Angústia, finitude e impropriedade na obra de clarice lispector – um estudo fenomenológico existencial
2314 palavras
10 páginas
Raíssa Tebet Coelho SoaresAngústia, Finitude e Impropriedade na Obra de Clarice Lispector –
Um estudo Fenomenológico Existencial
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
São Paulo
2009
Raíssa Tebet Coelho Soares
Angústia, Finitude e Impropriedade na Obra de Clarice Lispector –
Um estudo Fenomenológico Existencial
Trabalho realizado como exigência da disciplina de eletiva de Pesquisa em Fenomenologia-Existencial da Faculdade de Psicologia da PUCSP.
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
São Paulo
2009
1. …exibir mais conteúdo…
Com pedras de material ruim ela levantava talvez o horror, e aceitava o mistério de com horror amar ao Deus desconhecido. Não sabia o que fazer de si própria, já nascida, senão isto: Tu, ó Deus, que eu amo como quem cai no nada.”
Lóri, a personagem principal, através de sucessivas quedas e questionamentos “cheios de angústia e desentendimento de si própria”, está aos poucos assumindo sua vida de um modo peculiar e único. “A identidade procurada por ela só será alcançada através de angústia e sofrimento. Não a angústia sonhada pelos românticos, imaginária, mas aquela que traz à consciência a sua situação existencial: ser no nada, no absurdo, no vazio.” (BROSE, 2005). A Angústia é um modo-de-ser inerente ao homem, que mostra que cada um vive e significa a vida de um modo particular e que precisar carregar como um peso irrecusável o fato de ser único no modo de perceber as coisas. Lóri vive uma crise de Angústia e isso não é um “desvio de rota”, ao contrário, é um encaminhamento inexorável para a própria rota, pois antes da Angústia existe o pensamento de que somos todos iguais, e com essa vivência percebemos que temos que lidar com o fato de ser não com fórmulas impessoais, mas construindo um sentido e uma direção próprias do existir. Lóri se questiona acerca de seu próprio ser, em busca de sua identidade. “A interrogação acerca do ser-em-geral é um modo próprio do ser do homem, único ente que se ocupa com