Uma possível compreensão de “a linguagem é a casa do ser.” de heidegger
Pretendo, ao dissertar, aclarar uma possível compreensão sobre uma idéia lançada em “Carta Sobre o Humanismo” (HEIDEGGER, 2005): “A linguagem é a casa do ser” Aparentemente enigmática ou metafórica essa frase deve ser entendida tendo-se por horizonte o universo do homem que a proferiu:
Martin Heidegger.
Situando-me nesse caminho, a palavra “compreensão” é a única que pode ser adequadamente empregada para aclarar o objetivo deste texto.
Compreensão não deve ser entendida como sinônimo de entendimento, sobretudo se com “entendimento” ambiciona-se um entendimento “correto” ou
“verdadeiro”. Para Heidegger, desde sempre estamos “presos-com” um mundo que a nós se desvela e do …exibir mais conteúdo…
“O que o existir enquanto da-sein significa é um manter aberto em um âmbito de poder-apreender as significações daquilo que aparece e que se lhe fala a partir de sua clareira” (HEIDEGGER, 2009. p.33). Ou seja, o dasein é abertura. Essa abertura se dá na compreensão. Ser (sein) e mundo (da) se encontram. Por isso, outro nome que Heidegger dá para o dasein é ser-nomundo onde mundo é o horizonte de sentido que o dasein compreende.
“O mundo, na verdade, não é para Heidegger o conjunto dos existentes, mas o horizonte a partir do qual os existentes podem ser compreendidos como o que são; É então um momento constitutivo do próprio Dasein e não um meio no qual este seria inserido.” (DASTUR, 2002, p.
63)
Assim, o ser que habita a linguagem é o ser (sein) do Dasein. Em Dasein o aspecto mais relevante é o Da (abertura) ao ponto de Heidegger indicar que a tradução correta de dasein para o francês não seria ser-aí (être-lá), mas ser-o-aí
(être-le-lá). Nessa abertura/clareira Dasein e mundo se encontram e são um.
(HEIDEGGER, 2005)
Habitar: A linguagem é a casa do ser. Tomando por pressuposto que na frase
Heidegger utiliza o termo casa em seu significado original – habitação – devo agora deter-me sobre as contribuições do autor para a idéia de habitação e, mais especificamente, a idéia de habitar: Em conferência realizada em 1951 e publicada em 1954, “Construir, Habitar, Pensar”, tem-se o ensaio de