Saúde e doença mental em “o alienista” de machado de assis

3139 palavras 13 páginas
Este trabalho tem o objetivo de fazer uma comparação com o cenário de surgimento dos manicômios no Brasil e a obra de Machado de Assis, O alienista. Para tanto será feita uma análise do livro, discutindo questões como a definição de “loucura” e os critérios utilizados por Simão Bacamarte, um médico alienista e pesquisador, que pretendia executar seus estudos sobre loucura na Casa Verde, hospício da cidade de Itaguaí, relatados no livro de Machado de Assis.

Introdução
A saúde mental é um tema bastante difícil de discutir, pois traz consigo várias discussões que muitas vezes não chega a nenhuma conclusão. Definir saúde mental torna-se então uma tarefa bastante árdua, a Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como sendo “o
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Segundo o mesmo autor, a medicina, em associação ao urbanismo e à engenharia, começou a tomar o espaço urbano como propiciador de epidemias e contágios, assumindo progressivamente o caráter de intervenção sobre o corpo social. Os cuidados dirigidos, sobretudo, à saúde dos cidadãos ampliaram-se para a cidade e para a regulamentação de diferentes usos do espaço urbano. Os temas referentes à cidade constituíam-se como centrais, a multidão trazia consigo o sério risco de propagar diferentes epidemias, inclusive, de ordem psíquica. Cabia, então, aos médicos alienistas a tarefa de identificar e isolar os indivíduos tidos como nocivos e degenerados passíveis de contaminar todo o corpo social com o vírus da desordem. Era preciso expulsar o louco das ruas e do convívio da cidade como uma medida sanitária para a manutenção da ordem social. E dessa forma legitimou-se a retirada dos “loucos” das ruas.
Em meados do século XIX, segundo Pavão (2006), durante a transição de Império para a República no Brasil, os ditos loucos conviviam no cotidiano das cidades, o que evidencia a existência de um clima de aceitação popular. Fazendo parte da paisagem urbana, a loucura possuía uma “visibilidade imediata”, sendo identificada pela população por meio do vestuário extravagante, dos hábitos estranhos, da fala incompreensível, dos gestos e principalmente pelo delírio, considerado, nesta época, a forma por excelência da loucura. Assim, a loucura era reconhecida pela

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