resenha livro manuel castells
O Livro Redes de Indignação e Esperança do sociólogo Manuel Castells foi escrito após uma onda de enormes manifestações populares pelo mundo, nos mais diversos países, na era da internet. O autor busca analisar a natureza e as perspectivas desses movimentos sociais em rede sem, no entanto, construir uma interpretação acadêmica dos movimentos, por lhe parecer uma análise ainda prematura.
Castells se aprofunda sobre a revolução no Egito, as insurreições árabes, os indignados da Espanha e Occupy Wall Street. Além disso, fez um posfácio sobre as recentes manifestações de junho no Brasil, nas quais estávamos nas ruas.
É importante destacar algumas características presentes em todos os movimentos analisados pelo autor, …exibir mais conteúdo…
A respeito do perfil dos manifestantes, pode-se constatar que os mais ativos ou os que iniciaram as manifestações, eram jovens com nível superior e desempregados.
Comprovado por vias políticas de fato, que os manifestantes não aderiram a nenhum tipo de liderança ao ignorarem os partidos políticos de oposição e que não se organizaram nas revoltas. Os manifestantes geraram espontaneamente sua própria liderança em momentos e lugares específicos.
O autor, Manuel Castells, faz uma brilhante analise a partir do questionamento:
Porque este movimento teve sucesso tão rápido em uma ditadura estável, com fachada de democracia institucional, vigilância por parte de toda a sociedade e o apoio das principais potências? Concluindo que novos e distintos fatores como a Al Jazeera e a sua relação com as redes sociais, “a mídia” dentro e fora do país, e principalmente a emoção e sentimentos destes manifestantes, o fizeram se tornar este movimento social poderoso e precursor de tantos outros.
A Revolução na Islândia: do colapso financeiro ao crowdsourcing* de uma nova Constituição
Os protestos na Islândia tiveram sua origem de forma bastante diferente do que foi a Tunísia. Os bancos através de esquemas fraudulentos proporcionaram momentos de crescimento econômico e de queda da economia islandesa. No ano de 2007, o governo já não podia mais ignorar os balanços suspeitos dos bancos e percebeu que se um