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Em uma das suas entrevistas A.A. Neto afirmou o seguinte:
Não se transforma a consciência do homem de um momento para o outro. É necessário explicar, é necessário transformar a base material. É preciso que nós sejamos completamente convencidos com todos os instrumentos nas mãos para podermos fazer essa transformação lenta da consciência do povo e do nosso país.
Nós vamos também encarar, do ponto de vista estratégico, este problema da resistência, para dizer que é necessário estudar, é necessário ensinar, é necessário que cada um se supere do ponto de vista cultural e técnico, para poder exercer funções cada vez mais elevadas, com mais eficiência dentro do país. Vamos no plano da cultura, elevar a nossa concepção de cultura angolana para que a Nação, para que todo o nosso povo seja cada vez mais angolano, para que as características nacionais possam ser dominantes na nossa terra.
É do conhecimento geral a importância dos valores éticos e cívicos para a sociedade e como estes valores estão ultimamente débeis, e isto remete – se a educação, não só dos professores mais dos pais (família) em primeira estância.
Quando falamos em valores falamos de princípios básicos indispensáveis para a vida em sociedade. A sociedade é aquilo que é a família, porque a família sendo o primeiro grupo social é ela que orienta, determina e dinamiza a sociedade.
Baseando-se nas trocas que acontecem na sala de aulas e no dia - a - dia, discutindo – se a possibilidade e a dificuldade das situações quotidianas, viu – se na necessidade de fazer-se se uma ligação com a educação.
Parafraseando Mandela fazemos parte da geração que acredita que a educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo. Pois todos os indivíduos dever ser educados. O direito a educação é um direito prioritário, mas não é um direito a uma educação qualquer, é um direito a uma educação com qualidade de desenvolvimento.
A escola deve estar inserida neste processo de formação de valores e comprometer – se com o desenvolvimento de capacidades que permitam intervir na sociedade transformá – la já que um indivíduo com valores pode ser o inicio do caminho para um mundo melhor. Não podemos mais tratar os valores como conceitos ideias mas, fazer com que a mudança aconteça partindo dos nossos exemplos, acções possibilitando aos outros ou fornecendo aos jovens imagens superiores de vida pelos nossos exemplos.
Os antecedentes teóricos mais próximos do estudo que se efectua se situam na teoria social cognitiva de Bandura e a teoria sócio histórica de Vygostsky.
Segundo Bandura (1976) citado por Viau (1994), a teoria de aprendizagem social cognitiva tenta explicar o comportamento humano em termos de interacções contínuas entre os determinantes cognitivos comportamentais e ambientais. É no processo do determinismo recíproco que reside a possibilidade de os indivíduos influenciar o seu próprio destino (.). Os indivíduos e seus meios são determinantes recíprocos um para o outro.
Segundo Vygostsky (1896 – 1985) citado por Bruner (1998), o eu é moldado pelo mundo em que vive, e que somos agentes culturais e sociais. Somente representamos um papel em drama sócio e em drama cultural. O eu constrói – se a partir de uma grande caixa de ferramentas, que é a sua cultura (.).
Para Gadott (1993), o pensamento pedagógico moderno caracteriza – se pelo realismo, o que pressupõe a universalização da educação para manter o funcionamento das estruturas racionais. Assim a educação tornou – se cientifica (.) o conhecimento só tinha valor quando preparava para a vida.
No entendimento de Dewey a escola não é uma preparação para a vida social e produtiva, é a própria a vida, é o resultado da interacção entre a vida do indivíduo e a experiencia de estar vivendo.
A cultura evolui com as condições matérias e a cada etapa, corresponde uma forma de expressão e de concretização dos actos culturais. A cultura resulta da situação material e do estado do seu desenvolvimento social, Agostinho Neto (1979).
Quanto aos antecedentes de carácter empírico, destaca – se o trabalho de fim de curso de António Miguel de Azevedo – A educação do patriotismo no aluno angolano da 9ª classe, através do ensino das resistências africanas as conquistas coloniais nos finais do século XX.
A investigação aborda aspectos do ponto de vista didáctico que abarcam a formação de valores como a responsabilidade e o patriotismo a partir do pensamento pedagógico de Agostinho Neto nos estudantes do 1º ano do curso de Pedagogia do ISCED do Lubango.
Problema Científico
Como elevar o conhecimento sobre o pensamento pedagógico de Agostinho Neto acerca da formação de valores cívicos e éticos como o patriotismo e responsabilidade nos estudantes do 1º ano do curso de Pedagogia do ISCED- LUBANGO?
Formulação do objecto de investigação
Sendo o problema de investigação colocado, se define como objecto da investigação a dinâmica do processo de ensino – aprendizagem da disciplina da História da Educação.
Formulação do objectivo geral da investigação.
Consequentemente o objectivo geral do estudo é propor uma estratégia e modelo de inserção e enriquecimento do pensamento de A. Neto na cadeira de História da Educação, tendo em conta a formação de valores e o melhoramento do processo de ensino – aprendizagem dos estudantes do curso de Pedagogia do 1º ano.
Do objectivo geral derivam os objectivos específicos seguintes:
1. Diagnosticar o grau de conhecimentos que os estudantes têm acerca das obras de A. Neto e do tema referente aos valores patriotismo e responsabilidade.
2. Caracterizar desde o ponto de vista gnoseológico e pedagógico o objecto e o campo de acção.
Formulação do campo de acção
Elaborar uma proposta de estratégias e modelo para a inserção do pensamento de A. Neto no melhoramento e enriquecimento do processo de ensino – aprendizagem dos estudantes de Pedagogia do 1º ano na disciplina de História da Educação.
Estratégia investigativa
Se trata de uma investigação descritiva com o objectivo primordial a descrição das características do fenómeno estudado. As características mais significativas da opção metodológica estão na utilização de técnicas padronizadas de colectas de dados, tais como o questionário e a observação sistemática assim como o processamento dos dados obtidos através dos diferentes instrumentos de medição.
Tipos de investigação
Segundo a finalidade utilizou- se a investigação aplicada; segundo a profundidade ou objectivo, a descritiva e não experimental; segundo o carácter da medida, a qualitativa.
Enfoques ou paradigmas
Aplicaram – se os enfoques ou paradigmas: qualitativo, ao realizar a aplicação e interpretação dos resultados da investigação; assim também se aplicará o enfoque crítico – social ou dialéctico, com uma investigação de carácter participativo, ao realizar a mesma com os estudantes do 1º ano e professores de Pedagogia do ISCED do Lubango.
Determinação da População
A população seleccionada para esta investigação foram todos os estudantes de Pedagogia do 1º ano e respectivos professores do ISCED do Lubango.
Determinação da amostra
Para o diagnóstico foi utilizada uma amostra de 60 estudantes do curso de Pedagogia 1º ano do Instituto Superior de Ciências da Educação do Lubango, sendo 30 do período pós – laboral e 30 do período diurno e 4 professores.
Tarefas da investigação.
1. Revisão exaustiva da literatura que existe sobre o tema.
2. Sistematizar as teorias existentes.
3. Entrevistar os professores.
4. Elaboração dos instrumentos de medição para a colecta de dados.
5. Inquirir os estudantes
Métodos da investigação
Métodos teóricos:
Método de análise documental, no estabelecimento das tendências históricas do processo formativo.
Método histórico – lógico, no estabelecimento das tendências históricas do processo formativo.
Método de análise – síntese, na caracterização histórica, didáctica e psicológica do objecto e do campo de acção.
Método de modelação, na elaboração do modelo teórico que servirá como sustento da estratégia.
Método sistémico – estrutural, na elaboração da estratégia metodológica.
Ainda, utilizaram – se as técnicas empíricas, a saber:
Entrevista, aos professores com o objectivo de diagnosticar o grau de conhecimentos que tém sobre valores que Neto considerou preponderantes para a formação do individuo e suas opiniões acerca da fiura de Neto como educador;
Inquérito, aos estudantes com o objectivo de diagnosticar o grau de conhecimentos que tem sobre valores e sobre Agostinho Neto;
A observação, das actividades dos estudantes, suas acções e relações com o meio que os circunda, como desígnio de obtenção de informações pertinentes sobre valores e sua repercussão no processo de ensino – aprendizagem;
Contributo da investigação
O contributo prático consistirá na elaboração da proposta de uma estratégia de inserção e enriquecimento do pensamento de A. Neto na cadeira de História da Educação, tendo em conta a formação de valores e o melhoramento do processo de ensino – aprendizagem dos estudantes do curso de Pedagogia do 1º ano.
CAPITULO I
1.0 Introdução
Um dos elementos do desenho estratégico que mais atenção tem recebido nos últimos tempos pela importância que tem na orientação do comportamento de todos os membros da sociedade com os objectivos e a criação de condutas de acordo com a tradição e história do nosso país são os valores. Na universidade os valores conformam um sistema que define a moral universitária. Estes reguladores cuja expressão mais geral, é a constituição dos princípios, se concretizam nas normas e nos valores, e que devem ser objecto consciente de formação nos processos universitários.
Se assumem os valores sociais compartilhados na instituição como o conjunto de valores universais que expressão – aglutinados pelos valores compartilhados a significação positiva de sentido dos resultados da actividade material e espiritual dos professores, estudantes e trabalhadores da Universidade. Este sistema se sustenta em uma lógica integradora, em que os valores dos cidadãos se instituam na sociedade e se particularizam na Universidade, conformando um núcleo integrador de valores sociais compartilhados que se singularizam nos seus currículos e no sistema de valores da profissão.
A implementação e efectividade dos mesmos se concretizam através do processo de socialização em todas as áreas.
O acto de educar e de ensinar é uma tarefa social, isto é, de toda a sociedade, tendo em conta os múltiplos aspectos que esta actividade exige.
A multiplicidade factorial educativa quer feita ao nível do ensino formal ou informal exige dos seus protagonistas uma sistematização de conhecimentos, hábitos e destrezas que permitem uma formação integral e harmoniosa das novas gerações.
Assim sendo, as ciências educativas desempenham um papel de grande relevância no contexto social no que tange a promoção dos valores cívicos éticos e morais que são bastante valiosos na sociedade. Auxiliam a família e a escola para formação de uma personalidade que poderá contribuir positivamente ou negativamente na conduta social.
A sociedade vai exigindo cada vez mais dos indivíduos que sejam homens de carácter, humanistas, defensor das ideias da paz, harmonia, compreensão e amor ao próximo. Estas qualidades só serão possíveis caso as ciências afins tenham um conteúdo e uma temática actual e actuante.
A educação da juventude tem de começar a partir das primeiras idades. Na escola, ou lá onde não há escola, através do organismos da juventude.
Não se transforma a consciência do homem de um momento para o outro. E necessário transformar a base material. E preciso que nós sejamos completamente convencidos – e com todos os instrumentos nas mãos - para pudermos fazer essa transformação lenta da consciência do povo e do nosso país.
Só educando a nossa juventude poderemos continuar a revolução no futuro.
Falando, propriamente, dos problemas da juventude, nós todos estamos conscientes de que ela é o futuro. Nós temos de cuidar a nossa juventude. Temos de orientar bem a nossa juventude, educa – lá bem. Se não a educarmos bem, se nós não tivermos atenção á orientação que é seguida, em diversos sectores, nós não puderem s organismos da juventude, justamente esse organismo importante que é constituído para a educação patriótica. (Agostinho Neto 17/10/78).
1.1. Refazer a educação
É verdadeiramente preciso que o ser humano se adapte á educação ou, ao contrário, não será conveniente que a educação se adapte aos homens?
Está posta a questão fundamental.
Depois, regularmente, em cada geração, a ligação entre a educação e a vida é objecto de reflexões, de meditações, de experiência. A lista dos protestos, das propostas e dos projectos está abundantemente fornecida. Depois de Jean-Jacques Rousseau, citemos Jean-Henri Pestalozzi, na Suíça, Friedrich Froebel, na Alemanha, Bertrand Russel, na Inglaterra, John Dewey, nos Estados Unidos, Célestin Freinet, em França, Anton Makarenko, na U.R.S.S., Maria Montessori, na Itália, Agostinho Reis, em Portugal e tantos outros pioneiros da reforma educativa. Seria necessário tomar em conta tantos filósofos preocupados, também eles, em prioridade, com a formação e o desenvolvimento do modelo humano.
Mas a evidência é que o pensamento educativo não se juntou á prática da educação, senão de uma maneira muito aproximada. As estruturas tradicionais exercem constantemente uma resistência passiva, às vezes mesmo activa, a uma transformação do processo educativo conforme aos interesses, tanto dos indivíduos como das sociedades.
É bem aparente que, de todas as empresas humanas, a educação é a que encontra as maiores dificuldades em progredir. As instituições conhecidas pela sua estabilidade, as igrejas, os exércitos, estão, desde há decénios, em plena evolução.
Os instrumentos de que a sociedade dispõe para a instrução e a formação dos futuros cidadãos, a escola básica e a universidade, geração após geração, apresentam sempre as mesmas características: ligações episódicas com a vida, ignorância das realidades concretas, divórcio entre o prazer e a educação, ausência de diálogo e de participação.
Os obstáculos á mudança são bem conhecidos. Alguns têm mesmo sólidas razões de ser. Não poderia negligenciar – se a função de transmissão do processo educativo.
A maior parte dos sistemas escolares e universitários hoje existentes estão perfeitamente aptos a produzir um tipo de indivíduo que assimila, como verdades reveladas, os mitos seja qual for, é o espírito de interrogação.
É esse espírito que faz o filho autónomo, o cidadão democrático, enfim, o ser adulto, indivíduo por definição pouco dócil, difícil em doutrinar e capaz de se apoiar no seu próprio juízo para as decisões e as escolhas definitivas.
Mesmo que a criança comece muito cedo a aprendizagem da autonomia, subsistira sempre uma importante da sua formação, em que é a finalidade da educação.
Há, ainda, que a educação dos adultos fornece modelos de uma livre expressão, na qual todo o ensino pode, legítima e utilmente, inserir-se.
A educação é uma vasta empresa. Disse-se que os professores constituem o grupo profissional mais numeroso do mundo. Quanto á educação, é um processo permanente que ocupa uma proporção considerável da população mundial quer seja na escola, na universidade, ou fora do quadro escolar.
Segundo Fialho (2001:174), "a praxis educativa consiste em se transmitir às novas gerações o saber acumulado pelas gerações que a precederam". Assim, o enfoque da proposta modifica-se com os pressupostos de uma Pedagogia actual, no sentido de ir além dos métodos e técnicas, procurando associar escola – sociedade, teoria – prática, conteúdo – forma, técnico – político, ensino -pesquisa, professor – aluno.
Quando pensa-se em preparar o aluno para o futuro todos lembram de um bom planeamento, boas disciplinas, mas se esquecem de um factor muito importante que é a presença da família na escola, ela é uma grande aliada, pois ajuda o educando a ter sucesso na vida escolar e colabora para diminuir a evasão e a violência.
1.2. O ensino superior, meio de acesso á um nível superior de desenvolvimento
O ensino superior é a instituição de alta qualidade no que toca ao ensino, instrução e educação. Tem como objectivo formar quadros de alta qualificação no domínio do saber sobre a ciência e sua complexidade face aos fenómenos que ocorrem no espaço e no tempo, saber fazer como domínio psicomotor onde se revela o pensamento e a execução concreta das actividades, saber ser que tem a ver com a moralidade, ética dos indivíduos nas suas inter-relações.
O ensino superior actualmente está estruturado de acordo com os princípios de Bolonha e visa assegurar uma sólida preparação cientifica, cultural, artística e tecnológica que habilite para o exercício de actividades profissionais e culturais e para o desenvolvimento das capacidades de concepção de inovação e de análise critica.
O ensino superior está em constante crescimento e a demanda por cursos em nível superior e a diversidade se faz constante. Vivemos, a era da rápida informação e os mecanismos de acesso estão cada vez mais rápidos a dinâmica e a velocidade cada vez maior dos mundas sociais, politicas, económicas e culturais da sociedade moderna reflectindo cada vez mais no ensino e no que ensinar.
Resta o compromisso da universidade de gerar o saber o qual está inter-ligado á verdade, justiça, igualdade e a responsabilidade de se educar o individuo que se quer para o amanhã. Entretanto a principal meta do plano de desenvolvimento da educação é uma educação básica de qualidade. Para isso deve-se investir na educação profissional e na educação superior.
Os objectivos educacionais diferem de cada País em função da ideologia e das metas que cada estado se propõe atingir. Mas, apesar disso, existe pontos comuns entre os sistemas educativos. Sendo objectivo a meta a atingir, um determinado fim, o estado Angolano definiu para si os seguintes objectivos educacionais.
Desenvolver harmoniosamente as capacidades físicas, intelectuais, morais, cívicas, estéticas e laborais da jovem geração de maneira contínua e sistemática e elevar o seu nível científico, técnico e tecnológico a fim de contribuir para o desenvolvimento socio-económico do País.
Formar um indivíduo capaz de compreender os problemas nacionais, regionais e internacionais de forma crítica e construtiva para sua participação activa social, a luz dos pricinpios democráticos.
Promover o desenvolvimento da consciência pessoal e social dos Angolanos em geral.
Ainda considerando que o ensino superior é o mais alto nível em qualquer sociedade, é a mola impulsionadora de qualquer País que fez desenvolver a sociedade, esse ensino deve ser de qualidade em todos os seus níveis de saber, para que possa dentro da sociedade resolver os problemas, deve pautar pela qualidade e eficiência nos seus conteúdos, porque a eficiência parte dos conteúdos, objectivos, materiais e não só do próprio homem.
Hoje, tem-se como exemplo a aplicação de metodologias educacionais que são utilizadas dando ênfase apenas á questão de conhecimentos técnicos negligenciando o contexto dos valores humanos. Prova disso é que os indivíduos de hoje encontraram-se assoberbados de conteúdos, que só desenvolvem seu intelecto esquecendo-se de aplicar valores que lhes serão útil no seu relacionamento com os colegas e com elas mesmas.
A metodologia de ensino é de suma importância no processo de aprendizagem e deve estar acessível ao estudante. Deve proporcionar actividades aos estudantes, pois a Psicologia do aprendizado mostra a superioridade dos métodos e técnicas activos sobre os passivos. Contudo, sabe-se que cada disciplina requer métodos e técnicas específicas, mas, todos eles devem estar orientados no sentido de levar o educando a desenvolver os valores humanos existentes no seu ser, para que este possa interagir de forma integral, participando e agindo, dentro de uma moral e ética responsável contribuindo para uma relação verdadeira e excluindo aquela clássica de apenas ouvir, anotar e repetir.
A educação superior ajuda o individuo a redescobrir-se como pessoa, desenvolve suas potencialidades para que este possa aplicar, na realidade do meio exterior, de modo que a pessoa se perceba como um agente transformador, que transforma e é transformado por esse meio.
O homem, como agente desse processo, deve ser bem orientado para que possa intervir de forma correcta e, para isso, precisa ter bons exemplos e sobretudo, aprender a fazer a distinção entre o bem do mal.
Percebe-se que os jovens se encontram em busca incessante para conquistar suas metas, que perpassam apenas pela questão económica, no sentido de ter que conquistar um bom trabalho, uma boa profissão, que o promova a um padrão económico voltado para o consumo. O parâmetro da actualidade nos coloca frente a um sistema que determina o que você deve ter para ser um bom cidadão.
É nesse sentido que a educação tem sido o instrumento principal deste momento, elevando as quantidades de matérias que são ministradas para que se possa preparar o indivíduo para ser um bom profissional. A quantidade de conteúdo que o aluno deve adquirir é enorme para que ele possa estar apto a prestar concurso e assim ser qualificado, já que apenas os melhores irão ocupar as poucas vagas existentes na universidade ou nos concursos públicos.
O resultado de tudo isso é a politica de métodos competitivos da nossa sociedade dentro das escolas, que termina contribuindo para condutas que vão de encontro ao próprio desenvolvimento do ser, pois, na busca dessa competição, muitas vezes desleal, o aluno perde a noção dos valores humanos, e dessa forma, desvirtua o seu carácter com condutas que fogem do padrão de um homem de bem.
Portando, os princípios básicos da educação devem levar o individuo a se desenvolver de forma responsável formando assim um homem moral. O homem moral é aquele que avalia as consequências de seus actos de forma profunda, levando em conta o respeito pelo seu semelhante e também cultivando a prática dos valores humanos não apenas em direcção aos seus semelhantes, mas, em relação á natureza e todos os outros seres, procurando o bem. Esse homem reflecte, admira e constrói com respeito o amor a si e aos outros, pois, para ser bom, não deve ser apenas inteligente e especialista no seu trabalho mas também na sua conduta. Nesse sentido não se pode negar o papel do professor, conforme afirma Sai Baba apud Burrows e Ayudhya (2000):
"Os professores tém a maior participação na moldagem do futuro de um país. De todas as profissões a de vocês é a mais nobre, a mais difícil e a mais importante".
Diante disso, as universidades deveram orientar seus professores, no sentido de consciencializá-los de seu importante papel na formação de pessoas, pois, os exemplos dados pelos mestres servem de espelho para a maioria dos estudantes.
Os conteúdos que deverão ser ministrados precisam ser de boa qualidade, porém, não se deve esquecer a formação do indivíduo como um todo, senão estaremos compartimentando o homem, separando o intelecto do resto de seu ser. Isso, infelizmente, tem ocorrido na educação actual, gerando um verdadeiro caos social em que a mentira, a violência, a falta de respeito, o egoísmo e outros males prevaleçam, já que o que se verifica na educação hoje, pouco tem a ver com os reais valores do indivíduo, que deveriam ser pautados no amor, verdade, acção correcta, paz e não-violencia, que são valores que irão despertar a excelência humana no ser. Então, nada mais certo do que transmitir os conhecimentos aqueles que diariamente na sua actividade laboral lidam com crianças para que eles possam educá-las de maneira que façam o futuro diferente do que se encontra hoje.
Por isso mesmo, os valores humanos, precisam ser recuperados e reforçados no indivíduo adulto, trabalhados diariamente. As escolas precisam buscar soluções que possam contribuir na mudança do comportamento dos nossos estudantes. Considerando que os valores são os norteadores da conduta e da ética desses estudantes e que o indivíduo aprende por excelência através de exemplos, principalmente nos primeiros anos da sua vida.
Portanto, professores, educadores, pais, psicólogos e todos que são responsáveis pela educação de alunos, devem juntos buscar um programa ou métodos que possam ajudar a reforçar, inserir ou mesmo, pensar em uma valorização maior na aplicação dos princípios morais.E, finalmente, espera-se que os estudantes possam orgulhar-se de sua conduta e não somente de suas notas, assim como seus pais e professores, formando com isso, um País e um mundo melhor.
1.3. Valores cívicos e éticos obtidos através do processo de ensino e aprendizagem
O Processo de ensino - aprendizagem desenvolve-se de maneira presencial, não presencial ou mista, utilizando para esse fim ambientes educacionais como escolas, centros de formação, empresas e comunidades urbanas e rurais. O Processo de ensino - aprendizagem está centrado no educando e dá ênfase tanto ao método quanto ao conteúdo. O Processo de ensino - aprendizagem compreende a organização do ambiente educativo, a motivação dos participantes, a definição do plano de formação, o desenvolvimento das actividades de aprendizagem e a avaliação do processo e do produto.
Os valores éticos, cívicos, culturais e outros que se pretendem transmitir através do processo de ensino, permitirão que as novas gerações sejam dotadas de conhecimentos lógicos, condição necessária para a resolução de questões problemáticas próprias da vida individual e colectivas.
Observando os múltiplos papéis exercidos pela escola, ao longo do tempo, percebe-se que, dentro das variações no tempo e no espaço, nas diversidades culturais, esta tem sido uma instituição fundamental para a sociedade, mas que tem sistematizado e socializado os saberes que atendem a demandas da sociedade, periodizando concepções das classes hegemónicas, onde o currículo é a materialidade e mecanismo dessa hegemonia, como núcleo de um projecto pedagógico.
Para situarmos a escola do mundo moderno, em termos de sua função social, é necessário, pelo menos, uma breve incursão ao passado. Sabe-se que, desde tempos remotos o conhecimento da comunidade era seleccionado e transmitido às novas gerações, e, segundo Terezinha (2001: 19) "a escola para crianças e jovens, como hoje a conhecemos, tem presença recente na história da humanidade".
As mudanças políticas tiveram influência sobre a função social da escola por que foram movimentos revolucionários onde, a participação popular muda sua natureza, nas relações com a aristocracia. E, se a partir desse momento a busca pela democracia se intensifica, as instituições, como a escola, não poderiam ficar imunes.
No nosso País, enfocamos a escola já nesse contexto da sua relação com a democracia, que se inicia pela questão do acesso, onde "a educação pública é gratuita, resultante da iniciativa do Estado, é uma conquista da República e, especificamente, a seguir a independência. O novo Estado Angolano desde cedo tem se preocupado em expandir a escolaridade obrigatória, iniciando um processo de universalização do ensino básico.
As pessoas possuem grande importância para a construção dessa escola, que hoje é vista por alguns, como revolucionária. Contribuem, no convívio democrático, tendo em vista que as mudanças na escola só ocorrem em relação às mudanças na comunidade na qual ela está inserida. E, na construção da base, e como guia dessa escola, o projecto pedagógico deve ser construído levando em conta a articulação entre conteúdo e vida, visando essa convivência democrática na escola, onde a realidade escolar seja o seguimento da realidade "externa".Um projecto educativo que visa anular esse interno/externo; dentro/fora; sala/comunidade. A partir dessa realidade, essa escola deverá trabalhar problemas da sociedade como a violência, no caso, trazido para dentro da própria escola, e todos os comportamentos que afectam o convívio social, dentro e fora da escola, e combater mecanismos de heteronomia e alienação.
Conceitos como Ética, Moral e Deontologia situam-se por vezes em fronteiras pouco definidas e nem sempre são utilizados de forma absolutamente clara.
Na linha de pensamento de autores contemporâneos como Paul Ricoeur e Emmanuel Lévinas, entende-se a Ética como uma reflexão de carácter filosófico sobre os princípios e valores que devem orientar o ser humano - noções como o bem, o mal ou a justiça. A Moral, que se articula com a ética e dela não pode ser dissociada, implica uma formalização de normas de conduta que terão de estar de acordo ou subordinadas àquilo que entendemos por valores éticos, obrigando, no fundo, a considerar o primado da Ética sobre a Moral.
Esta distinção não significa que exista um distanciamento entre as duas, pelo contrário. E para a profissão docente isto é muito importante. Porque a Ética não é um assunto apenas reservado a especialistas ou a filósofos.
Portanto, entre a reflexão ética e a vida moral existe uma ligação íntima, um trânsito permanente.
A Deontologia é uma moral, mas é uma moral profissional. As regras são importantes na medida em que ajudam a orientar-nos na nossa acção e a relacionarmo-nos melhor com os outros. Na concepção ética que defendo parte-se de uma visão positiva do outro.
1.4. Pensamento pedagógico de Agostinho Neto na formação de valores
A história das ideias pedagógicas associa-se à ideia de pré-educação como factor de desenvolvimento social, que se daria pela inclusão dos indivíduos, obviamente respeitando um sistema de hierarquização nos processos de produção.
Agostinho Neto faz parte de um grande grupo de intelectuais de África, que de uma maneira particular se distinguiram a favor do Movimento Pan-africanista e Nacionalista, e que ardentemente se bateram pela grande causa da liberdade e conquista da dignidade do homem africano.
Partindo da biografia de Agostinho neto podemos sem medo de errar afirmar que Neto tinha em sua essência um grande sentido de patriotismo, nacionalista, um homem aberto ao futuro, assim, o pensamento pedagógico de Agostinho Neto tinha uma visão ultra-dimensional virada ao interesse nacional uma politica de alfabetização generalizada, de modos a superar as dificuldades que o presente hora apresentava, a guisa de exemplo é politica adoptado pelo estado de maneira a proporcionar um ensino obrigatório e gratuito para todos integrantes da nação sem distinção de raça religião etnias ou quaisquer outras diferenças existentes entre os membros da nação angolana.
Agostinho Neto Em 26 De Julho de 1979 no seu Discurso na cidade do Menongue disse: .Estamos neste momento com problemas sérios quanto à educação das crianças, dos jovens e dos adultos e a questão é simples. É que não temos professores em número suficiente. Temos que evitar que os jovens, em vez de trabalhar, irem – como direi – para as farras, em vez de estudar irem para as farras.
As ideias de Agostinho Neto tiveram sempre uma perspectiva clara relativamente aos problemas da juventude sem descorar da responsabilidade e do papel crucial que os jovens têm na construção de uma nação sã onde são cultivados valores éticos, valores cívicos que engrandeçam a obra dos nossos antepassados, que façam dos angolanos, um povo particularmente especial, e de Angola, o país para se viver.
Podemos ver como no trecho do seu discurso no acto da tomada de posse de novos membros da união de escritores angolanos, organização essa por ele presidida, o carácter revolucionário e patriótico, seu pensamento futurista bem como o seu domínio com relação as transformações culturais. Assim Neto dizia: .A cultura angolana é africana, é sobretudo angolana e por isso sempre consideramos ultrajante a maneira como o nosso povo foi tratado por intelectuais portugueses. A cultura do povo angolano, é hoje constituída por pedaços que vão das áreas urbanas assimiladas as áreas rurais apenas levemente tocadas pela assimilação cultural europeia. A cultura evolui com as condições materiais e a cada etapa corresponde uma forma de expressão e de concretização dos actos culturais. A cultura resulta da situação material e do estado do seu desenvolvimento social.
Em 1977, Angola dispunha apenas de cerca de 25 mil professores pobremente formados. O maior impacto tangível do novo sistema de educação constitui numa explosão escolar que se traduziu na grande afluência da população às escolas, pois se em 1974 estudavam cerca de meio milhão de angolanos, em 1980 esse número era já superior a 1,8 milhões.
Desde proclamação da independência em 1975 os angolanos sempre preocuparam-se com aspectos relacionados com a sua formação e capacitação como exemplo disso são os estudantes bolseiros angolanos enviados pelo estado presidido por agostinho neto, estudantes que foram para o estrangeiro em prol da sua formação e capacitação tiveram que percorrer quase meio mundo atravessando oceanos e percorrendo continentes descobrindo culturas e idealizando estratégias de sobrevivência que convenham a nova realidade, foram mais mantiveram sempre o sentido patriótico a responsabilidade perante a nação pois voltar para contribuir em prol do desenvolvimento da nação, fora sempre o objectivo maior, muito antes de o partir. Assim como tinha escrito Agostinho Neto em seu célebre poema "havemos de voltar. "
Portanto, o pensamento pedagógico de Agostinho Neto, se revê na formação e capacitação das massas, um sonho de fazer da educação a principal arma para o desenvolvimento certo e seguro da nação. Vemos em Agostinho Neto a imagem de líder promotor de valores éticos e cívicos que concorrem para a boa convivência social.
Discursos do camarada presidente António Agostinho Neto
Não se transforma a consciência do homem de um momento para o outro necessário explicar necessário transformar a base material. É preciso que nós sejamos completamente convencidos com todos os instrumentos nas mãos – para podermos fazer essa transformação lenta da consciência do povo e do nosso Pais.
Só educando a nossa juventude poderemos continuar a nossa revolução no futuro.
Falando propriamente dos problemas da juventude, nós todos estamos conscientes de que ela é o futuro. Nós temos de cuidar da nossa juventude. Temos de orientar bem a nossa juventude educá-la bem. Se não a educarmos bem, se nós não tivermos atenção á orientação que é seguida, em diversos sectores, nós não poderemos continuar a nossa revolução no futuro. E, portanto, temos de cuidar dessa geração, que vai ocupar as funções de direcção, em vários níveis.
A educação da juventude tem de começar a partir das primeiras idades. Na escola, ou lá onde não há escola, através dos organismos da juventude, justa, esse organismo importante que vai ser constituído se os camaradas aprovarem, o da educação patriótica.
É urgente organizar melhor o sector estudantil
Nós temos, também, um sector difícil neste momento. É o sector estudantil, especialmente, ao nível superior e do ensino secundário, que não está completamente mobilizada ou está muito pouco mobilizada para as tarefas da revolução. E isso deve-se a todas as vicissitudes que atravessamos desde a nossa independência.
É sempre bom respeitar a história e as nossas tradições.
"Temos que guiar-nos, também, pela história.
Temos que guiar-nos por aquilo que é realmente nosso, angolano, porque o povo é angolano se nós não respeitamos as tradições, os costumes, a história do nosso povo, nós não podemos organizar nada".
A organização da juventude deve aplicar-se na educação patriótica dos mais jovens
Penso camaradas, que a organização da juventude, deve de facto, aplicar-se na educação patriótica dos mais jovens. Ao nível das escolas primárias, das escolas secundárias e das faculdades será necessário adoptar novos hábitos, fazer por exemplo, como faziam os nossos pioneiros em 1975/76,a cerimónia de içar a bandeira, em cada escola, com os alunos que ali estiverem presentes, para prestar homenagem ao símbolo da nossa República.
Acho que este hábito pode, ao menos, fazer com que todos conheçam a nossa bandeira. E poderá, também, adoptar-se o hábito de cantar o Hino Nacional, nesse momento.
Angola tem uma característica própria resultante da sua história
A cultura evolui com as condições materiais e, a cada etapa, corresponde uma forma de expressão e de concretização dos actos culturais, a cultura resulta da situação material e do estado de desenvolvimento social.
No contexto angolano, a expressão cultural resulta senão da cópia e, por enquanto pelo menos do resultado de uma aculturação secular, pretendendo reflectir a evolução material do povo, que de independente se tornou submisso e completamente dependente para voltar a ser independente em novas condições.
Há que recorrer de novo á nossa história, sem chauvinismo e, sem renunciar á nossa vocação universal.
A cultura do povo angolano, é hoje constituída por pedaços que vão das áreas urbanas assimiladas as áreas rurais apenas levemente tocadas pela assimilação europeia.
Na nossa 1ª fase, e, do ponto de vista cultural, há que analisar. Não adoptar mecanicamente. Há que analisar profundamente a realidade e utilizar os benefícios da técnica estranha, quando estivermos de posse do património cultural angolano. Desenvolver a cultura não significa submete - lá á outras.
Medalha para toda a juventude angolana
Lembrar hoje aqueles que noutros países lutaram pela independência. Camaradas como Mondlane, Amílcar Cabral e outros dirigentes da luta contra o colonialismo português, é um dever nosso, é um dever de todos os revolucionários, é um dever de todos os povos e eu creio que quando mencionamos esses nomes as nossas emoções não podem esconder-se, nós sentimos muito o desaparecimento desses camaradas que hoje dariam ainda uma contribuição muito positiva para a nossa luta de libertação que prossegue.
.. Nós os milhões de Angola vamos defender a nossa Pátria, com catanas ou canhangulos, ou armas de repetição ou automáticas, vamos defender o nosso país, cada centímetro quadrado da nossa terra. Cada homem, cada mulher, cada propriedade, para que Angola continue a gozar da liberdade que tão duramente conquistou
Formar o máximo possível de quadros.
Nós estamos a recorrer constantemente durante estes três anos de independência e creio que cada vez mais á técnicos estrangeiros. Teremos de recorrer sempre, porque não teremos a técnica durante este ano, não teremos a técnica dentro dos próximos dez anos. Vamos recorrer sempre á ajuda estrangeira, mas há algumas categorias da técnica que nós poderemos dominar, e dominar imediatamente, dentro dos próximos anos e aí devemos aplicarmo-nos imenso para podermos ter homens e melhores habilidades a resolver os problemas de algumas empresas e da administração.
Poderemos, por exemplo este ano fazer um esforço maior na alfabetização. Temos muitos analfabetos e as crianças, os homens, as mulheres devem aprender a ler e a escrever. Aprender a ler e escrever é preciso para cumprir as tarefas da revolução. Bom, eu não direi que quem não sabe ler nem escrever não é revolucionário. Não é isso. Mas para ser bom revolucionário, também é preciso conhecer alguma coisa é preciso aprender alguma coisa senão cumpre mal as suas tarefas e então para nós sermos cada vez melhores revolucionários, vamos estudar, vamos aprender as técnicas, vamos fazer o que é possível para aperfeiçoar, aperfeiçoarmo-nos a nós próprios, aperfeiçoar aquele que não tem ainda conhecimento suficiente para poder desempenhar calmamente as suas funções. Esta é uma tarefa que nós estudaremos muito especialmente a alfabetização. As campanhas de alfabetização devem continuar e não somente o início desta aprendizagem da leitura e da escrita, mas também a continuação do programa para que cada um possa ir aumentando os seus conhecimentos e possa ir adquirindo cada vez mais técnica, possa ir adquirindo cada vez mais habilidades através dos livros.
A cultura angolana merece a maior consideração do povo angolano
. . .No entanto, eu penso, que essa iniciativa cultural, iniciativa daqueles artistas plásticos que tem tomado
Nas suas mãos a ofensiva para a reconstituição da nossa cultura. A cultura angolana merece a maior consideração do povo angolano, são os camaradas de facto, os artistas plásticos, os escritores, aqueles que tem estado a dedicar – se ao nível das ideias para exprimir o que o povo pensa, o que o povo quer, que exercem uma grande influencia na nossa sociedade. Podemos não compreende-lo hoje, mais daqui há mais alguns anos, daqui a dez a vinte anos nós havemos de compreender.
Eles tem uma sua maneira que é diferente da linguagem comum que nós empregamos, por exemplo, nos comícios mas que é uma linguagem que o nosso povo vai compreender certamente dentro de alguns anos e não digo, imediatamente. A compreensão da linguagem artística nem sempre é possível para todos, quando nós pensamos introduzir uma nova verificação da cultura do país.
Nós estamos numa encruzilhada de civilizações, de ambientes culturais e não podemos fugir a isso de maneira nenhuma. Mas da mesma maneira que nós pretendemos manter a nossa personalidade política também é preciso que nós mantenhamos uma personalidade cultural. Seria talvez noutro momento em que nós deveríamos analisar algumas questões muito importantes sobre a nossa cultura.
Que devemos nós fazer para conservar a nossa cultura?
Vamos radicalmente desprezar tudo que é estranho ao nosso pais, ao nosso povo ou vamos conservar aquilo que nos interessa, aquilo que é possível aproveitar dentro das civilizações que constituem, que se modificam depois do contacto com a nossa civilização ou vamos desprezar tudo?
Nós temos que fazer a opção, qual é a opção?
Eu penso que devemos retirar aquilo que resultou do contacto entre os diferentes povos, o necessário para o progresso actual da nossa própria cultura.
Angola tem uma característica cultural própria resultante da sua história
Penso que é necessário falar de cultura antes de literatura vamos aproveitar esta excelente ocasião, para examinar alguns aspectos essenciais sobre a nossa cultura.
Felizmente, já se criou entre os intelectuais angolanos, hesitação e dúvida sobre se acultura portuguesa que serviu algumas camaradas angolanas desligadas do seu povo é ou não aquela que deveria ser apresentada como a emanação cultural do povo angolano.
Essa dúvida, levar-nos -_á á afirmação.
Evidentemente cultura não pode inscrever-se no chauvinismo, nem pretender evitar o dinamismo da vida.
A cultura evolui com as condições materiais e a cada etapa, corresponde uma forma de expressão e de concretização dos actos culturais. A cultura resulta da situação material e do estado do seu desenvolvimento social.
No contexto angolano, a expressão cultural resulta senão de cópia e, por enquanto pelo menos do resultado de uma aculturação secular, pretendendo, reflectir a evolução material do povo, que de independente se tornou submisso e completamente dependente para voltar a ser independente em novas condições.
Há que recorrer de novo á nossa realidade, sem chauvinismo e sem renunciarmos á nossa vocação universalista.
Educar a Juventude é Tarefa de Todos
Estamos neste momento com problemas sérios quanto á educação das crianças, dos jovens e dos adultos e a questão é simples. É que não temos professores em número suficiente. Pedimos aos camaradas que tem conhecimentos que contribuam, ao menos com uma hora ou duas horas por dia, para ensinar àqueles que sabem menos. Felizmente, resposta que veio dos camaradas é positiva e tenho a certeza que este ano lectivo nós teremos menos alunos que percam o ano do que tivemos no ano passado. Estamos a procurar resolver este problema, não somente dentro do nosso país, mas socorremo-nos também da solidariedade e do auxílio doutros países e esse auxílio, essa solidariedade, também tem vindo. Por isso, a minha esperança é que este ano seja melhor do que o ano passado.
Precisamos acabar com o analfabetismo, herdámos para o nosso país condições que os portugueses colonialistas nos deixaram, que não permitem um desenvolvimento imediato.
Por exemplo, no que respeita á alfabetização. Mas precisamos de aprender. Precisamos de alfabetização eu sei que aqui neste município foram feitas experiências admiráveis quanto á alfabetização e houve uma promessa de toda a população no sentido de acabar com o analfabetismo dentro do prazo mais curto possível.
CAPITULO II
2.0. Introdução
Segundo o Ministério da Educação de Angola (2002), PROJECTO EDUCATIVO (PE) é o documento que consagra a orientação educativa da escola, elaborado e aprovado pelos seus órgãos de administração e gestão, no qual se explicitam os princípios, os valores, as metas e as estratégias segundo as quais a escola se propõe a cumprir a sua função educativa.
Construir o projecto educativo da escola é, por um lado, assumir a autonomia que lhe é reconhecida como instituição e, por outro, desenvolver um processo de identidade, fundamental para o exercício da mesma autonomia.
Construir o projecto educativo é reflectir, questionar – se, identificar problemas, questionar decisões e resultados, avaliar resultados, cooperar nas soluções, mobilizar – se em torno de objectivos comuns de forma a perspectivar o futuro, tendo em vista a qualidade.
Neste sentido, o projecto educativo é um trabalho colectivo que só tem sentido entendido como tal, visto que ele será a imagem da escola e de toda a comunidade daqueles que nela exercem a sua acção educativa e dos que nela recebem a sua formação.
2.1. Estratégia metodológica para a formação de valores
A apresentação de uma estratégia docente sustentada em uma concepção de ensino – aprendizagem dirigida á formação de valores nos estudantes universitários
Este capítulo engloba no sentido geral, os contributos teóricos da investigação. Estes contributos resumem-se no entendimento da Historia como dimensão formativa que integra por sua vez as configurações do processo ensino-aprendizagem da Historia reconhecidas neste modelo como: a configuração instrutivo - indagativa, e a configuração vivencial que se sintetizam na configuração reflectivo - avaliativa, assim como as dimensões gnoseológica e metodológica, que se expressam nas configurações teórico - disciplinar e a configuração didáctico - ilustrativa que se sintetizam na configuração social - argumentativa.
2.1.1. Pressupostos do modelo teórico para o desenvolvimento da dimensão formativa no processo de formação dos valores
O processo de formação de valores desde a disciplina de Historia concebe - se como um processo relacional e interactivo, que prepara o aluno para seu posterior processo de educação superior ao dotar-lhe novas ferramentas e capacidades para a valoração de acontecimentos e fenómenos históricos e sociais. Neste sentido, íntegra as diferentes influências educativas que incidem no processo de formação integral do aluno, dirigidas a ensinar – lhe a estabelecer análises da sua realidade objectiva cada vez de maneira mais contextualizada a partir dos pressupostos aprendidos no contexto curricular. Assumem-se os seguintes pressupostos fundamentais.
O modelo que se apresenta basea-se na teoria interaccionista do desenvolvimento, apoia-se na ideia de interacção entre o organismo e o meio. A aquisição do conhecimento é entendida como um processo de construção contínua do ser humano na sua relação com o meio. Organismo e meio exercem acção recíproca. Novas construções dependem das relações que estabelecem com o ambiente numa dada situação.
Dentre as teorias utilizadas para a confecção do modelo utilizou-se a teoria Interaccionista Piagetiana e Teoria das Inteligências Múltiplas de Howard Gardner.
Esta teoria tem como eixos as seguintes ideias com relação ao processo de desenvolvimento da criança:
Privilegia a maturação biológica (modelo biológico de adaptação do organismo ao meio);
Factores internos preponderam sobre os externos: é pelo interior do organismo que ocorre a articulação entre as estruturas do sujeito e as da realidade externa;
O desenvolvimento tem uma sequência fixa e universal de estágios: sensório motor (de 0 a 2 anos); pré-operatório (de 2 a 7 anos); operatório concreto (de 7 a 12/13 anos) e operatório formal a partir dos 13 anos;
Subordinação do social ao desenvolvimento individual: o papel do ambiente social é secundarizado;
O conhecimento é elaborado espontaneamente pela criança, conforme o estágio em que ela se encontra.
No que se refere aos valores o autor afirma: (i) o pensamento tem alguma relação com valores e princípios de verdade; (ii) na verdade, todo sistema de valores é composto de duas partes diferentes. De um lado é composto de regras que são percebidas como necessárias e independentes de qualquer observação factual. De outro lado, é composto de um conjunto de dados sensório-empíricos independentes de qualquer prescrição (Piaget, 1928).
A unificação dos princípios se processa com base na crença de que a Educação se desempenha em nível de realização como uma função conjunta, através de esforços estudantis, padrões familiares, estilos de ensino e aprendizagem, competências e demandas. A busca de novas visões educacionais fornece teorias e metodologias baseadas em outras áreas da ciência que vêm ao encontro das necessidades da Pedagogia actual, instrumentada dentro dos três eixos pedagógicos.
Baseados na teoria de Gardner, Grassi (2002), refere:
Os eixos da Pedagogia actual centralizam-se em três (Ecopedagogia, Egopedagogia e Intelectopedagogia.
Ecopedagogia - Promoção da Vida. Por meio desse processo o educando faz a leitura do mundo que o cerca, desenvolve hábitos de integração com o meio e com os outros, numa convivência harmoniosa e saudável: o saber conviver. Ele pode usufruir, assim, das habilidades e conhecimentos adquiridos pela Egopedagogia - Promoção do Eu, ou seja, desenvolvimento de processos que lhe permitem o autoconhecimento, o capacitar-se para conflitos, o adquirir auto-estima na medida certa alfabetizando-se emocionalmente - o saber ser. O saber conhecer e o saber fazer se referem ao domínio da Intelectopedagogia, promoção da autonomia intelectual e tecnológica que prepara o educando para as inovações científico-tecnológicas, além de trabalhar as suas habilidades físicas e lingüísticas, e estimula a sua superinteligência e a sua infrainteligência para activamente descobrir actividades culturais académicas e científicas com as quais mais se identifica.
Valores a serem privilegiados no modelo
Este modelo privilegia o desenvolvimento de dois valores fundamentais: a responsabilidade e o patriotismo que se convertem numa unidade cognitivo - afectiva de expressão – comportamental.
Valor responsabilidade
É a tendência da personalidade a actuar em correspondência com o sentido do dever perante si mesmo e a sociedade, como uma necessidade interna, que é fonte de vivências positivas e se realiza independentemente da obrigação externa, a partir da compreensão da sua necessidade.
Implica o compromisso com a qualidade no cumprimento das tarefas, vencer os obstáculos para as levar às suas últimas consequências, assim como a disposição de responder pelos seus actos.
Responsabilidade do aluno pela sua formação profissional:
É o cumprimento da melhor maneira possível dos seus deveres como aluno (estudo sistemático, tarefas docentes, actividade laboral e inquiridora, trabalho independente, compromisso com o seu dever social) como necessidade interna que se assume de forma voluntária e consciente e acordo de vivências positivas, assim como a disposição de responder pelos seus actos.
Em educação existe séria preocupação de estabelecer linhas divisórias entre o essencial e o acessório. O valor humano importa mais que a eficiência profissional.
Responsabilidade é o reconhecimento da autoria e aceitação das consenquencias dos seus actos.
São manifestações de responsabilidade assumir intensa, plena e voluntariamente suas decisões, responder leal e corajasamente pelos seus cometimentos, prestar contas de encargos ou obrigações, sofrer críticas, defender direitos inerentes ao merecimento.
Pode – se distinguir três passos na formação do senso da responsabilidade conforme o preceitua Joseph Vernet citado por Schmidt Junqueira:
-Responsabilidade imediata, aquela em que o sujeito se reconhece autor do acto. É o momento da constatação. Revela da consciência psicológica
-Responsabilidade subsequente, envolvendo o discernimento da obrigação maior ou menor de aceitar as consequências dos actos cometidos. É facto ainda da consciência psicológica.
-Responsabilidade moral, que é o julgamento do valor do acto.
A coragem moral é que permite assumir a autoria e as consequências da recusa, da negligência ou do bom desempenho dos deveres. O senso da responsabilidade estrutura – se depois dos 17 anos. Os que se empregam amadurecem muito mais rapidamente. O respeito a pessoa leva á responsabilidade. A confiança constroí segurança.
O professor pode modificar comportamentos tornando o indivíduo num ser reflexivo, e responsável dos seus actos de acordo os objectivos que este se propõe para o alcance de um fim.
Componente cognitivo.
É o grau de conhecimento que têm os sujeitos dos atributos que definem um estudante universitário responsável:
Cumprimento de seus deveres como estudante (estudo, sistemático, tarefas docentes, actividades laboral e inquiridora, trabalho independente, compromisso com seu dever social). Exemplo: "ser cumpridor, bom estudante, boa atitude para com o estudo, activo, participativo, comprometido."
Sentir o cumprimento do dever como uma necessidade pessoal e cumpri-lo sem que esteja presente uma obrigação ou pressão externa. Exemplo: "ser consciente, consagrado, cumprir consigo mesmo, necessidade interna de cumprir, obrigação que se sente por cumprir um dever."
Cumprir as tarefas da melhor maneira possível e com o máximo de capacidades. Exemplo: "ser exigente consigo mesmo, esforçado, preocupado, constante, eficiente, sério, profundo."
Vencer os obstáculos que se apresentam no cumprimento das tarefas. Exemplo: "ser tenaz, firme, sacrificado, combativo, enfrentar as dificuldades."
Conhecer as consequências dos próprios actos e ser capaz de responder por eles. Exemplo: "estar consciente do que se faz, ser autocrítico, responder pelo que se faz."
Valor Patriotismo
Patriotismo é a qualidade de quem ama a sua pátria. Quem tem essa virtude, reconhece o que a pátria lhe deu e lhe dá. Tributa-lhe a honra e serviços devidos, reforçando e defendendo o conjunto de valores que representa, tendo por sua vez, seus os afãs nobres de todos os paísejeus.
Na educação do patriotismo, há que se conseguir que os pequenos conheçam seu lugar de nascimento, onde vivem, seu município, seu estado, sua região, seu país.
(O patriotismo costuma começar com a "pequena" pátria porque, a partir destas experiências da infância, vão se acumulando toda uma série de recordações vitais que unem às pessoas).
Os filhos/alunos devem conhecer a história local, seus heróis e seus personagens, conhecer quais são os valores típicos da localidade onde vivem e de seu país, com o fim de vivê-los e apoiá-los.É necessário este tipo de informação para poder identificar-se com a localidade. As pessoas e suas façanhas fazem algo vivo do puramente material
Para que o patriotismo passe a ser uma preocupação por toda a humanidade, o conhecimento de outros países é imprescindível. Se é possível visitar outros países e conviver com os habitantes, será o mais adequado, mas também vale a pena mostrar documentários, ler livros, ou escutar pessoas que vivem ou que viveram em outros lugares No mundo tão liberal em que vivemos, é frequente que muitas pessoas pretendam cuidar de si próprias sem pensar nos demais. Faltando-lhes a solidariedade e o patriotismo.
No patriotismo buscamos o justo meio, como em todas as virtudes. Cada pessoa tem sua pátria mas o bem de sua pátria não deve rivalizar com o bem dos demais.
A educação do patriotismo não se faz apenas com a simples intenção de se educar o patriotismo sem que na prática se envidem esforços para este fim e nem um só meio pode ter o privilégio e a capacidade de o conseguir.
É necessário que todos os meios existentes em Angola como os meios de difusão (rádio, televisão, cinema, revistas, jornais, internet) bem como o ensino nas escolas sejam postas a funcionar para a educação do patriotismo.
O verdadeiro patriotismo como manifestação do sentimento de afeição que um individuo nutre pela sua pátria ao ponto de ser capaz de defende-la em caso de invasão estrangeira contra ela e de estar disposto a dar o seu máximo contributo para engradece-la, melhorá – la e de colocá – la ao lado de outras nações livres do mundo para o bem dela e do seu povo, não se esquecendo nunca em ser solidário com os povos de outras pátrias visto que o bem do povo de uma pátria não pode ser visto sem se considerar o bem dopovo de outras pátrias. A educação do patriotismo é importante para qualquer país.
O patriotismo requer a responsabilidade pessoal de cada cidadão buscando o bem dos demais. Na actualidade existe a tendência a fazer uma separação na vida. ("Trabalho para mim e depois dou algo aos necessitados". Isso quebra a unidade de vida).
2.2. Descrição da estratégia para a formação de valores
A estratégia que se propõe tem como sustento teórico fundamental o modelo para a formação dos valores, estruturada sobre a base de quatro dimensões que se articulam de modo holístico, constituindo unidades integradoras de análise do modelo teórico, estando no centro o aluno como sujeito activo da aprendizagem, contribuindo para desenvolver pautas de desenvolvimento da dimensão formativa guiada pelo professor no processo de ensino-aprendizagem. Neste sentido, a estratégia trata de exemplificar como aproveitar as potencialidades que concorrem para a formação de valores.
Premissas metodológicas para a aplicação da estratégia pedagógica
O processo de elaboração de Estratégia Pedagógica proposta evolui por dois passos que conformam o algoritmo metodológico seguinte:
O primeiro deles é o diagnóstico de necessidades educativas.
O segundo é a elaboração da Estratégia Pedagógica.
1- O diagnóstico, permite-nos precisar as necessidades educativas concretas que se apresentam no contexto dado, advertindo-nos de como se comporta realmente, o ideal social expresso nos objectivos num segmento concreto da realidade em que influímos, portanto, o diagnóstico nos permite precisar como se comporta num segmento da realidade o ideal social.
Resultados do diagnóstico
Foi elaborado e realizado um diagnóstico, um inquérito com a finalidade de avaliar o grau de participação dos professores e estudantes no processo de ensino-aprendizagem da Historia da Educação tendo como eixo central a formação dos valores.
Diagnóstico da situação actual do processo ensino-aprendizagem da disciplina de Historia da Educação no processo de formação de valores
Para a realização do diagnóstico actual do problema da investigação foram revisados os seguintes documentos:
Programa actual da disciplina de História da Educação para formação de futuros professores do primeiro ciclo e do ensino secundário
Foram realizadas entrevistas a professores e estudantes do referido curso e de outros cursos.
Do conjunto foram desenvolvidas três entrevistas grupais com os estudantes para propiciar o diálogo e o questionamento das questões levadas pelo pesquisador. Estas entrevistas trataram de encontros que foram antecedidos por uma explicação prévia dos objectivos, da importância dos encontros e informar o estudante que ele é o sujeito activo da sua própria aprendizagem, por essa razão ele constituí o centro de análises do estudo a desenvolver.
Foram também desenvolvidos três momentos de entrevistas grupais com modalidades reflexivas em semanas alternadas, o que propiciou garantir a concientização e reflexão da problemática a tratar.
As técnicas e métodos aplicados para o diagnóstico possibilitam situar fortalezas e dificuldades nas duas variáveis centrais no mesmo processo: a variável estudante e a variável professor.
Com relação a variável estudante:
Variável estudante os indicadores são os seguintes:
A estrutura dos trabalhos em grupos que podiam ser desenvolvidos pelos estudantes:
Como e quem são os estudantes que procuram informação de maneira independente e organizada e tornam-se capazes de elaborar os seus próprios conhecimentos através da actividade do grupo. Quais são as fortalezas e as limitações ou potencialidades concretas a ter em conta para alcançar o sucesso neste sentido?
Formas de interactuar entre os estudantes que compreendem formas de estudar e a troca de experiências de uns e outros de maneira cooperativa, quem não gosta de trabalhar em grupo e porquê? Quem ou quais os estudantes que apoiam ou trabalham em grupo? Quais são as metas propostas e as intenções de se trabalhar em grupo?
Como a disciplina de Historia da Educação pode-lhes ajudar no seu desenvolvimento pessoal, profissional ou prático na vida quotidiana?
Variável Professor os indicadores são seguintes:
Troca de experiências pedagógicas entre professores em situações de avaliação ou debates.
Métodos didácticos empregados que possibilitam a discussão e diálogo sobre os produtos da actividade desenvolvida pelo estudante.
Formas de avaliação das aprendizagens.
Utilização de princípios didácticos no processo docente - educativo da Historia da Educação.
Das análises desenvolvidas obtêm - se os seguintes resultados:
Os objectivos educativos ainda estão enunciados desde uma dimensão integradora que expressa tanto os aspectos instrutivos; educativos e desenvolvedores do processo de ensino – aprendizagem.
Os objectivos da disciplina de História da Educação expressam a natureza da dimensão educativa. Neste sentido devem-se precisar mais quais são os valores, atitudes, normas sociais, assim como normas de comportamento, em sentido geral, que o estudante adquirirá durante o processo ensino - aprendizagem.
O programa revisto não aclara ou expressa os problemas profissionais, as situações da aprendizagem a solucionar pelo estudante uma vez que todo o processo de formação profissional vai responder aos critérios dos problemas sociais, do contexto educativo e social respectivamente onde este estudante vai ser inserido e convive actualmente.
O programa não expressa quais os métodos ou método didáctico que pode ser empregue para propiciar o desenvolvimento de uma aprendizagem de valores na disciplina de História.
Das manifestações detectadas neste processo de diagnóstico constata-se as seguintes insuficiências que dão conta do problema da investigação.
A prevalência dos denominados objectivos instrutivos sobre os educativos e formativos.
Os docentes como o centro do processo transmitem mensagens, não propiciando a comunicação, nem a independência cognitiva.
2. Elaboração da Estratégia Pedagógica
Neste passo têm que ser organizados diversos procedimentos na seguinte ordem:
1º Determinar as tendências e particularidades nas necessidades e potencialidades educativas.
2º Hierarquizar em ordem de prioridade aquelas que são mais representativas e significativas da população diagnosticada e que podem ser solúveis segundo as potencialidades pedagógicas do colectivo, as condições, meios, recursos e demais possibilidades, quer dizer considerar as fortalezas, as debilidades, as oportunidades e as ameaças que podem atalhar ou potenciar a efectividade da estratégia pedagógica.
3º Transferir didacticamente para objectivos formativos cada uma das necessidades educativas hierarquizadas. (expressa na sua essência para nos adiantar ao desenvolvimento).
Para obter a formulação adequada dos objectivos formativos é necessário o desenvolvimento dos seguintes procedimentos que permitam determinar:
A intencionalidade educativa do objectivo; Isto significa precisar a direcção educativa que deve tomar o objectivo em correspondência com os objectivos gerais e a sua graduação para cada nível de ensino.
Os restantes procedimentos vão dirigir se a determinar a habilidade,os conhecimentos que devem ser ensinados e o modo de actuação em que deve ser alcançado
Modelo para ou desenvolvimento da dimensão formativa no processo de formação dos valores na disciplina de História no 1º ano no I SCED do Lubango
Estrutura metodológica das diferentes fases da estratégia: as dimensões a potenciarem em cada uma das fases da estratégia proposta:
Fase da exploração das necessidades educativas nos estudantes.
Acções:
1. Selecção de unidades temáticas do conteúdo segundo o programa da disciplina de História da Educação.
2. Desenho da situação docente a desenvolver que se configura como situação problemática a tratar pelos estudantes.
3. Identificação do problema na História a comentar, avaliar e assumir posições de critíca e reflexão pelos estudantes.
4. Criação de grupos de trabalho de estudantes para proporcionar o diálogo e intercâmbio, assim como as tarefas de colaboração.
5. Cada grupo de trabalho identificará as condições do trabalho, bem como as pautas e distribuição das tarefas, operacionalizando assim a disposição de normas, interesses e metas a ter em conta em cada grupo.
6. Perguntar sobre a necessidade de formação nos estudantes, desde o desenvolvimento de perguntas concretas já elaboradas no guia didáctico.
7. Avaliação de possíveis respostas a partir da aplicabilidade e pertinência segundo os contextos da aplicação das mesmas.
Objectivo: Determinar as necessidades educativas com relação à formação de valores responsabilidade e patriotismo nos estudantes como futuros professores em vínculo com as situações problemáticas e de conflito social, económico e político apresentados nos temas a tratar.
Conteúdo: A estratégia pode ser desenvolvida no programa da discilpina, inserido dentro da Reforma Educativa como processo de aperfeiçoamento curricular. Os temas seccionados proporcionam o desenvolvimento do espírito crítico e de reflexão que pode contribuir para a identificação de valores que podem concorrer para a formação nos alunos de qualidades e formas de comportamento desejáveis.
Métodos: Actualmente o processo de ensino-aprendizagem é concebido como um sistema dinâmico no qual se destaca e se compreende a interactuação entre professores e estudantes. Daí, a necessidade do uso de métodos activos, de elaboração conjunta ou de trabalho de grupos; método formativo baseado na reflexão – questionamento das situações formativas no processo docente; métodos problemáticos que permitam aos professores e estudantes estabelecerem um diálogo permanente numa actividade constante, um diálogo de franca camaradagem entre estudantes criando bases para o espírito de solidariedade e desenvolvendo neles a capacidade de análise, reflexão, comparação e espírito crítico, e o método de trabalho independente para o desenvolvimento de auto-estima, despertando a responsabilidade e a autonomia.
Técnicas e meios
Perguntas indagadoras que suscitem debates por grupos de trabalho do tema proposto; trabalho com manuais que retratem a vida e obra de Agostinho Neto, obras de Agostinho Neto, textos de apoio elaborados por outros professores referentes ao tema e outros materiais de informação Histórica para consulta dos estudantes, mapas, atlas, esferográficas, cadernos, folhas de papel branco, lápis, borrachas, giz, quadro preto, gravuras.
Leitura silenciosa pelos estudantes dos conteúdos constantes nos manuais ou fascículos.
Leituras em voz alta por alguns estudantes indicados pelo professor, um de cada vez e os demais escutam-nos atentamente.
Perguntas orais sobre o conteúdo lido.
Das respostas dos estudantes far-se-á ou não uma informação circunstanciada do tema, dependendo das dificuldades ou êxitos revelados pelos estudantes.
Formulação da pergunta problemática.
Execução do trabalho de grupos.
Avaliação: auto-avaliação, co-avaliação e hetero-avaliação.
Formas de organização:
Fase de exploração das necessidades educativas nos estudantes;
Especificação, intervenção educativa desde a dimensão formativa;
Avaliação dos resultados da actividade conjunta dos estudantes;
Avaliação interventiva (trabalho realizado pelos estudantes nos grupos).
Esta fase apresenta-se como um contexto socio-educativo importante. Os estudantes expõem os seus trabalhos, exprimem os seus pontos de vista e o professor os aprecia à medida que cada representante do grupo vai lendo o trabalho executado pelo grupo, reconhecendo os êxitos dos estudantes que argumentaram correctamente o porquê dos valores responsabilidade e patriotismo são determinantes na formação do carácter do indivíduo.
Na avaliação deve-se ter em conta a auto-avaliação em que o estudante avalia o seu próprio desempenho no grupo. O sujeito avalia as suas decisões, todos os agentes envolvidos; é o meio para impulsionar a formação integral, aumentando a auto-estima e despertando a responsabilidade a fim de garantir a autonomia. Permite despertar a honestidade no indivíduo. Um outro elemento não menos importante é a co-avaliação que consiste na avaliação mútua que se fazem os integrantes do grupo, também conhecida por avaliação recíproca. Por último, temos a hetero-avaliação que consiste na avaliação feita por um sujeito sobre o desempenho do outro ou outros sujeitos de maneira unilateral; é avaliação do professor ou avaliações externas.
CAPITULO III
3.0. Introdução
Durante a actividade realizada no ISCED do Lubango elaborou-se um inquérito para os professores e estudantes sendo que representa-se os resultados dos inquéritos, por forma de tabelas:
Tabela 1. Caracterização dos professores
Indicadores |
Sexo |
|||||||||||||||
Amostra 4 |
Masculino |
% |
Feminino |
% |
||||||||||||
2 |
50 |
2 |
50 |
|||||||||||||
IDADES |
||||||||||||||||
40-45 |
1 |
25 |
- |
- |
||||||||||||
45-50 |
1 |
25 |
2 |
50 |
||||||||||||
ANOS DE SERVIÇO |
||||||||||||||||
15-20 |
1 |
25 |
- |
- |
||||||||||||
20-25 |
1 |
25 |
1 |
25 |
||||||||||||
Mais de 25 |
- |
- |
1 |
25 |
||||||||||||
HABILITAÇÕES LITERÁRIAS |
||||||||||||||||
Licenciados |
2 |
50 |
2 |
50 |
||||||||||||
Mestres |
- |
- |
||||||||||||||
Doutores |
- |
- |
||||||||||||||
Teve alguma formação na área pedagógica |
Sim |
Sim |
A tabela nº 1 apresenta a caracterização de alguns professores da Repartição de Pedagogia mostrando claramente que o nível de formação dos professores os anos em educação e a experiência de vida e laboral são factores preponderantes para o ensino de valores aos mais jovens.
Apesar de não estarem plasmados em tabelas os resultados obtidos dos inquéritos com professores de outras áreas do saber da mesma instituição de ensino, ainda assim, apresenta – se as ideias, opiniões, sugestões quanto a relevância do tema valores, sua magnitude perante o processo docente, processo de ensino – aprendizagem, sociedade por possuir porção de ontem passada á nova geração possibilitando o conhecimento profundo das figuras da nossa história utilizando modelos correctos de suas vivências para dissuadir indivíduos para a próspera nação que se quer sã. Sã em termos comportamentais, visto que os aspectos do tema que se apresenta são do fórum comportamental. Feita a caracterização dos professores considera-se que o nível académico dos professores é aceitável visto que os professores têm tido formação contínua.
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