Doenças por falha no DNA e DNA mitocondrial
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Você tem centenas de falhas em seu DNAA velha frase “ninguém é perfeito” se aplica muito bem quando falamos em termos de genética: de acordo com estudo publicado recentemente, cada um de nós tem em média 400 falhas em nosso DNA.
Sem pânico, contudo: a maior parte delas é “silenciosa” e não compromete nossa saúde. Mesmo aquelas “perigosas” não necessariamente se manifestam. “Pessoas comuns carregam mutações causadoras de doenças sem ter qualquer efeito evidente”, ressalta o pesquisador Chris Tyler-Smith, do Wellcome Trust Sanger Institute (Inglaterra). Porém, ele alerta que “em uma população, haverá variantes que trarão consequências para a saúde das pessoas”.
O estudo usou como base dados do projeto 1.000 Genomas, que está …exibir mais conteúdo…
Testes de DNA podem indicar cerca de duas mil doenças
Na lista de doenças detectáveis estão desde os mais comuns tipos de tumores malignos, como câncer de mama e de próstata, até síndromes pouco conhecidas, como doença de Huntington (que provoca perda dos movimentos) e outras extremamente temidas, como Alzheimer. Mas a descoberta nem sempre funciona como aliada. Em alguns casos, conhecer o risco de ficar doente não significa necessariamente uma chance de evitá-lo.
Mais comum entre pessoas com idade superior a 70 anos, o Alzheimer, por exemplo, é uma doença degenerativa incurável e impossível de ser prevenida. Tratamentos atuais conseguem, quando há sucesso, retardar a evolução da doença, que provoca confusão mental, alterações de humor, falhas na linguagem e perda de memória. Essa falta de perspectiva leva especialistas a desaconselhar a realização do teste.
O coordenador do Departamento de Aconselhamento Genético do Hospital Sírio-Libanês, Bernardo Garicochea, diz que o paciente que opta por pesquisar seu DNA deve ter consciência das consequências. Há laboratórios que exigem a assinatura de um termo de responsabilidade. "Isso ocorre porque em muitos casos não há o que fazer com a informação. Só se identifica o risco e mais nada. Então para que saber?"
Garicochea ressalta que o teste é um grande avanço, mas deve ser bem usado. "Nos Estados Unidos, a recomendação oficial é só testar genes que podem dar um auxílio ao paciente. Aqui, funciona do mesmo jeito."