O realismo em portugal

9420 palavras 38 páginas
Introdução
Ao falar-se de hábitos e costumes de uma dada geração, é forçoso recorrer à literatura da época. É nela que se consegue verificar como se vestiam certas classes sociais, o que pensavam, o que faziam, em suma: como viviam.
De meados do século XIX às primeiras décadas do século XX encontramos um movimento de renovação de ideias e de modelos literários a que os historiadores dão muita importância. São dessa época grandes vultos de escritores portugueses, entre eles: Antero de Quental, Eça de Queirós, Ramalho Ortigão, Oliveira Martins, Cesário Verde e Teófilo Braga.
Foi nestes vultos da literatura portuguesa que nos baseámos para elaborar este trabalho onde se fará referência aos hábitos e costumes de moda e estética da época
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Esta discussão de ideias ficou conhecida como “A Questão Coimbrã”.

2.1) O nascer do Realismo

Em 1871 Surge um movimento intelectual e politico de inspiração Europeia, com antecedentes na Questão Coimbrã e começando com as conferências Democráticas do casino lisbonense. (1871) Estas ideias novas surgiam devido ao exílio de intelectuais opositores do regime, em França e Inglaterra.
Antero liderava este movimento, que desejava para Portugal mudanças radicais no modo de pensar e agir que promovia o progresso, a educação e a cultura de forma consciente e participativa. Com Antero de Quental estavam Eça de Queirós, Teófilo Braga, Ramalho Ortigão e Guerra Junqueiro.
Com as conferências pretendiam ligar Portugal à Europa e ao mundo civilizado, agitar as pessoas para questões filosóficas e ciência moderna, estudar a melhor maneira de transformar a sociedade portuguesa de forma política, económica e religiosa.
É célebre o discurso de Antero na 1ª conferência “As causas da decadência dos povos Peninsulares nos últimos três séculos”.
Eça de Queirós na sua conferência a respeito do realismo, disse: “É a negação da arte pela arte; é a proscrição do convencional, do enfático e do piegas. É a abolição da retórica considerada arte de promover a emoção, usando de inchação do período, da epilepsia da palavra, da contestação dos tropos. É a análise com o jeito na

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