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No tocante ao cometimento do crime referido e porque se encontra preso podemos verificar que os que se encontram presos por homicídio representam mais da quarta parte do total dos jovens reclusos, destes 28% encontram – se presos por frustração, e com a mesma percentagem o desamparo familiar, muito perto encontramos negligência com 24% e os restantes por defesa pessoal, necessidade económica e embriaguês com percentagem menor. No caso dos que se encontram por roubo, mais de metade cometeram o crime por necessidade económica e os restantes por outras causas. No caso da agressão metade deles cometeram crime por defesa pessoal, 20% em defesa de um amigo, frustração familiar com a mesma percentagem, no entanto, 10% por desamparo familiar. Dos que estão presos por furto, 90% destes cometeram crime por necessidade económica e só 10% por desamparo familiar. Dos que se encontram presos por burla 90%destes cometeram crime por necessidade económica. No caso da violação a metade dos réus responderam que a causa do cometimento do crime foi por negligência e a outra metade por desamparo familiar. Por falsificação de moeda todos cometeram o crime por necessidade económica.
Concluímos que o motivo maior que levou os jovens reclusos foi o homicídio e a causa maior de crime foi por necessidade económica. Porém, só se encontra preso um recluso por homicídio cuja causa foi por necessidade económica. Por outro lado mais de 50% dos jovens encontram-se presos por furto, roubo, burla, homicídio e o motivo foi por necessidade económica, frustração e desamparo familiar (Ver Tabela 42).
2.2.1. Análise dos resultados dos inquéritos dos familiares dos jovens reclusos em relação às causas
As famílias dos jovens reclusos consideram que as causas por que seus parentes cometeram crime são em primeiro lugar o mau companheirismo com 28%, em segundo lugar falta de emprego com 22%, em terceiro lugar por negligência com 17,3%, em quarto lugar desamparo familiar com 12%, em quinto lugar falta de condições sociais com 9%, em sexto lugar falta de ocupação que representa 8% e os restantes por outras causas.
Podemos verificar que a própria família reconhece que o problema maior está dentro do seu próprio seio familiar e por necessidade económica já que a maior causa é o mau companheirismo e este é o resultado da formação que se havia dado. Consideramos que a situação económica baixa traz consigo muitas consequências para a família que se reflecte na educação dos filhos (Ver Tabela 59).
Dos familiares dos jovens reclusos inqueridos como orienta seu parente para não cometer o crime? Verificou-se que 28% dos mesmos orientam evitar más companhias que aparece em primeiro lugar; 24% dos familiares orienta seus parentes a estudar. Os familiares que não responderam representam 13,3%; 9,3% orienta para evitar o uso de bebidas alcoólicas e 6,6% optar por formação profissional e enquadrar-se nas associações religiosas e políticas e os restantes orientam outras opções.
O grupo constatou que a maioria dos familiares dos reclusos orientam seus parentes a evitar as más companhias e em seguida aconselham a estudar e evitar o uso de bebidas alcoólicas. Tudo isso indica, que apesar de se dar bons conselhos não existe rigor na exigência para que isso se cumpra, pelo que ao encontrarem-se com reclusos jovens sem nenhuma ocupação más companhias terminam cometendo crimes de diversa ordem (Ver Tabela 60).
Formuladas algumas questões aos familiares dos reclusos que sugestões têm para evitar actos delitivos na juventude, 42,6% considera que é necessária a criação de mais centros profissionais, 28% considera necessário o resgate dos valores morais e cívicos, 10,6% reabilitação e construção de mais infra-estruturas e os restantes sugerem outras opções.
Verificamos que as questões postas aos familiares dos reclusos, incidem mais na criação de mais Centros Profissionais por parte dos Governantes em primeiro lugar, resgate dos valores morais e cívicos e na reabilitação e construção de mais infraestruturais. A seguir pensamos que para além daquilo que os familiares pensam a maior dificuldades está dentro da própria família já que é a célula fundamental de formação do indivíduo pelo que, necessariamente, o Governo deve proporcionar melhores condições de vida para que a família se possa desenvolver (Ver Tabela 61).
Gráfico 3
Ao estabelecer-se a relação entre como orienta o seu parente para não cometer crime com a idade dos mesmos constatou-se que dos que foram aconselhados a evitar más companhias 85% destes têm idades entre 34-70 anos, 14,2% têm idades entre 22-32 anos. Os que aconselharam estudar 28% destes têm idades entre 34-70 anos, os que aconselharam trabalhar todos têm idades entre 34-70 anos, optar por formação profissional 80% destes têm idades entre 34-70 anos e os restantes têm entre 28-31 anos e, de igual maneira, comportaram-se os que aconselharam enquadrar-se nas associações políticas, religiosas e desportivas. Dos que aconselharam evitar o uso de bebidas alcoólicas, 71% destes têm idades entre 18-29 anos e os restantes têm idades entre 34- 40 anos. Não responderam 50% com idades 34-70 anos e outros 50% com idades de 18-31 anos.
Ficamos admirados pelo facto das orientações evitar bebidas alcoólicas não corresponderem para os familiares mais velhos, mas aqueles entre 18-29 anos de idade onde 9,3% é partidário desta orientação (Ver Tabela 62).
Ao analisar os motivos porque se encontra preso por idades, nós constatamos que as idades com maior número de reclusos, é de 18-19 anos com 14,8% do total, destes uma quarta parte encontra-se preso por furto, outra quarta parte por burla, 16,6% por roubo e os restantes por outras causas. No caso de 20 -21 anos de idade encontram-se 13,58%, destes o roubo é a causa da maior frequência com 36,36%, em segundo lugar encontram-se as causas de furto, burla, e homicídio com 18,18% cada um e os restantes por outras causas. Com idades compreendidas entre 24 – 25 anos com 12,35% de todos os reclusos, destes a principal causa da prisão, foi furto com 30%, a segunda causa foi por burla e homicídio com 20% cada um e os restantes por outras causas. Outros grupos de idades, com quantidades significativas são menos de 18, 22-23 e de 28-29 anos com 11,11% cada um e o resto dos reclusos em outros grupos de idades.
Desta análise podemos concluir que 62,9% dos reclusos têm uma idade menor de 30 anos e as causas fundamentais porque se encontram presos, são homicídios, roubo, furto, burla e uso e posse de estupefaciente. Os reclusos maiores de 29 anos representam 19,75% e as causas fundamentais de sua prisão são homicídio, agressão e burla (Tabela 18).
2.2.3 – Causa do cometimento dos crimes dos jovens reclusos em relação ás idades
Relativamente à causa por que os jovens reclusos cometeram crimes em relação à idade, podemos assinalar que das idades compreendidas entre 18-19 anos constatou - se que a necessidade económica está em primeiro lugar com 50%, o que representa a metade dos mesmos e os restantes por outras causas. Com idades de 20-21aparecem com 54,11% dos mesmos responderam, de igual modo a necessidade económica, com 27% responderam desamparo familiar e os restantes por frustração. Com idades compreendidas entre 24-25 anos cometeram crime por necessidade económica da metade dos mesmos, 20% cometeram crime por frustração, com igual percentagem por negligência e com 1% por desamparo familiar. Enquanto que com menos de 18; 22-23 anos, cometeram crimes por necessidade económica, correspondente a 44%, uma terça parte das idades de 28-29 anos cometeram crime por defesa pessoal, outra terça parte por desamparo familiar e com 11,11% por necessidade económica e com a mesma percentagem por frustração.
Com idades entre 33-35 anos, 28,57% dos casos cometeram delito por negligência, necessidade económica e defesa pessoal.
Na investigação verificou-se que a maior causa de delitos foi a necessidade económica entre os menores de 25 anos de idades. Em segundo lugar frustração e em terceiro lugar desamparo familiar. Pelo que consideramos que a família é a célula fundamental para a formação dos jovens, quando esta tem problemas repercute – se negativamente na formação dos mesmos (Ver Tabela 19).
84% dos jovens reclusos são de sexo masculino, destes 22% encontram – se presos por homicídio, por furto e burla encontra-se 29,41% deles. Por agressão e estupefaciente 20% e os restantes por outras causas. No entanto, os do sexo feminino com 46,15% destes a causa principal foi homicídio, a segunda causa é agressão com 23%. Para as causas de furto, roubo, burla, violação e negócio ilícito foram apenas cometidas pelos de sexo masculino.
Em ambos os sexos a maior percentagem de jovens reclusos encontram-se presos por homicídio (Ver Tabela 24).
Ao estabelecer-se a relação entre o sexo e porquê cometeu o crime referido? No caso do sexo masculino, 41% dos mesmos foi por necessidade económica, por frustração e desamparo familiar têm a mesma quantidade de jovens reclusos com 20% cada um, enquanto que os do sexo feminino, a causa maior foram a defesa pessoal com 30,76%, por negligência com 23%, por necessidade económica e por frustração com 15,38% respectivamente.
É de referir que os candidatos constataram que a maioria dos crimes foram cometidos pelos jovens reclusos de sexo masculino. No entanto o sexo feminino representa uma percentagem muito baixa em relação à camada juvenil do sexo masculino. Porém, é significativo que em mais de 30% das reclusas a causa foi defesa pessoal. Demonstrando-se que a violência familiar se manifesta ainda, apesar do desenvolvimento que existe em todo o mundo (Ver Tabela 25).
No que se refere ao motivo em relação à procedência social, assinalou-se a maior percentagem dos jovens reclusos cuja procedência é operária ocupando mais da metade destes. Dentro desta procedência social, a maior causa é o homicídio com 21,4%. No entanto, roubo e burla com 16,66% e muito perto a este encontra-se o furto, agressão com 14% e 11,9% respectivamente. Os restantes correspondem a outras causas. A procedência social camponesa que corresponde a 39,5% dos jovens reclusos comportam-se de maneira similar à anterior, já que em mais da terceira parte destes réus a sua causa é homicídio, enquanto que o uso e posse de estupefaciente ocupa 15,6%, a seguir agressão, roubo, violação com 12,5%. Os restantes correspondem a outras causas. Quanto à procedência social intelectual as causas de maior incidência são furto e burla com 28,5% cada um, e em menor percentagem as causas, agressão, homicídio, e usos e posse de estupefaciente.
A maior incidência dos jovens reclusos encontram-se numa procedência social operária e camponesa e as causas homicídio, burla, roubo, furto e agressão que ocupam mais 69% dos casos. O nível cultural das famílias de procedência social influi negativamente no comportamento dos jovens (Ver Tabela 36).
No caso da procedência camponesa a maior incidência está na frustração com 31,25%, por outra parte negligência ocupa a quarta parte destes casos, por necessidade económica e desamparo familiar, representa 15,6% respectivamente. Os restantes por outras causas. No caso dos intelectuais mais da metade dos casos se deve a necessidades económicas e os restantes por outras causas.
Neste contexto, podemos constatar que mais de 70% dos jovens reclusos, comete crimes por necessidade económica, frustração, desamparo familiar (procedência operária e camponesa). Deve-se assinalar que a procedência camponesa tem uma incidência maior na causa de negligência, o que poderá ser por desconhecimento ou por causa do seu nível cultural (Ver Tabela 37).
2.2.5. Procedência social e causa do crime dos jovens reclusos segundo seus familiares
Questionados porque acha que seu parente cometeu este crime com a procedência social dos familiares verificou-se que os de procedência operária pensam, que a causa por que cometeram o crime foi as más companhias 39,4%,em primeiro lugar, em segundo lugar com 21,2% por falta de emprego, em terceiro lugar com 15% por desamparo familiar e os restantes por outras causas. No caso da procedência social camponesa considera que a causa do cometimento do crime foi em primeiro lugar por falta de emprego e negligência ocupando cada um a quarta parte dos jovens reclusos, as outras duas quarta partes estão em outras causas. Os de procedência social intelectual consideram que as principais causas foram a falta de emprego, condições sociais e mau companheirismo representando 21,4% cada uma destas e os restantes em outras causas.
Constatamos que os de procedência social operária com 44% acham que os seus parentes cometeram crimes, na sua maioria, por mau companheirismo e por falta de emprego. É necessário um acompanhamento mais eficiente por parte dos familiares aos filhos e o Governo deve através de vários programas ocupar os jovens na sua reinserção social (Ver Tabela 63).
2.3. Estado psicológico e emocional dos jovens reclusos
Ao perguntar-se aos jovens reclusos inqueridos como se sente agora, sentem – se mal aparece em primeiro lugar com 55,5%. Em segundo lugar com 29,6% sentem-se regulares e só 8,6% dos reclusos sentem-se arrependidos e 6,1% sentem-se bem.
O que indica que só 14,77% dos jovens reclusos mostram sinais de transformação no período que se encontram na cadeia e 85,1% destes não mostram sinais de uma mudança positiva (Tabela 14).
Em relação a causa que os levou a cometer crimes e o seu estado emocional, constatou-se que 56%, cometeram crime por necessidade económica e sentem-se mal na cadeia. 36,6%, sente-se mal regular e os restantes sentem-se arrependidos. No que toca a frustração 56,25%, sente-se mal, 31% regular e 6% sente-se bem. Os restantes estão arrependidos. Quanto ao desamparo familiar 60% dizem sentir-se mal, 13% regular e os restantes arrependidos. (Ver tabela 47).
Dos jovens inqueridos com idades compreendidas entre 18-19 anos, como se sente agora, foi constatado que sentem-se mal com 67%, e regular com 33%, o que significa que mais de metade sentem – se mal. Nas idades de 20-21 anos a situação é similar já que em 55% sentem-se mal e 45% sentem-se regular. E nas idades de 24-25 anos 60% sentem-se mal, 30% sentem-se regular e só 10% sentem-se bem.
De uma maneira geral, podemos dizer que a maioria dos reclusos em qualquer grupo de idades sentem-se mal e regular, e que os grupos de idades com mais arrependimentos são de 28-29 anos, que os menores de 24 anos, nenhum se sentem bem. N o entanto é de referir que nenhum dos reclusos se sente frustrado. Pelo que, consideramos que se pode fazer um trabalho educativo com estes jovens para reintegrá-los na sociedade (Ver Tabela 20).
2.3.2 – Estado emocional dos jovens reclusos em relação ao sexo
A tabela em referência espelha o estado de ânimo dos jovens reclusos em relação ao sexo, e verificou-se que mais da metade do sexo masculino, sente-se mal, 30% sentem-se regular, 8,8% sentem-se arrependidos e os restantes sentem-se bem. No entanto mais de 69% do sexo feminino sentem-se mal e 23% sentem-se regular.
Podemos concluir que nenhum dos jovens do sexo feminino sente-se bem e só uma está arrependida. È significativo, que 8,6% dos condenados mostram-se arrependidos e que em nenhum caso há sinais de frustração. Neste contexto os psicólogos, sociólogos, pedagogos, a família, e a sociedade em geral devem fazer um trabalho em função da reinserção dos jovens reclusos na vida social (Ver Tabela 26).
Ao analisar a tabela nº 58, verificamos que o sexo masculino corresponde a 82,7% e o sexo feminino representa 16%. (Ver tabela 58).
2.3.3 Estado emocional dos jovens reclusos e o motivo do crime
Quanto ao estado emocional dos jovens reclusos constatou-se que os que estão presos por homicídio a maioria, 43% sentem-se mal, 24% sentem-se regular, 19% sentem-se bem e os restantes não responderam, mais da metade dos que estão presos por agressão, furto, roubo, burla, uso e posse de estupefacientes sentem-se mal. Por outra, 5 dos 6 reclusos presos por violação sentem-se mal e regular, respectivamente; todos os que se encontram presos por falsificação de moeda sentem-se mal, no caso de estupefaciente dois terços sente-se mal e um terço sente-se regular.
De forma geral nota-se que a maioria dos jovens reclusos sentem-se mal e regular, não obstante, observa uma maior atenção dos casos de agressão e homicídios já que alguns destes sentem-se bem e outros sentem-se arrependidos. Vale apenas assinalar que nenhum destes, sente – se frustrado.
(Ver tabela 43).
Dos jovens reclusos inquiridos recebia alguma orientação ou conselho para não cometer crime com idades compreendidas entre 18-19 anos de idade responderam sim mais de metade destes, uma quarta parte não, e os restantes não responderam. Nas idades entre 20-21 anos 64% responderam sim e 26% reponderam não. Mais de metade dos jovens reclusos responderam que sim e destes, 78% têm menos de 30 anos; todos os que disseram que não têm idade menor de 32 anos.
No nosso trabalho de campo, concluímos que a maioria tem recebido conselhos, mas é necessário que os mesmos conselhos sejam direccionados e com valores positivos, para que os jovens não voltem a cometer crimes. Uma boa parte dos reclusos, não recebeu conselhos e são todos eles menores de 32 anos de idade o que indica que ainda existem muitas famílias que não prestam atenção à educação dos jovens (Ver Tabela 22).
Entretanto, ao analisar se os jovens reclusos recebiam alguma orientação por parte da família verificou-se que dos que se sentem mal, três quartas partes recebiam conselhos e a outra parte não recebia conselhos ou não responderam; dos que se sentem arrependidos mais de metade destes recebiam conselhos. Os que se sentem regular 70,83% recebiam conselhos, por outra a quarta parte destes não receberam conselhos e os restantes não responderam. Dos jovens que se encontram arrependidos mais da metade destes receberam orientação 28,6% não responderam e os demais não receberam conselhos. Dos jovens reclusos que se sentem bem, 80% responderam que receberam orientação ou conselhos e os restantes não receberam conselhos (Ver Tabela 52).
2.4.1 Orientações da penitenciária aos jovens reclusos em relação aos conselhos familiares
Dos jovens reclusos que receberam orientação por parte da família, questionados se recebia alguma orientação na penitenciária para não cometer crime constatou-se que dos que recebiam conselhos por parte dos familiares foram aconselhados pela penitenciária 22% a não repetir o crime, 20% pautar por bom relacionamento com os colegas, 18,6% ser homem digno e os restantes recebiam outros conselhos. Os que não recebiam conselhos, pela família na penitenciária foram aconselhados 28,5%, a pautar por bom relacionamento com os colegas e igual percentagem encontra-se a não cometer crime e os restantes recebiam outros conselhos. Os que não responderam à pergunta das famílias na penitenciária foram a aconselhados a não repetir o crime, frequentar a igreja, evitar as más companhias com 25% cada um, e outra parte recebia outros conselhos.
Resumindo, podemos dizer que os que foram aconselhados a não repetir o crime mais de 68% destes haviam sido aconselhados pela família. A maioria dos que foram aconselhados na penitenciária a serem homens dignos, a família aconselhou não cometerem crimes.
E necessário assinalar que os que não receberam orientação por parte dos penitenciários na sua maioria recebiam conselhos na família, mas que estes não foram eficazes e é importante que se continue trabalhando com os jovens dentro da penitenciária (Ver Tabela 56).
2.4.2 – Orientação ou conselhos dos familiares aos jovens reclusos em relação ao sexo
Ao analisar-se a relação entre o sexo e a orientação familiar para não cometer crime 73,5% do sexo masculino afirmam que receberam orientação, 17,6% não recebiam orientação e 8% não responderam. No caso do sexo feminino 69,23%, responderam que sim, 15% responderam que não e com a mesma percentagem não responderam.
Os que disseram que não, na sua maioria, são do sexo masculino. De uma forma geral, podemos dizer que existem 27% dos jovens reclusos que não mostraram disposição em responder a essa pergunta, pelo que, falta muito trabalho por parte da família quanto à orientação dos jovens (Ver Tabela 28).
Ao relacionar – se as orientações recebidas pelos serviços prisionais por jovens reclusos em relação ao sexo. No caso do sexo masculino, foi constatado que em primeiro lugar não repetir o crime representa a quarta parte destes, pautar por um bom relacionamento com os colegas, e ter uma conduta social representa outra quarta parte, 16% ser homem digno, 10,29% evitar más companhias, 6% recebiam como conselho evitar confusão com o próximo e frequentar a igreja, 8% não recebiam orientação nenhuma. No caso do sexo feminino 30,7% recebiam como orientação evitar confusões com o próximo, com igual percentagem está frequentar a igreja, com 15% não repetir o crime, nos restantes casos só com 7,6% ou menos.
De uma maneira geral, podemos dizer que os conselhos dados com maior frequência são, não repetir o crime, ser homem digno e pautar por bom relacionamento e ter boa conduta social, que tem sido acatado na sua maioria por jovens do sexo masculino. É alarmante que em nenhum dos casos foi aconselhado a aumentar o nível cultural, tendo em conta que muitos deles terminam o seu cumprimento penal e têm uma idade apropriada para estudar (Ver Tabela 29).
2.4.3 – Conselhos dos parentes aos jovens reclusos para não cometerem crimes.
Quanto à questão formulada se recebia alguma orientação ou conselho para não cometer crime, 72,8% dos jovens reclusos responderam que sim recebiam conselhos, e 17,2% responderam que não e 9,8% preferiram não responder.
A maioria dos jovens reclusos responderam sim o que para o grupo constituiu dúvida, pois que se foram aconselhados, estes não foram eficazes e consistentes, porquê é necessário antes de mais uma pedagogia do valor, como prevenir, prevenir de quê e prevenir para quê? (Ver Tabela 16).
Das questões formuladas porque cometeu o crime e se recebia algum conselho, constatou-se que no caso dos que cometeram crime por defesa pessoal, 71,42%, recebiam orientações e os restantes não recebiam e não responderam. Dos da defesa do amigo metade não respondeu. Quanto a causa necessidade económica as duas terças partes manifestaram que sim recebiam conselhos e a outra terça parte não recebia conselhos e não respondeu. (Ver tabela 49).
Ao analisar-se as causas porque cometeu o crime e se recebe alguma orientação ou conselho para não cometer actos delitivos a causa de defesa pessoal na sua maioria foi aconselhado a evitar confusão com o próximo representado 42,8%. Outro conselho recebido com 30% foi por necessidade económica e não repetir o crime. (Ver tabela 50).
2.4.4. Conselhos da penitenciária aos jovens reclusos
No que diz respeito a questão recebe alguma orientação ou conselho na penitenciária para não cometer crime, verificou-se que 23,4% foram aconselhados a não repetir o crime, em primeiro lugar, em segundo lugar 20,9% pautar por bom relacionamento com os colegas e ter boa conduta social, em terceiro lugar ser um homem digno com 14,8%, em quarto lugar se encontra-se evitar confusões com o próximo, frequentar a igreja e evitar más companhias com 9,8% em cada caso, em quinto lugar não recebem orientação com 7,4% e por último com 3,7% deixar de se enervar.
Os conselhos recebidos pelos jovens reclusos não têm uma orientação pedagógica nem psicológica, pelo que se pode ver que nenhum deles foi aconselhado a aumentar o seu nível cultural (Ver Tabela 17).
Sobre se recebia alguma orientação na penitenciária, os que se sentem-se mal com 20% declaram que o conselho foi pautar por bom comportamento, com esta mesma percentagem está não repetir o crime, 15,5% ser homem digno e os restantes recebiam outros conselhos. Dos que sentem-se regular 29,1%, aconselhou-se a não repetir o crime, 16,6% ser um homem digno e outros recebiam outros conselhos. Dos que se sentem arrependidos, 42,8% foram aconselhados a pautar por bom comportamento e os restantes a não repetir o crime e frequentar a igreja. Os jovens reclusos que se sentem bem mostram 40% foram aconselhados a pautar por bom relacionamento e os restantes recebiam outros conselhos. É importante referir que 100% dos que não receberam conselhos sentem-se mal ou regular e que em nenhum caso se aconselhou a aumentar o seu nível cultural.
Consideramos ainda que os conselhos devem ter um sentido mais educativo e mais atraente e não estar em função de seus próprios erros (Ver Tabela 53).
2.4.5- Orientações recebidas na penitenciária para não cometer crime em relação as idades dos jovens reclusos
Ao comparar-se as respostas dadas pelos jovens reclusos sobre se recebe alguma orientação ou conselho na penitenciária para não cometer outro crime, os jovens reclusos com idades compreendidas entre os 18-19 anos responderam pautar para o bom relacionamento com os colegas e ter boa conduta social a terça parte, e 16% destes foram aconselhados não repetir crime, evitar más companhias, ser homem digno, e os que não recebiam orientações todos com a mesma percentagem.Com idades entre 20-21 anos 36% foram aconselhados a não repetir o crime, 18% evitar confusão com o próximo, e com esta mesma percentagem, pautar por bom relacionamento com os colegas e os restantes recebiam outros conselhos. Nas idades de 24-25 anos 40% receberam conselhos para não repetir o crime, 20% frequentar a igreja e os restantes receberam outros conselhos, enquanto que a orientação não repetir o crime 89% têm menos de 30 anos, 100% dos que foram aconselhados a frequentar a igreja têm menos de 30 anos, e 100% dos que não receberam orientações têm menos de 26 anos. Outro conselho dado com maior frequência foi pautar por bom comportamento com os colegas e ter boa conduta social, onde as idades com mais opção por este conselho foram de 18-19, 28-29 e 33-35 anos, respectivamente.
É importante assinalar que os conselhos devem ter um carácter mais educativo, pois é significativo que com tantos jovens reclusos nenhum foi orientado a aumentar o seu nível cultural (Ver Tabela 23).
2.4.6 Orientações dos familiares aos jovens reclusos para não cometerem crime em relação à classe social
Da questão como orienta o seu parente para não cometer crime com relação à procedência social podemos assinalar que da classe operária a terça parte orientou evitar más companhias, 18,18% seu conselho foi estudar, 12,12% evitar bebidas alcoólicas, 9% optar por formação profissional, 6% orientaram enquadrar-se nas associações políticas e desportivas, 3% trabalhar, igual número que pautar por uma educação digna, é significativo que 15,15% não responderam. Da classe camponesa 28.57% aconselharam-se a estudar, 21,42% aconselharam evitar más companhias, 7,14% deixar de se enervar, com igual percentagem está enquadrar-se nas associações políticas, religiosas e desportivas, evitar bebidas alcoólicas e não fazer uso de drogas, 3,6% aconselharam-se a optar por formação profissional, com a mesma percentagem encontra-se pautar por educação digna e 14,28% não responderam. A procedência social intelectual dirigiu seus conselhos em primeiro lugar com 28,6% evitar más companhias e com igual percentagem estudar, os restantes conselhos foram trabalhar, optar por uma formação profissional, enquadrar-se nas associações políticas, religiosas e desportivas com 8,3% cada uma e com a mesma percentagem encontram-se os que não responderam.
Os investigadores concluíram que mais de metade dos familiares aconselharam os seus parentes a evitar más companhias e estudar, tanto de uma procedência como de outra. É importante realçar que 13% dos familiares entrevistados não responderam, manifestando pouco interesse pelo nosso trabalho, que se pode interpretar também como pouca preocupação por seus familiares presos (Ver Tabela 64).
Ao analisar-se a relação entre a procedência social familiar e que sugestões tem para evitar actos delitivos a classe operária sugere que quase de metade destes opinam pela criação de mais centros profissionais, 15,15% sugere reabilitação e construção de mais infra-estruturas, com igual percentagem encontra-se o resgate dos valores morais e cívicos, 9% sugere a criação de associações juvenis e os restantes outras sugestões.
A metade da procedência social camponesa sugere a criação de mais centros profissionais, 21,4% destes sugerem resgate dos valores morais e cívicos, 27,14% sugerem mais patrulhamento policial e 14,28% não responderam. A metade da procedência social intelectual sugere o resgate dos valores morais e cívicos, 14,28% propõem mais patrulhamento policial e salário compatível ao nível de vida e criação de mais centros profissionais e os restantes sugerem reabilitação e construção de mais infra-estruturas.
Verificamos com esta análise que 77,33%, dos familiares sugeriram criação de mais centros profissionais, resgate de valores cívicos e morais e reabilitação e construção de mais infra-estruturas, é importante assinalar que estas sugestões foram maioritárias em todas as classes sociais (Ver Tabela 65).
2.5. O que pensam os familiares dos jovens reclusos para evitarem actos delitivos em relação ao nível académico
Das questões formuladas aos familiares porque acha que seu familiar cometeu esse crime em relação ao nível académico, no caso do nível da 3ª à 9ª classe 30, 18% acha que seu familiar cometeu esse crime por mau companheirismo, 24,5% por falta de emprego 9.4% por falta de condições sociais, com igual percentagem falta de ocupação e os restantes têm outras opiniões, Em relação à 10ª classe, as opiniões estão repartidas entre o desamparo familiar, mau companheirismo e negligência. No caso da 11ª classe, as opiniões dividem-se entre desamparo familiar e mau companheirismo. Em relação à 12ª classe 23,53% sugerem que a causa é mau companheirismo, com a mesma percentagem está a falta de emprego, com 17,65% aparece desamparo familiar e negligência e só 5,8% falta de ocupação.
Podemos concluir que as causas do cometimento do crime segundo critérios familiares são a falta de emprego e mau companheirismo, o que foi constatado por mais da metade dos inqueridos dos níveis académicos da 3ª à 9ª classes e uma grande parte dos da 12ª classe (Ver Tabela 66).
2.5.1. Orientação dos familiares aos jovens reclusos para não cometerem crimes em relação ao seu nível académico.
Das questões formuladas como orienta seu parente para não cometer crime em relação ao seu nível académico podemos dizer que os que têm 3ª classe responderam a esta pergunta da seguinte forma: 22,22% não responderam, com igual percentagem encontra-se evitar uso de bebidas alcoólicas e com 11,11% encontra-se evitar más companhias, estudar, não fazer uso de bebidas alcoólicas e enquadrar-se nas associações políticas, religiosas e desportivas. No caso dos que têm a 4ª classe na sua maioria sugerem estudar; Os de 5ª classe duas terças partes destes não responderam. Os da 6º classe 30% destes orientam estudar, com igual percentagem encontra-se estudar, 20% orienta a enquadrar-se nas associações políticas, religiosas e desportivas, e os restantes não fazer uso de drogas e deixar de se enervar. Com relação à 7ª classe 40% sugerem evitar más companhias e os restantes outras orientações. No caso à 8ª classe, 45,45%, orientam estudar, 27,27% evitar más companhias e os restantes outras sugestões. Na 9ª classe mais de metade sugere evitar más companhias, de igual forma se comportam os da 10ªcalsse. Quanto à 12ª classe que representa a maioria dos analisados 29,4% sugerem evitar más companhias, 17,64% estudar, com a mesma percentagem optar pela formação profissional e os restantes das outras orientações 11,76% não responderam.
O grupo observou que a maioria dos familiares inqueridos orientam evitar más companhias e estudar o que representa mais de metade dos entrevistados. Por outra parte 64% destes têm entre a 3ª a 8ªclasses. Estas sugestões foram orientadas tanto por um nível como por outro (Tabele 67).
Pôde-se constatar que 62,9, % dos jovens reclusos manifestam sentir-se mal ou regular e recebiam conselhos para não cometer crime. Apesar de a maioria responder que foram aconselhados a não cometerem crime, parece que esses conselhos não têm sido bem direccionados e consistentes (Ver Tabela 52).
No que se refere aos conselhos dos familiares dos reclusos, podemos assinalar que quanto ao homicídio mais de terça quarta parte (77%), responderam que sim e os restantes responderam que não. Quanto ao roubo só um jovem respondeu que não e o resto respondeu que sim. Porém em relação à agressão a maioria, 70%, recebiam conselhos e 30% não responderam. Quanto ao furto metade dos jovens reclusos não respondeu, 30% respondeu que não recebem orientação ou conselho e 20% respondeu sim. No caso de burla 80% respondeu não. Com relação a estupefaciente duas terças partes manifestaram que recebiam orientação e uma terça parte responderam que não.
Podemos concluir que excepto no caso de furto e no resto dos casos, mais de 70% dos jovens reclusos, declararam que receberam orientação. Deve-se ter em conta que 27% dos jovens reclusos disseram que não receberam conselhos ou não responderam (Ver tabela 45).
Relativamente aos conselhos recebidos na penitenciária pelos jovens reclusos constatou-se que em relação ao homicídio uma terça parte destes, foi aconselhado a pautar por bom relacionamento com os colegas e ter boa conduta social, 19% o conselho dado foi evitar confusão com o próximo com igual percentagem está os que foram aconselhados a ser homens dignos, 14% a não repetir o crime e os restantes receberam outros conselhos. No tocante ao roubo 27% dos jovens reclusos foram aconselhados a não repetir o crime, com a mesma percentagem encontram-se os que foram aconselhados a evitar confusões com o próximo, ser homens dignos e evitar más companhias com 18% cada um, e os restantes receberam outros conselhos. Dos jovens que se encontram presos por agressão 30% recebiam como conselho pautar por bom relacionamento com os colegas e ter boa conduta social, 20% evitar confusões com o próximo, com a mesma percentagem frequentar a igreja e outros com menor percentagem receberam outras orientações. Por furto na sua maioria receberam conselhos para não repetir o crime (40%)., ser homens dignos, pautar por bom relacionamento com os colegas, com 20%, respectivamente, com menor percentagem evitar más companhias, os que não receberam conselhos. Os que se encontram presos por burla 30% foram aconselhados a não repetir o crime, ser um homens dignos e pautar por bom relacionamento ambos com 20% e com 10% deixar de se enervar, frequentar a igreja e os que não receberam conselhos todos com a mesma percentagem. Uma terça parte dos jovens reclusos que se encontram presos por uso e posse de estupefaciente foram a aconselhados evitar más companhias, não repetir o crime e frequentar a igreja, representam 22% cada um, e os restantes receberam conselhos numa percentagem ínfima. Uma terça parte dos que se encontram presos por violação não receberam conselhos e os restantes com a mesma percentagem foram aconselhados a não repetir o crime, ser homens dignos, frequentar a igreja e pautar por bom relacionamento com os colegas e ter boa conduta social.
Podemos assinalar que a orientação ou conselho, não repetir o crime, ser homem digno e pautar por bom relacionamento com os colegas, foi concebido pela maioria dos que se encontram presos por agressão, furto, roubo, burla e homicídio representado por 44% dos jovens reclusos. É de reflectir que em nenhum dos casos foi aconselhado a aumentar o nível cultural. Porém segundo a análise feita na tabela (44), mais de 50% dos jovens reclusos manifestam que preferem trabalhar e ou estudar quando saírem da prisão (Ver tabela 46).
2.5.3. Sugestões das famílias aos jovens reclusos para evitar actos delitivos em relação ao nível académico
Nesta tabela, que sugestões têm para evitar actos delitivos com relação ao nível académico constatou- que os de 3ª classe, um terço destes, sugerem criação de mais centros profissionais, outra terça parte sugere resgate dos valores morais e cívicos e os restantes criação de associações juvenis e salário compatível ao nível de vida. No caso dos, da 4ª classe, mais de metade sugerem criação de mais centros profissionais, em relação à 5ª classe as sugestões estão repartidas da mesma forma entre criação de mais centros profissionais, reabilitação e construção de mais infra-estruturas e resgate de valores morais e cívicos. Na 6ª classe, mais de metade sugere a criação de mais centros profissionais, 40% da 7ª classe têm a mesma opinião, igual a 45% da 8ª classe; neste caso, a 8ª classe também sugere que 27,7% o resgate dos valores morais e cívicos. Mais de metade da 9ª classe sugere a criação de mais centros profissionais. No caso da 11ª as opiniões convergem entre a criação de mais centros profissionais, reabilitação e construção de mais infra-estruturas. No caso da 12ª classe 41% destes sugerem resgate dos valores cívicos, 17,6% criação de mais centros profissionais e os restantes outras sugestões.
Constatamos que a maior parte dos entrevistados sugerem mais centros profissionais e resgate dos valores morais e cívicos, e estes pertencem à 3ª,4ª,5ª,6ª 8ª e 12ª classes, que representam mais de metade dos inqueridos. É importante destacar que 28% dos entrevistados propõem o resgate dos valores morais e cívicos, questão que se deve reflectir para desenvolver um trabalho com estas características (Ver tabela 68).
Dos jovens reclusos inqueridos, o que vai fazer quando sair da cadeia, constatou-se que trabalhar e estudar aparece em primeiro lugar com 35,8% dos mesmos. No entanto, trabalhar aparece com 28,3%; em terceiro lugar, os jovens reclusos preferem estudar com 20,9%, em quarto lugar com 9,8% destes, preferem venda ambulante e por último com 3,7% e 1,2% preferem agricultura e comércio respectivamente.
O grupo no seu trabalho de investigação verificou que os jovens reclusos que querem trabalhar e estudar são a maioria. Esta situação despertou muito a nossa atenção e faz-nos querer que a falta de ocupação está na base do cometimento dos crimes (Ver Tabela 15).
Ao analisar as variáveis porque cometeu o crime referido e o que vai fazer quando sair da cadeia verificou-se que os que estão presos por defesa pessoal, metade deles preferem estudar e trabalhar. No caso dos que se encontram presos por defesa do amigo as opiniões estão divididas na mesma quantidade entre as opções de estudar e trabalhar e só trabalhar, por necessidade económica a metade destes preferem trabalhar e estudar, 36,35% preferem só estudar e os restantes outras opções. (Ver tabela 48).
2.6.1. Relação entre a idade e os projectos dos jovens reclusos
Ao analisar-se as questões apresentadas pelos jovens reclusos sobre o que vai fazer quando sair da cadeia, mais de metade respondeu que quer estudar com idades compreendidas entre os 18-19 anos e a quarta parte prefere trabalhar e estudar. Nas idades de 20-21 anos, mais de metade também prefere estudar e trabalhar 27% quer estudar e 18% pretende trabalhar.
Constatamos que o maior interesse de estudar e trabalhar está nos jovens menores de 26 anos e todos os que querem só estudar têm uma idade menor de 22 anos; dos que pretendem venda ambulante têm na sua maioria uma idade entre 26-35 anos; dos que optam pela agricultura têm idades entre 22-27 anos. Dos que querem só trabalhar 61% têm idades entre 28 e 35 anos, os restantes são menores de 26 anos.
Diante desta situação, o grupo sugere ao governo e a sociedade em geral a criação de mais centros de emprego e estabelecimentos escolares, com propósito de ocupar a juventude onde houver maiores oportunidades para os jovens que terminam a sua pena (Ver Tabela 21).
2.6.2. Ocupação dos jovens reclusos em relação ao sexo após a sua soltura
Inqueridos os jovens reclusos o que vai fazer quando sair da cadeia? Constatou-se que jovens do sexo masculino quase na sua maioria (90%) pensam em trabalhar e / ou estudar, com 7% preferem ser vendedores ambulantes e os restantes querem comércio e agricultura. Porém, os do sexo feminino, mais de metade 60% quer estudar e trabalhar, 23%, prefere venda ambulante, enquanto outros 15% opta pela agricultura.
Nesta tabela, constatamos que o interesse manifestado pelos jovens reclusos de ambos os sexos quando saírem da cadeia, é de trabalhar e estudar, e este desejo é manifestado por mais de metade destes (Ver Tabela 27).
2.6.3. Conselhos familiares e que vai fazer quando sair da cadeia
Considerando que os jovens reclusos recebiam conselhos por parte das suas famílias, podemos constatar que mais de (¾) três quartos destes que prefere estudar e/ou trabalhar recebiam orientações; 13,8% não recebia conselhos e os restantes não responderam. A maioria na percentagem de 82% recebia conselhos, os que querem estudar, mais de metade recebia orientações e os outros não responderam. No caso dos que querem seguir venda ambulante ¾ três quarto recebia orientações.
De uma maneira geral podemos assinalar que a maioria dos reclusos preferem estudar e ou trabalhar e receberam conselhos de não cometer o crime o que representa 61,7%. É importante referir que os que não recebiam conselhos apesar disto preferem estudar e trabalhar. (Ver Tabela 54).
Tendo em consideração se recebiam conselho na prisão no caso dos que responderam que querem estudar e ou trabalhar, 41,3%, foram aconselhados a pautar por bom relacionamento e ter boa conduta social 20,6% a não repetir o crime e os restantes receberam outros conselhos. Os que preferem trabalhar foram aconselhados a não repetir o crime, evitar confusões com o próximo, ser homens dignos, pautar por bom relacionamento com 17,3% cada um. E os restantes recebiam outros conselhos. Os que preferem só estudar com 47% dos jovens reclusos foram aconselhados a não repetir o crime e os restantes ser homens dignos, evitar más companhias e frequentar a igreja.
Assinalamos que, os que foram aconselhados a não repetir o crime em sua maioria, vão trabalhar e estudar quando saírem da cadeia, igual decisão tomaram os que foram aconselhados a ser homens dignos, pautar bom relacionamento e ter boa conduta social, evitar más companhias. Porém os que não receberam nenhuma orientação na sua maioria preferem estudar e trabalhar (Ver Tabela 55).
Das questões formuladas sobre o estado emocional dos jovens reclusos e a ocupação depois do cumprimento da sua pena os que sentem-se mal, mais de metade dos jovens reclusos as suas opiniões estão divididas entre todas as opções, prevalecendo a opção de estudo e trabalho com 40% destes, em segundo lugar só trabalhar 26,6%, estudar 15,5%, 13,3% preferem ser vendedores ambulantes os restantes querem comércio e agricultura. Os que sentem-se regular preferem estudar 41,6%, optam só trabalhar 29,2%, querem trabalhar e estudar com 29,1% e os restantes preferem venda ambulante e agricultura. Mais de metade dos que estão arrependidos preferem estudar e/ou trabalhar. Os que sentem-se bem, (3/5) três quintos desejam trabalhar e os restantes escolhem a agricultura ou trabalhar e estudar.
De uma forma geral, podemos dizer que todos que querem estudar sentem-se regular e mal. Mais de 60% dos que preferem estudar ou trabalhar sentem-se mal. A maior parte dos que decidem ser vendedores ambulantes sentem-se mal, e a maioria dos que querem trabalhar sentem-se mal e/ou regular. É necessário assinalar que os jovens que sentem-se frustrados ainda não decidiram o que irão fazer quando saírem da cadeia, elemento importante a ter em conta no trabalho educativo, psicológico e pedagógico com estes jovens (Ver Tabela 51).
Ao verificar o que vai fazer quando sair da cadeia, observamos que dos que estão presos por homicídio uma terça parte prefere estudar e trabalhar outra terça parte prefere apenas trabalhar e os restantes optam por ser vendedores ambulantes, agricultura ou comércio. Quanto ao roubo 45% pensam apenas em estudar, 36%preferem estudar e trabalhar e os restantes preferem só trabalhar. Metade dos que estão presos por agressão, quando saírem da cadeia vão trabalhar e estudar. O mesmo ocorre com aqueles que estão presos por furto É significativo que 40% destes preferem estudar. Quanto à burla os critérios estão distribuídos da mesma forma entre estudar e trabalhar, só estudar e trabalhar com 30% cada um deles. No caso de uso e posse de estupefaciente mais da terça parte prefere estudar, 22% prefere ser vendedores ambulantes, 22% prefere trabalhar e os restantes preferem estudar e trabalhar. No caso de violação todos pretendem trabalhar. Podemos observar que a maior parte dos jovens reclusos preferem trabalhar e/ou estudar, concentrando-se na sua maior parte, nas causas de agressão, furto, roubo, burla, homicídio, violação e falsificação de moeda o que representa 72% de todos os jovens reclusos. Apesar de nenhum ter recebido orientação para aumentar o seu nível cultural (tabela 41), 21% prefere estudar e 36% prefere estudar e trabalhar (Ver tabela 44).
2.7. Ponto de vista das personalidades e instituições sobre a criminalidade juvenil no município de Benguela
Segundo a opinião do Chefe da Secção Municipal da Educação, os factores que intervêm no aumento da criminalidade, no seio da juventude, no município de Benguela são: inexistência de uma política de estado que se dedique a ocupação dos jovens nos tempos livres; proliferação de casas de vídeos com maior incidência nos bairros, onde são exibidos filmes pornográficos sem controlo da Polícia; falta de regulamentação das actividades das discotecas, das casas de lazer nocturnas, instabilidade nacional, económica e social, provocadas pela guerra.
Para o Presidente do Conselho Provincial da Juventude de Benguela os factores mais importantes são os de carácter económico e social, que têm a ver com a herança familiar, fundamentalmente. Coincide também com a ideia de que traumatismo provocado pela guerra durante os 30 anos, associado aos factores sociais económicos, vão resultar no fraco nível de resultados da juventude.
O Chefe do Departamento Provincial da Juventude e Desporto de Benguela acrescenta a desagregação de famílias, o desemprego, e insuficiência numérica de escolas e os problemas habitacionais.
A falta de recreação e baixa renda das famílias são factores ressaltados pelo procurador Adjunto de Benguela.
Para o Senhor Vice Administrador do município de Benguela, a instabilidade política e a decadência de exaltação dos valores morais e cívicos, proliferação de fabrico de aguardente de fabrico caseiro e o elevado índice de desemprego estão na base da criminalidade.
Ainda o Padre responsável pela casa do Gaiato, acresceu a falta de uma política decisiva, clara, convicta para o apoio as famílias nas várias vertentes desde a vertente económica, instrutiva e saúde para o equilíbrio, crescimento e desenvolvimento dos jovens.
Também o Pastor da igreja Adventista do 7º dia, referiu-se à falta de recursos financeiros, criação de condições de diálogo permanente entre pais e filhos com o objectivo de regular a conduta destes. A pobreza, o desrespeito pelo valor da dignidade humana, o egoísmo acentuado, uso de drogas bebidas alcoólicas estão na base da destruição da juventude e da própria sociedade.
Segundo a Pastora da Igreja Evangélica Congregacional de Benguela, assinalou que os factores que estão na base do aumento da criminalidade são o egoísmo acentuado, a falta de noção e valor pessoal da própria dignidade do homem, o uso excessivo de bebidas alcoólicas que está a destruir não só a própria juventude mas também a própria sociedade.
O Chefe do Departamento de Investigação Criminal de Benguela declarou que o débil acesso à instrução, a falta de inter-ajuda as estruturas familiares, comunitárias e tradicionais faz com que haja instabilidade, facilitando deste modo, a prática de acções como a prostituição, violações, agressões, assaltos e outros.
Que os focos delitivos no Município de Benguela são: arredores das escolas, mercados formais e informais bairros periféricos da cidade, prédios inacabados, túnel sobre o rio curinje, estações do CFB e paragens de autocarro inter – provinciais, municipais e praias, foram outros elementos conhecidos nos depoimentos.
Em relação aos factores inseridos nos programas de orientação da juventude no Município de Benguela, segundo o Presidente do Conselho Provincial da Juventude, existem políticas traçadas a nível do conselho de ministros para o apoio à juventude, tais como o subsídio ao primeiro emprego, a habitação e formação profissional.
No entanto o Chefe de Departamento Provincial da juventude e Desportos, realça que existem políticas como o associativismo juvenil, políticas de micro – projectos que vão permitir aos próprios jovens, quer nos bairros, escolas e nos centros profissionais que se organizem e criem condições para que as suas preocupações cheguem as estruturas de direito para posterior solução.
Para o digníssimo Procurador Adjunto de Benguela não existe nenhuma política direccionada para a juventude, no sentido destes estarem ocupados com alguma actividade, depois de terminarem os seus estudos ou cursos, por iniciativas próprias, vão se inserindo nos ramos inadequados. Por exemplo estudantes que terminam o IMIB (Instituto Médio Industrial de Benguela) vão para a saúde ou para as pescas ou ainda para a agricultura.
Na opinião do Chefe para a planificação, informação e análise da Investigação Criminal estes factores estão inseridos nos programas de orientação e para a contenção da situação é necessário a participação de toda a sociedade com esforços conjugados para tomada de várias medidas, visando paulatinamente, a eliminação das causas que originam o fenómeno delinquência juvenil. Para o efeito devem-se criar mais centros profissionais.
Segundo o Vice Administrador Municipal de Benguela, as actividades programadas para a orientação profissional (educação) da juventude, cingem-se nas seguintes parcerias: formação multifacética da Casa do Gaiato, Escola Agro-Industrial Joaquim Kapango, Institutos Médios de Saúde, Educação, Magistério Primário de Benguela, Corte e Costura implementados pelas igrejas.
Segundo as Instituições Eclesiásticas, a juventude comete vários crimes por abandono como uma das causas próximas, o que vai gerar a desagregação das famílias, a falta de acompanhamento eficaz aos jovens por parte dos pais e/ou encarregados de educação; a influência dos meios de comunicação social, a perca de valores morais e cívicos, falta de amor, justiça e solidariedade, a falta de ocupação, diálogo entre pais e filhos e o desespero.
Para o Chefe do Departamento de Reeducação dos Serviços Prisionais existe um documento reitor que tem como objectivo o enquadramento de todo o jovem recluso. Isto é, antes e depois do cumprimento da sua pena.
O Chefe da Secção Municipal da Educação e cultura de Benguela realçou que as medidas que têm sido tomadas para diminuir o índice de delinquência nas escolas são: a solicitação do patrulhamento da Polícia Nacional, a iluminação das áreas adjacentes, Administração Municipal e a intervenção da Protecção Física nas diversas escolas do município.
Para o Presidente do Conselho Provincial da Juventude Provincial e Chefe da Secção da Juventude e Desportos e os Órgãos de Justiça, avaliam o seu relacionamento como regular e defendem os interesses da própria juventude.
O senhor Procurador Adjunto de Benguela, caracteriza a delinquência como relativamente alta, atendendo alguns crimes que são repugnantes tais como: homicídios, violações, roubos, furtos, agressões e uso e posse de estupefaciente.
O Vice Administrador Municipal de Benguela frisou que não foi concebido nenhum programa específico para o combate à criminalidade porque ela evolui de acordo a ciência e a técnica. O papel da Administração é reforçar a acção preventiva através da Policia Nacional, que é seu parceiro direito. Todavia esta actividade é uma constante das autoridades do Município, que é de reforçar através da educação da família, escola, igreja, meios de comunicação social e pela própria sociedade. Nas suas sugestões, as Instituições Eclesiásticas têm dado grande contribuição no que concerne ao anúncio dos valores humanos que estão na base da convivência normal, sadia, equilibrada, harmoniosa como os valores da justiça social. Para elas, têm uma missão específica de criar e promover uma comunidade de espírito e de coração, de boas relações, de pessoas que amam o bem comum e primam pela paz verdadeira e duradoura. E tudo isto passa, pela responsabilidade dos pais e outros tutores a convidar a juventude a frequentar as igrejas. A actuação da juventude é o indicador da crise da educação por parte das próprias famílias e da própria sociedade. Neste contexto, as pessoas enquanto crianças são bem orientadas, no entanto com as influências de amigos, colegas e outras pessoas ofuscam aquilo que receberam dos pais.
Na percepção do Chefe da Planificação, informação e Análise da Direcção Provincial de Investigação Criminal a delinquência juvenil do Município de Benguela é preocupante, atendendo aos níveis que a mesma apresenta. No caso concreto deste Município, os crimes mais praticados pelos jovens dos 16 aos 35 anos de idade, na sua maioria são os homicídios, furtos, roubos, ofensas corporais, violações, uso e posse de estupefaciente (liamba), assaltos à mão armada, rapto de criança em casa alheia e em muitos casos os jovens cometem homicídios involuntários. Outrossim os locais de concentração dos jovens estão identificados como: Mercados formais e informais, paragens de autocarro inter Provinciais e Municipais, estações do CFB e bairros periféricos.
O Chefe de Departamento de Reeducação dos Serviços Prisionais afirmou que os jovens reclusos são colocados em actividades socialmente úteis dentro da penitenciária enquanto estão a cumprir as suas penas. Quer quanto estão já condenados com a situação definida, quer quando estejam em condição de detidos, aguardando o julgamento. Na penitenciária existem várias actividades para ocupar os jovens reclusos como: campo de produção (horta, aviário, oficina de mecânica, electricidade, serrilharia e gráfica). Por isso, quando terminarem o cumprimento de suas penas saem de lá já com uma profissão para posteriormente se inserirem em várias unidades de produção para não voltarem a delinquir.
O Chefe de secção Municipal de educação de Benguela disse que todas as escolas são regidas de um regulamento interno, mas é necessário o seu reajustamento com a colaboração dos pais e/ou encarregados de educação.
O Presidente do conselho Provincial da juventude qualificou o trabalho da Polícia como sendo moderno, pedagógico e acima de tudo verifica-se um desenvolvimento progressivo em termos de patrulhamento até uma certa tendência de melhoramento, em termos de homens, meios e outros.
No entanto o Senhor Procurador Adjunto de Benguela, avalia o trabalho da Polícia de uma forma eficaz, mas também tem havido carências e age em função das condições existentes. Contudo, é necessário que se afinque mais, no sentido de que consiga prevenir, porque o trabalho da Polícia não é apenas actuar de momento é sobretudo no sentido de prevenir a criminalidade.
Quanto à opinião do Sr. Vice Administrador Municipal de Benguela, em relação ao trabalho da Policia, diz que é positivo. No entanto a falta de meios de locomoção faz-se sentir muito no nosso Município.
Para as Instituições Eclesiásticas (igrejas) a pertença a uma organização seja politica, religiosa ou outra, influem grandemente, já que a participação numa das organizações ajuda a melhorar a sua conduta, o carácter e sua atitude. O objectivo destas organizações é o bem comum, a promoção da justiça entre os homens, embora com algumas diferenças de disciplina. Com efeito, qualquer instituição política, religiosa ou comercial, só é organização se tiver princípios onde todo o individuo que ali se filia cumpre com as normas estabelecidas.
Tendo em conta os objectivos que orientaram este trabalho e os resultados obtidos a partir da análise dos dados colectados ao longo do trabalho de campo formularam-se as seguintes conclusões:
Os crimes mais relevantes são: homicídios, roubos, furtos, violação, uso e posse de estupefacientes ofensas corporais, burla, assaltos a casas, agressões à mão armada, introdução em casa alheia.
Com o objectivo de diminuir a delinquência no seio da juventude benguelense, tendo em conta as causas e os motivos constatados recomendamos o seguinte:
Autores
C. Manuel Frometa Lores
Madalena Mónica Otília Malanga,
Manuel Gouveia, Maria Madalena
Nombres y apellidos: José Manuel Frómeta Lores Centro universitario de Guantánamo Cuba E-mail: lord[arroba]fcs.cug.co.cu: frometacu[arroba]yahoo.es |
Fecha de nacimiento |
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D |
M |
A |
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14 |
06 |
1954 |
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Graduado de: Lic. Filosofía |
Fecha |
Lugar |
||||
1980 |
UO |
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Otros títulos: Dr. C. Filosóficas |
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Grado científico: |
Dr. C. |
1999 |
U H |
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Categoría docente: |
. Profesor Auxiliar |
2003 |
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Categoría científica: |
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Labor que desempeña |
J’ Dpto. |
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CES/UCT |
Centro Universitario de Guantánamo |
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Líneas de investigación que desarrolla y las tres investigaciones más importantes realizadas en los últimos cinco años. —Efectos de los patrones urbanos en el hombre de montaña cubano. —Investigación sobre el impacto medioambiental del nuevo cementerio de Guantánamo, 1999. — "Efectos de las principales transformaciones socioeconómicas en el hombre de montaña de la zona de Sabaneta". —Esoterismo Ciencia y Espiritualidad |
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Asignaturas que habitualmente imparte |
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Pregrado: Filosofía y Sociedad Problemas sociales de la ciencia y la tecnología Lógica formal
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Posgrado: —Didáctica de la enseñanza de las ciencias sociales. 1996 y 1997. —Lógica, pensamiento lógico e instrumento. 1997. —Temas socio–filosóficos acerca del hombre de montaña y el desarrollo social. 1996 y 1997. —I Curso Territorial del Plan Turquino de las Provincias orientales Sabaneta 1996. Guantánamo 1997. —Teoría sociológica y metodología de la investigación social, 1998. —El análisis estratégico en la metodología de la investigación científica, 2000. |
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Asignaturas que imparte en el programa que se propone: Gestión de Proyectos |
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Últimas cinco publicaciones y trabajos relevantes presentados en eventos (en orden cronológico descendente) Título del trabajo, revista o evento, editorial, año, país. —Igualdad e igualitarismo en la cuestión femenina 2003 En —Artículos y referencias en periódicos Granma y Juventud Rebelde, 1998, —Problemas teórico-prácticos del desarrollo social rural en Cuba En LASA —Un enfoque filosófico del derrumbe del socialismo En Siglo XXI 2003 —Implicações socio psicológicas da gravidez precoce. Estudio de caso em Benguela, RA. 2005 —Reflexiones de un profesor cooperante en la República de Angola 2006 |
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Reconocimiento y distinciones de que ha sido objeto (en orden cronológico descendente) —Distinción por la Educación cubana. —Mención Honrosa en cumplimiento de colaboración RA. |
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