O sumo bem e as virtudes em aristóteles e a moralidade em kant

3388 palavras 14 páginas
1. O sumo bem e as virtudes em Aristóteles O pensamento de Aristóteles faz parte das morais teleológicas (o objectivo da moral é alcançar uma vida boa, virtuosa e feliz) do tipo eudemonismo - segundo o pensamento eudemonista, o homem deve afastar o sofrimento para alcançar a felicidade e para ser feliz, o homem deveria experimentar somente a vivência constante de situações que lhe gerem bem-estar. Em sua Ética Aristóteles preocupa-se com o bem humano. Entretanto, esse bem é determinado por dois fatores: o primeiro se refere à natureza humana, um fator bastante constante, que se constitui de uma série de elementos corporais ligados a uma forma dinâmica por ele chamada de alma (psyché, donde se origina o adjetivo psíquico). O segundo, se …exibir mais conteúdo…

A virtude não é, portanto, natureza; e não haveria um aprendizado suficientemente eficaz para garantir a ação virtuosa. A virtude, contudo, seria a forma mais plena da excelência moral; e, por tal razão, não poderia existir em seres incompletos ainda em formação, como as crianças. A excelência moral, revelada pela prática da virtude, seria, antes de tudo, uma disposição de caráter. Para o exercício da virtude seria, pois, necessário conhecer, julgar, ponderar, discernir, calcular e deliberar. Ao contrário da tradição socrática e platônica, não seria o mero conhecimento do bem que poderia dirigir a ação justa. A virtude, como excelência moral, corresponderia à idéia de uma razão reta relativa às questões da conduta. Ora, tal disposição do caráter humano teria por suposto a precedência de uma escolha dos atos a serem praticados; e de um hábito firmado pela repetição para conduzir a ação reta. Nesse sentido, pode-se dizer que, na Ética de Aristóteles, virtude é hábito – hábito construído pela contiguidade da relação potência e ato: “... em relação a todas as faculdades que nos vêm por natureza recebemos primeiro a potencialidade, e, somente mais tarde exibimos a atividade (isto é claro no caso dos sentidos, pois não foi por ver repetidamente ou repetidamente ouvir que adquirimos estes sentidos; ao contrário, já os tínhamos antes de começar a usufruí-los, e não passamos a tê-los por usufruí-los); quanto às várias formas de excelência moral,

Relacionados

  • etica deontologica
    1729 palavras | 7 páginas
  • Definição de ética e moral, em sócrates, platão, aristóteles, tomás de aquino, jean-jacques rousseau, immanuel kant, georg w. friedrich hegel e jean-paul sartre.
    2400 palavras | 10 páginas
  • Pensamento dos filósofos sobre ética, moral e direito
    6709 palavras | 27 páginas
  • Ética
    3631 palavras | 15 páginas
  • Trabalho de filosofia socrates
    7988 palavras | 32 páginas
  • Resumo do livro de álvaro o que é ética
    2021 palavras | 9 páginas
  • Valores éticos e estéticos
    8035 palavras | 33 páginas
  • Metafisica
    2772 palavras | 12 páginas
  • Apresentação a filosofia, andré comte-sponville
    6511 palavras | 27 páginas
  • Filosofia politica africana
    7539 palavras | 31 páginas