Migração Digital
Programa de Pós-Graduação em Comunicação
Disciplina: Teorias da Comunicação
Profª Drª Maria Cristina Gobbi
Aluno: Paulo Francisco Mantello
Resenha crítica:
VILCHES, Lorenzo. A migração digital. São Paulo: Edições Loyola, 2003.
Migrar é preciso
Ao se considerar que migrante é o indivíduo que muda de uma região para outra, o livro “A migração digital” do professor Lorenzo Vilches, da Universidade Autónoma de Barcelona, pode ser entendido como a oportunidade de refletir sobre as motivações da migração para o digital. Uma das primeiras perguntas que se impõem é o que leva uma pessoa a sair de um lugar para viver em outro? A esperança de uma vida melhor é uma resposta plausível, …exibir mais conteúdo…
Isso porque a economia dos novos meios dirige-se ao simbólico e a indústria do marketing passa a ser mais importante que os produtos.
Os meios também propõem seus esquemas narrativos à nossa demanda contínua por narrações. Eles não têm por missão mostrar ou dizer a verdade, mas construir uma narração cujo referente é o que esteja mais próximo da categoria que entendemos por “realidade”.
Vilches também envereda pela área da educação e questiona se a migração digital trará mudanças no cenário, já que até agora a mesma foi relegada a um serviço “marginal”. Como empecilho, prevê que as redes tecnológicas serão menos universais que a televisão e estarão cada vez mais submetidas às pressões liberais da privatização.
Ao discutir o papel participativo dos usuários nos novos meios, o autor ressalta que esses usuários são menos dependentes da cultura tradicional, mas mais dependentes das relações interpessoais geradas na rede. Ele fala em ruptura radical entre dois tipos de experiência de uso dos meios, como efeito da migração digital. Lança outro questionamento: a ruptura é somente uma mudança de conduta ou ruptura cultural do conhecimento e de nosso sistema de valores?
Os usuários são agora criadores de seus próprios produtos, o que leva também a reflexões sobre a ação mediada pela tecnologia. Vive-se a possibilidade efetiva de interatividade nas novas mídias. Por um lado, procura-se saber o verdadeiro alcance da democratização suposta