005)e Internacionais (PISA2012), vem sendo criticado em razão do baixo nível de qualidade apresentado. Afinal, o que está acontecendo com o processo de ensino? E, com o processo de aprendizagem? Será que os problemas educativos podem ser explicados pelos métodos de ensino?
Ao questionar-se sobre o Sistema de Ensino faz-se necessário em um primeiro momento compreender as metodologias, e a forma de passar os conteúdos em sala de aula. É importante observarmos que escolas tradicionais são rigorosas em seus ensinamentos, seguindo currículo rígido. Contudo cabe ao educador fazer ligação entre os textos e a realidade da sociedade, trabalhando contexto, a história, os costumes da comunidade, para assim fazer sentido o que se ensina para aluno, e não simplesmente ser mais um conteúdo para prova.
Aparelho de ensinamento está além das salas de aula, e engloba família, currículos, escolas, Ministérios, ou seja, exige o reconhecimento das relações existentes entre educação, sociedade e teorias pedagógicas. Portanto, a temática deste trabalho refere-se às especificidades relacionadas à teoria e prática de aplicação de métodos no âmbito do Ensino Fundamental.
Este trabalho então, visa promover um pensamento crítico acerca de como o ensino é desencadeado nas escolas, principalmente no que se diz respeito ao público do Ensino Fundamental I e II, analisando os caminhos que perpassaram o Ensino no Brasil. Pretendo gerar uma reflexão e uma ação repensada sobre as possibilidades de se obter um processo de ensino-aprendizagem de maneira significativa e diversificada, onde o professor é fundamental nessa ação, obtendo por finalidade a elaboração de uma proposta de projetos que auxiliem e intervenha de modo positivo e formador crítico para melhorar as condições e ambiente de aprendizagem.
Nesse presente capítulo discutiremos sobre o que vem a ser a educação tradicional e suas variantes.
1.1 Educação tradicional
Agora, iremos expor a história da educação formal, mostrando suas características e predominância. Baseando-se em teóricos e dados relevantes.
O Ensino Tradicional surgiu no século XVII, como uma alternativa à escola medieval, de base religiosa, foi considerado ultrapassado anos 60 e 70, pois, o ensino foi reformulado após golpe militar 1964. Enraizada na sociedade de classe escravista da Idade Antiga, destinada a uma pequena minoria, a Educação Tradicional iniciou seu declínio já no movimento renascentista, mas ela sobrevive até hoje. É um estilo de educação caracterizada pela transmissão dos conhecimentos acumulados pela humanidade ao longo dos tempos. Essa tarefa cabe em especial ao professor nas salas de aula.
Segundo Freire (MIZUKAMI, 1986, apud p. 10), pode-se entender que a abordagem tradicional aproxima-se do sistema de ensino que se baseia na "educação bancária", ou seja, é um sistema no qual os conhecimentos, informações, dados e fatos são "depositados" no aluno.Para Freire (1970), a educação bancária mantém e estimula a contradição:
"O educador é o que educa os educando, os que são educados; o educador é o que sabe, os educando, os que não sabem; o educador é o que pensa, os educando, os pensados; o educador é o que diz a palavra, os educando, os que a escutam docilmente; o educador é o que disciplina, os educando, os disciplinados; o educador é o que opta e prescreve sua opção, os educando, os que seguem a prescrição; o educador é o que atua, os educando, os que têm a ilusão de que atuam, na atuação do educador; o educador escolhe o conteúdo programático, os educando, jamais ouvidos nesta escolha, se acomodam a ele; o educador identifica a autoridade do saber com sua autoridade funcional, que opõe antagonicamente à liberdade dos educando, estes devem adaptar se às determinações daquele; o educador, finalmente, é o sujeito do processo, os educando, meros objetos" (FREIRE, 1970, p. 59).
Essa missão do professor segundo, Mizukami (1986, p17Apud), é considerada
"caquética e unificadora da escola", envolve "programas minuciosos, rígidos e coercitivos. Exames seletivos, investigativos de caráter sacramental".
Com raízes no método Socrático e na tradição eclesiástica, através dos sermões e preleções de padres católicos e pastores protestantes, esse tipo de aula tem sido alvo de intensas e variadas criticas que denunciam seu caráter reprodutivo, opressivo e indutor da submissão, forma exemplar da "educação bancaria", do ensino tradicional, tão questionado pelas pedagogias emancipatórias pautadas no construtivismo.
Nesse sentido, o Ensino Tradicional tem como estilo cultivar e desenvolver a prática de alimentar a inteligência, através da transmissão do conhecimento existentes nos livros, do professor para o aluno, para a sua memória.
A didática clássica é conhecida por um educador transmitir a lição aos alunos, os mesmo em um relacionamento frio copiam e transcrevem o que lhe é passado. O Professor é comunicador e o aluno é ouvinte, á repetição nos exercícios, recapitulação e aplicação. A aprendizagem é receptiva e mecânica, ocorre com coação. Considera a capacidade de assimilação da criança a mesma do adulto.
Esse método torna se cansativo e chato para seu entendimento, o que gera no aluno um maior desinteresse pela matéria.
"É que não existe ensinar sem aprender e com isto eu quero dizer mais do Que diria se dissesse que o ato de ensinar exige a existência de quem ensina. E de quem aprende. Quero dizer que ensinar e aprender se vão dando de tal Maneira que quem ensina aprende, de um lado, porque reconhece um. Conhecimento antes aprendido e, de outro, porque, observado a maneira. Como a curiosidade do aluno aprendiz trabalha para apreender o ensinando-se, Sem o que não o aprende, o ensinam-te se ajuda a descobrir incertezas, Acertos, equívocos". (FREIRE,2001,p 17)
Podemos perceber que educar está além de depositar conteúdos nos alunos. Os princípios defensores do Ensino Tradicionais é a predominância da palavra do professor, na transmissão verbal dos conhecimentos e através dos livros. O mestre, que deve ser rigoroso na tarefa de direcionar, punir, treinar, vigiar, organizar conteúdos, avaliar e julgar as produções e comportamentos que garantam a aprendizagem.
Nessa perspectiva, Freire (1979) refere-se que.
"O educador, que aliena a ignorância, se mantém sempre em posições fixas, invariáveis. Será sempre o que sabe, enquanto os educandos serão sempre os que não sabem. A rigidez destas posições nega a educação e o conhecimento como processo de busca". ( FREIRE,1979,p 03)
Dessa forma, percebe-se que educação formal propicia ao aluno, uma opressão e alienação. Permitindo assim uma apreensão do conhecimento, valorização do trabalho individual e cidadãos passivos e obedientes.
Essa tendência predominante hoje nas escolas (SAVIANE,1991),se implantou nos sistemas de Ensino e foi criada a partir de meados do século passado, no momento em que, consolidado o poder burguês, aciona-se a escola redentora da humanidade, universal, gratuita e obrigatória como um instrumento de consolidação da ordem democrática.
A crítica ao Ensino Tradicional, efetuada por professores em formação, virou senso comum. Geralmente, professores em formação rejeitam a prática do Ensino Tradicional (transmissão de conhecimentos já elaborados), mas há evidências de que apesar de todas as repulsas, continuam-se ainda hoje se fazendo aulas praticamente Idênticas que as aulas dos anos 60 (GIL-PÉREZ & CARVALHO, 2000).
O Ensino Tradicional está profundamente impregnado ao longo dos muitos anos em que os Professores em formação, na posição de alunos, acompanharam as atuações de Seus professores. Convêm aborda no desenvolvimento desses profissionais um enfoque no Ensino, visando importância das metodologias e teorias.
1.2 Abordagem de Ensino Tradicional
Neste capítulo, faremos um levantamento acerca da didática formal no ambiente educacional, possibilitando uma reflexão sobre abordagem vigente no mundo contemporâneo.
No início do Século XX surgiu os Sistemas Nacionais de Ensino e se embasavam no que dizia que a Educação é Direito de Todos e Dever do Estado. Não devemos nos enganar com o que diz a lei, porque sabemos para colocá-la em prática ,há uma demanda de esforços de toda a sociedade ,e essa participação popular esta longe de acontecer. No entanto ,ao analisarmos a legislação e a compararmos com o que ocorreu, podemos enxergar alguns avanços significativos, bem como alguns retrocessos.
Educação Tradicional foi a base da educação escolar por mais de quatro séculos, mantendo sua influência atualmente.
Esta abordagem é caracterizada por se preocupar mais com a variedade e quantidade de noções, conceitos e informações do que com a formação do pensamento reflexivo do aluno. Tem ênfase no na memorização, o aluno é limitado a ouvir conteúdo pronto (Mizukami 1986) relata que o homem é considerado uma tabula rasa no inicio da vida, no qual progressivamente são impressas imagens e informações trazidas do meio ambiente.
Desta maneira, a educação "se torna um ato de depositar, em que os educando são os depositários e o educador o depositante" (FREIRE,1970 p. 58). É uma relação vertical, em que o aluno é o receptor, e o professor, o detentor de todo o conhecimento historicamente construído.
No tradicionalismo o professor fala e o aluno escuta; o professor dita e o aluno copia; o professor decide o que fazer e o aluno executa, o professor ensina e o aluno aprende (BECKER, 1994, p.89). Podemos perceber que este método está baseado no conhecimento do mestre/professor, em um caráter "magistrocêntrico", isto é, o professor tem toda a autoridade, pois é ele quem detém o conhecimento, e cabe a ele transmiti-lo aos alunos.
No modelo de Ensino clássico os alunos são meros ouvintes e sua maior função é a memorização. Recipiente de informações. Memorização, é adquirido mediante as repetições acerca de datas e de nomes de grandes heróis e seus feitos, na qual, segundo Brodbeck (2009, p.10) ficara marcado por uma aprendizagem de fatos históricos pontuais e centralizados em personagens e símbolos nacionalistas. Está presente nas aulas de poesias, matemática, História entre outras áreas. Incentivada pela iniciativa da escola em promover atividades e festas cívicas para reforçar tal ensino, que obviamente gera críticas. Numa possível troca de informações entre os estudantes, o professor sempre tem a dificuldades de identificar se algum aluno aprendeu os conteúdos.
É preciso salientar que a crítica ao método mnemônico se baseia na prática do saber de cor, que é considerada inviável no processo da aprendizagem efetiva e compreensiva, mas sabe-se que há a contrariedade à construção intelectual ao memorizar, havendo-se então, a memorização mecânica e a memorização consciente, explicada por Bittencourt (2011. Pag.
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(...) Essa distinção deve ser feita para evitar que se julgue totalmente desnecessário desenvolver nos alunos a capacidade de memorizar acontecimentos, (...), e referenciá-los no tempo e no espaço, para que com base neles, se estabeleçam outras relações de aprendizado.(BITTENCOURT,2001,P.71).
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Assim, há uma necessidade em se observar e identificar qual tipo de memorização está sendo remetida, para considerar o que é desnecessário e passível de ser descartada, como também o tipo de memorização cabível ao processo de aprendizagem consciente.
Esse padrão de escola não se preocupa com o espaço físico da sala de aula. Grande parte delas possuem espaços compostos apenas por carteiras enfileiradas, quadro negro, gis e cortinas, ou seja, um ambiente pouco estimulante para os alunos.
O aluno fica em silêncio, ouvindo as explanações do educador e fazendo anotações em seus cadernos. Professor permanece em pé, diante dos estudantes, junto ao quadro. Os alunos ficam sentados em carteiras individuais, separados em fila respondendo a perguntas ou fazendo exercícios em livros e cadernos, seu superior "professor", fica circulando entre os educando. De acordo com Gadotti (1999).
O educador, para pôr em prática o diálogo, não Deve colocar-se na posição de detentor do saber, deve antes colocar-se na posição de quem não sabe tudo, reconhecendo que mesmo um analfabeto é portador do conhecimento mais importante: o da vida. (GADOTTI,1999,P.13)
Logo, a interação existente entre professor/aluno baseia-se fundamentalmente no ambiente estabelecido pelos mesmos, através do respeito mútuo, onde a capacidade de ouvir, refletir e discutir torna-se dinâmica em virtude do entendimento e da compreensão, em que ambas as partes se empenham para que, com isso, detenham-se a um objetivo semelhante, que é o de obter conhecimento e transformá-lo em sabedoria, utilizando-a no seu cotidiano.
Para usar outros recursos, os alunos costumam ir (em horários e dias específicos) para laboratórios de informática ou ciências, ou para uma sala de artes. Há computadores, material do laboratório de ciências e recursos da sala de artes, porém, essa saída é pouco utilizada, ou nunca aproveitada para interagir ou sair da rotina com estudantes.
As escolas tradicionais ainda trabalham com o sistema que privilegia a quantidade de informação, misturando os conteúdos significativos com os de pouco significado para aquele
1 Uma mnemónica (português europeu) ou mnemônica (português brasileiro) é um auxiliar de memória. São, tipicamente, verbais, e utilizados para memorizar listas ou fórmulas, e baseiam-se em formas simples de memorizar maiores construções
momento. Questionários são usados para reforçar o conteúdo e as avaliações servem apenas para medir a assimilação destes conteúdos.
A diversos tipos de avaliação nas salas de aula,mas a tradicional e predominate nas escolas são: prova escrita,trabalhos em grupos,auto avaliação ,onde o professor convida o aluno avaliar seu desempenho.
Observando este fato e, também, reprovações e fracassos escolares comumente atribuídos aos alunos, vemos que é preciso parar e refletir sobre a forma de avaliação empregada. Se esta serve apenas para aprovar ou reprovar o aluno, punir ou controlar, sem levar em conta uma construção de conhecimento e uma real melhoria na aprendizagem.
Durante todo o Ensino Fundamental, Médio e até mesmo Superior, assim como durante as observações feitas através de estágios em sala de aula, sempre percebi, com muita clareza, que a maioria dos professores, mesmo considerando a avaliação essencial, aplicava-a como forma de controlar o comportamento de seus alunos e classificá-los como os "melhores" alunos, medianos ou "problemáticos". Desta forma, pude notar que a maior parte das práticas avaliativas empregadas pelos professores não contribui para a construção do conhecimento dos educandos, criando verdadeiros problemas de aprendizagem.
Então, o papel da escola tradicional é fazer com que o aluno cresça pelo próprio mérito a partir do professor que repassa a eles todo o conhecimento obtido pela humanidade, de uma forma extremamente mecânica, fria e crua.
"O caminho cultural em direção ao saber é o mesmo para todos os alunos, desde que se esforcem. Assim, os menos capazes devem lutar para superar as dificuldades e conquistar um lugar junto aos mais capazes. Caso não consigam, devem procurar um ensina mais profissionalizante." (GONGORA. 1985 p. 23).
Com isso podemos notar que os conhecimentos são transmitidos por um professor que não se preocupa com o aluno e sim com a matéria repassada. O Ensino Tradicional é marcado por imposição, os conteúdos são valores acumulados com o tempo, e tem por finalidade prepara-los para a vida independente da experiência do aluno e sua realidade social.
De maneira geral, uma atitude natural da escola pública é enxergar os alunos pobres com preconceito, partindo da premissa de que ele é economicamente desfavorável. Dessa forma, deprecia sua cultura, e, consequentemente, o próprio aluno.
Há algum tempo, a família acreditava que o fracasso escolar acontecia por culpa dela própria, no papel de pais, e também dos alunos. No entanto, alguns pais têm percebido que a causa do fracasso escolar de seus filhos, muitas vezes, não está somente no aluno, mas também no professor/educador.
Para Polato (2009), "pais esperam ações dos professores estes dizem não caber a eles tais tarefas. Professores, por sua vez, depositam nos pais expectativas que ele não tem condições de cumprir". E preciso que escola e família busquem ações coordenadas paras enfrentar os problemas e resolvê-los a fim de obter abordagem significativa na vida dos alunos.
A sala de aula deve ser encarada como um celeiro de criatividade, onde deve existir o respeito ás diferenças de opiniões e visões de mundo. Agindo assim, o professor deixa de ser um treinador de pessoas, para se tornar um transformador de informações em conhecimento; um artesão de relações interpessoais, fazendo de seus alunos, sem exceção, verdadeiros produtores de saber.
1.3 Sobre o que estamos falando?
Agora, iremos expor significado das palavras e sua influência direta no ambiente escolar, a fim de esclarecer objetivo dessa análise, em classificar a diferença entre teoria, métodos e prática nas escolas.
A expressão "tradicional" é explicada, no Aurélio (1998), como que se funda na tradição, que se incorporou aos hábitos, ao uso continuo, Derivado do latim tradere (entregar, passar para outro, transmitir), quando aplicada à educação, como nos diz Not (1988), pode ter três significados.
Quando se refere ao processo, significa transmissão do conhecimento, podendo falar-se de transmissão ativa, em oposição à construção do saber pelo aluno. Quando se refere ao conteúdo, designa a utilização da tradição constituída (obras constitutivas do património cultural) em oposição ao recurso aos materiais do mundo moderno. Quando se refere à origem, designa o recurso a métodos que são antigos. Podemos dizer que o Ensino Formal, tem ligação no processo de aprendizagem do educador, implantado de metodologias aplicadas e desenvolvida pela escola.
Um dos principais problemas ditos pelos educadores é falta de capacitação e formação direcionada a realidade das comunidades. O que motiva praticar e disseminar esse método são o comodismo e facilidade, para atrai atenção dos alunos segundos relatos do anexo 02.
Esse Ensino Tradicional que ainda predomina hoje nas escolas se constituiu após a revolução industrial e se implantou nos chamados sistemas nacionais de ensino, configurando amplas redes oficiais, criadas a partir de meados do século passado, no momento em que, consolidado o poder burguês, aciona-se a escola redentora da humanidade, universal, gratuita e obrigatória como um instrumento de consolidação da ordem democrática. (Saviani, 1991. p.54)
Sendo assim, é possível perceber que a metodologia formal está presente nas escolas contemporânea ,formando cidadãos passivos a sua realidade. A educação formal caracterizase por ser altamente estruturada. Desenvolve - se no seio de instituições, escolas e universidades, onde o aluno deve seguir um programa pré-determinado, semelhante ao dos outros alunos que frequentam a mesma instituição.
Mizukami relata que a Educação Tradicional, está presente, implícita ou explicitamente, de forma articulada ou não, "um referencial teórico que compreendesse os conceitos de homem, mundo, sociedade-cultura, conhecimento, educação etc". (1986, p.4).
Nesse sentido, o Ensino só da base para passar em vestibular tradicional e seguir regras estabelecidas por um sistema pré-determinado, impossibilitando os indivíduos de se tornarem críticos e autônomos.
Entende-se que os Métodos de Ensino e de aprendizagem são expressões educacionais e, ao mesmo tempo, uma resposta pedagógica às necessidades de apropriação sistematizada do conhecimento científico em um dado momento histórico representando um processo dialético de produção. A palavra Método vem do latim, methodu méthodos, que significa caminho para chegar a um fim; conjunto de procedimentos técnicos e científicos; ordem pedagógica na educação; sistema educativo ou conjunto de processos didáticos. Assim, ao abordar métodos de ensino e de aprendizagem, trata-se de um caminho para se chegar ao objetivo proposto. No caso específico da educação escolarizada, o fim último seria a aprendizagem do aluno de maneira eficaz.
Diante disso, os métodos deveriam propiciar ao aluno aprender de maneira eficiente os conteúdos culturais sistematizados pela humanidade, bem como a aprendizagem de valores, comportamentos e ações úteis à sociedade em cada momento histórico.
Saviani (2005) destaca que para instalar uma nova teoria é preciso que se desestabilize o que já está instituído; não basta reconhecer o novo como uma verdade, para que esse fato altere a forma de pensar.
Percebe-se que há grandes dificuldades por parte dos professores em abandonar tal prática. A formação do professor será responsável para que haja disseminação dessas pratica? Discutiremos isso mais á frente.
A interrogação sobre a educação é sempre uma prática de auto reflexão, pois a sua própria formação é o ponto de partida necessário para cada professor. Partindo ainda sobre as questões do conhecimento já examinada aqui por nós, iniciaremos reflexão sobre a formação do professor.
Muitos são aqueles que ainda hoje acreditam que a formação do professor deve ter como núcleo central o aprendizado do como ensinar ,mas os métodos e as técnicas que são infalíveis, eles não dispensam a reflexão sobre porque o empregamos, porque recorremos a este e não aquele método. Não se está negando a importância dos métodos e técnicas evidentemente, mas reduzir a formação do professor a isto significa esquecer que a educação é muito mais que mera instrução, ela é prática de formação humana.
Muitas vezes o apego a receitas metodológicas é uma forma de alienação, mas também acontece do educador se entusiasmar tanto pelas teorias que buscam construir sobre o que é educar, que ele acaba por apegar-se as elas como se fossem verdades incontestáveis. Então, passam a buscar adaptar à realidade aos alunos, às circunstâncias ao que a teoria dita ao invés de interrogá-las. Neste ponto ouçamos afirmar apenas uma certeza que "a teoria da educação não pode jamais substituir teoria da indagação"(Valle,2014).
Assim, a relação entre teoria e prática centra-se na articulação dialética entre ambas, o que não significa necessariamente uma identidade entre elas. Significa uma relação que se dá na contradição, ou seja, expressa um movimento de interdependência em que uma não existe sem a outra. É necessário que o educador compreenda que teoria e prática não se separam, ou seja, o vínculo teoria e prática forma um todo onde o saber tem um caráter libertador. Com isso, Freire nos mostra que:
É preciso que fique claro que, por isto mesmo que estamos defendendo a práxis, a teoria do fazer, não estamos propondo nenhuma dicotomia de que resultasse que este fazer se dividisse em uma etapa de reflexão e outra, distante, de ação. Ação e reflexão e ação se dão simultaneamente (Freire, 1983,p.149).
Diante dessa afirmação, é indispensável para o educador considerar que nesta perspectiva se conseguirá superar a tendência tão frequente de trabalhar teoria e prática dissociadas entre si.
Frente a essas considerações, se pretende analisar a trajetória dos métodos de ensino e de aprendizagem, a partir da teoria pedagógica tradicional até a perspectiva histórico-crítica, na conjuntura das mudanças sociais, a fim de favorecer a compreensão dos processos educativos escolares. No entanto, sabe-se que esta análise consiste em uma tarefa desafiadora e complexa.
O texto a seguir visa mostrar o histórico da formação do professor, detalhando trajetória do normal no Brasil e as características do educador atual.
CAPÍTULO II:
Chegamos agora no ponto desafiador desse trabalho, contar história do Curso de Formação de Professores, sua trajetória de conquistas e retrocessos, a fim de estabelecer uma visão acerca da concepção do educador e suas raízes.
Historicamente falando, é recente a expansão das redes de ensino no Brasil. Estas se mostravam bem modestas na oferta de acesso, e, seletivas quanto à permanência dos alunos e sua progressão escolar. A população brasileira crescia em ritmo acelerado, e, assim, com as pressões populares, com as demandas da expansão industrial e do capital, os investimentos públicos no Ensino Fundamental começam a crescer especialmente com a expansão das redes públicas de ensino, e, com isso, a demanda por professores aumenta consideravelmente.
Foi necessário a expansão das escolas normais em nível Médio, e de várias adaptações, cursos rápidos de suprimento formativo de docentes e extensão para lecionar em áreas afins, admissão de professores leigos dentre outros.Com isso , foi possível atender a demanda.
Ao analisar como se deu a formação do professor ao longo da história, observa-se o quanto ela foi negligenciada pelos legisladores desde os tempos da colonização, tanto em seus aspectos quantitativos quanto qualitativos.[1]De acordo com Ribeiro(2001).
A partir de 1759 para lecionar nas escolas públicas ou particulares era preciso prestar exame e obter licença do diretor-geral dos estudos,cargo criado com o Alvará de 28 de Junho de 1759.O Ensino Fundamental pouco foi afetado,permanecendo isolado da realidade,o que ocasionou a contratação,pelas famílias mais abastadas,de padres para ministrarem a educação de seus filhos.Já o Ensino Secundário passou a acontecer mediante aulas avulsas –as aulas régias-de Latim,Grego,Filosofia e Retórica.Esta ultima com finalidade de ser útil ao contrato entre as pessoas no cotidiano,o Ensino Superior continuou a ser realizado somente por aqueles que tinham condições de cursas uma universidade europeia.( RIBEIRO,2001)
No Brasil a formação de professores surge após a independência com a lei das escolas de primeiras letras (1827) para organização da instrução popular, instalando escolas com método lancasteriano capitais das províncias.
A província do Rio de Janeiro instalou a primeira escola normal do Brasil (Capital Niteroi.1835): escola simples com currículo elementar. Fechada em 1849 e substituída por conjunto de professores adjuntos com o que se adquiria um preparo apenas prático (nenhuma teoria), Em 1859 foi criada nova escola normal em Niterói.
Essa trajetória incerta de abertura, fechamento e nova criação de escolas normais ocorreu em todas as província durante o período imperial, atingindo-se certa estabilidade após 1870(TANURE,2000,p.64), vindo a se consolidar já no período republicano. Já em 1893 houve a reforma do ensino primário com a criação dos Grupos Escolares (SOUZA, 1998).
Estas reformas se tornaram referência para outros Estados do país. Estes enviavam seus educadores para observar e estagiar em São Paulo ou recebiam "missões" de professores paulista na condição de reformadores, como ocorreu com Mato Grosso, Espírito Santo, Santa Catarina, Sergipe, Alagoas, Ceará, além de outros ,ao longo dos primeiros 30 anos de regime republicano.
No século XX ocorreu feminização do magistério,ingresso maciço das mulheres no ensino primário ,que perdura até hoje, tem seu início por uma questão simples. O magistério foi, desde o princípio, uma profissão-missão, voltada para cumprimento de um dever sagrado, e ninguém melhor que a mulher, dotada dos atributos da maternidade, para desempenhar tal função.
"A ideia de uma escola que domestica,cuida,ampara,ama e educa vai colocar na mão das mulheres a responsabilidade de guiar a infância e moralizar os costume".(SILVANE,2013,pag49).
Em 1920 desencadeou-se um amplo processo de organização do campo educacional (Inclusive profissionalização dos professores) impulsionado pelo movimento renovador que deu maior visibilidade ás crítico às escolas normais (consideradas "curso híbrido"), e, com isso, empenhou-se em oferecer um novo modelo que corrigisse as insuficiências e distorções apontadas.
Em 1935 foi criada a Universidade do distrito Federal por Anísio Teixeira que, igualmente a USP, incorporou a Escola de Professores com o nome Escola de Educação. Daí, emergiu o paradigma. Aos Cursos de Licenciatura coube formar professores para as escolas secundárias; e aos Cursos de Pedagogia coube formar os professores das Escolas Normais. Em 1946 a Lei Orgânica do Ensino Normal dividiu o ensino normal em dois ciclos. A saber: o primeiro englobava o ginasial de quatro anos e destinava-se a formar regentes do Ensino primário e funcionava em Escolas Normais Regionais. Já o segundo referia-se ao colegial do curso secundário de três anos. Destinava-se a formar os professores do ensino primário. Funcionava em Escolas Normais e nos Instituto de Educação (abrangiam Jardim de Infância e Escola Primária, além de cursos de especialização em educação especial, ensino supletivo, artes e curso de administradores escolares (diretores, orientadores e inspetores escolares).
Os cursos normais de primeiro ciclo, com currículo marcado pelas disciplinas de cultura geral, assemelhavam-se as velhas escolas normais (criticadas). Já os cursos de segundo ciclo contemplavam todos os fundamentos as reformas da década de 1930. Esse modelo prevaleceu até 1971.
Em 1968 foi reformulado o Ensino Superior e ,em 1971, modificou os Ensinos Primários e Médios, alterando sua denominação respectivamente para primeiro grau e segundo grau elaborando nova estrutura: em lugar de um curso primário com a duração de quatro anos, seguido de um ensino médio subdivido verticalmente em um curso ginasial de quatro séries e um curso colegial de três, organizou-se um ensino de primeiro grau com a duração de oito anos e um ensino de segundo grau de três a quatro anos. Em decorrência dessa nova estrutura desaparecem as Escolas Normais. Em seu lugar foi instituída a habilitação Específica de 2ºgrau para o exercício do magistério de 1ºgrau (HEM).
A nova estrutura exigia habilitação especifica de 2º grau para o ensino de 1ª a 4ª série, de licenciatura curta para 1ª á 8ª série, e de licenciatura plena para 1º e 2º graus. Vê-se que nessa nova estrutura o antigo Curso Normal cedeu lugar a uma habilitação de 2º grau entre muitas possíveis no âmbito da profissionalização universal e compulsória desse nível de ensino, dispersa em meio a tantas outras, configurando um quadro de precariedade bastante preocupante.
Na década de 1980 a evidência e gravidade dos problemas levaram o próprio governo a buscar alternativas. Assim, o Ministério da Educação formulou em 1982 o projeto CEFAM (Centros de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério). Pensado como um mecanismo de formação inicial e continuada para professores de educação pré-escolar e das quatro primeiras séries do ensino de 1º grau, o projeto foi implantado em 1983 nos Estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Alagoas, Piauí, Pernambuco e Bahia, abrangendo 55 Centros, sendo estendido, depois, a outros nove Estados: Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Sergipe, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pará e São Paulo, totalizando 120 Centros em 1987 e 199 em 1991, quando atingiu 72.913 matrículas (CALVACANTE,1994,p.59,76 e 123).
O projeto CEFAM teve o caráter de "revitalização da Escola Normal" garantindo, mediante bolsas de trabalho, o estudo dos alunos em tempo integral e a atividade de monitoria nas classes das primeiras séries do ensino de 1º Grau. Os resultados do projeto foram significativos, merecendo uma avaliação globalmente positiva, mas foi descontinuado quando seu alcance quantitativo era ainda restrito não tendo havido, também, qualquer política para o aproveitamento dos professores formados pelos Centros nas redes escolares públicas.
Ao Curso de Pedagogia, além da formação de professores para Habilitação Específica de Magistério (HEM), conferiu-se a atribuição de formar os especialistas em educação, aí compreendidos os diretores de escola, orientadores educacionais, supervisores escolares e inspetores de ensino.
Paralelamente, desencadeou-se a partir de 1980 um amplo movimento pela reformulação dos cursos de pedagogia e licenciatura no âmbito do qual foi adotado o principio da "docência como a base da identidade profissional de todos os profissionais da educação" (SILVA,2003,p 68 e 79). À luz desse principio, a maioria das instituições tendeu a situar como atribuições dos Cursos de Pedagogia a formação de professores para a Educação Infantil e para as series iniciais do Ensino de 1º grau ( Ensino Fundamental).
A única lei geral relativa ao ensino elementar é a de 15 de Outubro de 1827 data em que se comemora o Dia do professor - a qual perdurará até 1946. É ela que nos mostra os limites impostos á organização educacional em nosso país.
A desvalorização das políticas sociais e no seu interior a política educacional e social das políticas publica, resultou na redução progressiva de verbas e na desvalorização profissional e social dos educadores.
A expansão escolar não correspondeu a um avanço qualitativo. Ano após ano soma-se a essas problemáticas a descaracterização dos cursos de professores e consequentemente do profissional de educação.
A LDB - Lei de Darcy Ribeiro sancionada em 20 de dezembro de 1996 de numero 9.394, publicada no Diário Oficial da União a 23 de dezembro de 1996, seção Trouxe para o campo da formação Docente avanços, mas também retrocessos.
No ano de 1996 a formação dos professores da Educação Infantil e das quatros primeiras series do Ensino Fundamental era massivamente efetivada em nível Médio. Diante dessa situação, o artigo 62 da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) estabelece que a formação dos docentes para atuar na educação básica, que abrange a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, passaria a ser feita em nível superior. Portanto, o espírito da nova LDB era considerar o nível superior como exigência para a formação de professores de todos os tipos. Na prática isso significa passar ao nível Superior a formação dos professores da Educação Infantil e das quatro primeiras series do Ensino Fundamental, até então realizada predominantemente em nível Médio.
O mesmo artigo 62, que pretendia elevar a formação de todos os docentes para o nível Superior, introduziu uma outra instância formativa: os Institutos Superiores de Educação, como está explicito no teor completo do enunciado do artigo:
A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível Superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação ,admitia ,como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental ,a oferecida em nível médio ,na modalidade Normal (BRASIL,1996).
Segundo Pedro Demo, 1997:10/19 "é uma lei pesada", que envolve muitos interesses orçamentários e interfere em instituições publicas e privada de grande relevância nacional pode-se sempre ergui que a visão flexível de organização de sistemas corre o risco de permanecer letra morta, por conta da tradição centralizadora da União.
É provável que a introdução dos institutos superiores de educação no texto da lei tenha se originado do programa "Programa de Valorização do Magistério", de iniciativa da Secretaria do Ensino Fundamental do MEC na gestão de Murílio Hingel nos anos de 1992 e 1993. Essa iniciativa buscou com base no programa de Cooperação Educativa Brasil-França, implantar Institutos Superiores de Formação de Professore no Brasil, inspirados na experiência francesa dos Institutos Universitários de Formação de Mestres (TANURE,2000, p85).
Observa-se que nos primeiros cinquenta anos do império, as poucas escolas de formação de professor do Brasil eram pautadas nos moldes de escolas primarias, não formavam e nem capacitavam professores aptos para lecionar. Nota-se que esse modelo não deu certo. Sua trajetória foi mal sucedida.
A história também nos mostra o inefável poder da escolarização e como ela pode modificar a estrutura de uma sociedade. Para isso é necessário formação adequada, fato esse que não ocorre, levando ensino ao fracasso e descaso.
Os mesmo problemas surgem quando a formação acadêmica do Professor é irregular ,isto causa dificuldades para as mudanças reparatórias Necessárias. O professor precisa elaborar táticas de resgates dos alunos, os quais são desfavorecidos por meio das adversidades que provocam o fracasso Escolar. "A escola é um espaço possível de luta, de denúncia da domesticação ,seletividade e de procura de soluções, ainda que precária superficiais" (ARANHA, 1993. p.42).
Dentro desse contexto é possível perceber que a formação de professores no país atualmente ainda sofre, os impactos do crescimento rápido das redes públicas e privada de Ensino Fundamental, e das improvisações que foram necessárias para que as escolas funcionassem, o que criou a representação que formar professor pode ser um processo rápido e aligeirado.
Hoje, a discussão sobre a formação de professores vem se ampliando e aprofundando em função de variados problemas constatados no desempenho das redes escolares, nas suas condições de trabalho e na diminuição da procura pela carreira docente. Cada vez mais a questão da formação de professores assume importância ante as exigências que são colocadas diante da educação básica de crianças e de adolescentes na sociedade contemporânea
Atualmente, diante da deficiência na formação dos futuros educadores os quais distantes de sua realidade apresentam baixos índices de aproveitamento, tornou-se necessário repensar o público-alvo das aulas, entendendo que "a aprendizagem dos conteúdos escolares é algo que envolve os processos mentais superiores e se dá no interior de um ser social e historicamente contextualizado" (MOYSÉS,1994,p.10-II).
Muitos educadores convivem com algumas questões pertinentes. A saber: o que é saber ensinar? Como fazer a aprendizagem ser significativa? Onde estão as falhas? Na formação do educador, nas condições de trabalho, na falta de apoio pedagógico ou no reconhecimento do trabalho?
Entendemos que saber ensinar pressupõe muito mais do que possuir uma simples habilidade. Saber ensinar requer preparo, compromisso, envolvimento e responsabilidade; "é algo que se define pelo engajamento do educador com a causa democrática e se expressa pelo seu desejo de instrumentalizar política e tecnicamente o seu aluno, ajudando-o a construir-se como sujeito social"(MOYSÉS,1994,p14).
O professor sozinho não tem condições de mudar a realidade que é externa á escola! Porém, podemos afirmar que seu papel como educador tem um peso muito grande na transformação dessa realidade, pois sua interferência nesse processo é muito maior do que ele imagina.
Devemos, derrubar alguns conceitos enraizados no cotidiano escolar. Conceitos como a improvisação ,a falta de bases teóricas sólidas ,de conhecimento da realidade na qual e sobre a qual se atua ,bem como de material didático- pedagógico, condições físicas inadequadas, pouco tempo para realizar atividades especificas da escola, entre outros.
Há também os fatores externos ao entorno da escola, como a questão política da educação, na qual estão inseridos os discursos oficiais que, na prática, nada dizem e incentivam o aumento de "profissionais mal preparados, desmotivados e, o que é pior, descompromissados com o seu papel de agente de mudança" (MOYSÉS,1994,p.16).
Não podemos nos esquecer da falta de autonomia. Muitas vezes, o professor é bem preparado, tem consciência do seu papel de mediador entre o aluno e o saber historicamente acumulado, porém sofre pressão para executar apenas as determinações dos especialistas, aos quais foi outorgada a tarefa de conhecer, planejar e avaliar o processo pedagógico. Tais procedimentos acabam por retirar do professor o conhecimento das concepções teóricas que embasam seu trabalho diário. Diante dessa situação qual deveria ser nossa atitude? Enfrentar ou sucumbi?
Ainda a professores que conseguem realizar com qualidade a tarefa de ensinar, pois aliam competência técnico-pedagógica a um grande empenho em dar o melhor de si. Sentemse desafiadores, mas não desistem. Investem em sua própria formação permanente e tem reflexão cotidiana crítica de sua prática, pois tem consciência de seu papel enquanto transformador da realidade, atitudes como essas são essenciais e necessárias para ambiente educacional contemporâneo.
O Ensino e aprendizagem na Educação Escolar
A função da escola na sociedade é propiciar Ensino de qualidade para todos os estudantes, indistintamente no conceito da sociedade (FREITAS, 2003). Apesar disso, na contemporaneidade e desde muito tempo, ouve-se toda população criticar a péssima educação escolar. Só criticar e não buscar os porquês desses fracassos não levará a melhora ou avanço dos mesmos.
Para entender a educação escolar é preciso criar suposições e estudar as atuais práticas educacionais, procurando assim, os principais erros cometidos por estas, como faremos nesta pesquisa. Macedo (2002) acredita que a prática reflexiva do professor supõe voltar-se para dentro de si mesmo ou do sistema de qual faz parte, ou seja, analisar sua aula e seus atos podendo ser essa pratica reflexivo, um móvel de transformação.
Também é necessário que os professores reflitam sobre a construção do conhecimento de seus alunos a fim de não dar as respostas prontas, mas sim deixar que eles discutam e levantem hipóteses, tirando suas próprias conclusões e, portanto construindo sua própria aprendizagem significativa.
Atualmente, a teoria educacional é sistemática, além de ter como fundamento a ordem e a linearidade baseadas em estereótipos. Além disso, a escola contemporânea (exigente, rígida e detentora do saber) não está de acordo com a realidade em que vivemos.
As instituições escolares e seus professores devem está abertos a mudanças. O ensino deve ser um sistema dinâmico, suscetível á inovação, que leva em consideração a complexidade da realidade atual (COLOM, 2003). É necessário mudar as concepções dos docentes sobre o que é aprender e o que é ensinar. Estes professores devem refletir sobre suas metas e objetivos na educação e o modo de avaliar o êxito destas.
É importante ressaltar que inovação não significa mudança, ou seja, frequentemente os professores, visando à mudança de suas concepções, apenas inovam sala de aula, alternando, por exemplo, a colocação das carteiras. A aula, deste modo, não deixar de ser tradicional. Para que o professor consiga realmente mudar suas concepções sobre o ensino não há roteiros prédeterminados, é necessário que ele pratique a nova teoria de modo único, imediato e exclusivo, observar e refletir (ROSA, 2003).
Isso não significa que os professores devam criar todo o currículo sozinho, mas vale pontuar que currículos muitos fechados e detalhados não deixam qualquer espaço para a criação e mudança dos docentes .Este currículo, segundo Libanêo (1994) existe para confirmar todas as preocupações da escola, seus objetivos e metas para o ensino é formado pelo projeto pedagógico da mesma.
COLL (2006) enfatiza que, se o Ensino fosse uma atividade rotineira, não seriam necessárias diversas teorias, e o insucesso destas aulas mostra que ensinar não é seguir um plano, uma receita fechada que quase nunca se adapta as realidades dentro de uma sala de aula.
Um Ensino Tradicional, geralmente traz mais problemas, pois é concentrado no professor, que irá transmitir o conhecimento aos alunos, e estes, devem absorvê-los. Ensinar não é transmitir e aprender não é absorver e decorar conteúdos. O professor deve ser o mediador da informação propondo caminhos, ferramentas e estimulando o aluno para que este se interesse e busque seu próprio conhecimento.
Alves (2002) também absorveu que os alunos aprendem aquilo que consideram mais importantes. O autor diz ainda que "o aprendido é o que fica depois de tudo foi esquecido" a memória do aluno não é capaz de armazenar conhecimentos que não fazem sentido.
Dessa forma, PERRONE (2009) cita que todos os alunos devem construir a própria compreensão e identificar seus interesses.
Suficientemente flexível e atraente para servir a todos os alunos (..)Se o objetivo do ensino é a compreensão então os alunos devem atuar na apropriação de suas ideias. O currículo relacionado ás preocupações, interesses experiências dos alunos(PERRONE,2009,pag 18).
Percebe-se que algumas escolas implantam proposta didáticas tidas como novidades, apresentando o que está na moda. Entretanto, novas práticas no cotidiano escolar mostram apenas que revestiram o Ensino Tradicional novamente. As propostas abertas, flexíveis e participativas tendem a provocar rupturas e estimulam os educadores a buscar desafios (SOUZA Almeida,2002, pag.28) Sabe se que Ensino Clássico propicia um comodismo e facilidades aos educadores, visto que os mesmo aprenderam essa forma desde tempos colegial. No entanto, é preciso observar até que ponto essa metodologia é benéfica ao educando.
A educação não deve ser apenas pensada, mas também realizada, entretanto o que se vê hoje é a desvirtuação entre teoria e prática, os professores ou orientam para as questões teóricas ou só para a prática. É imprescindível que os professores deem uma mesma base reflexível tanto para teoria quanto para a prática, de tal maneira que uma interaja com a outra, e os conhecimentos de ambas sejam mútuos e inseparáveis. (COLOM,2003).
Professor diante dos desafios da educação contemporânea
Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na escola, de um modo ou de muitos, todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender e ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação. (BRANDAO, 1985, p.07)
Tendo em vista que a Pedagogia é a ciência da educação e ocorre em todos os espaços, pois é fruto da socialização, diariamente a educação escolar tem se tornado pauta em diversas discussões. Pensa-se educação escolar como um processo de construção que integra, simultaneamente, diversos conhecimentos e promove o desenvolvimento intelectual e moral do indivíduo, sendo construído, culturalmente, a partir do contexto familiar e social.
O professor, diante desse novo paradigma, numa sociedade em constante processo de transformação, é o profissional que, a cada dia mais, se enquadra para exercer essa função de transmissão do conhecimento, "ocorrendo em muitos lugares, institucionalizados ou não, sob várias modalidades." (LIBÃNEO, 2004, p. 26). Portanto, ele precisa estar preparado para os desafios do mundo contemporâneo, sobretudo comas mudanças bruscas do sujeito social motivadas pelo surgimento das novas tecnologias e pelos efeitos da economia.
Segundo Libâneo (2004, p. 28), "o mundo assiste hoje às intensas transformações, como a internacionalização da economia e as inovações tecnológicas em vários campos de saberes. Essas transformações levam à mudança no perfil desses diversos profissionais, afetando os sistemas de ensino", sobretudo os pedagogos, que são os profissionais diretamente ligados ao processo de disseminação das práticas pedagógicas do conhecimento.
Para isso, é necessário que haja um melhor preparo na formação dos educadores, sobretudo nos cursos de Pedagogia oferecidos. É preciso que as instituições comecem a discutir o diálogo entre os currículos do curso que preparam os futuros profissionais e as exigências da sociedade contemporânea.
Hoje, é preciso pensar, a todo o momento, que o profissional que se forma e que irá trabalhar em uma sociedade de mudanças rápidas esteja preparado para entender a educação como um fenômeno, portanto, é preciso abordar as questões referentes ao campo de estudo da Profissional, à identidade professor e ao sistema de formação de pedagogos ainda no curso.
Segundo Weber (2009), com a globalização e consequentes transformações sociais, exigem do professor a mudarem o seu perfil, pois passa a demandar dele um conhecimento amplo que abrange não só o saber específico, mas também trabalhar a formação da consciência cidadã nos alunos.
A escola está sujeita a transformações. Historicamente, desenvolveram-se movimentos chamados de educação nova a partir da discordância dos resultados da educação tradicional, crescendo cada vez mais a preocupação com educação e escola que tende a desenvolver alternativas pedagógicas ao ensino tradicional.
Pode-se ver na abordagem cognitivista que o papel do processo educacional consonante com a teoria do desenvolvimento e conhecimento obtém a importância, evidenciado nas palavras de Mizukami (1986, p.70):
[...] ao provocar situações que sejam desequilibradas para o aluno, desequilíbrios esses adequados ao nível de desenvolvimento em que se encontram, de forma que seja possível a construção progressiva das noções e operações, ao mesmo tempo em que a criança vive intensamente(intelectual e afetivamente) cada etapa de seu desenvolvimento. 3
3 3 Significado de outorgar : v.bit. Oferecer como benefício; conceder:
Nessa abordagem, segundo autora acima, o objetivo educacional é diferente daquele em que há transmissão de informações, modelos, verdades, etc. Aqui, o objetivo consiste em que a criança aprenda por si mesma a conquistar o conhecimento, e para isso ela necessita de autonomia intelectual, resultante do desenvolvimento da personalidade e aquisição instrumental lógico-racional. Assim, é importante que a escola incentive a atividade em grupo, pois a aquisição individual das operações está ligada à cooperação, trocas e intercâmbios entre as crianças.Dessa forma, deve provocar nos alunos, busca de novas soluções, oferecer-lhes situações desafiadoras e estimular novas estratégias de compreensão da realidade.
De acordo com Mizukami (1986), a abordagem sócio-cultural é outra alternativa pedagógica ao ensino tradicional, na qual elabora-se e cria-se o conhecimento a partir da ação conjunta entre o pensamento e a prática, e, essa elaboração e desenvolvimento do conhecimento relacionam-se ao processo de conscientização que é sempre inacabado, contínuo e progressivo, ou seja, busca-se a crítica da realidade partindo da consciência mais primitiva até chegar à esfera crítica e problematizadora.
(FREIRE, Paulo apud MIZUKAMI, 1986) diz que, nessa abordagem permite ao homem chegar a ser sujeito da educação quando participante ativo da história, da sociedade e da transformação da realidade, e o mais importante, a sua própria capacidade de transformála. Para tanto, a escola deve ser um local onde possa ter crescimento tanto do aluno como do professor diferentemente do lugar convencional onde se prioriza os seus currículos.
Para que tenha qualidade da educação que considera conceitos de autonomia, transformação e cidadãos críticos deve-se refletir sobre novas competências para ensinar. Segundo Freire (2006), para exercício da tarefa docente, o professor deve assumir a responsabilidade ética. O preparo científico do educador deve caminhar junto com a sua retidão ética, ou seja, cabe ao professor à obrigação de cumpri-la com humildade e dedicação, tendo formação científica e ética, respeitar os próximos, ter consciência e também a capacidade de viver e de aprender com diferente, etc.
Os desafios que se colocam na atualidade para o educador parecem que se multiplicam dia após dia. As mudanças que ocorrem em nossa sociedade são caracterizadas tanto pela sua expansão como pelo ritmo acelerado em que elas ocorrem, que mal acabamos de alcançar um deles e já nos deparamos com tantos outros.
Enquanto profissional das Ciências Humanas, imbuído de idealismos para o próprio homem integral e para a sociedade em que ele está inserido, o educador contemporâneo se depara enfrentando desafios desde seu desenvolvimento pessoal, passando pelo contexto organizacional em que está inserido até a esfera de sua influência social.
Formação continuada tem desafio de gerir conhecimento ao educador que necessita de aperfeiçoamento para o desenvolvimento de sua profissão. Disponibilizando conhecimento produzido por suas pesquisas , experiência e estudos para outros,iniciando no seu contexto organizacional.
As melhorias na formação e no desenvolvimento profissional do educador devem estar relacionadas às políticas educativas, às tendências e às propostas de inovação, em estabelecer caminhos para a conquista de melhorias pedagógicas, para que novas formas de atuação sejam incorporadas à prática, havendo assim, um melhor engajamento do grupo profissional, no intuito de estimular a liberdade e a emancipação dos sujeitos.
Para entender e mudar esse quadro de tantos conflitos, é preciso sair da zona de conforto que nos paralisa e reivindicar mudanças no processo de formação, o que é possível por meio de um diálogo aberto com instituições de ensino. É preciso, portanto, que a principal mudança comece em nós, com as nossas atitudes.
Uso de tecnologias na educação
A realidade dos avanços tecnológicos, aliada às mudanças dos paradigmas econômicos e produtivos, leva-nos a um amplo questionamento educacional, que envolve questionar não somente as instituições como também as práticas de ensino. A visão educacional historicamente consolidada, baseada no conceito-chave de que o professor transmite um conjunto fixo de informações aos estudantes, tem sido substituída por um enfoque educacional voltado aos processos de construção, gestão e disseminação do conhecimento, com ênfase no "aprender a aprender" e no aprendizado ao longo da vida (DUDZIAK, 2003).
Nosso objetivo neste momento é falar sobre o uso das tecnologias no ambiente educacional, visando mostrar suas finalidades ,receios e benefícios.
Os meios de comunicação digitais já são os mais utilizados pela população Mundial, que dedica a eles mais horas semanais do que à televisão, ao rádio, aos jornais impressos, cinema e livros.
A sala de aula como era conhecida há anos atrás não é mais eficaz para os alunos da contemporaneidade. É essencial que as instituições se atualizem e saibam como se adaptar às novas necessidades. Entretanto, a inovação pode acontecer a partir do próprio professor. Cada pessoa possui experiências e formas de pensar variadas. É essencial que o professor entenda isso e deixe que o aluno tenha à sua própria forma de aprender e estudar. Além do mais, caso a pessoa queira trazer novas ideias de ensino para a sala de aula, não há problema algum em experimentar.
Os valores estão mudando: Recebemos influências do mundo inteiro em todos os níveis, procuramos encontrar a nossa identidade no regional, no local e no pessoal. Com o aperfeiçoamento virtual, podemos ter motivos de fascinação e de alienação. O grande reencantamento temos que fazer conosco ,com a nossa mente e corpo, integrando nossos sentimentos, emoções e razão. Fazer um uso libertador das novas tecnologias e não um uso consumista de fuga.
O computador representa uma transformação no modo de pensar e educar. A ideia de fazer um mundo de produção de programas, certamente representa uma nova qualidade de educação que ao lado de outros objetivos e ao lado do desenvolvimento de outras habilidades constituem o todo da educação. A formação de estruturas cognitivas, desencadeadas e organizadas pelo uso papertiano do computador, não pode ser o objeto último nem o único do trabalho do educador embora seja dos mais importantes. (Almeida:1987, 98).
Isso nos faz entender que as mídias, o uso do computador é algo real decisivo na vida da sociedade e todos que estão ligados à educação, sendo assim é necessário inserir-se nesse processo para alcançar sucesso e atenção dos alunos no ambiente escolar. Sabemos que não é fácil esse envolvimento ,mas as palavras de (Tajra:2001,127) incentivam a buscar essa transformação em nossas vidas:
O aprender é um processo de mudança continua; o individuo é um sujeito inacabado que está sempre aprendendo e se transformando. A sua transformação deve ir além de suas alterações internas, mas transcender externamente. Se o individuo consegue transformar, significa que ele conseguiu aprender e formulou um novo conhecimento a partir de suas interconexões biológicas, psicológicas e históricas, sociais e culturais. (Tajra:2001,127).
Sendo assim, o professor deve aperfeiçoar-se, pesquisar, buscar informações relevantes e trazer mudanças a seus hábitos e dos alunos. As cadeiras escolar não atraem os alunos, portanto é necessário abrir portas ao mundo digital.
Algumas escolas possuem laboratório de informática ,contudo são pouco ou nunca usados. É muito importante à utilização desses meios, o professor deve estimular a curiosidade do aluno por querer conhecer, pesquisar e buscar informações complementando a aula. Mas não podemos esperar das redes eletrônicas a solução de problemas referentes à educação, mas sim que eles vão facilitar a pesquisa individual e grupal, o intercâmbio num geral. Pois, é também função do educador inserir os educandos nesse mundo globalizado, através dos equipamentos que as escolas já possuem, levando os a buscar informações que venham complementar e aprofundar seus conhecimentos.
Constantemente percebe-se que a profissionais que se formam totalmente despreparados, principalmente em termos que envolvem inovações e tecnológicas. Na escola, no hospital ou na empresa, individuo precisa compreender a utilização de computadores e tablet,pois é exigência fundamental para bom desenvolvimento no trabalho e permanência no mercado.
Isso se deve a sociedade, que mudou. A globalização, as exigências de constante mudança exige que o ensino e o educador se preparem. Para está ligado a essa prática e entende-la é preciso está inserido nesse contexto.
Ao pensar na identidade desse profissional, é preciso entendê-lo como um sujeito que está dentro da sociedade e que é responsável pela formação de outro sujeito dentro dessa mesma sociedade e isso se dá pela educação. No que se refere à formação desses profissionais, é preciso recorrer aos sistemas de ensino superior e analisar os conteúdos dos currículos oferecidos.
Será que estão sendo oferecidas aos estudantes as possibilidades da pluralidade dos conhecimentos, a compreensão da educação e de suas facetas, as inovações tecnológicas, a orientação de como trabalhar a relação dos conhecimentos antigos com os novos e de como inserir os sujeitos que, mesmo não tendo acesso às tecnologias, estão inseridos numa sociedade de mudanças tecnológicas rápidas?
As leis que regem a educação nacional, as teorias e práticas educacionais discutidas nas universidades, congressos, fórum, e reuniões tratam da melhoria do ensino no país e almejam uma escola de qualidade para todos, onde todos possam ter sucesso, ou como diz
Mantoan (2003) consigam a "emancipação intelectual".
[...] a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL,1988).
A escola atualmente se depara com novos desafios, entre eles, o de estabelecer condições mais adequadas para atender a diversidade dos indivíduos que dela participam. Assumir, compreender e respeitar essa diversidade é requisito para orientar a transformação de uma sociedade tradicionalmente pautada pela exclusão. Para alcançar essa qualidade na educação, há a necessidade de renovar toda a estrutura educacional deixando para trás o ensino tradicional, e inserindo formas de ensinar mais atraente.
O profissional comprometido com a educação deve sempre estar preocupado em formar seu aluno com uma visão crítica da sociedade, o qual é seu maior objetivo, dando-lhe oportunidade de expressar suas ideias, tornando-o um cidadão ativo e participante na vida social, cultural e política do seu povo, nesta visão, diz Freire: "(...) ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção".
(FREIRE, 1997. p. 25).
Agindo assim, o professor pode colocar em prática sua função política, e exercendo sua mais importante atividade profissional que é facilitar a mediação, inserção do aluno e a sociedade, através dos conteúdos a ele ministrados. Por esta razão, diz Demo: "... dialogar com a realidade, inserindo-se nela como sujeito criativo." (DEMO, 1993, p. 21). Para isso é preciso que ponha em prática suas experiências resultantes de sua formação do professor.
Reformas educacionais são cada vez mais citadas em discussões, ganham um caráter internacional e isso pode ser bem compreendido quando as entendemos como uma forma de globalizar também esse setor. Desse modo a formação de professores tem sido uma tônica em todos os países, como uma maneira de evidenciar a importância do desempenho educacional para o crescimento econômico, o que em tese depende da atuação dos profissionais da educação.
O papel do professor é fundamental e a sua formação assume uma função central nas políticas educacionais. Esse profissional precisa ser preparado para contribuir com o ajuste da educação às exigências do mundo.
De alguma forma, pode-se pensar nas reformas educativas a partir da aprendizagem do aluno. A escola, como sendo um lugar de transformação, o que era defendido por Freire (2003):
Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos. Por isso mesmo pensar certo coloca ao professor ou, mais amplamente, à escola, o dever de não só respeitar os saberes com que os educandos, sobretudo os de classes populares, chegam a ela saberes socialmente construídos na prática comunitária – mas também, como há mais de trinta anos venho sugerindo, discutir com os alunos a razão de ser de alguns desses saberes em relação com o ensino dos conteúdos. (Freire ,2003, p.30).
Nessa perspectiva, tendo em vista a atual situação do sistema educacional brasileiro, inserida num contexto sócio-histórico-político mais amplo, questiona-se como será que os docentes se percebem como profissionais?
Hoje, a profissão docente exerce funções diversas, motivação, luta contra a exclusão social, participação, animação de grupos, relações com estruturas sociais, com a comunidade; e isto requer uma nova formação profissional para o educador, de caráter permanente.
O mundo globalizado exige profissionais capacitados e multifuncionais que possuam fluência verbal, comuniquem-se bem, tenham poder de persuasão, defendam ideias e direitos. Desta forma, a escola deve ultrapassar os aspectos teóricos e penetrar no âmbito da prática cotidiana, ampliando os conhecimentos e abrindo um novo universo de significados aos educandos.
Um mundo com esses contornos e mudanças sociais profundas, conduz a sociedade para o desejo de uma escola diferente, facilitadora, interlocutora do educando e do meio social, uma escola que promova a integração e a inserção do educando num ambiente produtivo, de ação e prevenção social, evitando a marginalidade e o crescimento da massa de excluídos.
O uso das tecnologias, metodologias ,teoria e prática de ensino é muito amplo e requer uma preocupação permanente por parte não só dos educadores, mas também das famílias e dos governantes. Foi possível verificar a partir deste trabalho, que as relações entre esses assuntos é um problema antigo que atinge a educação brasileira, sendo que, na busca por alternativas de superação e melhora na aprendizagem, foram propostas algumas estratégias os quais não deram conta de solucionar essa problemática que é grande e complexa. Como formação rápida para professores e criações de salas multimídia sem profissional capacitado para atuar na mesma.
É preciso que se estabeleçam objetivos claros quanto ao que se pretende atingir nas leis e currículos educacionais, envolvendo todo o colegiado da escola.Portando, já que verificamos histórico da formação Docente, origem do Ensino Tradicional, suas características e vários fatores que tem gerado um verdadeiro jogo de empurra entre escola, Sistema de Ensino, família e sociedade em relação ao Ensino.
No próximo capítulo, constará o resultado de nossa pesquisa, através de questionários, abordando a temática desafios do educador na contemporaneidade e pratica ensino formal em duas escolas públicas situadas no município de Japeri, Rio de Janeiro. Com professores das unidades visitadas respondendo os questionários. As instituições municipais já vinham sendo observadas há dois períodos anteriores, pois constatamos fatores contribuintes para o ensino antiquado.
Pesquisas sobre educação formal em uma escola pública
Esta pesquisa que foi realizada nas escolas públicas do município de Japeri, Estado do Rio de Janeiro. O método utilizado de pesquisa aplicado é qualitativo com fonte primaria (conclusão histórica, registros públicos ou privados)e segundaria (fonte original da informação a ser discutida, envolvem generalizações, análises, sínteses, interpretações, ou avaliações da informação original.), questionários aberto semiestruturado. Os dados foram colhidos por meio de questionários (Anexo 1), elaborado com base em (ALVES, 2001).
3.2 O cenário do estudo.
A pesquisa foi realizada junto a duas escolas Municipais de Japeri, utilizando-se um questionário para professores das Instituições escolares, visitadas. Atualmente uma das escolas atende a comunidade local com o Ensino Fundamental de 1º a 4º ano com 884 alunos matriculados, também atende 133 alunos matriculados de I a IV fase da educação, turnos de manhã, tarde e noite, incluindo a EJA (educação de Jovens e Adultos). As comunidades que são atendidas por ambas as escolas são muito carentes.
A metodologia adotada é de abordagem temática qualitativa de análise e coleta de dados descritiva, com questionários abertos e semi estruturados, de acordo com os conceitos de (LÜDKE e ANDRÉ, 1986). Os questionários contêm perguntas iguais para os professores que participaram da pesquisa.
A intenção foi buscar contribuições para o tema exposto por meio do estudo, que tem por objetivo obter informações sobre a relação entre teoria e prática, e o motivo da proliferação da Educação Tradicional no Ensino Fundamental.
O questionário, selecionado para essa pesquisa foi realizado com base na pesquisa de campo, nas necessidades do Ensino Fundamental. Foram escolhidos por abordarem assuntos expostos e observados em nosso trabalho de que relaciona pontos principais como fatores responsáveis pelo ensino tradicional e relativos a atualidade do educador, como formação de professores, dificuldades que os educadores enfrentam para atuar ,e metodologias de ensinoaprendizagem.
Optamos por preservar os nomes dos professores no anexo 2 . Alguns educadores optaram em deixar claro sua posição sobre métodos utilizados em sala de aula, outros em criticar teoria formal. Assim análise dos profissionais da educação encontra-se em citação direta clara.
Capitulo 4
4.1 Análises da pesquisa.
Como podemos ressaltar, na pesquisa realizada nas duas unidades escolares públicas municipais do Município de Japeri – RJ; sobre relação Entre a Teoria e a Prática escolar no Ensino Fundamental, encontramos diversas divergências de ideologias e paradigmas diferentes nas respostas dos profissionais da educação, dentro do tema desenvolvido pelo trabalho.
Encontramos professores com diferentes concepções sobre as metodologias capazes solucionar a problemática do Ensino Clássico. Um dos professores admitiu fazer uso frequente dessa abordagem por achar fácil e prático, para controlar uma classe com 30 a 40 alunos. Outros relatam ver esse tipo de ensino frequentemente nas escolas, e relatam uso diário devido falta de recursos ou grande tempo de atuação no magistério sem reciclagem, ou capacitação.
Um dos professores da escola A, que respondeu o questionário optou pela metodologia pós-construtivista, que se uma trata de uma metodologia pedagógica contemporânea, que explica como a inteligência humana se desenvolve partindo do princípio de que o desenvolvimento da inteligência é determinado pelas ações mútuas entre o indivíduo e o meio, ou seja, que o mais experiente transmita o conhecimento para o mais novo (GEEMPA, 2010); encontramos mais informações sobre pós-construtivismo no site http://www.geempa.org.br/index2.html.
E o professor da escola B, optou pela metodologia diversificada, trata-se de uma metodologia em que o professor passa inserir meios tecnológicos e permitindo composição flexível na organização de sala de aula, por exemplo, videoclipe, internet, televisão. Questão que permitam aos alunos, a questionarem, a debaterem e apresente representações. Com o objetivo de ajudar o aluno dentro do seu conteúdo individual e singular, mais referencias no site http://www.recantodasletras.com.br/artigos/2000636.
O professor da escola B estabelece um relacionamento aberto para ganhar a confiança dos alunos. Enquanto o professor da instituição A é adepto da persistência no relacionamento que pode trazer melhora no decorrer do semestre com os alunos ou não. Professor da escola B avalia seus alunos diariamente e com avaliações pré-estabelecidas que possam ajudar no crescimento do aprendizado dos alunos. Apesar de que, o professor escola A, adota o método diário de atividades e textos escritos e interpretados.
O professor na escola A respondeu que adota trabalhos somente em sala de aula para ajudar no desenvolvimento do aprendizado do aluno. Enquanto o professor da escola B é adepto dos trabalhos extra classes para reforça o interesse do aluno nas atividades do dia a dia.
(...) À medida que a aprendizagem começa a ser significativa, esses facilitadores vão sendo elaborados, tornando-se, pois, mais capazes de facilitar ou ancora a nova informação. Está claro que o saber já construído pelo aluno ao longo de sua vida, se fosse reconhecido, poderia ser utilizado em sala de aula como tais facilitadores. (MOYSÉS 1995, p. 30).
O professor da escola A aponta dificuldade em ter o apoio familiar, poucos recursos e uso de metodologias repetitivas. Já o professor da escola B relata observar os alunos com falta de perspectivas de futuro escolar. Analisaremos com mais afinco no anexo 02, esse olha de cada educador.
Sabemos que o Projeto Politico Pedagógico é um dos elementos principais responsáveis pelo aprendizado do aluno, mas encontramos professores que ainda estão aguardando mudança no Ensino, afim de ter um papel amplo na formação humana de cada educando e mais autonomia
A escola não pode esperar por Reformas Legais para enfrentar a realidade
que lhe afoga. Além do mais, a atitude de esperar "por decretos" [...] reflete o descompromisso de muitos e a responsabilização de poucos com aquilo que deveria ser transformado. A escola tem uma vida interior que, sem ser alterada por códigos legislativos, pode trabalhar com o homem em nova dimensão, bastando para isso que seus membros se disponham a estabelecer um novo projeto de reflexão e ação (NAGEL, 1989, p.10).
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