Estudo de caso psicologia
Apresento um caso clínico que foi conduzido de acordo com os postulados teóricos de Melanie Klein e sua técnica do brincar. Logo, Melanie Klein é a base para a análise do mesmo, onde se procura estabelecer uma ponte teórica com os postulados de Donald Winnicott, Heinrich Racker, Wilfred R. Bion, W. R. D. Fairban, H. A. Rosenfeld e Maldaviski Liberman, autores pós-kleinianos que conservaram, ampliaram e modificaram diferentes aspectos da teoria kleiniana e freudiana.
CASO CLÍNICO
R. é um menino de oito anos, terceiro filho, trazido à análise por seus pais, com a queixa formulada por estes de apresentar um medo excessivo de cachorros e pessoas fantasiadas de figuras alegóricas simbolicamente tidas como …exibir mais conteúdo…
O conflito central da fase de transição inteira, e portanto, o conflito central nuclear, que subjaz a toda psicopatologia, está entre o anseio desenvolvimental para dependência madura e relações mais ricas, e a relutância regressiva em abandonar a dependência infantil e os laços com objetos indiferenciados (tanto externos como internos), percebe-se no brincar de R. atitudes de dependência emocional e regressões no desenvolvimento por uma lado, e noutro um comportamento seguro e assertivo para a sua idade. Segundo Klein (idem), na posição esquizo-paranóide, o mecanismo de cisão é um conceito-chave, sendo um dos mais antigos mecanismos de defesa do ego usado contra a ansiedade. Ao se remeter ao brincar de R. pode-se observar a cisão das imagos parentais personificadas no brincar por meio da família terapêutica em objeto bom e objeto mal, onde num primeiro momento, à figura materna coube toda a maldade, punições e castigos infringidos ao filho, e à figura paterna toda a bondade sobre a forma de cuidados maternais. Entretanto, R. não suportando o peso da projeção de aspectos excessivamente negativos na figura materna, sentida então como um implacável perseguidor, lança a família de bonecos a um sono conciliador e ao despertarem, ouve uma troca de lugares, a figura pai passando a objeto mal e a figura mãe a objeto bom, que ama o filho e é sua aliada, num movimento reparatório pelos danos