Pensamos que a investigação deste tema, "Factores que intervêm no aumento da criminalidade no seio da juventude no Município de Benguela", não fica por aqui, mas que o seu estudo será contínuo, uma vez que estamos a abordar a juventude. E falar dela hoje constitui uma chamada indispensável de atenção, face à situação presente que já é grave pela indevida tolerância existente, e que se nada fizermos advinha - se que no futuro se tornará muito pior.
Para o efeito é necessário a implementação de programas específicos, direccionados, cuja estratégia tenha como base fundamental a valorização de iniciativas dos jovens, adequação de projectos de formação profissional, respeito pelos valores culturais e morais das suas comunidades, na criação de infra – estruturas sociais e económicas. Nesta investigação debruçamo-nos sobre as causas que levam os jovens a cometerem diversos crimes, analisamos os conselhos dados pela penitenciária e suas famílias no Município de Benguela.
Neste contexto, para cumprirmos com os nossos objectivos, o que nos levou a referida investigação, recorremos à pesquisa descritiva, utilizando os métodos de inquéritos e entrevista. Os resultados demonstram que predominam os jovens reclusos que cometeram crimes por necessidade económica, desamparo familiar, mau companheirismo e por frustração, no entanto, os familiares dos jovens reclusos pensam que eles cometeram crimes por desemprego, mau companheirismo, negligência, frustração e falta de condições sociais. Quanto às entrevistas com personalidades e ou instituições, analisamos que os seus pontos de vista baseiam-se na Instabilidade emocional, pobreza, traumatismos provocados pela guerra, decadência e exaltação de valores morais e cívicos, o não acompanhamento permanente por parte dos pais. Em outras opiniões, as respostas convergiram com as dos familiares e dos jovens reclusos.
Durante a nossa pesquisa constatou-se que a maior parte dos jovens reclusos que se encontram presos naquela instituição sentem-se mal. Pensamos que as condições das penitenciárias devem ser melhoradas sejam do ponto de vista social, orientação do ponto de vista pedagógico e educação.
Porém, depois de várias análises e conversas com alguns jovens reclusos, podemos constatar que os serviços prisionais precisam de técnicas especializadas em ramos de psicologia e pedagogia para melhorar a reeducação, isto não significa que estamos a ignorar a vontade e os esforços daqueles trabalhadores que ali labutam.
A origem deste tema esteve no propósito de oferecer à comunidade estudantil e à sociedade a ideia de que a criminalidade, como um fenómeno social, aparece desde o surgimento da humanidade. As leis e as normas morais e sociais existentes na sociedade servem para regulamentar as vivências sociais. Daí, partimos do princípio de que um dos maiores desafios da sociedade moderna é assistir o homem que enfrenta problemas da vida tais como: a pobreza, a crise económica com suas consequências de inflação, o desemprego, uma crise radical nos valores éticos, a desagregação das famílias, as solicitações de uma sociedade voltada para o consumo e para o prazer imediato, os exemplos de violência e delinquência constantemente exibidos pela televisão e o desinteresse dos pais para com os filhos, que em geral sofrem de carências de toda a ordem.
Devido às razões acima referenciadas, existem problemas de desajuste nas relações pessoais e inter – pessoais que influenciam no cometimento de diversos actos anti – sociais, ou seja conduta desajustada.
Como é do conhecimento, o nosso País atravessa até hoje grandes dificuldades em diversos campos da vida social e para tal, torna-se necessário conjugar esforços do Governo e da sociedade para superá-los, com o objectivo de formar o homem despido de qualquer tipo de comportamento desajustado que viole as normas sociais estabelecidas.
Durante o nosso trabalho de campo, efectuamos algumas visitas de estudo à Penitenciária de Benguela cuja finalidade foi de saber dos reclusos porque se encontravam presos, as causas que estavam no cometimento do crime, como eles vivem, como são tratados, como se encontram psicologicamente e qual o acompanhamento que têm dentro e após o cumprimento da pena.
Os factores que intervêm no aumento da criminalidade no seio da juventude no município de Benguela, estão na base da investigação, que nos propusemos fazer.
Apresentamos aqui as nossas propostas, sugestões e recomendações, as quais poderão contribuir para a avaliação e protecção dos jovens que certamente diminuirá as dificuldades dos mesmos, primando desta maneira para a contribuição de uma sociedade saudável e unificada.
A principal meta do psicólogo é o ajustamento do comportamento do indivíduo, além disso a sua prática profissional compreende a acção junto a toda equipa que se encontra envolvida no processo educativo como a escola, família, igrejas e outras instituições afins.
Várias razões concorreram para a escolha deste tema: o facto de constituir a criminalidade uma prática anti-social capaz de impedir o desenvolvimento, progresso, paz e tranquilidade social. A criminalidade, prática vulgar entre jovens, carece de uma atenção especial por parte dos governantes, escolas centros de formação profissional, psicólogos, pedagogos, sociólogos, ONG’s Igrejas e pessoas colectivas. Pelo facto de se tratar do comportamento humano, que deve ser guiado constantemente pelas normas sociais, urge a necessidade dos jovens serem educados, reeducados e reintegrados pelas instituições afins.
Quais são os factores que intervêm no aumento da criminalidade praticada pela juventude do município de Benguela?
O objectivo geral do nosso trabalho visa Identificar os factores que intervêm no aumento da criminalidade no seio da juventude no município de Benguela.
1. Determinar as causas que levam os jovens a cometerem crimes.
2. Identificar os locais de concentração dos jovens, propícios de cometimentos actos anti – sociais.
3. Incutir conselhos úteis à camada mais sensíveis da sociedade para que sirvam de guião para a vida futura.
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