Vida e obra de arthur schopenhauer

1470 palavras 6 páginas
Em 1814, quando Arthur Schopenhauer tinha 26 anos e concluía o doutorado, uma discussão brutal se deu entre ele e a mãe, Johanna, que então gozava de grande prestígio como escritora de best-sellers. No calor da briga, ela disse que a tese dele, Sobre a raiz quádrupla do princípio da razão suficiente, devia ser “alguma coisa para farmacêuticos”.
O jovem filósofo retrucou à altura: “Será ainda lida quando não restar um só exemplar de teus escritos nem sequer num sebo.” Nem Tirésias seria tão severo, nem Hermes tão certeiro. As duas profecias foram confirmadas. De Johanna Schopenhauer não se encontra hoje nenhum exemplar, nem mesmo no mais volumoso e heterogêneo dos sebos.
Mas o filósofo também teve de melhorar, e muito, seu trabalho de
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“São os órgãos genitais que se buscam enquanto as almas julgam que se encontraram.”
O livro de Safranski é uma grande aula de filosofia, uma aula iluminada, esclarecedora do divisor de águas da velha e da nova filosofia, daquela que veio antes e da que veio depois de Kant. Schopenhauer é a luz mais brilhante dessa posteridade. Ou melhor, ele é o sol.
Não é à toa que em sua obra mais bem acabada e mais revolucionária, ele comenta que o homem comum usa o patrimônio cognoscitivo como “a lanterna que ilumina o caminho”. Já para o gênio, esse mesmo patrimônio “é o sol que revela o mundo.” Estava falando de si mesmo, claro.
Neste sentido, o livro de Safranski mostra como o menino Schopenhauer, da carência de afeto na infância, fez o mundo inteiro, pelo menos o mundo manifesto em inteligência, se curvar diante dele, no final da vida e na posteridade, fez a escuridão humana ganhar um laivo de fulgor e por um instante, como quem na noite escura vê o mundo ao redor pela luz de um relâmpago, ser capaz de compreender a vida por trás das representações.

Amarras e carências
Arthur Schopenhauer nasceu no dia 22 de fevereiro de 1788, em Dantzig, principado que respondia ao império prussiano e que se tornaria parte da futura nação alemã. Filho de Johanna e Heinrich Floris Schopenhauer, família abastada de comerciantes, o menino foi criado com todo o conforto, mas com distanciamento afetivo.
Muito viajado e culto, com acesso ao que havia de mais

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