Trabalho, alienação e consumo

3087 palavras 13 páginas
1. Trabalho como tortura
A palavra trabalho deriva do latim tripaliare, que nomeava o tripálio, um instrumento formado por três paus, próprio para atar condenados ou para manter presos os animais difíceis de ferrar.
A origem comum identifica o trabalho à tortura.
Se a vida humana depende do trabalho, e este causa tanto desprazer, só podemos concluir que o ser humano está condenado à infelicidade.
2. A humanização pelo trabalho
É pelo trabalho que a natureza é transformada mediante o esforço coletivo para arar a terra, colher seus frutos, domesticar animais, modificar paisagens e construir cidades.
Pelo trabalho surgem instituições como a família, o Estado, a escola; obras de pensamento como o mito, a ciência, a arte, a filosofia.
O
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Uma das novidades das ideias liberais é a valorização do trabalho.
No século XIX, o filósofo alemão Hegel faz uma leitura otimista da função do trabalho na célebre passagem “do senhor e do escravo”, descrita na fenomenologia do espírito: dois indivíduos lutam entre si e um deles sai vencedor, podendo matar o vencido. Este, no entanto, prefere submeter-se, para poupar a própria vida.
A fim de ser reconhecido como senhor, o vencedor conserva o outro como servo.
O servo submetido tudo faz para o senhor, mas com o tempo o senhor descobre que não sabe fazer mais nada, porque, entre ele e o mundo, colocou o servo, e é ele que domina a natureza.
Desse modo, o servo recupera a liberdade, porque o trabalho se torna a expressão da liberdade reconquistada.
5. O trabalho como mercadoria: a alienação
A exploração dos operários fica explícita em extensas jornadas de trabalho em péssimas instalações, salários baixos, arregimentação de crianças e mulheres como mão de obra mais barata.
Esse estado de coisas desencadeou os movimentos socialistas e anarquistas.
Karl Marx (1818-1883) vê o trabalho como condição de liberdade. A pessoa deve trabalhar para si, no sentido de que deve trabalhar para fazer-se a si mesma um ser humano.
Marx nega que a nova ordem econômica do liberalismo fosse capaz de possibilitar a igualdade entre as partes, porque o trabalhador perde mais do que ganha.
O resultado é a pessoa tornar-se “estranha”,

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