Página anterior Volver al principio del trabajoPágina siguiente 


A contribuição da metodologia recreação e cidadania no processo de ensino-aprendizagem com a educaçã (página 3)

Lisete Maria Massulini Pigatto
Partes: 1, 2, 3, 4, 5

2.2 A Metodologia Recreação e Cidadania

A Metodologia da Recreação e Cidadania pode ser definida como um dos caminhos no processo de ensino aprendizagem, com potencialidades para desenvolver a ética, a estética, a inclusão escolar e social. Apresenta uma Proposta de trabalho que se fundamenta na Teoria Construtivista de Piaget (1973), na Sociointeracionista de Wygotsky (1994), na Teoria da Emoção de Wallon (1973) e na Aprendizagem significativa de Ausubel (1980). Além de outros autores e atores sociais. Sem os quais este trabalho não teria sido possível, nem alcançado a merecida repercussão.

A metodologia caracteriza-se por ser muito alegre e divertida. Numa seqüência lógica, parte da temática central desenvolvendo-se em sub-temas ações e atividades educativas. Tem um currículo organizado e planejado de forma flexível para que ocorra a aprendizagem do (a) aluno (a) numa relação de afeto, cognição e prazer. Numa perspectiva ética, estética e inclusiva.

As vivencias são trabalhadas na Sala de Aula, nos Ambientes de Recreação naturais e informatizados de forma dinâmica, propondo uma aprendizagem significativa, contextualizada e sistematizada. Instigam no (a) aluno (a) a cidadania pró-ativa, a formação do autor, a importância da leitura, da escrita, das informações, dos conceitos e dos conteúdos desenvolvidos por meio da educação dialógica problematizadora e a investigação ação.

O processo de ensino aprendizagem tem como objetivo instigar a reflexão, a problematização e a conscientização do seu papel social. Para que percebam o a importância do relacionamento, da troca, o valor dos saberes, da afetividade e da ética no processo democrático, pois o (a) aluno (a) da escola atual será o cidadão atuante e o estado do amanhã.

Percebem-se na Cidadania a arte de lidar com os saberes interagindo com os direitos e deveres. O seu exercício efetivo caracteriza-se como um processo de sustentabilidade social. Onde as ações humanas interagem com as informações e os conhecimentos, desenvolvendo no capital humano a iniciativa. No intuito de fortalecer a autonomia pelo exercício das suas habilidades, competências e atitudes sucessivamente.

Esses princípios fundamentam a articulação entre as áreas de conhecimento e os aspectos da vida cidadã formando hábitos e atitudes coletivas. "As Diretrizes Curriculares Nacionais propõe um novo paradigma curricular em que se estabeleça um currículo em seu conceito mais amplo" (PNEF, 2005, p.33) Numa base nacional comum, de forma que os conteúdos na área do conhecimento articulam a vida cidadã e características regionais.

A escola inclusiva deve trabalhar com perspectiva e não com expectativa. A perspectiva permite vislumbrar um futuro com esperança, correr atrás dos sonhos, trabalhando a solidariedade e a compaixão com sucesso. Enquanto que a expectativa se fundamenta apenas no que já está assegurado. Fundamentado em Leis, em termos de direitos e garantias.

Desta forma a gestão por competências na escola contribui para o desenvolvimento do seu produto final, que é o ser humano. Promovem o desenvolvimento de uma pessoa de qualidade, capaz de participar com co-responsabilidade na comunidade. Produzir, prestar serviços no intuito de amenizar os problemas e contribuir para um mundo mais humanizado.

Valorizar a escola, resgatar a confiança no (a) professor (a), perceber que tudo o que se aprende na escola se aplica na vida torna-se fundamental para construir um mundo melhor. Pois à medida que vivenciam as ações e as atividades educativas planejadas de acordo com o calendário escolar, ampliam a sua compreensão e transformam o seu comportamento.

Devido à abordagem multidimensional, trabalhada de forma inter e transdisciplinar, multidimensional percebem a importância do tema escolhido, facilitando o processo de ensino aprendizagem, que se dá pela interação numa dimensão individual e coletiva. As dinâmicas, os movimentos das atividades educativas estendem-se do concreto ao abstrato e vice-versa. Num processo de análise e síntese, numa aprendizagem diversificada.

A metodologia instiga processos internos de desenvolvimento mental. Desenvolve a afetividade e a cognição numa perspectiva ética estética inclusiva. Estimula o (a) aluno (a) pela percepção visual, tátil, olfativa ou auditiva. Motiva o seu interior pela emoção, instigando o prazer de aprender a ser e conviver, desenvolvendo sentimentos e internalizando valores. Cria oportunidades para que possam produzir reproduzir, sonhar e criar o novo.

2.3 O Processo de Ensino Aprendizagem

A escola é um espaço de ação e transformação. A qual se encarrega de criar oportunidades aos alunos (as) e aos professores (as) para que desenvolvam a capacidade de re-significar, misturar os saberes novos aos velhos, motivando-os, pois sem emoção não ocorre há aprendizagem.

O Processo de ensino aprendizagem faz parte de um complexo modelo interativo centrado na aprendizagem significativa. Pelas ferramentas didáticas e pela acessibilidade promove o acesso à diversidade. Desenvolve o saber do (a) aluno (a) pelas informações e conhecimentos. O educando é responsável pela sua transformação mediado pelo (a) professor (a) numa relação dialógica problematizadora. A partir da pergunta, constrói uma hipótese, busca na teoria e na prática a solução. Questiona, faz a intervenção, volta à realidade e problematiza o contexto novamente.

Na aprendizagem, além destas relações pessoais e interpessoais, existe no nosso cérebro uma grande integração de mecanismos neurológicos, dependentes da evolução dos sistemas piramidal e extra-piramidal. O primeiro entendido como um sistema mecânico responsável pela motricidade fina, voluntária e ideomotora. Onde se faz necessário pensar para executar a ação. Reproduzir para que ocorra a internalização.

O segundo constitui o sistema extra-piramidal de fundo tônico-motor automático, que se opõe ao primeiro, servindo de guia às impulsões piramidais. Passa a ser automático sem a necessidade do raciocínio lógico. Nessa etapa do processo é permitido pensar o impensável, estimular a criatividade, desenvolver uma nova aprendizagem vinculada com o conhecimento anterior. São as atitudes tomadas de forma espontânea.

A Educação Tradicional nos ensinou a pensar de forma vertical, a olhar apenas em uma direção, a perseguir metas, atingir os objetivos, reproduzir modelos convencionados pela sociedade, inibindo a criatividade.

Segundo Celso Antunes (2003, p.60) "Essa maneira de pensar – a que denomina pensamento vertical – se opõe a uma outra mais criativa". Esta forma de pensamento tem uma posição arbitrária. Trabalha a mente de forma retroativa, busca pistas e alternativas no passado. Reproduz as mesmas experiências de forma convencional, sem adaptá-las a realidade.

A aprendizagem significativa tem uma perspectiva clara, orienta a um pensamento horizontal, que é desenvolver a cidadania pró-ativa. Buscam de forma criativa idéias e soluções interessantes. Não define parâmetros entre o certo e o errado, porque entende que a educação é um processo consciente individual e coletivo, de ensino e aprendizagem que se dá ao longo da vida. Numa sucessão constante de aprimoramentos.

Figura 5 - Neste esquema de aprendizagem, a partir da pergunta, constrói uma hipótese, busca a teoria, questiona? Faz a intervenção, confirma a hipótese e problematiza novamente. Numa sucessão de temas, ações e atividades, desenvolvendo as competências, habilidades e atitudes concomitantemente de forma individual e coletiva.

No esquema acima se percebe que a resposta ocorreu em função da pergunta, pois não existe solução sem problema. As respostas somente são encontradas quando se descobre à razão do que deve ser questionado. Assim é com o mundo, só vai melhorar quando tivermos a curiosidade de perguntar o que se quer? E a ousadia de lhe responder o que se busca.

A partir da pergunta, procura-se a solução do problema. Elaboram-se os saberes, faz a intervenção e problematiza novamente. Nessa dinâmica ocorre o processo de ensino aprendizagem. Pela análise e síntese, se estende da teoria a prática e da prática a teoria por meio de situações problematizadoras estimulando a curiosidade, a compreensão e o desenvolvimento de novos esquemas e estruturas mentais.

As pessoas indistintamente precisam vivenciá-la para poder estabelecer relações, associações criarem o novo de forma saudável. Assim desenvolvem capacidades de intervir, gerir a sua subjetividade. Concomitantemente, adquirem competências, desenvolvem habilidades, tomam atitudes, contribuindo para um mundo com certeza bem melhor.

A proposta de aprendizagem significativa deriva da observação do objeto do desejo e da sua busca. Do resgate da atenção e da concentração. Do contato com a realidade de forma criativa. Aprendem pela associação livre, combinando elementos, problematizando, interagindo. Modificando a realidade e não apenas reproduzindo a aprendizagem pela memorização.

O trabalho ao longo do processo educativo, oferece na dimensão do tempo e do espaço aprendizagens desafiadoras. Os estímulos, os motivadores e as oportunidades permitiram o aprender a aprender brincando, independente do seu temperamento e da sua personalidade, re-significando e sistematizando ao mesmo tempo. Ao ser estimulado e motivado pelo (a) professor (a) elaboraram conceitos e conteúdos traduzindo as suas vivências em produções artísticas e literárias.

A metodologia faz parte de uma experiência no âmbito teórico-metodológico de caráter ético estético inclusivo que detectou novas formas de recrear. A partir da ludicidade desenvolve a recreação, por meio de temas, ações e atividades educativas. Brincam com a realidade, resolvendo os seus problemas e a re-significam de acordo com os seus interesses.

2.4 A Avaliação

Para avaliar o processo é preciso entendê-lo. A sistematização da aprendizagem em Sala de Aula e nos Ambientes de Recreação vinculam os conceitos e os conteúdos à prática sucessivamente. Portanto, repetir o tema de forma diversificada com alegria e prazer estimula a aprendizagem e a formação de esquemas. O método encanta, pois tudo está interligado, a sucessão das ações e atividades educativas promove o desbloqueio emocional, estimula a aprendizagem e a sistematização com facilidade.

O projeto confirma "os códigos da modernidade" prevista por Toro (1997). Aponta as capacidades e as competências mínimas à participação produtiva do século XXI. Confirma a importância do exercício da leitura e escrita, dos cálculos, da problematização, da análise e síntese para atuar. As propostas mundiais sobre a nova educação induzem a ação-transformação no processo de ensino aprendizagem e na avaliação escolar. Implica no modo de pensar do educador e do educando, onde se deve priorizar o desenvolvimento do potencial do (a) aluno (a). O seu crescimento pessoal, o afeto e a cognição sem comparar com os integrantes da turma.

Neste processo avaliativo se averigua a essência da pessoa humana. Aprender sem dúvida é dominar conceitos e conteúdos, mas não de forma reprodutivista. É necessário mobilizar esses saberes para o domínio das habilidades, das competências acadêmicas às atitudes da vida cotidiana.

Avaliar, portanto não se restringe à dimensão cognitiva, mas a sua aprendizagem e a aplicação como um todo. Perceber o aprendido quanto ao comportamento, os hábitos e as atitudes, bem como os conhecimentos na área curricular, são imprescindíveis para se avaliar com qualidade.

Esse trabalho tem como objetivo prepará-los para o processo inclusivo, para conviver com a diversidade. Portanto a avaliação deve ser diversificada, contemplando o (a) aluno (a) no seu todo. Se o educando apresenta uma dificuldade motora, podem ser avaliados de forma oral.

O processo de reflexão desencadeado pela avaliação leva o professor (a) a assumir a responsabilidade pelo trabalho desenvolvido. Quando a instituição reflete sobre si mesma, não deixam à rotina, as pressões externas determinarem o seu cotidiano e conquista um processo avaliativo eficaz.

A investigação e a avaliação são contínuas sobre o processo vivido exigindo um rigor metodológico. O planejamento e os registros possibilitam a intervenção e o desafio intelectual para desenvolver a afetividade e o conhecimento numa dimensão social, cognitiva emocional e psicomotra.

A avaliação formativa e emancipatória primam pelo processo de humanização. Não se restringem apenas à análise do desenvolvimento do conhecimento do (a) aluno (a), mas a evolução pessoal e social, inclusive da equipe da escola. Sendo que por meios dos registros, em forma de pareceres descritivos resulta o crescimento pessoal e grupal.

Esse processo avaliativo é o resultado de toda uma dinâmica implementada com o intuito de eliminar o estigma da escola pobre. Carente de estímulos, motivadores e oportunidades de crescimento pessoal e social. Nessa perspectiva pretende-se retirar a escola do ranço tradicional, reprodutivista e transformá-la numa escola capaz de pensar. Criar alternativas por meio de uma educação transformadora, emancipadora e aberta aos novos tempos e necessidades sociais contemporâneas.

CAPÍTULO 3

A EDUCAÇÃO DIALÓGICA PROBLEMATIZADORA

Na educação dialógica problematizadora as ações educativas são comunicativas, investigativas e abertas ao cosmos. Na realidade a exclusão, o fracasso e a evasão escolar são as respostas da escola as dificuldades encontradas pelos (as) alunos (as) em certas disciplinas ou temáticas com critério científico. A partir dessas questões inicia-se o processo educativo, a partir da análise da realidade, da cultura busca-se compreendê-la, decodificá-la para apreender e ensinar de acordo com as necessidades do tempo e do espaço em que estamos inseridos como seres humanos.

As pessoas menos esclarecidas são emocionalmente mais dependentes e ligadas à cultura do silencio pela falta de fundamentação. Resultado das relações sociais não muito saudáveis e de uma prática hegemonizada centrada no livro didático. Principal instrumento da cultura escolar, "que tem produzido silêncio, conteúdos escolares fragmentados e profissionais do ensino (exclusivamente do ensino), ao invés de profissionais da educação (investigadores ativos) (Bastos, 2004) Impedindo a iniciativa, a criatividade, a valorização do (a) professor (a) e da cultura regional.

Fundamentada nesta proposta, a sociedade deve se transformar a partir da educação escolar num povo consciente. Organizado, não pelo interesse dos dominantes, que fazem do trabalho escolar, a mais valia, mas reorganizando na educação pública o saber necessário aos alunos (as) para que possam desenvolver a sua cidadania de forma pró-ativa.

Neste sentido se defende o caráter problematizador das práticas pedagógicas. As práticas educacionais são desenvolvidas a partir da investigação temática, das teorias necessárias à problematização, sem separar o conhecimento popular do conhecimento elaborado. Dessa forma, a prática sócio-educacional, a essência está na identidade dos (as) alunos.

As ações educativas implementadas neste trabalho visam á inclusão sócio-educacional dos (as) alunos (as) e a qualificação dos (as) professores no contexto escolar. A meta foi implementar uma prática educacional diferenciada e desenvolver um trabalho colaborativo, resgatando a vivência histórica dos (as) professores (as) e a sua prática com a cidadania.

Nessas práticas buscam-se soluções para os problemas educacionais que se enfrenta ao assumir uma atitude com competência na investigação pedagógica. "O desenvolvimento profissional a que estamos sujeitos tem sido balizado pelas concepções: educacional problematizadora de Freire (1983) e investigação-ação educacional emancipatória de Carr e Kemmis (1986)". (de Bastos,1999). Pois, a meta é mudar a realidade escolar vivida.

As ações estratégicas surgiram a partir da investigação temática, apostando na qualificação dos (as) professores (as) para a Educação Básica. A implementação tem sido balizada pelas teorias guia, investigação ação educacional emancipatória e educação dialógica problematizadora, potencializando assim práticas ativas e participativas contextualizadas. A educação dialógica problematizadora e a investigação ação escolar destacam-se como teoria guia no campo progressista. Nesta perspectiva é fundamental investigar e agir educacionalmente com o povo, problematizando na interface escola pública-sociedade, onde estão presentes o desemprego, as péssimas condições da escola pública e sua prática social includente (de Bastos, 2004) De forma que a população problematize as questões sociais, instigando a ação e os resultados.

A Escola pública atualmente tem um importante papel na qualificação dos (as) professores (as) e na construção de uma prática educacional dialógica problematizadora em sala de aula e nos Ambientes de Recreação. Este trabalho tem como objetivo desenvolver a cidadania pró-ativa, a alfabetização, a escolarização dos (as) alunos (as) e a qualificação dos (as) professores (as). A qualificação foi feita pela investigação ação no processo educativo, de forma colaborativa, com vista à produção e a transformação da cultural escolar. Dessa forma, desenvolve-se um empreendimento educacional, numa parceria entre alunos (as) e professores (as).

O diálogo é a essência da educação libertadora é o encontro das pessoas por meio da palavra. Paulo Freire (1986) estava muito mais preocupado com o sujeito da ação educativa e a sua dialógica, do que com os conteúdos. "Se toda a ação educativa e toda aprendizagem implicam em uma ação dos sujeitos que aprendem, se os saberes escolares não podem ser alheios a experiência existencial dos educandos (as), teremos que iniciar por aí, por conhecer os sujeitos. Humanos". (Arroyo, 2001, p. 47) Como educadores se faz necessário conhecer a realidade social, econômica, política dos alunos (as). Quem são eles? Como experimentam a existência?

A Educação Dialógica Problematizadora busca respostas por meio da resolução de problemas, a um novo problema. Parte da compreensão do (a) aluno (a) das suas experiências diárias, do senso comum e chega a uma compreensão rigorosa da realidade. "Os métodos de educação dialógica nos trazem a intimidade da sociedade, a razão de ser de cada objeto de estudo." (Freire 1987, p.24) O qual passa a ser um ato de conhecimento e não uma mera transferência de conhecimento. Desta forma o problema social pode ser reconhecido por meio de um texto ou de uma vivencia.

Os recursos e os objetos de aprendizagem por si só não são problematizadores. Numa relação dialógica, os temas nunca são expostos simplesmente, eles geram discussões, novos saberes e assim sucessivamente. Como afirmava Freire (1987) a raiz mais profunda da politicidade da educação se acha na educabilidade mesma do ser humano.

Sendo "o diálogo é a confirmação conjunta do professor e dos alunos no ato comum de conhecer e reconhecer o objeto de estudo" (Freire, 1987 p.124) Percebe-se que a relação dialógica problematizadora requer uma aproximação dinâmica na direção do objeto numa constante inacabada.

O saber deve ser problematizado e exposto de modo que possam apropriar-se dele, sair da passividade na busca de respostas estendendo essa rede de saberes a quem interessar. Em forma de gestão por competência a relação dialógica é uma relação horizontal, em que o conhecimento é considerado, problematizado e compartilhado.

Paulo Freire (1987) tinha consciência de que somos sujeitos históricos. Responsáveis pelo planejamento e pela execução do projeto social. Para ele educar é construir um projeto de humanização, para a infância, para a adolescência, para os jovens e adultos que estejam nas escolas. Perceber que, aqueles seres humanos são inacabados. Aí, "na consciência de nossa inclusão está à raiz da educação mesma". Essa frase, me parece, que é a síntese do pensamento de Paulo Freire. (Arroyo 2001, p. 50) Aqui, na consciência de um ser inacabado que está à educação.

Estas questões reforçam nosso posicionamento, considerando à Educação Dialógica Problematizadora como um elemento essencial na qualificação dos (as) professores (as). "Educar é mais do que humanizar, educar é recuperar a humanidade que lhes foi roubada". (Arroyo 2001, p.51) Acredita-se ser esta a idéia fundamental de toda a ação e a atividade educativa, humanizar o desenvolvimento do progresso humano.

A inclusão de métodos e técnicas alternativas na escola requer um contexto dialógico problematizador muito bem fundamentado. Inseridos na escola com objetivos e metas bem definidos de forma que o (a) aluno (a) seja beneficiado com uma aprendizagem de qualidade

Cientes das mudanças que se fazem necessárias face à perspectiva inclusiva é que se lança esta proposta. Trabalhar a inclusão por meio das vivencias, pela educação dialógica problematizadora como uma forma de manifestar as nossas indignações e chamar a educação à mobilidade social. No intuito de refletir a sua prática pedagógica, pois o educando e o educador são partes desse grande desafio que é a educação emancipadora.

3.1 A Investigação – Ação Escolar

A educação do novo milênio aponta para a construção de uma escola voltada para o desenvolvimento dos cidadãos, independente das suas potencialidades. Nessa perspectiva percebe-se a necessidade de compartilhar com os (as) professores (as) essa nova visão de educação formativa e emancipadora que procura desenvolver a autonomia, a afetividade e a co-responsabilidade por meio da Educação Fiscal.

O processo de ensino-aprendizagem prioriza a apreensão das teorias-guia que informam as práticas, das práticas educativas e do contexto. Portanto o conhecimento do (a) professor (a) deve ser problematizado, pois no processo educacional a situação de qualificação está no mesmo plano. O que implica a organização de grupos de investigação-ação educacional, ou seja, sujeitos educativos, que concomitantemente investigam o contexto escolar, assumindo papéis de educador-educando e educando-educador.

No âmbito da investigação-ação educacional emancipatória, o grupo assume a responsabilidade pelos ditames da irracionalidade, da injustiça, da alienação e da falta de auto-realização. Esta concepção de investigação se fundamenta na teoria do conhecimento habermasiana que possui interfaces com a perspectiva educacional dialógica freireana. "Trata-se da conjugação da prática educacional dialógica, tendo como pano de fundo a educação como prática para a liberdade, no contexto da investigação-ação emancipatória". (De Bastos, 1999). Como objeto desta investigação adota-se os hábitos, as tradições, as estruturas de controles e as rotinas burocráticas, com o intuito de identificar os aspectos da educação vivida e que caracterizam a realidade concreta, nos permitindo transformá-la.

Investigação Ação Escolar

Transformar as dificuldades em possibilidades

Figura 1 – A Investigação Ação não ocorre isoladamente, mas sim no grupo em que o professor (a) atua. Identificam o problema, traçam as ações, observam: planejamento, ação, observação, reflexão, conhecida como a espiral Lewiniana.

Por meio desta espiral de atividades, a investigação-ação cria as condições que permitem o estabelecimento de comunidades de aprendizagem, isto é, de comunidades de estudiosos comprometidos em aprender com os problemas e efeitos de sua própria ação estratégica e entende-los, assim como a melhorar tal ação na prática. (Carr e Kemmis, 1986, p.176, citado por Mazzardo 2005)

Nesta espiral de atividades, a investigação-ação cria as condições que permitem o estabelecimento de comunidades de aprendizagem. Isto é, de comunidades de estudiosos comprometidos em aprender com os problemas e efeitos de sua própria ação estratégica e entendê-los, assim como a melhorar tal ação na prática (Carr e Kemmis, 1986, p. 176, citado por Mazzardo 2005). A pesquisa exercida na sua verdadeira essência.

A necessidade de investigar a ação-escolar e os resultados. O acompanhamento do impacto causado pela introdução de novos recursos, ou metodologias no processo de ensino-aprendizagem e na própria qualificação, exigem uma conduta de investigadores ativos. Capazes de traçar estratégias para chegar aos resultados, investigando e refletindo sobre as práticas didáticas concomitantemente com a conjuntura social.

A Investigação Ação Escolar não acontece isoladamente, acontece com o grupo. A concepção de investigador ativo representa um passo importante na profissionalização docente. "O concebe possuidor de conhecimentos, atitudes, capacidades e valores, que não somente consomem conhecimentos produzidos pelas investigações escolares, mas, sobretudo são capazes de gerar conhecimento, investigando sua própria prática educativa" (Müller e de Bastos, 2004, p.4) A pesquisa de fato.

O grupo constituído de alunos (as), professores (as), gestores (as) identificam os problemas e traçam as ações, observando as fases da investigação-ação: planejamento, ação, observação e reflexão, mais conhecida como a espiral Lewiniana. Esta espiral investigativa permite a continuidade da pesquisa e o melhoramento das investigações.

As funções educativas da investigação ação escolar são muitas:

a) participação e trabalho colaborativo – todos são participantes ativos do processo de busca de entendimento e melhoria das atividades escolares; b) dialogicidade – diálogo aberto e sincero entre os envolvidos; c) auto-reflexão e reflexão sobre o processo, análise e novo planejamento (análise retrospectiva e prospectiva); d) ação – o fazer, o participar, deixar de apenas receber e criticar e partir para a busca de alternativas com práticas fundamentadas na reflexão.

O diálogo com o grupo e o registro das atividades executadas em todas as etapas do processo investigativo tem dados importantes para acompanhar, validar o trabalho, acompanhar a produção e divulgar os resultados. A Investigação Ação Escolar que começa a ter legitimidade no próprio grupo necessita ser validada também pela comunidade científica, porém, isto não significa que seja apenas uma ação isolada e independente. Ela necessita de meios que a liguem à comunidade científica para promover discussões e questionamentos. Um destes meios se dá pela publicação e divulgação dos resultados. Quando surgem novos problemas e buscas.

A apresentação e discussão de trabalhos é o momento de trazer os construtos teóricos para o diálogo com a comunidade. Para validar a pesquisa é fundamental "passar pelo crivo dos membros da comunidade científica, não necessariamente envolvidos no âmbito da investigação. Mas, com certeza, que compartilham dos construtos teóricos desta comunidade". (Muller e de Bastos, 2004, p.2). De forma que tenha uma utilidade pública.

A Investigação Ação Escolar acontece no ambiente de trabalho e nas situações de qualificação. A Recreação se constitui em uma metodologia com suporte para a Investigação-Ação Escolar. Seus recursos possibilitam o trabalho investigativo, o acompanhamento das atividades e o registro das observações. Porém, mesmo que estas características não garantam por si só o trabalho investigativo, se faz necessário instigar à vontade de aprender.

O aprender-ensinar exige uma formação permanente. Educar-se num processo contínuo e sistemático. Quando o professor re-pensando o conhecimento sistematizado, que já sabe para ensinar, aprende ao ser estimulado pela curiosidade do aluno (a) que quer aprender ou aprender mais, assim ensinando (Freire 2001, p.15) Desta forma se aprimora os conhecimentos e se desenvolve o espírito humanitário.

A proposta descrita neste capítulo contemplou as práticas e os procedimentos que envolvem ativamente aluno (a) e professor (a) neste processo de ensino aprendizagem. Requerem habilidades, conhecimentos técnicos, práticos e pedagógicos. Uma gestão por competências. Exigem reflexão e ação, diálogo e problematização. Tópicos importantes também no desenvolvimento de ações e atividades educativas nas salas de aula e nos Ambientes de Recreação.

2.2 A Resolução de Problemas

A origem da espécie humana ainda é uma incógnita. Apesar disso ninguém em sã consciência, pode negar que o homem aos poucos vem evoluindo. "Anatômica e fisiologicamente, o homem é apenas um mamífero e não muito especializado" (Nunes 2007, p.55) que está há procura de respostas para o seu aprimoramento, por meio da resolução de problemas.

A presente proposta mediada pela Recreação para desenvolver a Cidadania utiliza no seu método de ensino aprendizagem a interação dos brinquedos, das brincadeiras dos jogos e da informática. Pela Educação Dialógica Problematizadora coloca as pessoas em sintonia com a diversidade e o cosmos, pois as relações se estabeleceram em redes. Influi na potencialidade dos Ambientes de Recreação e na qualificação dos (as) professores (as), contribuindo para a melhoria da Educação Brasileira.

O programa de investigação-ação educacional visa à resolução de problemas possuindo duas instâncias bidimensionais: a construtiva e a reconstrutiva. Uma a nível teórico e a outra a nível prático e dialético. A prática escolar do (a) professor (a) nessa pesquisa foi o resultado do seu trabalho, das suas convicções, dos seus conhecimentos e concepções.

A formação docente até então se deu por métodos tradicionais, onde predomina a transmissão de conhecimentos. Essa pesquisa é inovadora, pois permitiu ao professor (a) vivenciar o problema e elaborar a crítica. Manifestar as suas angustias e ansiedade e procurar novas soluções. A Resolução de Problemas foi um procedimento metodológico introduzido, pois o conhecimento tem a sua origem no problema e para tal necessita dialogar. Construir hipóteses, buscar os conhecimentos atuais para elaborar o novo, exercitando as habilidades e as competências concomitantemente.

O "Relatório Dellors" da UNESCO, fala do começo ao fim da educação como uma experiência humana "ao longo de toda a vida". O homem é movido pelo espírito científico e deseja saber para responder, pela própria sobrevivência. "Sem a curiosidade que nos torna seres da pergunta – bem feita ou mal fundada – não haveria a atividade gnosiológica, expressão concreta de nossa possibilidade de conhecer". (Freire, 1995, p.76). Os procedimentos didáticos no processo de ensino aprendizagem devem instigar a pergunta, aguçar a curiosidade epistemológica, a formulação de problemas, a resolução e o compartilhamento entre os interessados.

A habilidade em resolver problemas torna o (a) aluno (a) apto para enfrentar situações adversas com criatividade. Esta habilidade, na qualificação de professores (as), contribui para aprender sempre, ao longo da vida e para a capacidade de inovar por meio da busca de novas alternativas que ajudem há melhorar as condições de trabalho.

Resolver um problema de forma quantitativa ou qualitativa requer descobrir os caminhos. Consequentemente, resolver um problema consiste em encontrar um caminho desconhecido, "encontrar uma saída para uma situação difícil, para um obstáculo, para alcançar um objetivo desejado que não podem ser imediatamente alcançado por meios adequados (Polya, aud Gll et al 1992, p.10. Citado por Mazzardo, 2005, p. 58) Portanto, a resolução de problemas exige ousadia e determinação para chegar ao resultado.

Resolver problemas de maneira mecânica, seguindo um roteiro pré-determinado ou fórmulas, não contribui numa aprendizagem significativa. Não propicia o envolvimento em uma ação investigativa, desconsidera o contexto, pois não há análise de resultados e nem relevância para o tema.

A alternativa didática para a resolução de problemas é buscar respostas por meio de estratégias investigativas e tratamento científico para encontrar as soluções, contemplando ações práticas e coerentes, que resultem em aprendizagem significativa. As estratégias de resolução de problemas dependem do acionamento e da aplicação de vários saberes, os quais são desenvolvidos e ou aprimorados nessas situações.

Trabalhar com a resolução de Problemas, demanda saberes, competências, habilidades e atitudes diversas para encontrar as respostas e soluções. Trata-se de um procedimento didático metodológico que envolve o (a) aluno (a) numa investigação com estratégias, como nessa pesquisa com a Educação Fiscal que requerem um processo concomitantemente.

Nesta pesquisa educar não consiste em treinar as habilidades e acumular conhecimentos instrumentais, mas instigar o (a) aluno (a) a pensar, respeitando o seu nível evolutivo e o seu potencial. Desenvolver a sua autonomia para lidar com os limites e os valores na ação social. Independente do sistema capitalista ou socialista, o objetivo é instigar a troca, os acordos, exercitar as negociações, formando parcerias e apoio.

Educar é um trabalho político e cultural. Onde sujeitos críticos e participes "da dimensão política da história que partilham, aprendem contínua e criticamente a se recriarem a si mesmos enquanto partilham com outros, a produção de seus próprios mundos". (Brandão 2001, p.36) Nessa dimensão é que se desenvolve esse projeto, numa interação constante.

O investigador nesta pesquisa respondeu com significação aos desafios enfrentados no cotidiano escolar. À vontade de aprender a aprender sempre, de forma crítica e reflexiva é a condição exigida pela realidade científica e tecnológica. Devido às transformações que ocorrem na sociedade de forma a emancipar o educador e o educando num processo de ensino aprendizagem e na qualificação dos (as) professores (as).

O trabalho desenvolvido com a metodologia permitiu estudar a resolução de problemas, compreender e transformar as situações identificadas no tempo e no espaço educativo. Sendo esta uma das tarefas dos envolvidos no processo emancipador. Valorizar o aprender, instigar a reflexão, estimular o desenvolvimento e a superação de barreiras.

3.2.1 Como implementar a Resolução de Problemas no processo de ensino aprendizagem e na qualificação dos (as) Professores (as)?

O (a) professor (a) quando investiga o seu trabalho, deve ter duas idéias em mente, a primeira é detectar o problema. Aquela idéia que se torna à fonte das novas investigações. A segunda é a comprovação, a que produz a consistência, a seqüência de raciocínios ou deduções. Parte dos fatos para chegar até o resultado, demonstrando à solução do problema, num processo semelhante aos que fazem observações e experimentos.

Neste trabalho, a Resolução de Problemas será desenvolvida por meio dos procedimentos Didático-Metodológicos, distribuídos em três Momentos Pedagógicos Dialógico-Problematizadores, organizados por Abegg, de Bastos e Mallmann (2001). Parte da proposta de Angotti e Delizoicov (1990) e os adaptados para esta pesquisa pela autora.

A situação problema auxilia o (a) professor (a) a desenvolver ações e atividades educativas em sala de aula e nos Ambientes de Recreação. No intuito de trabalhar conceitos, conteúdos, alcançando objetivos e ultrapassando obstáculos. Além de instigar a curiosidade, tornam-se responsáveis pelo desenvolvimento do conteúdo, já que o campo de discussões, o assunto às vezes toma um caminho diferente do esperado.

Para trabalhar com a situação problema, se faz necessário ter conhecimento do assunto e um planejamento bem elaborado sobre o que será desenvolvido para alcançar o objetivo. Neste caso, o trabalho se desenvolveu com facilidade, pois se iniciava a aula com a simples pergunta:

- Para vocês, o que quer dizer cidadania? Além de outras questões.

O (a) professor (a) preparado (a) para discutir o assunto os induz às respostas das perguntas, a outros temas que surgiam devido à curiosidade e a reflexão dos (as) alunos (as). Formando vínculos e associações livres. Resolvidas essas, indagavam sobre outros conceitos, que já tinham lido ou ouvido falar, como por exemplo: questões sobre a vida diária, as Leis, as regras, os impostos, os direitos, os deveres vinculados a diversos assuntos.

A representação gráfica do tempo nos momentos pedagógicos está na figura 2.

Figura 2 – Representa a distribuição dos tempos didáticos. Neste exemplo temos uma Ação pedagógica que inicia no Ambiente de Recreação (DI), com as atividades do mercadinho. A segunda etapa (MSEM) se dá na sala de aula, com o a leitura, a escrita, o desenvolvimento dos conteúdos escolares da série, visando um Desafio mais Amplo (DA) que é o desenvolvimento da cidadania pró-ativa do (a) aluno (a) para o exercício democrático. Os tempos representados na figura 4 são localizados observando-se o objetivo principal de cada momento: DI – problematiza o tema de forma sintética; MSEM – conceitua os conhecimentos envolvidos, sendo esta a parte principal e a mais longa da aula; DA – avalia o conhecimento apreendido e as situações limite, finaliza o tema abordado ou encaminha as questões para a aula seguinte. Forma vínculo para o próximo tema ou ao próximo projeto.

A figura acima demonstra os momentos pedagógicos. Onde se salientam a importância do planejamento, o qual foi importantíssimo para alcançar as metas e os objetivos. As questões norteadoras tornaram-se fundamentais para a qualificação dos (as) professores (as). A organização dos momentos pedagógicos da aula, o objetivo do trabalho desenvolvido com os (as) alunos (as) e com os (as) professores (as) possibilitou a estratégia da Resolução de Problemas, a qual ficou assim estruturada:

Desafio Inicial – DI.

No momento inicial da aula os alunos (as) são desafiados por meio de um uma situação problema. Este problema (DI), além da motivação para o tema, visa à contextualização e a realidade do aluno (a). Investiga a sua visão de mundo e o interesse pelo tema. O (a) professor (a) problematiza o assunto em questão, com o objetivo de envolver ativamente o (a) aluno (a) no desafio proposto, sem perder de vista o foco principal do tema abordado.

Melhor solução escolar do Momento – MSEM.

É a parte principal da aula, na qual são trabalhados os conceitos-chave do conteúdo que está sendo desenvolvido. Neste momento, o (a) professor (a) conduz o processo de ensino-aprendizagem dos conhecimentos escolares e salienta as contradições explicitadas pelas visões de mundo com o conhecimento produzido e disponível.

Neste trabalho a resolução de Problemas será desenvolvida por meio dos procedimentos Didático-Metodológicos, distribuídos em três Momentos Pedagógicos Dialógico-Problematizadores, organizados por Abegg, de Bastos e Mallmann (2001); a partir da proposta de Angotti e Delizoicov (1990); adaptados para esta pesquisa pela autora.

Desafio mais amplo – DA.

É a operacionalização dos conhecimentos, a proposição de um desafio, nem sempre solúvel. Para avaliar os conhecimentos apreendidos, a validade e a limitação dos mesmos foi preciso um processo avaliativo. Com este desafio se pretende formar e emancipar os (as) alunos (as).

O ensino investigativo organizado por meio de desafios da realidade do (a) aluno (a), das situações problemas da vida diária oportuniza uma aprendizagem conceitual, de experimentação. Pois, "é preciso viver a potencialidade científica-tecnológica para optar". (Abegg, De Bastos e Mallmann, 2001, p.1 Desse modo facilita a resolução de problemas pela metodologia da Recreação e Cidadania devido a flexibilidade das soluções.

Nas fotos acima se percebem os três momentos pedagógicos. No desafio inicial (DI), a Professora trabalha com os (as) alunos (as) no Ambiente de Recreação, no qual vivenciam a experiência. A melhor solução escolar para o momento (MSEM) é sistematizar o conteúdo de forma dialógica e problematizadora de modo que se desenvolva a cidadania (DA).

Desta forma organizamos as aulas e o trabalho em três momentos pedagógicos com o objetivo de dialogar e problematizar as relações com a cidadania pró-ativa, de acordo com as Políticas Públicas Educacionais, os Parâmetros Curriculares Nacionais e os resultados da pesquisa.

Com isto, se estabelecem os componentes necessários para uma Educação Científica para este nível escolar. Oportunizando transformações nas salas de aulas, nos Ambientes de Recreação naturais ou informatizados. Elaboração de conceitos, conteúdos e melhoria nas relações escolares.

Exercer a função de educador (a) não é muito fácil. A primeira condição para ser professor (a) é preciso aprender a despertar a curiosidade no (a) aluno (a). Problematizar as questões e explicar os seus fenômenos. Sendo assim, "no processo de levantamento de hipóteses e desenvolvimento de estratégias de resolução, cabe ao professor guia-lo para a participação ativa de todos os envolvidos". (Abegg e de Bastos 2005) Para despertar o processo investigativo é preciso que a aprendizagem se torne o problema. De forma a estimular, motivar, criando oportunidades para elaborar hipóteses, estratégias na tentativa de resolver os problemas.

Almeja-se com tudo isso a melhoria na qualidade de vida, oportunizada pelos conhecimentos científicos. Como resultado, verificamos um aumento significativo na percepção dos (as) alunos (as), em termos da problematização de situações-problema e na tomada de decisões.

Acredita-se ter contribuído com esta metodologia a necessidade de integrar na Educação Básica estas informações e conhecimentos. Pautadas por temáticas atuais, por meio de ações e atividades educativas voltadas a esse novo paradigma, tão necessárias ao desenvolvimento da cidadania.

3.3 O afeto, a cognição e o prazer.

A Afetividade nessa pesquisa compreende o estado de ânimo ou humor de tudo o que nos afeta, pois "cada pessoa, enquanto membro do gênero humano é potencialmente capaz de experimentar em si mesmo, as vivencias e os sentimentos humanos." Percebe-se assim, que pelas vivencias a empatia se amplia, conseguem perceber o outro e pelo exercício da compaixão promover o bem a coletividade e a si mesma.

Nas concepções do humanismo radical, o ser humano é a raiz de todo o processo. Parte do pressuposto que existe uma base comum a todos os homens, a mesma anatomia, a fisiologia e a estrutura psíquica. Parte desse enfoque, mas não se pode esquecer que os sentimentos e as emoções inspiram e motivam do a afetividade.ser humano sabe extender su mano en �à vida, pois "a continuidad de la vida está implicada em la solidariedad, cuando el ser humano sabe extender su mano em los momentos difíciles". (Horney,1982, p. 114) As quais podem ser vivenciadas nos ambientes de recreação com afeto, cognição e prazer.

Nessa perspectiva percebe-se o gênero humano como uma unidade, que procura explicar pelo comportamento a compreensão da cultura, da arte, dos mitos e dos dramas pessoais e coletivos. Segundo Alfred Adler (1952) em suas pesquisas como um dos primeiros discípulos de Freud, já afirmava que a origem de todas as neuroses se encontram na meta imaginária. "Eu quero ser um homem completo", a qual desencadeia na pessoa muitas dificuldades de adaptação. Caracterizada como "uma perturbação nas relações de um ser consigo mesmo e com o outro." (Portella, 2007, p.72) Manifestas pelo sentimento de inferioridade.

Desta forma os ambientes de recreação na pesquisa permitem a adaptação do (a) aluno (a) ao sistema e a resolução dos seus conflitos. Caso contrário o sentimento de impotência torna-se evidente pela falta de adaptação, tornando-se incapazes de lidar com as adversidades da vida.

Na sua teoria Adler (1952) atribui à inferioridade constitucional ao órgão ou ao sistema orgânico e o fracasso humano há carência de um sentimento social. Um quadro que pode ser modificado devido à importância dada a esses sentimentos. Atribui à mãe a importante função de iniciar a convivência saudável com os semelhantes. Pelo exercício das habilidades e das competências pode amenizar as suas dificuldades.

Sendo assim, a afetividade pode ser entendida como tudo aquilo que nos afeta, que vem ao nosso encontro de bom ou de ruim. Capaz de nos desestabilizar, mexer com a nossa estrutura emocional intensificando as nossas alegrias e as tristezas. Provoca mudanças no comportamento e uma tomada de atitude capaz de modificar o curso da nossa vida.

A evolução do homem é um fato inegável. A natureza humana não pode ser ignorada, pois é a partir dela se originam as manifestações. Passa do estado de "natureza humana em geral para a modificada", adaptando o homem as necessidades do seu tempo e do seu espaço.

A própria história da humanidade vem demonstrando a sua evolução. As tendências cada vez menos instintivas são acrescidas no neocortex. Comparada às espécies, "o ser homem é o primeiro ser, formado de uma mínima capacidade instintiva, e o máximo de desenvolvimento cerebral." A manifestação do seu comportamento vem comprovando essa teoria.

A natureza biológica minimiza seus instintos e transcende o desenvolvimento da consciência de si mesmo e dos conflitos. A consciência é na realidade um "continuum" que se estende a partir da vigília física por meio de progressivos estados de percepção e penetra em áreas não-físicas do universo que existem muito além da nossa atual visão científica.

A consciência transcendente o próprio universo, modificando a nossa percepção interior. Percebe-se que os estados de percepção estão ligados ao movimento da consciência de uma área do continuum para outra. O brinquedo, a brincadeira, o jogo, o diálogo e a problematização trabalham a consciência. Buscam muitas vezes no inconsciente a chave da evolução.

É Importante entender que os nossos estados individuais de consciência existem como percepções ou segmentos do conjunto. Essa noção é o primeiro passo básico para se compreender a essência e a função não-física da consciência, a qual está relacionada com o universo.

O conceito de consciência humana atravessa um universo invisível e ganha adeptos. O físico Fred Alan Wolf vem estudando a relação da física quântica e a consciência. Nos seus estudos conclui que estamos nos movendo para a última fronteira que é a mente, onde os sonhos lúcidos são na realidade visitas a universos paralelos. A ciência contemporânea está cada vez mais próxima de comprovar por si mesma a realidade destes fatos.

Em seu artigo "Consciência Quântica ou Consciência Crítica?" Covolan Aponta que a Física Quântica tem causado enormes transformações na vida de todos nós. "Provavelmente já ouvimos falar de seu impacto na evolução da própria Física e de toda controvérsia gerada pelas dificuldades conceituais de interpretação dos fenômenos quânticos". Porem, os seus efeitos se estenderam para além da Física, com desdobramentos importantes na Química, com a teoria de orbitais quânticos e suas implicações para as ligações químicas, e na Biologia, com a descoberta da estrutura do DNA e a genética molecular, entre outros.

A descoberta do mundo quântico ameaça agora envolver o universo da psique. Os enfoques quânticos não excluem o funcionamento do cérebro por meio de redes neurais, mas consideram que complexidade somente não explica tudo e apontam efeitos quânticos como centrais para a descrição da emergência ou geração do eu consciente.

No seu entender existem modelos que negam a consciência como uma propriedade emergente de redes neurais, mas considera que a dinâmica cerebral organiza e faz aflorar algo que já é uma propriedade intrínseca da natureza, a aprendizagem. O autor afirma que não temos consciências sobre os efeitos da revolução científica iniciada há cem anos.

A consciência dos temas, das ações e das atividades educativas internalizadas, estende-se para dentro até o núcleo do universo. Essas experiências são necessárias para estender a nossa percepção além do corpo físico e explorar nosso continuum individual de consciência. A natureza consciencial que transcende os horizontes da matéria.

Nessa perspectiva sem dúvida a existência e as suas exigências levam a uma evolução individual ou coletiva. Para isso necessita-se de uma forma de gestão para administrar de forma eficaz a sala de aula e a escola. Trabalhar com os (as) alunos (as) de forma a aprimorar os conhecimentos, as suas habilidades e instigar uma tomada de atitudes.

O contexto exige uma dinâmica para a sobrevivência. Aprender a lidar melhor com as emoções e os sentimentos desenvolve a autonomia, estimula o trabalho em equipe, favorece a gestão por competências, as parcerias e a atuação eficaz num sistema de redes colaborativas.

O dilema existencial faz parte da realidade. O conflito entre o temperamento, o caráter e a personalidade manifestam-se. A dicotomia existencial apontada por Erich Fromm o "individuar-se", consiste numa regressão, sendo a raiz do conflito permanente da existência humana. Demonstrada pelas emoções momentâneas egoístas e pelos sentimentos que se manifestam de forma mais duradoura nas relações humanas. Portanto, os ambientes de recreação e a sala de aula são fundamentais para desenvolver o afeto, a cognição e prazer, pelas oportunidades dialógicas e problematizadoras que oferecem.

A riqueza das experiências com as vivencias e as suas relações determinam os novos temas, as ações e as atitudes. Modificam o comportamento, promovem impulsos motivadores e inibidores, de maneira agradável ou sofrível. Conferem uma disposição equilibrada, indiferente ou entusiasmada determinando os sentimentos que oscilam entre os dois pólos. A depressão manifesta pelo abatimento mental por um período considerável e a euforia pela alegria intensa. Essas oscilações Indicam sérios problemas quando a sua freqüência é muito rápida e desmedida.

Atualmente, a individualidade move uma força psicodinâmica que não estaciona. Movimenta uma engrenagem humana gigantesca, na internet de forma horizontal agregando forças. Contrária a educação tradicional onde o desenvolvimento do pensamento se dá numa linha vertical. Resultado do hemisfério cerebral esquerdo que apresenta uma alta probabilidade em decompor cada ação e cada sensação em uma rigorosa análise, sem flexibilidade, inibindo a criatividade e a inovação.

Nesta educação, o cérebro reconhece os padrões e segue a trilha pelo sistema automático correndo o risco da rotina. Isso não quer dizer que o tradicional deve ser desconsiderado, mas re-avaliado e contextualizado. Aprender o código de leitura e escrita não é próprio do homem, mas resultado de um processo histórico, desenvolvido na sua cultura e internalizado de acordo com os acordos e as convenções sociais.

A afirmação acima comprova o nosso trabalho de pesquisa, pois sem desenvolver a criatividade e a afetividade corre-se o risco de perder o vínculo com a realidade, de exercer a transversalidade. Portanto, comprova-se a eficácia do Projeto Recreação e Cidadania e a potencialidade da Educação Fiscal para participar do tema transversal que trata do trabalho & consumo, demonstrando cada vez mais a sua necessidade de estar incluída nas propostas curriculares a ser desenvolvida nas escolas resgatando a essência da pessoa humana.

Partes: 1, 2, 3, 4, 5


 Página anterior Volver al principio del trabajoPágina siguiente 



As opiniões expressas em todos os documentos publicados aqui neste site são de responsabilidade exclusiva dos autores e não de Monografias.com. O objetivo de Monografias.com é disponibilizar o conhecimento para toda a sua comunidade. É de responsabilidade de cada leitor o eventual uso que venha a fazer desta informação. Em qualquer caso é obrigatória a citação bibliográfica completa, incluindo o autor e o site Monografias.com.