Teatro maria clara machado
TEXTO 1 – Leia a seguir o trecho que inicia o texto teatral “Pluft, O Fantasminha”, de Maria Clara Machado.
PLUFT - Mamãe!
MÃE - O que é, Pluft?
PLUFT - (Sempre com a boneca de pano) Mamãe, gente existe?
MÃE - Claro, Pluft. Claro que gente existe.
PLUFT - Mamãe, tenho tanto medo de gente! (Larga a boneca)
MÃE - Bobagem, Pluft.
PLUFT - Ontem passou lá embaixo, perto do mar, e eu vi.
MÃE - Viu o que, Pluft?
PLUFT - Vi gente, mamãe. Só pode ser. Três.
MÃE - E você teve medo?
PLUFT - Muito, mamãe.
MÃE - Você é bobo, Pluft. Gente é que tem medo de fantasma e não fantasma que tem medo de gente.
PLUFT - Mas eu tenho.
MÃE - Se seu pai fosse vivo, Pluft, você apanharia uma surra com esse medo bobo.
Qualquer dia destes eu vou te levar ao mundo para vê-los de perto.
PLUFT - Ao mundo, mamãe?!
MÃE - É, ao mundo. Lá embaixo, na cidade...
PLUFT - (Muito agitado vai até a janela. Pausa) Não, não, não. Eu não acredito em gente, pronto...
MÃE - Vai sim, e acabará com estas bobagens. São histórias demais que o tio Gerúndio conta para você.
(Pluft corre até um canto e apanha um chapéu de almirante)
PLUFT - Olha, mamãe, olha o que eu descobri! O que é isto?!
MÃE - Isto tio Gerúndio trouxe do mar.
(Pluft fora de cena continua a descobrir coisas, que vai jogando em cena: panos, roupas, chapéus etc.)
PLUFT - Por que tio Gerúndio não trabalha mais no mar, hem, mamã?
MÃE - Porque o mar perdeu a graça para ele...
PLUFT - Vamos brincar, tá bem? Finge que eu sou