Finitude humana: a perplexidade do homem diante da morte

4471 palavras 18 páginas
Finitude Humana: A perplexidade do homem diante da morte

Anderson Santana Cunha1

Resumo: O fim da vida humana é alvo de estudo de um grande número de publicações científicas recentes. Isso pode ser justificado pelo crescente interesse da abordagem desse tema no campo da medicina legal e da bioética, embora estudos de cunho antropológico já apresentassem consideráveis contribuições para essa discussão. Para que possamos começar a compreender alguns aspectos dessa questão tão ampla acerca da morte propomos neste trabalho traçar algumas definições iniciais e comentar três grandes filósofos que pensaram sobre esse assunto. Inicialmente apresentamos algumas definições de “morte” coletadas em dicionários de Filosofia. Em seguida,
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1. O QUE É A MORTE?
Desde os pré-socráticos até os pensadores contemporâneos, uma sombra parece acompanhar todo o desenvolvimento do pensamento racional. Provavelmente porque a própria morte tenha sido a primeira grande descoberta do homem, já que ele próprio deu-se conta de sua finitude, ou seja, de que sua vida embora dotada de toda singularidade na natureza, num determinado momento deixava de existir.

Vol. 3, nº 1, 2010. www.marilia.unesp.br/filogenese

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Por que morremos? Para onde vamos após a morte? A morte seria o fim? Esses são exemplos das indagações que demonstram porque a morte – que é um evento natural da vida humana, no sentido de que um dia morremos – é tão temida. Savater no livro “As perguntas da Vida” (2001, p. 15) afirma que dar-se conta de que os outros morrem, de que aquelas pessoas que nos cercam um dia deixarão de “existir”, causa uma estranha e terrível sensação, porém, ainda mais espantosa é a constatação da própria morte (a morte do eu). Tratar da morte numa óptica filosófica, como é nosso escopo, exige certo equilíbrio entre fé e razão, já que temos para esse assunto, conteúdo de dois campos de conhecimento distintos, o da filosofia – que se

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