Gordura Visceral, Subcutânea ou Intramuscular
Helen H.M. Hermsdorff
Josefina B.R. Monteiro
Gordura Visceral, Subcutânea ou
Intramuscular: Onde Está o Problema?
RESUMO
O tecido adiposo é um órgão dinâmico que secreta vários fatores, denominados adipocinas. Eles estão relacionados, direta ou indiretamente, em processos que contribuem na aterosclerose, hipertensão arterial, resistência insulínica e diabetes tipo 2, dislipidemias, ou seja, representam o elo entre adiposidade, síndrome metabólica e doenças cardiovasculares. Na obesidade, os depósitos de gordura corporal estão aumentados, apresentando conseqüente elevação na expressão e secreção das adipocinas, proporcionalmente ao maior volume das células adiposas. Os diferentes depósitos de gordura, a
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Outras adipocinas como leptina e ASP são expressas em maior quantidade no
TAS tanto abdominal como glúteo-femural (2,14), provavelmente por diferenças fisiológicas entre os adipócitos do TAS e tecido adiposo abdominal (TAA).
Além dos depósitos de tecido adiposo abdominal e subcutâneo, o depósito de gordura intramuscular tem sido associado à presença de RI em ratos obesos e humanos obesos DM2 e não DM2, hiperinsulinêmicos, mas os mecanismos ainda não estão bem estabelecidos (15-18).
O presente trabalho visa discutir sobre o papel endócrino e metabólico de cada compartimento do tecido adiposo, de modo a avaliar a contribuição dos mesmos nas complicações inerentes à obesidade.
PAPEL ENDÓCRINO DO TECIDO ADIPOSO
Os adipócitos, além de importante função como reservatório energético corporal, secretam inúmeros compostos protéicos e não protéicos que agem sobre os próprios adipócitos e outros tecidos do organismo.
Desta forma, estes fatores modulam o comportamento funcional do tecido adiposo e outros, ao mesmo tempo que cria mecanismos de feedback entre eles.
TNF-α
O TNF-α é uma citocina que age diretamente no adipócito, promovendo indução de apoptose, inibição da lipogênese, via inibição da expressão da