Desenvolvimento, desigualdade e relações internacionais
Capitulo 2: “Pobreza, Desigualdade e Desenvolvimento”
Autores: HALL, A.; MIDGLEY, J.
O texto começa em uma tentativa de definir o que é pobreza e a sua mensuração. Os primeiros estudos quantitativos de pobreza, que foram baseados em dados do censo, emergiram em meados do século XIX. Estes estudos usaram relatórios do censo para estimar a prevalência da pobreza, mas eles se baseavam em pesquisas domésticas que utilizavam entrevistas diretas para obter informações mais detalhadas sobre renda, despesa, condições de habitação, tamanho familiar e outros fatores relevantes.
A definição de pobreza está muito ligada a propostas políticas para a sua erradicação, que …exibir mais conteúdo…
A imagem do pobre se resumia em “classe perigosa e perecível”, pelo amplo uso do termo subclasse. O pobre não era apenas para se ter pena, mas também medo. Contudo, antes de a idéia de subclasse se tornar popular, o comportamento do pobre foi interpretado de muitas formas diferentes. No inicio do século XX, os movimentos eugênicos atribuíram a baixai inteligência ou o retardamento dos pobres ao seu estilo de vida. Na década de 1970, estas idéias forma ligadas às interpretações racistas.
A associação da pobreza com a raça foi ampliada pela adição de uma dimensão espacial. A pobreza tem sido vista não somente como um estilo de vida, mas como um estilo de vida em uma área de concentração de privação, conhecida variavelmente por gueto, subúrbio, favela ou assentamento.
Contudo, em ambos os casos o fenômeno da subclasse não é mais atribuída à baixa inteligência ou a características comportamentais negativas e culturalmente transmitidas, mas a causas sociais mais amplas. As pessoas pobres não são responsabilizadas por suas ações desviantes, mas são vistas como vitimas de forças externas.
Littlewood e Herkommer destacaram que, enquanto a idéia de exclusão social se tornou popular somente recentemente, suas origens são encontradas na noção de solidariedade social que é historicamente caracterizada pelo pensamento político social europeu.
É central para a crença neoliberal que a pobreza pode ser erradicada