A poesia de gilka machado

1742 palavras 7 páginas
É unanime entre teóricos e críticos literários que o pré-modernismo brasileiro é um conceito abstrato, que se relaciona mais ao período histórico do que com a estética. A produção artística que antecede a Semana de Arte Moderna de 1922 é marcada pela “coexistência dos frutos finais do simbolismo e parnasianismo e de novas tendências” (Bueno, 2007) que começam a chegar e despontar no Brasil. Bosi (1974) afirma que as obras são “pontilhadas pela crítica de ‘neos’ – neoparnasianas, neo-simbolistas, neo-românticas” (p343). Tasso da Silveira, um dos poetas desta época, propõe o uso do termo Sincretismo para definir o período (Bueno, 2007). De fato o pré-modernismo é um período sincrético, pois além de ser marcado pela presença de diferentes tendências e estilos literários, como os poetas parnasianos e simbolistas, que continuavam a produzir, como Raul de Leoni e Gilka Machado; escritores que desenvolvem um novo regionalismo, iniciando uma literatura política, como Euclides da Cunha, Lima Barreto e Graça Aranha; e outros com propostas inovadoras, como Augusto dos Anjos. É também o momento em que se inicia o rompimento com a belle époque e preocupa-se em revelar a real situação política e social do Brasil (Bosi, 1974). Por não se tratar de um estilo, não é possível traçar características claras das obras produzidas. Mas, por exemplo, existe certa homogeneidade quanto ao emprego de uma linguagem ‘menos poética’: como o emprego das palavras ‘escarro’, ‘cuspe’, ‘baba’. É o que se

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