O professor tem que ser um provocador de sonhos
Rubem Alves, umas das mais festejadas personalidades do mundo da educação, no início de sua entrevista discorre sobre a brincadeira e a importância social da rua. Afirma que esse tempo de brincadeira de rua está condenado ao desaparecimento, apenas nas pequenas cidades isso ainda é um costume; ou em bairros pobres, em que as casas são geralmente muito pequenas, não havendo espaço para brincar dentro.
Além disso, atenta para o perigo do computador, referindo a este como um jogo frequentemente solitário, que não passa de um treino, ao passo que a rua é uma festa, o corpo está envolvido e tem muito mais a ver com a vida.
Um grande defensor da socialização, atenta que para uma relação saudável é necessário que haja o diálogo. Analisa a conversa como se fosse um jogo, citando dois exemplos: o tênis e o frescobol. O objetivo do tênis é tirar o outro da jogada, ou seja, é sempre baseado na alegria de um e na tristeza ou raiva de outro (competição). Já o frescobol, ninguém quer ver a bola no chão (jogo cooperativo). A competição se espalha na escola, naquela gradação de quem tira a maior nota, o primeiro aluno, e os próprios pais semeiam isso, uma vez que estes também estão infectados por essa doença competitiva.
Nessa competição, é comum ouvir das crianças a vontade de ser rica quando crescerem. A economia, para Rubem é um jogo cruel, e a grande pergunta levantada é se o dinheiro traz felicidade...
Quando questionado sobre a